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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL Disciplina: Questão Social e Serviço Social Supervisão Técnica e Acadêmica em Serviço Social Aluno/a Gracir Pereira Rodrigues RU: 2623084 Desenvolvimento Histórico do Serviço Social e Seus Desafios Contemporâneos Neste trabalho bibliográfico será apresentado um panorama histórico do Serviço Social no Brasil, onde iremos abordar uma breve reflexão sobre a história da profissão, processos de trabalho, questão social e suas expressões, políticas sociais e os desafios enfrentados pela profissão, tomaremos como base as reflexões abordadas por Santos (2018) – O Trabalho do Assistente Social e Seus Desafios na Contemporaneidade. Abordaremos também sobre a inserção dos assistentes sociais nas diferentes políticas setoriais e espaços sócio-ocupacionais (Morani & Hora, 2015). Histórico do Serviço social Brasileiro, objeto de trabalho e questão social O serviço social teve suas origens no início da década de 1930, o período de 1936 a 1945 marca o surgimento das primeiras escolas de serviço social em São Paulo, instituições destinadas à formação de profissionais do serviço social. O surgimento do serviço social no Brasil foi estreitamente ligado aos propósitos de mobilização da Igreja Católica, em um processo de resgate de sua homogenia, garantir seus interesses e privilégios corporativos (Brandao, 2006). O início da profissão do serviço social teve grande influência da classe dominante, ou seja, pelo interesse do capital, como um modo de o Estado intervir nas relações entre as empresas e proletariado, por meio da prestação de serviços e interesse social. O serviço social como profissão sofreu influência do modelo franco-belga no qual a profissão se mobilizou para promover as ações da Igreja Católica e sua prática doutrinária. Este modelo foi 2 substituído pelo modelo norte americano o que resultou em uma ênfase à ação de filantropia e ajuste social. De acordo com Iamamoto (2017), O serviço social brasileiro contemporâneo é a expressão de amplo movimento de lutas pela democratização da sociedade e do Estado no país, onde, a ascensão dos movimentos das classes sociais, das lutas em torno da elaboração e aprovação da Carta Constitucional de 1988 e da defesa do estado de direito. Assim o serviço social tem como objeto de trabalho a questão social, que é um conjunto de expressões que definem as desigualdades sociais da sociedade. A questão social é mais que a expressão da pobreza, fome, miséria, desemprego, violência, entre outros, ou seja, a questão social é o retrato da sociedade, onde é possível analisar as contradições entre capital, trabalho e condições sociais. Percebemos que a questão social é o objeto do serviço social, pois se trata de uma atuação em favor da criação de condições fundamentais para a reprodução social. IAMAMOTO, (1997, p. 14), define o objeto do Serviço Social nos seguintes termos: “Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] ... a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente social”. Transformação do trabalho e os desafios da profissão É na trama de relações sociais e concretas, na historia social da organização da sociedade brasileira que se gestam as condições para que, no processo de divisão social e técnica do trabalho, o Serviço Social constitua um espaço de profissionalização e assalariamento. O assistente social integra ao mercado de trabalho como agentes responsáveis pela execução de políticas criadas no âmbito do Estado. Almeida (1996) considera que as políticas sociais são espaços que se organizam a prestação de serviço a partir de processos de trabalho coletivos nos quais se inserem os assistentes sociais, sejam eles no espaço público ou privado. As décadas de 1980 e 1990 foram adversas para as políticas sociais e se constituíram em um espaço fértil para a entrada das idéias neoliberais no Brasil, no qual foram tirando as 3 bases dos sistemas de proteção social e redirecionando as intervenção do Estado em relação às questões sociais, passando aos apelos da filantropia e a solidariedade da sociedade civil. Portanto a categoria profissional enfrenta o desafio de decifrar algumas lógicas do capitalismo contemporâneo. Novas questões se colocam para o serviço social, seja na intervenção ou na construção de conhecimentos, estas questões estão ligadas as transformações ocorridas no mundo do trabalho. O trabalho