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Resumo II - Imuno Médica I

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1 
 
 
Rafaela Pamplona 
Imunologia Médica 
 
Tolerância e Autoimunidade 
 
Tolerância Imunológica 
 Tolerância é um estado imunológico caracterizado pela falta de resposta 
aos antígenos, após contato prévio, ou seja, é a não responsividade a um 
determinado antígeno, o qual é primariamente estabelecido por linfócitos 
T e B 
 Classificação do antígeno 
- Imunógeno: antígeno que gera imunidade. Nem todos os antígenos são 
imunógenos. Por exemplo, compostos de baixo peso molecular 
(haptenos) podem se ligar aos anticorpos, mas não estimularão uma 
resposta imune a menos que estejam ligados a macromoléculas 
(carreadores) 
- Tolerógeno, telerógenos ou tolerogênicos: antígeno que induz a 
tolerância imunológica. Muitos antígenos podem ser tanto tolerógenos 
quanto imunógenos, dependendo de como eles são administrados. As 
formas tolerogênicas dos antígenos incluem grandes doses de 
proteínas administradas sem adjuvantes e antígenos administrados 
oralmente 
 
 
 
 Características gerais da tolerância 
- Mecanismos de tolerância previnem a autoimunidade 
- É um processo ativo específico induzido pelo antigeno 
- A autotolerância pode ser induzida em linfócitos imaturos nos órgãos 
linfoides geradores (tolerância central) ou em linfócitos maduros nos 
sítios periféricos (tolerância periférica) 
- Envolvimento de células B, Th, Tc e Tregs 
- Tolerância pode perdurar por longo período 
 Autotolerância: é a ausência de resposta imune específica contra 
autoantígenos. 
- Fundamental para o sistema imune normal, requer que o sistema imune 
esteja apto a distinguir linfócitos T autorreativos de não autorreativos 
- Falha resulta em reações contra os próprios antígenos e as doenças 
autoimunes 
 
 
 Autoimunidade: é a resposta imune especifica contra um antigeno ou 
serie de antígenos próprios (autólogos) 
- É semelhante a resposta imune normal contra patógenos, por ser 
especificamente ativadas por antígenos, nesse caso, antígenos próprios 
(autoantígenos), e levam a produção de células autorreativas efetoras 
e anticorpos (autoanticorpos) 
 Autoimunidade fisiológica: remoção de hemácias senescentes 
 Doença autoimune: é uma síndrome provocada por lesão tissular ou 
alteração funcional desencadeadas por uma resposta autoimune, devido a 
falha da autotolerância 
 
 
 
 Tipos de resposta linfocitária ao encontrar antígenos específicos 
- Ativação: é a resposta imune produtiva, em que os linfócitos sofrem 
proliferação e diferenciação em células efetoras de memoria 
- Tolerância: linfócitos são funcionalmente inativados ou eliminados 
- Ignorância: linfócitos antigeno-específicos não reagem de forma alguma, 
simplesmente ignoram a presença do antigeno 
 
 
 
 Fatores que interferem na escolha entre ativação, tolerância e ignorância 
- Antigeno-específicos 
- Natureza do antigeno 
- Forma de apresentação do antigeno ao sistema imune 
2 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Características dos antígenos protéicos que influenciam a escolha entre a 
tolerância e a ativação da célula T 
 
 
 
 Fatores que induzem o fenômeno da tolerância 
- Tempo de contato entre linfócitos e epítetos 
- Local de encontro 
- Natureza das células que apresentam os epítetos 
- Produção de fatores coestimuladores pelas células que apresentam os 
epítetos 
 A tolerância pode ser dividida em 
- Tolerância central: ocorre durante a maturação das células T no timo 
e, das células B na medula óssea 
- Tolerância periférica: ocorre nos tecidos periféricos 
 O sistema imune adquire autotolerância 
- Pela deleção clonal de linfócitos T autorreativos 
- Pela deleção clonal de linfócitos B autorreativos 
- Pela supressão funcional de linfócitos T e B autorreativos 
 
 
 
Desenvolvimento da Autoimunidade 
 A autoimunidade é a perda 
da tolerância imunológica a si 
próprio 
 São desencadeadas por 
multifatores 
 
- Falha na autotolerância 
↳ Anormalidades intrínsecas nos linfócitos 
↳ Anormalidades na natureza 
↳ Apresentação dos antígenos próprios 
- Fatores genéticos, infeções 
- Fatores para autoimunidade específica para tecidos 
↳ Anormalidades nos linfócitos: falha na tolerância central ou periférica 
 
 
 
↳ Anormalidades teciduais 
~ Inflamação → aumento do fluxo de linfócitos 
→ apresentação de autoantígenos por APCs ativadas 
 
 
 
 
Seleção dos Linfócitos T restritos ao MHC 
 Os linfócitos que são selecionados reconhecem antígenos próprios 
 
 
 
3 
 
 
Rafaela Pamplona 
 As doenças autoimunes são frequentemente associadas ao polimorfismo 
de MHC II porque 
- Determinados alelos de MHC apresentam precariamente os epítopos 
relevantes no timo aos linfócitos T, levando-os a escapar da seleção 
negativa 
- Algumas proteínas MHC apresentam epítopos que são reconhecidos 
de forma cruzada 
- Outros importantes genes incluem 
1. Citocinas e seus receptores 
2. Sistema do complemento 
 
Tolerância Central dos Linfócitos T 
 Primeiro mecanismo para eliminação de linfócitos T autorreativos pela 
seleção negativa (deleção clonal) nos órgãos linfoides primários (timo) 
 Processo de seleção no timo 
- Região cortical → seleção positiva: sobrevivência de células capazes de 
reconhecer MHC, as demais morres 
- Região medular → seleção negativa: morte das células cujo receptor 
para célula T (TCRs) têm alta afinidade por MHC e epítetos próprios 
 
 
 
 Deleção de clones autorreativos → morte por apoptose 
 Seleção negativa ocorre quando as células T imaturas interagem 
fortemente os receptores do MCH próprio, recebendo sinais que 
estimulam a apoptose, eliminando as células potencialmente autorreativas 
 Nesse processo células T autorreativas que reconhecem autoantígenos 
apresentados pelas moléculas do MHC classe II (TCD4+) e MHC classe I 
(TCD8+) 
 Algumas células TCD4+ imaturas autorreativas não morrem, mas se 
desenvolvem em células T reguladoras (Tregs) e entram nos tecidos 
periféricos 
 A seleção negativa depende 
- Concentração de autoantígenos no timo 
- Afinidade dos receptores de células T (TCRs) 
- Expressão do gene AIRE (proteína reguladora autoimune) 
↳ AIRE – controla a produção dos antígenos de tecidos periféricos 
nas células epiteliais medulares do timo. Os peptídeos derivados 
desses antígenos são reconhecidos por células T antigeno-
específicas imaturas, levando a deleção de células autorreativas 
↳ Mutações no AIRE impede a eliminação de células T autorreativas, 
causando síndrome poliendrócrina autoimune tipo 1 (APS1) – 
candidíase mucocutânea, hipoparatireoidismo e doença de Addison 
(adrenal) 
 
 
 A tolerância central não é perfeita, permitindo que muitos linfócitos 
autorreativos completem o processo de maturação 
 Ocorre durante estágio da maturação dos linfócitos, quando um encontro 
com o antígeno pode levar à morte celular ou à substituição de um 
receptor antigênico autorreativo por outro não autorreativo 
 
Tolerância Periférica dos Linfócitos T 
 Células T maduras reconhecem antígenos próprios presentes nos tecidos 
periféricos, levando à inativação funcional (anergia), morte celular ou 
supressão pelas células T reguladoras (Tregs) 
 A indução de tolerância periférica é determinada pela ausência da 
coestimulação ou “segundo sinal” pelas APCs 
 É mantida pelas Tregs que suprimem ativamente a ativação dos linfócitos 
específicos para antígenos próprios 
 Importante para evitar respostas da célula T aos autoantígenos que não 
estão presentes no timo 
 Proporciona mecanismo de controle (back-up) para evitar a 
autoimunidade quando a tolerância central é incompleta 
 
Anergia Clonal (não responsividade funcional) 
 A exposição de células TCD4+ maduras a um antigeno na ausência de 
coestimulação ou imunidade inata pode tornar as células incapazes de 
responder, pois o reconhecimento TCR-MHCII induz a anergia 
 As células sobrevivem, mas são incapazes de responder ao antigeno, 
podendo sobreviverpor dias ou semanas em um estado quiescente e 
então morrem 
4 
 
 
Rafaela Pamplona 
 APCs nos tecidos periféricos estão constantemente processando e 
apresentando antígenos próprios 
 Mecanismos que induzem o estado anérgico 
- Bloqueio da transdução de sinal induzida pelo TCR 
- O reconhecimento de autoantígenos pode ativar as ubiquitinas ligases 
celulares, as quais ubiquitinam as proteínas associadas ao TCR e as 
direcionam para a degradação proteolítica nos proteossomos ou 
lisossomos. Resultando na perda dessas moléculas de sinalização e ativação 
defeituosa das células T 
- Quando células T reconhecem autoantígenos podem ativar receptores 
de inibição da família CD28, que tem a função é finalizar as respostas das 
células T 
 
 
 
Deleção 
 Morte celular induzida por ativação 
- O reconhecimento dos autoantígenos pode estimular vias de apoptose 
↳ Induz a produção de proteínas pro-apoptóticas nas células T que 
induzem a morte celular por via mitocondrial 
↳ Coexpressão de receptores para a morte e de seus ligantes, que 
ativam caspases e apoptose → via do receptor morte 
~ Receptor morte-ligante Fas: expresso em vários tipos de células 
~ Ligante Fas (FasL): expresso em células T ativadas 
 O FasL ligado ao Fas pode induzir a morte de células T e B expostas ao 
MHC próprio 
 
 
 
 
 
 Principais vias que levam a apoptose 
- Via mitocondrial ou intrínseca: envolve a indução de proteínas 
especializadas que induzem o vazamento mitocondrial, levando a 
liberação de proteínas indutoras de morte, que normalmente seriam 
sequestradas para dentro da mitocôndria 
↳ Regulada pela família de proteínas Bcl-2, as proteínas da subfamília 
BH3 são sensores de estresse que se ligam a efetores e reguladores 
do processo de morte celular 
↳ Nos linfócitos, esse sensor é chamado de Bim, que quando ativado 
aumenta a permeabilidade mitocondrial 
↳ As proteínas BH3, quando ativadas, também permitem o 
extravasamento do material interno 
↳ O extravasamento ativa as enzimas citosólicas caspases, que levam a 
fragmentação do DNA e a outras alterações que culminam na morte 
celular 
- Via receptor de morte ou extrínseca: o desencadeamento de 
receptores semelhantes ao TNF, resulta na ativação da via comum de 
morte 
 
 
 
Supressão Imunológica por Tregs 
 Morte celular induzida por ativação 
 Tregs são linfócitos que controlam a resposta de outros linfócitos 
 Células T reguladoras podem se desenvolver no timo ou nos tecidos 
periféricos no reconhecimento de antígenos próprios e bloquear a 
ativação de linfócitos autorreativos 
 Os Tregs constituem uma subpopulação de TCD4+ com a função de 
suprimir as repostas imunes e manter a autotolerância 
 A geração de algumas Tregs necessita da citocina fator de transformação 
do crescimento-β (TGF-β) 
 O desenvolvimento e a sobrevivência das Tregs requerem IL-2 e o fator 
de transcrição FoxP3 
- A IL-2 produzida por células T convencionais, responsivas a 
autoantígenos ou antígenos estranhos, atua em Tregs que 
reconheceram o antígeno apresentado pelas APCs e promove a 
5 
 
 
Rafaela Pamplona 
sobrevivência e função das Tregs, tornando-as capazes de controlar as 
respostas das células T convencionais 
 
 
 
 Mecanismos de ação das Tregs 
- Produção das citocinas imunossupressoras IL-10 e TGF-β 
- Capacidade reduzida das APCs em estimularem as células T 
- Consumo de IL-2 
 
Tolerância Central dos Linfócitos B 
 Os linfócitos B imaturos que interagem fortemente com autoantígenos na 
medula óssea podem ser destruídos (seleção negativa) ou podem alterar 
a especificidade do receptor (edição do receptor) 
 Edição do receptor: é o processo que envolve a mudança da 
especificidade do receptor, reduzindo a probabilidade da célula B 
autorreativa saia da medula 
 Quando ocorre falha na edição do receptor, dependendo da avidez, a 
célula B autorreativa pode sofrer 
- Seleção negativa: alta 
avidez – as células B 
imaturas recebem sinais 
de morte e morrem por 
apoptose 
- Anergia: baixa avidez – 
as células B imaturas 
sobrevivem, mas são 
funcionalmente inativas 
 
Tolerância Periférica dos Linfócitos B 
 Linfócitos B maduros, que 
reconhecem antígenos próprios nos 
tecidos periféricos na ausência de 
células T auxiliares específicas, 
podem se tornar funcionalmente 
inativos ou morrer por apoptose 
 
 
Anergia 
 As células B anérgicas precisam de altos níveis do fator de crescimento 
BAFF para sobreviver, não conseguindo competir com as células B naive 
normais. Isso diminui a sobrevida, sendo eliminadas mais rapidamente. 
 
Deleção 
 As células B autorreativas com alta avidez sofrem morte por apoptose 
pela via mitocondrial (intrínseca) 
 
Sinalização pelos Receptores de Inibição 
 Nas células B autorreativas com baixa avidez ocorre o acoplamento de 
vários receptores inibitórios, permitindo respostas aos antígenos externos 
com a ajuda da célula T, mas não respostas a autoantígenos 
 
Patogênese da Autoimunidade 
 Características gerais 
- As doenças autoimunes podem ser sistêmicas ou órgão-especificas, 
dependendo da distribuição dos antígenos que são reconhecidos 
- As características clínicas e patológicas da doença são determinadas 
pela natureza da resposta imune dominante 
- Doenças autoimunes tendem a ser crônicas, progressivas e de 
autoperpetuação 
 
Fatores Genéticos 
 Herança de genes suscetíveis interferem nos mecanismos de 
autotolerância, levando a persistência de linfócitos T e B autorreativos 
 O risco hereditário para a maioria das doenças autoimunes é atribuído aos 
múltiplos loci genéticos, dos quais a maior contribuição é feita por genes 
do MHC 
 A incidência de uma doença autoimune é maior em indivíduos que 
herdam um alelo HLA em particular 
 As moléculas de classe II estão envolvidas na seleção e ativação das células 
TCD4+, que regulam as respostas imunológicas humorais e mediadas por 
células a antígenos protéicos 
 
 
 
6 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Possível mecanismo para a expressão inapropriada de MHC 
Trauma ou infecção viral 
↓ 
Resposta inflamatória localizada 
↓ 
Aumento da produção de IFNᵧ 
↓ 
Expressão de MHC II em células não APC 
↓ 
Ativação de células Th autorreativas 
↓ 
Autoimunidade 
 
 Genes não MHC 
- Combinações de múltiplos polimorfismos genéticos herdados, 
interagindo com fatores ambientais, induzem anormalidades 
imunológicas que levam a autoimunidade 
- Defeitos em gene único é mutação rara, mas de alta penetrância, logo 
a maioria dos portadores são afetados 
 
 
 
Estímulos ambientais 
 Infecção ou necrose nos tecidos promovem o influxo de linfócitos 
autorreativos e a ativação causa lesão tecidual 
 As lesões da autoimunidade não se devem ao agente infeccioso por si 
só, mas resultam das respostas imunes do indivíduo, que podem ser 
desencadeadas ou desreguladas pelo microrganismo 
 Uma infecção de um tecido pode induzir uma resposta local da imunidade 
inata, que pode ocasionar o aumento da expressão de coestimuladores e 
citocinas pelas APC teciduais, que são capazes de estimular células T 
autorreativas 
 Infecções microbianas podem produzir peptídeos que reagem de maneira 
cruzada com os autoantígenos, resultando em uma resposta imune contra 
os próprios antígenos → mimetismo molecular 
- Espondilite anquilosante: reação cruzada entre os epítetos de HLA B-
27 e da Klebsiella pneumonie 
- Artrite reumática: reação cruzada entre os epítetos de HLA-DR4 e 
Proteus mirabilis 
- Febre reumática: reação cruzada entre os epítetos de proteína M de 
estreptococos β hemolíticos e proteínas do sarcolema do miocárdio e 
miosina (cardite) 
 
 Infecções em sítios imunologicamente privilegiados 
pode causar lesão tecidual e liberar antígenos que 
normalmente são sequestrados pelo sistema imune, 
a liberação desses antígenos pode iniciar uma 
reação autoimune contra o tecido 
 
 
 
 
 
DoençasAutoimunes 
 Maior incidência em mulheres devido a presença do receptor de 
estrógeno localizado em células de defesa do corpo 
 As doenças autoimunes envolvem todos os aspectos da resposta imune 
 
 
 Classificação 
- Sistêmicas 
- Órgão-específicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Mecanismo de lesão tecidual 
- Hipersensibilidade Tipo II – citotóxica 
↳ Anemia hemolítica autoimune 
↳ Tireoide de Hashimoto 
 
 
 
- Hipersensibilidade Tipo III – imunocomplexos 
↳ Artrite reumatoide – deposição de imunocomplexos circulantes 
↳ Lúpus eritematoso sistêmico – DNA, ribossomo, histona etc. 
 
 
 
- Hipersensibilidade Tipo IV – mediada por células 
↳ Diabetes mellitus – células β pancreáticas 
↳ Artrite reumatoide – antígeno sinovial desconhecido 
↳ Esclerose múltipla – proteína básica da mielina, glicoproteínas, 
proteolípides 
 
 
 
 Indicações de que uma doença é autoimune 
- Presença de altos títulos de anticorpos e/ou autorreativos in vivo 
- Ligação de autoanticorpos e/ou reatividade das células T ao antigeno 
in vitro 
- Transferência da doença com soro e/ou linfócitos autorreativos 
- Imunopatologia compatível com processos mediados por mecanismos 
autoimunes 
- Efeito benéfico das intervenções imunossupressoras 
- Exclusão de outras causas possíveis para a doença 
- Associação ao MHC 
- Modelo animal semelhante a doença humana 
 Causas 
- Genéticas: relação com MHC 
- Influências hormonais: estrogênio. O estradiol se une aos receptores dos 
linfócitos Te B, aumentando a ativação e sobrevivência destas células, 
favorecendo a ocorrência de respostas imunes prolongadas 
- Meio ambiente: luz solar, tabagismo, pesticidas, sílica 
- Alimentação: influencia no microbioma 
- Fármacos: LES por medicação 
- Infecções: febre reumática 
 
Febre Reumática 
 Hipersensibilidade tipo II 
 É uma complicação inflamatória, não supurativa, de uma infecção de vias 
aéreas superiores pelo estreptococo β-hemolítico do grupo A de 
Lancefield 
 Cardite reumática 
- Doença cardiovascular adquirida, mais frequente na infância e 
adolescência. 
- Principal causa de óbitos por doença cardíaca em menores de 40 anos. 
 Etiopatogenia 
- Resposta antígeno-anticorpo (tipo II) 
- Proteína M da camada externa da parede celular do estreptococo (Ag); 
↳ Genética de susceptibilidade 
↳ Natureza do antígeno: produção de moléculas semelhantes à dos 
tecidos humanos 
 Fator de risco 
- Infecção estreptocócica não tratada 
 Quadro clínico: 1 a 3 semanas após a infecção 
- Critérios maiores 
↳ Cardite – pancardite (3 folhetos): 
▫ Endocardite (+ comum) 
▫ Miocardite 
▫ Pericardite (- comum) 
↳ Artrite 
▫ Manifestação mais frequente 
▫ Menos específica 
▫ Acomete grandes articulações 
▫ Fugaz, migratória e autolimitada 
↳ Coreia de Sydenham 
▫ Movimentos involuntários rápidos, arrítmicos e incoordenados 
▫ Hipotonia e disartria 
↳ Eritema marginado (rara) 
↳ Nódulos subcutâneos (rara) 
 