do assistente social é atravessado por determinações, que necessitam ser compreendidas para além do aparente. A apreensão dessas determinações na sua essência significa compreender a profissão na totalidade das relações sociais (IMAMOTO, 2012). As relações sociais e as condições de trabalho do assistente social refletem os rebatimentos das transformações operadas na esfera produtiva e estatal. Essas características do mundo do trabalho contemporâneo polivalência, a terceirização, subcontratação com contratos temporários, queda salarial e desemprego, pois a forma de inserção do assistente social mediante concurso público vem sendo modificada pelo aumento das contratações temporárias e da terceirização das atividades profissionais via cooperativas, fundações, entidades filantrópicas e organizações não governamentais, que corroboram a grande tendência de precariedade das relações e condições de trabalho. Os espaços de atuação profissional são dotados de racionalidades e funções distintas da divisão social e técnica do trabalho. Por isso, entender o trabalho do assistente social nos diferentes espaços sócio-ocupacionais pressupõe entender a profissão em suas particularidades (ALMEIDA e ALENCAR, 20). Sendo assim, o trabalho do assistente social é atravessado por determinações, que precisam ser compreendidas além do aparente. Essas determinações dizem respeito a sua inserção no trabalho coletivo, entender a sua inserção em um espaço ocupacional ou em um trabalho que expressa o trabalho em geral do assistente social, pois nosso trabalho não é um trabalho isolado, e sim um processo diverso nos quais se inscreve o assistente social na condição de trabalho assalariado. Falar sobre as determinações do trabalho do assistente social também julga entender como a profissão intervém nas diferentes manifestações da questão social. Nesse sentido, a profissão também vem sofrendo essas inflexões, com expressivas alterações nas demandas de trabalho e no próprio mercado de trabalho, no qual o assistente social se insere pela mediação das condições de assalariamento, em um contexto de redução de direitos e de relações de trabalho precarizadas (IAMAMOTO, 200). São muitos os desafios para os profissionais no exercício da profissão na contemporaneidade, pois é tendenciosa a venda da força de trabalho especializada do 4 assistente social enquanto trabalhador assalariado, mas o grande desafio para o serviço social nas transformações contemporâneas da sociedade brasileira é: fortalecer os vínculos com as instituições de organizações das lutas sociais, que permanecem na luta contra o capital e avançar na inserção dos movimentos de rearticulação da organização classista dos trabalhadores. Considerações finais Neste trabalho foi possível apresentaruma reflexão sobre os fundamentos do serviço social brasileiro onde passou por diversos desafios na transformação do trabalho como profissão ao longo das últimas décadas. A trajetória da profissão esta voltada à questão social, garantia dos direitos da classe trabalhadora, e as transformações vividas pelas políticas sociais, conhecer a história da profissão e suas conquistas e desafios é fundamental para que possamos trilhar esse caminho, reivindicando nossas ações e direitos profissionais. Referência bibliográfica ALBANETE, Eliana Aparecida Gonçalves. Serviço Social no Brasil: panorama histórico e desafios. Curitiba: Intersaberes, 2017. BERAS, Cesar. Democracia, cidadania e sociedade civil. Curitiba: Intersaberes, 2013. MORANI, Carla do Nascimento Santos. HORA, Senir Santos da. O Serviço Social no âmbito das políticas sociais: discutindo as tensões entre projeto profissional e trabalho assalariado. O Social em Questão - Ano XVIII - nº 34 – 2015. Acesse: http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_34_17_Morani_Hora.pdf MACHADO, Ednéia Maria. Questao social: O objeto do Serviço Social. Disponível em: https://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v2n1_quest.htm. Acesso em 17 de maio de 21. SANTOS, Douglas Alves dos. O trabalho da/o assistente social e seus desafios na contemporaneidade. 6º Encontro Internacional de Política Social. 13º Encontro Nacional de Política Social Duzentos anos depois: A atualidade de Karl Marx para pensar a crise do capitalismo. Vitória (ES, Brasil), 04 a 07 de junho de 2018 file:///C:/Users/92005847/Downloads/20195-57730-1-SM.pdf
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