8 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Critérios menores 
↳ Febre 
↳ Artralgia 
↳ Laboratoriais: VHS, PCR, alterações ECG 
↳ Evidências de infecção: ASO e cultura de orofaringe 
 Diagnóstico 
- 2 critérios maiores ou 1 maior e 1 menores 
- Evidência de estreptococcia recente 
 Tratamento 
- Medidas gerais 
↳ Internação hospitalar, repouso no leito 
- Terapia antimicrobiana para erradicar o estreptococo da orofaringe 
↳ O fármaco de escolha é a Penicilina Benzatina e, se paciente for 
alérgico fazer Eritromicina por 10 dias. 
- Tratamento do processo inflamatório 
↳ Só deve ser instituído após confirmação diagnóstica 
↳ Fazer AAS 10mg/Kg/dia, divididos em 4 tomadas. No paciente alérgico 
a opção é o Naproxeno 
- Uso de esteroides – indicado nos casos de cardite 
↳ Prednisona na dose de 1-2mg/Kg/dia. 
↳ Caso não haja resposta fazer metilprednisolona IV 
- Tratamento da insuficiência cardíaca 
↳ Repouso no leito 
↳ Digital, diuréticos e inibidores da enzima de conversão da angiotensina 
- Tratamento da Coreia 
↳ Repouso em ambiente tranquilo 
↳ Haloperidol, diazepam, carbamazepina ou ácido valpróico 
 Profilaxia secundária 
- Indicada em todos os pacientes com o diagnóstico de FR 
↳ Para evitar a ocorrência de novos surtos de FR aguda, o que poderia 
ocasionar o desenvolvimento de lesão cardíaca ou agravar uma lesão 
preexistente 
- Droga escolhida: Penicilina Benzatina a cada 3 semanas, pacientes 
alérgicos utilizar Sulfadiazina ou Eritromicina 
- Duração 
↳ Paciente sem envolvimento cardíaco: até os 18 anos de idade ou por 
5 anos após o último surto (considerar o período mais longo) 
↳ Paciente com envolvimento cardíaco: até os 25 anos ou por 10 anos 
após o último surto (considerar o período mais longo) 
↳ Paciente com lesão residual valvar grave ou após cirurgia cardíaca: 
por toda a vida 
 
Tireoidite de Hashimoto 
 Hipersensibilidade tipo II 
 É a tireodopatia mais comum → hipotireoidismo 
 95% dos casos em mulheres, entre 20 e 40 anos 
 Caracterizada por falência gradual da tireoide devido a destruição 
autoimune da glândula tireoide 
 Tem forte componente genético, associada ao polimorfismo do antigeno 
associado ao linfócito T citotóxico 4 (CTLA4) e ao gene da proteína 
tirosina fosfatase-22 (PTNP22) 
 Patogenia 
- Causada por uma interrupção na autotolerância aos antígenos 
tireoidianos 
- Presença de autoanticorpos circulantes contra a tireoglobulina e a 
peroxidase tireoidiana 
- Mecanismos imunológicos que contribuem para a morte da célula 
tireoidiana 
↳ Morte celular mediada por célula T citotóxica CD8+ 
↳ Morte celular mediada por citocinas: a ativação excessiva de cél T 
leva a produção de citocinas inflamatórias Th1, como INFᵧ, resultando 
no recrutamento e ativação de macrófagos e danos aos folículos 
↳ Ligação de anticorpos antitireoidianos seguida por citotoxicidade 
mediada por célula, dependente de anticorpos 
 
 
 
 Autoanticorpos e células T para antígenos da tireoide 
 Anticorpos contra tireoglobulina e peroxidase, impedindo a capacitação 
de iodo 
 Processo inflamatório intenso na tireoide (linfócitos, plasmócitos e 
macrófagos) 
 Aumento do volume glandular (papo) → bócio: irregular e de consistência 
firma 
 Diminuição da produção de hormônios da tiroide (hipotireoidismo) 
 Quadro clínico 
 
 
9 
 
 
Rafaela Pamplona 
Doença de Graves 
 Hipersensibilidade tipo II 
 É a tireodopatia mais comum → hipertireoidismo 
 10x mais comum em mulheres, entre 20 e 40 anos 
 Caracterizada por uma tríade de achados clínicos 
- Hipertireoidismo decorrente de aumento hiperfuncional difuso da 
tireoide 
- Oftalmopatia infiltrada com exoftalmia resultante 
- Dermatopatia infiltrada localizada (mixedema pré-tibial) 
 Componente genético associado aos polimorfismos de genes de função 
imunológica: CTLA4 e PTPN22 e o alelo HLA-DR3 
 Patogenia 
- Interrupção da autotolerância aos antígenos tireoidianos, principalmente 
TSH, resultando na produção de múltiplos anticorpos 
↳ Imunoglobulinas estimuladoras da tireoide: o anticorpo IgG se liga ao 
receptor de TSH e mimetiza a sua ação, estimulando o aumento 
da liberação dos hormônios tireoidianos 
↳ Imunoglobulinas estimuladoras da tireoide do crescimento: 
proliferação do epitélio folicular tireoidiano 
↳ Imunoglobulinas inibidoras da ligação do THS: anticorpos 
antirreceptores de TSH evitam que o TSH se ligue normalmente 
ao seu receptor nas células epiteliais tireoidianas 
 
 
 
 Na mulher grávida, anticorpos IgG patogênicos cruzam a placenta e se 
acumulam no feto. As crianças desenvolvem anticorpos tireoide-
estimulantes e nascem com hipertireoidismo, podendo ser curadas por 
meio da plasmaférese, removendo os anticorpos maternos 
 
 
Miastenia Gravis 
 Hipersensibilidade tipo II 
 Doença muscular autoimune causada pela perda de receptores de 
acetilcolina, causando fraqueza muscular 
 Patogenia 
- Autoanticorpos contra o receptormuscular da acetilcolina (AChR) 
provocam a perda funcional dos AChRs na junção neuromuscular por 
meio de 
↳ Fixação do sistema complemento, causando prejuízo direto para a 
membrana pós-sináptica 
↳ Aumento da internalização e degradação dos receptores 
↳ Inibição da ligação da acetilcolina 
 
 
 
Espondilite Anquilosante 
 Ausência de fator reumatoide 
 Distúrbio inflamatório que afeta principalmente o esqueleto axial 
 Prevalência no sexo masculino, após 40 anos 
 Fator genético relacionado ao antigeno de histocompatibilidade HLA-B27 
 A citocina TNFᵧ tem papel central na patogenia imune da EA 
 Reação contra o peptídeo próprio associado ao B27 pode estar associado 
a infecções 
 Chlamydia, Shigella, Salmonella, Yersinia e Campylobacter 
 Sacroileíte com infiltrado inflamatório mononuclear é a manifestação mais 
precoce 
 
 
 
10 
 
 
Rafaela Pamplona 
GNDA - Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica 
 Hipersensibilidade tipo III 
 Processo inflamatório não supurativo em todos os glomérulos de ambos 
os rins 
 Sequela de estreptocócica. 
 É a glomerulopatia mais frequente na infância 
 Etiopatogenia 
- Infecção com cepas patogênicas: proteína M na parede celular 
- Antigeno-anticorpo-complemento: resposta tipo III 
- Alterações na membrana basal glomerular 
- Diminuição de filtragem glomerular 
 Quadro clínico 
- Edema de face 
- Hipertensão arterial 
- Hematúria 
- Complicações 
↳ Congestão circulatória 
↳ Encefalopatia hipertensiva 
↳ Insuficiência renal aguda 
 Exames complementares 
- Sumário de urina: hematúria 
- Complemento C3 baixo 
- Ureia e creatinina normais ou elevadas 
 Tratamento 
- Antibióticos para estreptococos 
- Repouso 
- Dieta hipossódica 
- Restrição hídrica 
- Diuréticos 
 Prognóstico 
- Autolimitada 
- Regressão espontânea em 95% dos casos 
- Seguimento: EAS mensais até desaparecer hematúria micro 
- Controle da PA 
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico - LES 
 Hipersensibilidade tipo III 
 LES é um transtorno complexo de origem multifatorial, decorrente de 
interações entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais que atuam 
em conjunto para causar ativação dos linfócitos T auxiliares e B, resultando 
na produção de várias espécies de autoanticorpos patogênicos 
 Dominante em mulheres na idade fértil entre 15 e 25 anos 
 Doença multissistêmica de origem autoimune 
 Caracterizada por um vasto conjunto de anticorpos antinucleares ou 
fatores anti-núcleo 
 Causa lesões na pele, articulações, rim e serosas 
 Os anticorpos contra antígenos nucleares (FANs) são agrupados em 
- Anticorpos contra o DNA 
- Anticorpos contra histonas 
- Anticorpos contra proteínas não histonas ligadas ao RNA 
- Anticorpos contra antígenos nucleolares 
 Patogenia 
 
 
- Fatores genéticos relacionados as alelos MHC 
↳ Perda de tolerância imunologia a vários alérgenos 
↳ Formação de imunocomplexos 
- Irradiação UV e outras agressões ambientais levam a apoptose, a 
remoção inadequada dos núcleos destas células resulta em uma grande 
carga de antígenos nucleares 
- Os linfócitos T e B autorreativos são estimulados por antígenos 
nucleares, que passam a produzir anticorpos contra os antígenos 
- Complexos antígeno-anticorpo ligam-se a receptores Fc nos linfócitos 
B e nas células dendríticas e podem ser internalizados 
- Os componentes do ácido nucleico envolve os TLRs e estimulam os 
linfócitos B a produzirem autoanticorpos e ativam células dendríticas 
para produzirem interferons e outras citocinas, que aumenta ainda mais 
a resposta imune e causam mais apoptose 
- Ciclo de liberação antigeno e ativação imune, resultando na produção 
de autoanticorpos de alta afinidade 
 Mecanismo de lesão tecidual 
- A maioria das lesões viscerais é causada por imunocomplexos 
- Anticorpos específicos para hemácias, leucócitos e plaquetas opsonizam 
estas células e promovem sua fagocitose e lise 
- Célula LE ou corpos de hematoxilina: é qualquer leucócito fagocitário 
que tenha englobado o núcleo desnaturado de uma célula lesada 
 
 
 
11 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Quadro clínico 
- Comprometimento cutâneo 
↳ Rash malar, petéquias, purpuras 
- Alopecia 
- Comprometimento músculo esquelético 
↳ Artrite, artralgia, mialgia 
- Hepatoesplenomegalia 
- Linfoadenomegalias 
- Comprometimento cardíaco, pulmonar, SNC e oftalmológico 
- Nefrite lúpica 
↳ Principal causa de morbidade 
 Encontrados típicos de lúpus 
- Febre de origem indeterminada, com ou sem HE. 
- Comprometimentos cutâneos de duração prolongada, especialmente 
se fotossensíveis. 
- Quadros articulares. 
- Hematúria microscópica, proteinúria isolada. 
- Anemias hemolíticas, trombocitopênicas, leucopenias inexplicáveis. 
- Quadros neuropsiquiátricos. 
- Quadros multisistêmicos. 
 Encontrados típicos de lúpus 
- PCR 
- VHS e eletroforese de proteínas → Fan 
- Anticorpo anti-DNA: atividade lúpica. 
- Anticorpo antifosfolípede 
- Anticardiolipina e anticoagulante. 
- Anemia 
- Leucopenia 
- Trombocitopenia 
 Tratamento 
- Corticoterapia: prednisolona e metilprednisolona. 
- Drogas antimaláricas: cloroquina e hidroxicloroquina. 
- AINH → naproxeno 
- Imunossupressores: Ciclofosfamida, Metrotrexato, Azatriopina 
- Imunoglobulinas EV 
- Talidomida e dapsona 
- Tacrolimo e pimecrolimo 
- Anticorpos monoclonais: rituximabe 
- Aspirina 
 
Artrite Reumatoide 
 Hipersensibilidade tipo IV 
 Artrite crônica por mais de 6 semanas 
 Distúrbio inflamatório sistêmico que pode afetar diversos tecidos e órgãos, 
mas ataca principalmente as articulações 
 Deformante e incapacitante 
 Produz uma sinovite proliferativa e inflamatória não supurativa que em 
geral progride para destruição da cartilagem articular e anquilose das 
articulações 
 Atinge mais mulheres, entre 40 e 70 anos 
 Artrite reumatoide juvenil: antes dos 16 anos 
 Etiopatogenia 
- Suscetibilidade genética: alelos específicos de HLA-DRB1 e PTPN22 
↳ Associada com os antígenos do sistema HLA classe II 
↳ Presença de citocinas inflamatórias: TNFα e IL-17 
- Artritogênico ambiental: agentes microbianos desencadeiam a AR 
- Autoimunidade: resposta humoral e celular 
↳ Fator reumatoide (IgM) é um anticorpo contra a porção Fc da IgG, 
que também é anticorpo.. O FR e a IgG se unem e formam 
complexos que contribuem patogênese 
 Patogenia 
- Desencadeada pela exposição de um hospedeiro geneticamente 
susceptível a um antigeno artritogênico, resultando na eliminação da 
autotolerância imunológica e reação inflamatória crônica 
- Continuidade da reação autoimune, com ativação de células T helper 
CD4+ e a liberação local de mediadores inflamatórios e citocinas que 
por fim destroem a articulação 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Mediadores ligados a sinovite destrutiva proliferativa 
- Citocinas secretadas pelas células T, tais como interferon e IL-17, agem 
nos sinoviócitos e macrófagos estimulando a produção de moléculas 
pró-inflamatórias, como IL-1, IL-6, IL-23, TNF, PGE2, NO e fatores de 
crescimento TGF-β e fator estimulador de colônia de granulócitos-
macrófagos 
 Mediadores inflamatórios 
- Ativam células endoteliais na sinóvia e então facilitam a ligação 
leucocitária e a transmigração 
- Induzem a produção aumentada de metaloproteinases da matriz de 
cartilagem, que atua junto aos complexos antigeno-anticorpos na 
destruição da cartilagem articular 
- Potentes estimuladores da osteocastogênese e atividade osteoclástica 
pela produção de RANK 
 Curso clínico 
- Afeta as articulações periféricas 
bilateralmente 
- Marcos radiológicos: osteopenia 
justarticular e erosões ósseas, além do estreitamento do espaço 
articular com perda da cartilagem 
- Presença do fator de artrite reumatoide e anticorpo anti-CCP são 
indicadores laboratoriais que juntos são sensíveis e específicos para AR 
 Quadro clínico 
- Artrite crônica: pequenas articulações,simétrica e deformante 
- Comuns da ARJ: fadiga, febre, astenia, mialgia, exantema, adenomegalias 
e esplenomegalias 
- Principais tipos 
 
 Diagnóstico 
- Rigidez matinal 
- Artrite em 3 ou mais articulações 
- Artrite típica das mãos 
- Artrite simétrica 
- Nódulos reumatoides 
- Fator reumatoide sérico 
- Alterações radiológicas típicas 
 Laboratório 
- Hemograma 
- Provas de atividade inflamatória: VHS e PCR 
- Autoanticorpos: FR e FAN 
 Tratamento 
- Conservador 
- Multidisciplinar 
- Sintomáticos: AINH (1ª linha) 
- AINES: naproxeno, indometacina, ibuprofeno 
- Agentes antirreumáticos modificadores da doença (DMARD) 
↳ Metrotrexato, sulfassalazina, hidroxicloroquina 
- Corticoides: oral e intra-articular (uso limitado) 
- Imunossupressores: ciclosporina, Azatioprina 
- Agentes biológicos: TNFα, inibidores de IL-1, depletor de células B 
 
Diabetes Mellitus Tipo I 
 Hipersensibilidade tipo IV 
 Causa a destruição das ilhotas de Langerhans principalmente pelas células 
efetoras imunológicas que reagem contra antígenos endógenos das 
células β 
 Se desenvolve na infância e manifesta na puberdade, progredindo com a 
idade 
 A maioria dos pacientes são dependentes de insulina 
 Suscetibilidade genética: polimorfismo nas moléculas de HLA CTLA4, 
PTPN22 e CD25 
 Fatores ambientais: infecções virais como fator de disparo da destruição 
das células da ilhota 
 Patogenia 
- Ocorre a falha na autotolerância das células T, sendo inativadas nos 
linfonodos peripancreáticos 
- Cél T ativadas chegam ao pâncreas, onde causam lesão as células β 
↳ Células Th1: danificam as células β através da secreção de citocinas, 
inclusive INFᵧ e TNF 
↳ CTLs CD8+: matam diretamente as células β 
 
 
 Complicações da DM 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Rafaela Pamplona 
Esclerose Múltipla 
 Hipersensibilidade tipo IV 
 Doença desmielinizante autoimune 
 
 
 
 Caracterizada por episódios distintos de instalação de déficits neurológicos, 
separados no tempo, atribuíveis a lesões de substância branca que são 
separadas no espaço 
 As células T CD4+ das subpopulações Th1 e Th17 reagem contra 
autoantígenos de mielina, resultando em inflamação com ativação de 
macrófagos ao redor dos nervos no cérebro e na medula espinhal, 
destruição da mielina, anormalidades na condução nervosa e déficit 
neurológicos 
 O exame patológico revela inflamação na substância branca do SNC e 
desmielinização 
 Quadro clínico: fraqueza, paralisia e sintomas oculares com exacerbações 
e remissões 
 É uma doença autoimune órgão especifica mediada principalmente por 
linfócitos T 
 Infiltrados perivasculares de linfócitos e macrófagos na substância branca 
do SNC, seguida por desmielinização 
 Patogênese 
- A doença inicia com células CD4+, Th1 e Th17 ativadas e específicas 
para antígenos proteicos da mielina 
- Th1 secreta INF que ativam macrófagos 
- Th17 promove o recrutamento de leucócitos 
- Leucócitos ativados e seus produtos lesivos promovem a 
desmielinização 
 
 
 
 
 
FAN – Fator Antinuclear 
 É um exame utilizado no rastreamento de autoanticorpos no sangue 
(soro) de pacientes com suspeita de doença autoimune 
 O fator antinuclear (FAN) é um grupo de autoanticorpos 
 Os autoantígenos detectado pelo FAN podem estar no núcleo, nucléolo, 
citoplasma ou aparelho mitótico 
 Está associado às doenças autoimunes, mas pode ocorrer em diversas 
outras situações 
 Imunofluorescência com células HEp-2: padrão ouro, teste qualitativo e 
quantitativo 
 Bastante sensível, mas pouco específico. A presença do exame positivo 
não significa presença de doença autoimune, como também a sua 
ausência não exclui a presença de uma autoimunidade. A avaliação do 
padrão e da titulação do exame é de grande importância na interpretação. 
 Quanto maior a titulação, maior a chance de a pessoa apresentar uma 
doença autoimune e determinados padrões falam mais a favor de 
autoimunidade 
 Associações 
- Doenças reumáticas 
↳ Lúpus eritematoso sistêmico (LES) 
↳ Doença mista do tecido conjuntivo 
↳ Miosites inflamatórias (dermatomiosite, polimiosite) 
 Outras situações 
- Neoplasias 
- Hepatites (autoimunes, B ou C) 
- Infecções 
- Próteses de silicone 
- Indivíduos sadios (5-15%) 
- Indivíduos acima de 60 anos (30-40%) 
 Prevalência 
 
14 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Na prática clínica 
- Limitações 
↳ Não possibilita diagnóstico definitivo 
↳ Prevalência de 15% na população sadia 
↳ Especificidade de 20 a 40% 
↳ Valor preditivo positivo 10 a 30% 
- Exames de triagem 
↳ Sensibilidade de 90 a 95% 
↳ Alto valor preditivo negativo 
- Mau uso do exame 
↳ Solicitações sem indicação 
↳ Má interpretação 
- Para se maximizar a utilidade do FAN 
↳ Solicite como triagem somente em pacientes com forte suspeita 
clínica de doença reumática 
↳ Atenção ao padrão de IFI e à titulação 
↳ Confirme os anticorpos específicos 
 
 
 
Imunologia dos Tumores 
 O câncer surge da proliferação e disseminação descontroladas de clones 
de células transformadas 
 O crescimento de tumores malignos é determinado pela capacidade de 
proliferação das células tumorais e pela capacidade delas de invadir os 
tecidos do hospedeiro e metastatizar para locais distantes 
 A letalidade dos tumores malignos se deve ao crescimento descontrolado 
dentro de tecidos normais, causando danos e prejuízos funcionais 
 O caráter maligno reflete 
- Defeitos na regulação da proliferação celular 
- Resistência das células tumorais à morte apoptótica 
- Capacidade das células tumorais de invadir os tecidos do hospedeiro e 
formar metástases para locais distantes 
- Evasão tumoral dos mecanismos de defesa imune 
 Função fisiológica do sistema imune é de reconhecer e destruir clones 
de células transformadas antes que se transformem em tumores e de 
eliminar tumores depois de formados 
 Vigilância imunológica: é controle e a eliminação das células malignas pelo 
sistema imune 
 Imunoeditoração do câncer: descrever os efeitos do SI na prevenção da 
formação de tumores e definir as propriedades imunogênicas, 
selecionando as células tumorais que escapam à eliminação 
Características Gerais da Imunidade Tumoral 
 SI interage com a célula tumoral durante a formação e o desenvolvimento 
 Processo envolve a seleção de mecanismos de evasão pelas células 
tumorais, permitindo o seu crescimento até o estágio clinicamente 
detectável 
 Teoria da imunoedição tumoral é constituído de três fases 
Três “Es” da imunoedição 
- Eliminação: inicialmente, o sistema imune reconhece as células 
transformadas e recruta moléculas pró-inflamatórias 
- Equilíbrio: no segundo momento, as células tumorais selecionadas que 
não foram destruídas geram variantes que carregam mutações 
possibilitando a resistência. Na fase de equilíbrio, coexistem as células de 
baixa imunogenicidade que compõem o tumor e as células e moléculas 
responsáveis pelo controle do crescimento 
- Evasão: fase final, após esta seleção natural darwiniana, as células 
tumorais se desenvolvem agora em um ambiente anérgico 
 
 
 
 Tumores estimulam respostas adaptativas específicas 
- Circundados por infiltrados de células mononucleares, compostos por 
linfócitos T, células natural killer (NK) e macrófagos ativados 
- Os linfócitos e macrófagos ativados estão presentes nos linfonodos que 
drenam os locais de crescimento tumoral 
- As respostas imunes contra os tumores apresentam as características 
que definem a imunidade adaptativa, ou seja, a especificidade e a 
memória, e constituem a função fundamental dos linfócitos 
 As respostas imunes frequentemente falham em evitar o crescimento de 
tumores 
- Tumores apresentam mecanismos especializados para evadir da SI 
- As células tumorais são derivadas das células do hospedeiro e 
assemelham-se a células normais 
- Os tumores que crescem sofreram mutações que reduzem a 
capacidade deestimular fortes respostas imunes 
- O crescimento rápido e a disseminação de um tumor supera a 
capacidade do SI de controlar eficazmente o tumor 
 O SI pode ser ativado para eliminar eficazmente as células tumorais e 
erradicar tumores 
- O aumento da resposta antitumoral do hospedeiro é o objetivo do 
tratamento 
 
15 
 
 
Rafaela Pamplona 
Antígenos Tumorais 
 Classificação de acordo com os padrões de expressão 
- Antígenos específicos do tumor: antígenos expressos apenas nas 
células tumorais 
- Antígenos associados ao tumor: antígenos tumorais que também são 
expressos nas células normais 
 Classificação moderna é baseada na estrutura molecular e na origem dos 
antígenos expressos pelas celular tumorais, que estimulam respostas de 
células T ou de anticorpos nos seus hospedeiros 
 
 
 
 
 
Produtos de Genes Mutados 
 Transformação neoplásica resulta das alterações genéticas em proto-
oncogenes em genes supressores de tumor 
 Genes cujos produtos são necessários para a transformação maligna ou 
para a manutenção do fenótipo maligno 
- Produzidos por: mutações pontuais, deleções, translocações 
cromossômicas ou inserções de genes virais que afetam os proto-
oncogenes celulares ou genes supressores de tumor 
- São proteínas nucleares e citosólicas que são degradadas no 
proteassoma e podem ser apresentadas ao MHC de classe I nas células 
tumorais 
 Antígenos tumorais podem ser produzidos por genes mutados 
aleatoriamente cujos produtos não estão relacionados ao fenótipo maligno 
- Os agentes carcinogênicos que induzem os tumores podem mudar 
aleatoriamente qualquer gene do hospedeiro 
- A via apresentadora de antigeno MHC I pode apresentar os peptídeos 
a partir de qualquer proteína citossólica mutada de qualquer tumor 
 
Proteínas Celulares Superexpressas 
 Antígenos tumorais que induzem respostas imunes podem ser proteínas 
celulares normais, que são anormalmente expressas nas células tumorais 
- Alguns antígenos tumorais são proteínas não mutadas em níveis baixos 
nas células normais e superexpressas nas células tumorais 
Ex.: tirosinase, enzima envolvida na biossíntese da melanina expressa 
nos melanócitos normais e nos melanomas 
- A tirosina é produzida em quantidades tão pequenas e em tão poucas 
células que não é reconhecida pelo SI e não induz a tolerância 
- O aumento na quantidade produzida pelas células do melanoma pode 
desencadear respostas imunes 
 Antígenos de câncer/testículos são proteínas expressas nos gametas e 
trofoblastos e em muitos tipos de canceres, mas não nos tecidos 
somáticos normais 
 
 
 
Antígenos de Vírus Oncogênicos 
 Os produtos de vírus oncogênicos funcionam como antígenos tumorais 
e induzem respostas de células T especificas que podem servir para 
erradicar tumores 
- Vírus de DNA estão envolvidos no desenvolvimento de vários tumores 
↳ Vírus Epstein-Barr (EBV), que está associado ao linfoma de células B 
e ao carcinoma nasofaríngeo; 
↳ Papilomavírus humano (HPV), que está associado ao carcinoma do 
colo do útero, orofaringe e em outros locais; 
↳ Herpesvírus associado ao sarcoma de Kaposi (KSHV/HHV-8), 
associado a tumores vasculares. 
- Nos tumores induzidos por vírus de DNA, os antígenos proteicos 
codificados pelos vírus são encontrados no núcleo, citoplasma ou 
membrana plasmática das células tumorais 
- A imunidade adaptativa pode ter capacidade de impedir o crescimento 
de tumores 
- A constatação de resposta imune contra vírus levou ao 
desenvolvimento de vacinas contra vírus oncogênicos 
16 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
Antígenos Oncofetais 
 São proteínas expressas em níveis elevados nas células cancerosas e em 
condições normais de desenvolvimento de tecidos fetais, mas não em 
adultos 
- Genes que codificam estas proteínas são silenciados durante o 
desenvolvimento e são reativados na transformação maligna 
 Antigeno carcinoembrionário (CEA) 
- É uma proteína de membrana altamente glicosilada que é um membro 
da superfamília de imunoglobulinas (Ig) e funciona como uma molécula 
de adesão intercelular 
- A expressão do CEA está elevada em muitos carcinomas do colo do 
intestino, pâncreas, estômago e da mama 
- Nível sérico do CEA é utilizado como marcador de diagnóstico 
 α-feto proteína (AFP) 
- AFP é uma glicoproteína circulante normalmente sintetizada e 
secretada na vida fetal pelo saco vitelino e pelo fígado, que é substituída 
proteína pela albumina 
- Nível sérico elevado de AFP é um indicador de tumores hepáticos ou 
de células germinativas avançados ou de recidiva destes tumores após 
o tratamento 
 
Glicolipídios e Glicoproteínas Alterados 
 A maioria dos tumores expressam altos níveis ou formas anormais de 
glicoproteínas e glicolipídios de superfície, que podem ser marcadores de 
diagnóstico e alvos para terapia 
 Incluem gangliosídeos, antígenos do grupo sanguíneo e mucinas 
 Alguns aspectos do fenótipo maligno dos tumores, incluindo a invasão 
tecidual e o comportamento metastático, podem refletir propriedades 
alteradas da superfície celular, resultantes da síntese de glicolipídios e 
glicoproteínas anormais 
 Gangliosídeos: são glicolipídios expressos em níveis elevados em 
neuroblastomas, melanomas e diversos sarcomas 
 Mucinas: CA-125 e CA-19-9, expressa em carcinomas de ovário, e a MUC- 
1, expressa em carcinomas da mama e do colo do intestino. 
↳ MUC-1 é uma proteína integral da membrana que indica carcinoma 
ductal da mama 
 
Antígenos de Diferenciação Tecido-Específicos 
 Os tumores podem expressar moléculas que são normalmente expressas 
apenas nas células de origem do tumor e não nas células de outros 
tecidos. 
 Denominados antígenos de diferenciação, pois são específicos para 
determinadas linhagens ou estágios de diferenciação de vários tipos de 
células. 
 Importantes para identificação do tecido de origem dos tumores 
 Os linfomas podem ser diagnosticados como tumores derivados de células 
B por meio da detecção de marcadores de superfície característicos 
desta linhagem, como o CD10 e o CD20 
 
 
 
Mecanismos Efetores Antitumorais 
 Respostas imunes adaptativas, mediadas por células T, controlam o 
desenvolvimento e a progressão de tumores malignos 
 
Linfócitos T 
 Principal mecanismo de proteção imune adaptativa contra tumores está 
na eliminação das células tumorais por CTL CD8+ 
 
 
17 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Os CTLs podem desempenhar uma função de vigilância por 
reconhecer e destruir células potencialmente malignas que expressam 
peptídeos derivados de antígenos tumorais que são apresentados 
associados ao MHC de classe I 
- Células mononucleares derivadas do infiltrado inflamatório em tumores 
sólidos, denominadas de linfócitos infiltrantes do tumor (TILs), contém 
CTL com a capacidade de destruir o tumor a partir do qual foram 
derivadas 
- O bloqueio das vias inibitórias, eliminando as contenções das respostas 
imunes, induz o desenvolvimento de fortes respostas de células T 
contra o tumor 
 As respostas de células TCD8+ específicas para antígenos tumorais 
podem exigir apresentação cruzada dos antígenos tumorais pelas células 
dendríticas 
- Processo de apresentação cruzada ou cross-priming gera CTL efetor, 
que são capazes de reconhecer e destruir as células tumorais sem a 
necessidade de haver uma coestimulação 
- As células CD4+ podem desempenhar um papel nas respostas imunes 
antitumorais, proporcionando citocinas para a diferenciação de células 
T CD8+ naive e de memória em CTL efetores 
- As células T auxiliares específicas para antígenos tumorais são capazes 
de secretar citocinas, como TNF e IFNᵧ, que podem aumentar 
expressão do MHC I pelas células tumorais e a sensibilidade à lise por 
CTLs 
- O IFNᵧ também pode ativar macrófagos para eliminar células tumorais 
- Importância do IFNᵧ na imunidade antitumoral é demonstrada pelo 
aumento da incidência de tumores na ausência dessacitocina, do 
receptor de IFNᵧ ou dos componentes da cascata de sinalização do 
receptor de IFNᵧ 
 
Anticorpos 
 Portadores de tumores podem produzir anticorpos contra vários 
antígenos tumorais 
 Os anticorpos podem destruir as células tumorais através da ativação do 
complemento ou por citotoxicidade dependente de anticorpos, na qual 
macrófagos portadores do receptor Fc ou células NK medeiam a 
eliminação 
 
 
 
Células NK 
 Eliminam muitos tipos de células tumorais, especialmente células que 
apresentam expressão diminuída do MHC de classe I e expressam ligantes 
para receptores de ativação da célula NK 
 Podem destruir células infectadas por vírus e certas linhagens de células 
tumorais, especialmente de tumores hematopoéticos. 
 Respondem à ausência de moléculas do MHC I, pois o reconhecimento 
delas proporciona sinais inibidores para as células NK 
 A capacidade tumoricida das células NK é aumentada pelas citocinas, 
incluindo o IFNᵧ, IL-15 e IL-12, e os efeitos antitumorais destas citocinas são 
parcialmente atribuídos à estimulação da atividade das células NK 
 As células NK ativadas por IL-2, chamadas de células assassinas ativadas 
por linfocina (LAK), são as assassinas mais potentes de tumores do que 
as células NK não ativadas 
 
Macrófagos 
 São capazes tanto de inibir como de promover o crescimento e a 
propagação de cânceres, dependendo do seu estado de ativação 
- Macrófagos M1 podem destruir células tumorais 
- Macrófagos M2 contribuem para a proliferação tumoral, secretando 
fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), TGF-β, e outros 
fatores solúveis que promovem a angiogênese tumoral 
 
 SI pode contribuir para o crescimento de tumores sólidos 
A ativação crônica de algumas células imunes inatas é 
caracterizada por angiogênese e remodelação tecidual, que 
favorecem o crescimento e disseminação tumorais 
 
 
 
 
Vigilância e Escape Imunes 
 Tumores malignos desenvolvem mecanismos para escapar das respostas 
imunes antitumorais 
 Mecanismos de evasão podem ser classificados 
- Inibição ativa de respostas imunes antitumorais 
- Perda dos antígenos que dirigem essas respostas 
18 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
 
 
 Crescimento seletivo de variantes antigeno-negativas: durante a 
progressão tumoral, subclones fortemente imunogênicos podem ser 
eliminados 
 Perda ou redução da expressão de moléculas de MHC: células tumorais 
podem ser capazes de expressar níveis normais de MHC I, escapando do 
ataque das células T citotóxicas 
 Falta de coestimulação: evita a sensibilização, gera células T anérgicas ou 
induzem a apoptose das cél T 
 Imunossupressão: agentes oncogênicos suprimem a resposta imune. 
 Mascaramento de antígenos por moléculas de glicocálice 
 Apoptose de células T citotóxicas: expressão do FasL elimina as células 
T tumor-especificas 
 
 
 
 
 
 
 
Imunoterapia para Tumores 
 A maioria das terapias estabelecidas para o câncer serem baseadas em 
fármacos (quimioterapia) ou radiação que matam células em divisão ou 
que bloqueiam a divisão celular, além de serem tratamentos que 
produzem efeitos prejudiciais nas células normais em proliferação. Como 
resultado, o tratamento de cânceres causa significativa morbidade e 
mortalidade 
 A imunoterapia tem o potencial de ser o tratamento mais tumor-
específico, devido as células tumorais explorarem diversas vias normais de 
imunorregulação ou tolerância para evadir a resposta imune do 
hospedeiro 
 Objetivo de aumentar a resposta imune fraca do hospedeiro contra os 
tumores (imunização ativa) ou para administrar anticorpos ou células T 
específicos contra tumores, uma forma de imunidade passiva 
- Imunoterapia passiva para tumores com células T e anticorpos 
(imunidade não duradoura) 
- Terapia celular adotiva com transferência de células imunológicas 
cultivadas que tenham reatividade antitumoral 
- As células a serem transferidas são propagadas de linfócitos de 
pacientes com tumor (leucócitos do sangue periférico) 
 
Estimulação de Resposta Imune Ativa 
 Estimulação imune inespecífica 
 Administração de vacinas compostas de células tumorais mortas, 
antígenos tumorais ou células dendríticas incubadas com antígenos 
tumorais 
 
Vacinação com Antígenos Tumorais 
 Usa antígenos que são exclusivos de um único tumor, como antígenos 
produzidos por mutações pontuais aleatórias em genes celulares 
 A maioria das vacinas contra tumores são vacinas terapêuticas, que 
devem ser administradas após o tumor ser encontrado e, para ser eficaz, 
deve superar a regulação imune que os cânceres estabelecem 
 Tumores induzidos por vírus pode ser reduzido pela vacinação preventiva 
com antígenos virais ou vírus vivos atenuados 
 
 
 
Bloqueio de Vias Inibitórias para Promover 
Imunidade Tumoral 
 Bloqueio de células T é o método mais promissor para melhorar a 
resposta imune dos pacientes contra os tumores 
19 
 
 
Rafaela Pamplona 
 A abordagem de estimulação das respostas imunes através da remoção 
de inibição, chamada de bloqueio dos pontos de verificação 
- Após a interação do receptor de célula T com o complexo MHC, pode 
haver interação das moléculas CTLA4 com B7 e PD1 com PDL1 
- Essas interações inibem a ação citotóxica das células T contra o câncer 
- A utilização de anticorpos específicos contra a CTL4 ou PD1 inibiria 
essas interações, liberando a ação citotóxica da célula T 
 
 
 
 
 
Aumento da Imunidade Antitumoral com 
Citocinas 
 Estimulam a proliferação e diferenciação de linfócitos T e células NK 
 Ativam as células dendríticas e células T especificas do tumor (CTLCD8+) 
 Induzir respostas inflamatórias inespecíficas 
 Usa IL-2, IFNα, TNF, IFNᵧ e fatores de crescimento hematopoéticos 
 
Estimulação Inespecífica do SI 
 Administração local de substâncias inflamatórias ou por tratamento 
sistêmico com agentes que funcionem como ativadores policlonais de 
linfócitos. 
 Bactérias funcionam como adjuvantes e podem estimular respostas de 
células T contra antígenos tumorais 
 A BCG intravesicular é usada para o tratamento do câncer de bexiga. 
 
Imunoterapia Passiva com Células T e Anticorpos 
 Envolve a transferência de efetores imunológicos, incluindo células T e 
anticorpos específicos para os tumores, para os pacientes 
 A imunização passiva contra tumores é rápida, mas não leva à imunidade 
de longa duração 
 
 
Terapia Celular Adotiva 
 Imunoterapia celular adaptativa 
 É a transferência de células imunes em cultura que tenham reatividade 
antitumoral para um hospedeiro portador de tumor 
 As células do sistema imune são derivadas do sangue ou de um tumor 
sólido de um paciente com câncer, e, em seguida, são tratadas de várias 
maneiras para expandir numericamente e melhorar a sua atividade 
antitumoral, antes da reinfusão no paciente 
 
. 
 
 Utilizando células T que expressam receptores de antigeno quimérico 
(CAR) tem sido bem-sucedida em algumas doenças hematológicas, e esta 
abordagem está em estudo para outros tumores 
 As células T transferidas sofrem uma proliferação mais intensa no 
paciente, em resposta ao reconhecimento do antígeno tumoral pelo CAR 
 A morte do tumor é alcançada tanto por mecanismos citotóxicos diretos 
como por mediados por citocinas 
 
Efeito Enxerto-Versus-Leucemia 
 Administração de células T e células NK junto de células-tronco 
hematopoéticas de um doador alogênico pode contribuir para a 
erradicação do tumor 
 O efeito é dirigido a moléculas do MHC alogênicas presentes nas células 
hematopoéticas do receptor, inclusive as células leucêmicas 
 As células NK doadoras respondem às células tumorais porque os 
tumores podem expressar baixos níveis de moléculas do MHC I, que 
normalmente inibem a ativação das células NK 
 
Terapia com Anticorpos Antitumorais 
 Anticorpos monoclonais 
 Anticorpos antitumorais podem erradicar tumores pelos mesmos 
mecanismosefetores que são utilizados para eliminar os microrganismos, 
20 
 
 
Rafaela Pamplona 
incluindo opsonização e fagocitose, ativação do sistema de complemento, 
e citotoxicidade celular dependente de anticorpos 
 Alguns anticorpos podem ativar diretamente as vias intrínsecas da 
apoptose nas células tumorais 
 
 
 
 Anticorpo anti-CD25 
- Se liga somente em linfócitos Th e Tc ativados 
 
 
Características das estratégicas de entrega 
selecionadas para imunoterapias contra o câncer 
 
 
Conclusões e Direções Futuras 
 Os principais desafios permanecem antes que os imunoterápicos possam 
ser administrados a uma ampla gama de pacientes 
 A inovação em tecnologias de distribuição de medicamentos poderia 
abordar muitos deles 
 Embora a imunoterapia tenha sido amplamente estudada e amplamente 
implementada em cânceres hematológicos e melanoma, o 
direcionamento a tumores sólidos com imunoterapias atualmente 
disponíveis não foi alcançado 
 A entrega de células do sistema imunológico a tumores sólidos pode ser 
melhorada por meio de uma melhor compreensão do transporte de 
células do sistema imunológico para os tecidos sólidos 
 Por exemplo, foi demonstrado que as células CAR T penetram na barreira 
hematoencefálica. 
 Especula-se que este seja um efeito do aumento da permeabilidade da 
barreira hematoencefálica em pacientes com certas doenças, embora o 
mecanismo preciso pelo qual isso ocorre ainda esteja sob investigação 
 Novas estratégias para projetar células T para expressar CARs, como o 
uso de CRISPR-Cas9 para edição de genoma multiplexado232.233, 
poderiam melhorar ainda mais nossa compreensão fundamental da 
entrega de células T aos órgãos-alvo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Rafaela Pamplona 
Imunodeficiências 
 Imunidade: resistência do hospedeiro à infecção por determinado 
microrganismo 
 Principais funções: 
- Proteção contra agentes infecciosos e parasitários 
- Controle de desenvolvimento de neoplasias malignas 
- Tolerância imunológica 
- Homeostase de órgãos e tecidos 
 Características que interferem na resposta imune 
- Idade 
- Ambiente 
- Fatores: genéticos, anatômicos, fisiológicos, metabólicos, microbianos 
 Imunodeficiência primária ou congênita: defeitos em 1 ou mais 
componentes do SI, podendo desencadear distúrbios graves e até fatais 
 Imunodeficiência secundária ou adquirida: não são doenças hereditárias, 
ocorrem como consequência de desnutrição, câncer disseminado, 
tratamento com imunossupressores ou infecção das células do SI (HIV) 
 Principal consequência da imunodeficiência é o aumento da 
susceptibilidade à infecção 
 
Imunidade a Infecção 
Imunidade Inata 
 Proporciona a rápida ativação das respostas inflamatórias com base no 
reconhecimento de moléculas expressas pelos microrganismos ou 
moléculas que funcionam como “sinais de perigo” liberados pelas células 
quando atacadas 
 Desencadeia resposta inflamatória 
 Não é específica e não gera memória 
 Barreira físicas: defesa antiviral 
- Pele, mucosa, secreções 
- Complemento → Fagócitos: neutrófilos e macrófagos 
→ Fatores humorais: lisozima, interferons 
→ Células NK 
 Deficiências do complemento e das células NK resultam em infecções 
virais recorrentes 
 
Imunidade Adquirida 
 Atua no reconhecimento clonal de antígenos, seguido por expansão de 
células que respondem ao antigeno e pela execução de um efetor imune 
 É específica e gera memória 
 Linfócitos T e B, em que o B 
depende do T para gerar 
imunidade humoral de longa 
duração 
 
 Imunidade Humoral: Imunoglobulinas 
 Defeitos desencadeiam o aumento da susceptibilidade à infecção 
por bactérias encapsuladas, formadoras de pus e alguns vírus 
- IgG 
▫ Única a atravessar a barreira placentária 
▫ Nível Sanguíneo no RN  Nível Materno 
▫ Níveis caem rapidamente após o nascimento: 
↳ Entre 3-7 meses → hipogamaglobulinemia fisiológica 
▫ A criança atinge os níveis sanguíneos do adulto entre 6-8 anos 
▫ Tem atividade antibacteriana, antiviral e antiprotozoário 
▫ É a imunoglobulina sérica mais abundante 
- IgM 
▫ Não cruza a barreira placentária 
▫ Nível Sanguíneo no RN  5 a 20% dos valores do adulto 
▫ Tem atividade contra bactérias gram negativas 
▫ É a imunoglobulina que predomina na resposta primária 
▫ Atinge os valores do adulto por volta de 1 ano de idade 
- IgA 
▫ Responsável pela defesa das mucosas 
▫ Desenvolvimento lento 
▫ Principal função é 
↳ Neutralizar a ação de vírus 
↳ Inibir a adesão de bactérias ao epitélio 
▫ Nível de IgA total atinge o do adulto no começo da adolescência 
- IgE 
▫ Anticorpo das doenças 
alérgicas 
▫ Ação contra parasitas 
intestinais 
 Imunidade Celular 
 Defeitos na imunidade mediada por células levam a infecção por 
vírus e microrganismos intracelulares 
- Linfócitos 
▫ TCD4 → auxiliares 
▫ TCD8 → supressores 
▫ Respondem pela memória imunológica 
▫ Conferem proteção contra bactérias intracelulares, vírus, fungos e 
protozoários 
 
Imunodeficiências 
 Quebra do equilíbrio da imunidade 
 Defeitos no sistema imune aumenta 
- Risco de infecções 
- Doenças autoimunes 
- Reações de hipersensibilidade 
- Tumores (associados as imunodeficiências de células T) 
22 
 
 
Rafaela Pamplona 
 As imunodeficiências que resultam no aumento da susceptibilidade a 
infeções 
- Primarias 
↳ Congênitas 
↳ Genéticas 
- Secundárias 
↳ Agentes citotóxicos 
↳ Agentes infecciosos 
 
Imunodeficiência Primária - IDP 
 Epidemiologia 
- Doenças genéticas de herança mendeliana 
- Difícil diagnostico → doenças raras e complexas 
- Pode envolver todos os aspectos de resposta imune 
- Anormalidade está nos 
↳ Componentes do sistema inato: via complemento ou fagócitos 
↳ Diferentes estágios de desenvolvimento dos linfócitos 
▫ Linfócitos B: produção de anticorpos deficiente, diagnosticada pelos 
baixos níveis séricos de imunoglobulina 
↳ Respostas dos linfócitos maduros aos estímulos antigênicos 
▫ Linfócitos T: deficiência na imunidade mediada por células, redução 
da produção de anticorpos dependentes de cél T. Diagnosticada 
pela redução do número de cél T no sangue periférico 
- Classificação das IDPs de acordo com 
↳ O braço do SI que é deficiente 
↳ Mecanismo do defeito 
- As consequências da IDPs variam de acordo com a função das 
moléculas que apresentam deficiências 
 Prevalência 
- Humoral 60% - Celular 20% 
- Fagócitos 18% - Complemento 2% 
 Características típicas das imunodeficiências primárias e dos erros inatos 
da imunidade 
- Doenças crônicas 
- Envolve macrófagos incomuns 
- Tratamento convencional soluciona apenas parcialmente 
Mecanismos 
 Defeitos predominantes de Linfócitos B (ID Humorais) 
- Bloqueio na maturação 
↳ Imunodeficiência combinada grave (SCID) 
↳ Agamaglobulinemia ligada ao X ( D. De Brutton) 
- Defeitos na função 
↳ Síndrome hiper- IgM 
- Defeitos na produção 
↳ Deficiência de IgA e imunodeficiência comum variável (IDCV) 
 
 Defeitos predominantes de Linfócitos T (ID Celulares) 
- Hipoplasia do Timo ( Síndrome de Di George) 
 Defeitos combinados T e B (ID combinadas graves) 
 Defeitos de Neutrófilos 
 Defeitos de Complemento 
 
 
 
 
 
Imunodeficiências Humorais 
 Defeitos no desenvolvimento, ativação das células B ou síntese de 
anticorpos anormais 
 Resultam em desordens, em que a anormalidade primária acontece na 
produção de anticorpos 
 
Deficiência Seletiva de IgA 
 IgA < 5 mg/dl com outras Igs normais 
 Imunidade celular normal: bloqueio na diferenciação de células B em 
plasmócitos secretores de anticorpos IgA 
 Prevalência: é a IDP mais comum 
- 1:1.000 → População geral 
- 1:200 → Alérgicos Graves 
- 1:50 → Asmáticos Graves 
23 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Falha no desenvolvimento dos linfócitos produtores de IgA 
 Herança autossômica dominante ou recessiva 
 Deficiência de IgAsérica e na IgA secretora 
 Manifestações clínicas 
- Maioria assintomático 
- Sintomáticos: manifestações refletem a importância da IgA secretora 
na proteção das barreiras mucosas de comensais e microrganismos 
patogênicos 
↳ Broncopneumonia, otite, amigdalite, sinusite, giardíase de difícil 
tratamento, diarreia, estomatite, quadros alérgicos graves 
↳ Fenômenos de autoimunidade: AR/LES, diabetes I/hepatites 
autoimunes, doença celíaca, tumores TGI 
 Tratamento 
- Antibioticoterapia profilática 
- Controle dos quadros infecciosos 
- Prognóstico satisfatório: fenômenos de autoimunidade 
 
Imunodeficiência Comum Variável (IDCV) 
 Definida pela redução dos níveis séricos de Ig, falha na resposta de 
anticorpos à infecção e vacinas, e aumento da incidência de infecções 
 Defeito predominante é a deficiência de anticorpos 
 Também ocorre defeitos em células T 
 Patogenia 
- Linfócitos T incapazes de fazer diferenciação em linfócitos B 
- Linfócitos B incapazes de secretar anticorpos 
- Autoanticorpos contra células B 
 Incidência → 1:10.000 a 1:50.000 
 Inicio da doença: até 10 anos ou entre 15 e 30 anos 
 Manifestações clínicas 
- A deficiência de Ig e as infecções patogênicas associadas, normalmente 
por Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae 
↳ Infecções recorrentes de vias aéreas (sinusites e pneumonias), 
bronquiectasias 
- Infecções enterovirais 
- Giardíase 
- Doenças autoimunes, incluindo a anemia perniciosa, anemia hemolítica, 
doença inflamatória do intestino e artrite reumatoide, podem ser 
clinicamente significativas 
 Laboratório 
- Baixos níveis de IgA, IgM e IgG 
- Linfócitos T e B normais 
 Tratamento 
- Antibióticos 
- Reposição de gamaglobulina IV 
 Prognóstico 
- Reservado se associado a defeitos em células L ou DPOC ou neoplasias 
 
Agamaglobulina Ligada ao X 
 Caracterizada por um defeito profundo no desenvolvimento da célula B 
 Causada por uma mutação no gene BTK, localizado no cromossomo X 
- Ocorre bloqueio na transformação da pré-célula B em célula B 
 Sexo masculino → defeito genético dominante 
 Baixos níveis de imunoglobulinas – total < 250 mg/dl 
 Ausência de linfócitos B em periferia e linfonodos 
 Linfócitos T normais 
 Manifestações clínicas 
- Infecções de VAS e inferiores por bactérias piogênicas 
- Giardíase e má absorção 
- Doença pulmonar crônica 
- Infecções de SNC potencialmente fatais (Ecovírus) 
 Tratamento 
- Controle das infecções 
- Gamaglobulina IV ou subcutânea 
 Prognóstico 
- Sombrio – 3ª década linfomas e doença pulmonar crônica 
 
Hipogamaglobulinemia transitória do Lactante 
(HTL) 
 Forma branda e temporária da agamaglobulina 
 Defeito temporário em células T? 
 Associa-se à hipogamaglobulinemia fisiológica → 5 – 6 meses de vida 
 Mantém-se até cerca de 2 anos de vida 
 Baixos níveis de IgG, IgM e IgA 
 Linfócitos B circulantes normais 
 Manifestações clínicas 
- Infecções TGI e respiratórias de repetição 
- Alergia alimentar 
 Tratamento 
- Controle das infecções 
 Prognóstico 
- Resolução até 4 anos de vida 
 
Imunodeficiências Celulares 
 IDP envolvendo linfócitos T tem consequências patológicas 
 São de pobre prognóstico, necessitam de diagnóstico e intervenção 
precoces 
 Células T auxiliares CD4+ necessárias para a produção de anticorpos 
dependentes 
 Células Th1 CD4+ ajudam aos macrófagos para a morte de 
microrganismos intracelulares 
 Células Th2 CD4+ produzem IL-4, IL-5 e IL-13 que recrutam e ativam 
eosinófilos 
24 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Células Th17 CD4+ produz IL-17 e IL-22 recrutam neutrófilos para pele e 
pulmões, combatendo bactérias e fungos 
 Células T CD8+ citotóxicas 
 
Síndrome de DiGeorge 
 Não há desenvolvimento dos 3º e 4º arcos faríngeos 
- Ausência de Timo: ausência de células T maduras 
- Alterações nas glândulas paratireoides: causando a homeostase anormal 
do cálcio e espasmos musculares (tetania), desenvolvimento anormal 
dos vasos e deformidades faciais 
 Causada por alteração do cromossomo 22 
 Pode ser 
- Total → Fácies sindrômico 
- Parcial 
 Prevalência: 1-5 em 100.000 indivíduos 
 Manifestação clínicas 
- Tetania hipercalcêmica 
- Defeitos cardíacos 
- Infecções recorrentes (vírus, fungos, bactérias e protozoários) 
 
 
 
 Laboratório 
- ↓ linfócitos T 
- ↑ linfócitos B 
 Tratamento 
- Reposição de cálcio e vitamina D 
- Antibióticos profiláticos 
- Transplante de tímico fetal ou transplante de medula óssea 
 
Imunodeficiência Combinada Grave 
 Acometem células B e T (SCID) 
 Manifestação clínica 
- Infecções de boca e pele por C. albicans 
- Diarreia prolongada 
- Pneumonias (bactérias atípicas) 
 Tratamento: urgência!!! 
- Transplante de medula óssea 
 Incidência → 1:1.000.000 
 Manifestações clínicas 
- Abcessos fúngicos e bacterianos em tecidos profundos de órgãos ricos 
em macrófagos, como linfonodos, fígado e pulmões 
- Infecções cutâneas recorrentes 
 Teste do NBT e DHR: indica baixa produção de espécies reativas de 
oxigênio pelos PMN 
 
Defeitos de Complemento 
 Deficiência em qualquer componente da via clássica predispõe a infecções 
bacterianas nos tecidos ou trato respiratório 
 Deficiências em qualquer componente da fase lítica (C5 a C9) predispõem 
indivíduos afetados a infecções sistêmicas por Neisseria 
 Predisposição a doenças autoimunes (LES) 
 Angioedema hereditário 
 Tratamento: controle das manifestações 
 
Sinais de Alerta para IDP 
1 - 2 ou mais pneumonias no último ano 
2 - 4 ou mais novas otites no último ano 
3 - Estomatites de repetição ou monialíase por +2x 
4 - Abscessos de repetição ou ectima 
5 - 1 episódio de infecção sistêmica grave 
6 - Infecções intestinais de repetição, diarreia crônica, giardíase 
7 - Asma grave, doença do colágeno ou autoimune 
8 - Efeito adverso ao BCG ou infecção por micobactérias 
9 - Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada a 
imunodeficiência 
10 - História familiar de imunodeficiência 
 
Imunodeficiência Secundária - IDS 
 Causada por mecanismos patogênicos 
- Neoplasias envolvendo medula óssea → redução do desenvolvimento 
de leucócitos 
- Quimioterapia → diminuição de precursores dos linfócitos na medula 
- Imunossupressores → redução da ativação de linfócitos, bloqueio de 
citocinas, problemas no transito de leucócitos 
- Infecção Viral (AIDS) → depleção de células TCD4+ 
↳ HIV 1 
↳ HIV 2 
- Desnutrição protéica calórica → desarranjo metabólico inibe a 
maturação e a função dos linfócitos 
- Asplenia → diminuição da fagocitose de microrganismos 
AIDS 
 Caracterizada por uma profunda imunossupressão acompanhada por 
infecções oportunistas e tumores malignos, emaciação e degeneração do 
SNC 
 HIV infecta vários tipos de células do sistema imunológico, incluindo células 
TCD4+ auxiliares, macrófagos e células dendríticas 
 Entidade clínica reconhecida na década de 80 
25 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Continua a se disseminar por todo o mundo 
 Doença de notificação compulsória. 
 Etiologia: retrovírus 
- HVI-1: causa mais comum de AIDS 
- HIV-2: AIDS de progressão mais lenta 
 Epidemiologia 
- Predomínio 20 – 49 anos 
- Abaixo de 14 anos 4% dos casos 
- AIDS pediátrico 80% 
- Perinatal - maior risco próximo e durante o parto 
 Patogênese – Ciclo de vida do HIV 
- Infecção se inicia quando a glicoproteína do envelope gp120 do vírus se 
liga a proteínas da célula hospedeira 
- A ligação de gp120 a moléculas CD4, induz uma alteração 
conformacional que promove a ligação secundária de gp120 a um 
correceptor de quimiocinas 
- Altera a conformação em gp41, que se insere na membrana celular, 
permitindo que a membrana viral se una à membrana da célula-alvo 
- Após o vírus completar o seu ciclo de vida na célula infectada as 
partículas virais livres são liberadas da célula infectada e se ligam a uma 
célula não infectada, propagandoassim a infecção. 
 
 
 
 Patogênese – infecção pelo HIV 
- Começa com infecção aguda, que é parcialmente controlada pelo SI, 
progredindo para infecção crônica de tecidos linfóides periféricos 
- Infecção aguda se caracteriza pela infecção das células T de memória 
CD4+ em tecidos linfoides das mucosas (maior reservatório de cél T) 
- Na transição para a fase crônica é acompanhada pela disseminação do 
vírus, viremia e o desenvolvimento de respostas imunes 
↳ A replicação provoca viremia 
↳ A viremia permite que o vírus se dissemine e infecte as células T 
auxiliares, macrófagos e células dendríticas 
- Na fase crônica, o baço e os linfonodos são locais de replicação contínua 
do HIV e de destruição celular 
↳ Período de latência clínica com pouca ou nenhuma manifestação HIV 
 
 
 Transmissão e risco 
- Contato sexual 
- Sangue 
- Líquidos corporais 
- Materno-fetal 
 Historia natural 
- Exposição: 1 – 12 semanas 
- Infecção aguda: 2 – 18 semanas 
- Soroconversão: 5 a 10 anos 
- Assintomático 
- Sintomático 
- AIDS 
 Características clínicas da AIDS 
- Aumento de susceptibilidade a infecções 
↳ Pneumocystis jiroveci (fungo) 
↳ Micobactérias atípicas 
↳ Citomegalovírus 
- Aumento de susceptibilidade a neoplasias 
- Pequena parcela de infectados controlam as manifestações sem terapia 
 Laboratório 
- TCD4+ → baixos níveis 
- TCD8+ → Normais no início 
- Alterações na relação: TCD4+ / TCD8+ 
- Carga Viral 
 
AIDS Pediátrica 
 Transmissão perinatal em 80% dos casos 
- Maior risco próximo e durante o parto 
- Risco adicional – aleitamento materno 
- Contraindicação – amamentação cruzada 
 Protocolo 
- Testagem durante o pré-natal / hora do parto 
- Tratamento na gestação e hora do parto 
- Parto abdominal 
- Acompanhamento 
26 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Acompanhamento do Recém-nascido 
- Assistência adequada na sala de parto 
- Cuidados com a higiene do RN 
- Administração da zidovudina nas primeiras 2 horas até 6 semanas de 
vida 
- Fórmula láctea 
- Imunização convencional 
 Padrões de infecção 
- Progressão rápida: 20 – 30% dos casos 
↳ Infecções graves 
↳ Sobrevida até 4 anos 
- Progressão normal: 70 – 80% dos casos 
↳ Início na idade escolar 
↳ Sobrevida até 10 anos 
- Progressão lenta 
↳ Infecções raras 
↳ Linfócitos TCD4: normais 
 Manifestações clínicas 
N – Assintomático 
A – 2 ou mais 
↳ Infecções VAS persistentes e recorrentes 
↳ Linfoadenopatia 
↳ H – E / Aumento crônico das parótidas 
↳ Dermatite persistente 
B 
↳ Pancitopenia grave por >30 dias 
↳ Meningite bacteriana / PNM ou Sepse 
↳ Candidíase oral >2meses 
↳ Miocardiopatia / Diarreia crônica 
↳ Hepatite / Infecção por CMV 
↳ Estomatite viral recorrente 
↳ Febre >2 meses 
↳ Pneumonite / H Zoster / Varicela complicada 
↳ Pneumonia intestinal linfocítica (Grave) 
C 
↳ Infecções bacterianas graves 
↳ Infecções oportunistas / fúngicas / Carinii 
↳ Encefalopatias 
↳ Déficit de DNPM 
↳ Tb disseminada / Salmonelose disseminada 
↳ Toxoplasmose / Caquexia 
↳ Sarcomas / Linfomas 
 
 
 
 
 Tratamento AIDS 
- Drogas 
↳ IITRN (inibidor da transcriptase reversa análogo do nucleosídeo) 
▫ AZT (zidovudina) 
▫ ddl (Didanozina) / 3TC (Lamivudina) 
▫ d4T (Estavudina) / ABC (Abacavir) 
↳ ITRNN (não análogo do nucleosídeo) 
▫ NVP (Neviparina) 
▫ EFZ (Efavirenz) 
↳ IP (inibidor de proteases) 
↳ NFV (Nelfinavir) 
↳ RTV (Ritonavir) 
↳ IDV (Indinavir) 
↳ LPV (Lopinavir) 
- Educação 
↳ Comportamentos de riscos 
↳ Testagem de gestantes 
↳ Controle de natalidade 
↳ Precaução universal 
↳ Acompanhamento dos grupos de risco 
↳ Tratamento adequado 
↳ Acompanhamento dos efeitos colaterais dos medicamentos

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