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Morte celular, resposta inflamatória e cura tecidual Giovanni Cerrone 1 Cadeia de eventos 2 Morte celular Resposta inflamatória Cura tecidual inflamação Flogose: do latim inflamare e do grego phlogos, que significam “pegar fogo” Reação dos tecidos a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício inflamação A reação inflamatória é um dos componentes mais importantes da execução da resposta imunitária Embora faça parte dos mecanismos defensivos contra grande número de agressões, em muitos casos ela própria pode também causar danos ao organismo inflamação Inflamação pode ser causada por grande número de estímulos, infecciosos ou não Agressões exógenas (físicas, químicas, biológicas) ou endógenas (genética, metabólica,imunológica) inflamação A inflamação é um processo regulado Algumas moléculas induzem mediadores pró-inflamatórios Outras estimulam mediadores responsáveis por limitar e terminar o processo: mediadores anti-inflamatórios e pró-resolução mediadores anti-inflamatórios e pró-resolução mediadores pró-inflamatórios inflamação Os efeitos lesivos de uma inflamação dependem do balanço entre mecanismos pró-inflamatórios e anti-inflamatórios O conhecimento deles é essencial para o uso de medicamentos para tratar as doenças inflamatórias histórico A reação inflamatória é conhecida há muito tempo Na Antiguidade, os gregos a definiam pelos seus sinais e sintomas típicos, considerados sinais cardinais: calor, rubor, tumor e dor Os médicos romanos acrescentaram: alterações funcionais Mecanismo da inflamação Série de eventos que se iniciam com o reconhecimento da agressão (o agente inflamatório) Liberação de mediadores inflamatórios, que induzem modificações sistêmicas e na microcirculação Alterações na microcirculação Saída de plasma e de leucócitos dos vasos e estímulos para reparar os danos produzidos A reação inflamatória representa um fenômeno ao mesmo tempo defensivo e reparador, sendo indissociáveis esses dois efeitos Reconhecimento de agressões Reconhecimento de: moléculas trazidas com o agente agressor moléculas geradas por ação deste em componentes do organismo Reconhecimento de agressões As moléculas existentes em patógenos recebem o nome genérico de PAMP (pathogen associated molecular pattern) As resultantes de alterações em moléculas do organismo ou de estresse metabólico por agressões diversas são denominadas DAMP (damage associated molecular pattern) PAMP Associada à patógeno DAMP Associada à dano Agressão Extrínseca PAMP Intrínseca DAMP Etiologia Molécula de reconhecimento Exemplo PAMP Exemplo dAMP Reconhecimento de agressões O conjunto de PAMP e DAMP é denominado alarminas, moléculas de alarme ou moléculas sinalizadoras de agressão DAMP e PAMP são reconhecidos em receptores celulares, normalmente na menbrana citoplasmática Reconhecimento de agressões Microrganismos, células mortas e dano tecidual de qualquer origem são as principais fontes de alarminas Podem originar DAMP Núcleo Citoplasma Matriz extracelular componentes nucleares atuando como DAMP componentes nucleares atuando como DAMP Fragmentos de DNA de dupla-hélice Proteínas nucleares ativam fatores pró-inflamatórios e de sobrevivência (antiapoptóticos) fatores de sobrevivência -antiapoptóticos componentes nucleares atuando como DAMP ATP, ADP e adenosina são eliminados por células agredidas e ativam vias pró-inflamatórias (ATP) ou anti-inflamatórias (ADP e adenosina) Uratos e pirofosfatos acumulam-se em células agredidas e são liberados após morte celular, são reconhecidos e geram efeitos pró-inflamatórios componentes citoplamáticos atuando como DAMP componentes citoplamáticos atuando como DAMP defensinas e catelicidinas, proteínas com ação microbicida e com efeito pró-inflamatório Proteínas S100 quando liberadas têm efeitos pró-inflamatórios componentes citoplamáticos atuando como DAMP HDGF: proteína expressa em neurônios, é secretada e liberada após a morte por necrose (mas não por apoptose) e tem efeito neurotrófico, ativando a regeneração de prolongamentos neuronais Proteínas do choque térmico (HSP) Induzidas quando as células são agredidas, conhecidas como proteínas do estresse Têm efeito antiapoptótico, estabilizam o citoesqueleto Além de atuarem dentro das células, podem ser secretadas e atuar em receptores, ativando processos de sobrevivência e pró-inflamatórias anexina A1 A proteína tem efeitos anti-inflamatórios porque impede a saída de monócitos e neutrófilos dos vasos Em algumas células, a anexina A1 tem efeito antiproliferativo e induz apoptose, inclusive em macrófagos e neutrófilos, o que também contribui para o efeito anti-inflamatório da proteína Liípios celulares Células agredidas produzem derivados lipídicos que participam da resposta imediata a agressões. Os mais importantes são: (1) fator ativador de plaquetas (PAF), que ativa leucócitos e favorece a sua adesão e a quimiotaxia (2) prostaglandinas e leucotrienos, pró-inflamatórios (3) lipoxinas e resolvinas são moléculas anti-inflamatórias componentes intersticiais atuando como DAMP Interstício ou matriz extracelular É o conjunto de macromoléculas que se localizam entre as células de um tecido ou do lado externo de qualquer célula componentes intersticiais atuando como DAMP Agressão tecidual pode também gerar produtos de quebra de moléculas da matriz Fragmentos de ácido hialurônico, sulfato de dermatano, sulfato de heparano, fibronectina, fibrinogênio e biglicano podem ser reconhecidos em receptores TLR e iniciar uma resposta inflamatória componentes intersticiais atuando como DAMP Algumas citocinas (p. ex., TGF-β) ficam ligadas a componentes da matriz e são liberadas após uma agressão regulação efeitos pró-inflamatórios -Aumento da permeabilidade vascular -Multiplicação celular -Regeneração celular -Fatores antiapoptóticos efeitos antiinflamatórios -Diminuição da permeabilidade vascular -Fatores antiproliferativos -Fatores pró-apoptóticos Mecanismos de defesa Mecanismos de defesa Ao lado de atitudes (reflexas ou adquiridas) que permitem fugir ou evitar agressões, o organismo humano tem dois mecanismos básicos de defesa: (1) barreiras mecânicas e químicas no revestimento do corpo e de suas cavidades (pele e mucosas) (2) resposta imunitária, que é o mecanismo de defesa mais importante do organismo Pele células de Langerhans As células de Langerhans são um tipo de células dendríticas Função de células apresentadoras de antígenos encontradas em tecidos linfóides e não linfóides Nos tecidos não linfóides (pele) são especializados na defesa e processamento de antígenos estranhos pele A pele protege contra a invasão de microrganismos, variações de temperatura e umidade e substâncias tóxicas exógenas O epitélio da epiderme é ceratinizado, resistente e impermeável A secreção sebácea gera aldeídos microbicidas A secreção sudorípara contém peptídeos microbicidas do grupo das catelicidinas pele A microbiota residente normal compete com patógenos, impedindo a colonização destes A pele possui componentes do sistema imunitário, como células dendríticas na derme e no epitélio (células de Langerhans) e linfócitos T mucosas mucosas Barreira mecânica mais frágil Secreta substâncias microbicidas (defensinas e catelicidinas) e imunoglobulina A (IgA) Principal secreção: muco, que forma uma camada viscosa na superfície e promove a aglutinação de bactérias e favorece a sua eliminação para o exterior mucosas A microbiota residente em mucosas também tem ação defensiva contra invasores: por competição com patógenos por estimulação persistente do sistema imunitário residente nas mucosas Uso de colutórios bucais??? Ação microbicida Outras substâncias Digluconato de Clorexidina Cloreto de Cetilpiridínio Álcool Triclosan Álcool Estudos sugeremque o uso prolongado e indiscriminado do enxaguante bucal com álcool elevaria os riscos de desenvolver câncer de boca 90% dos casos, o tipo de câncer bucal de maior incidência está relacionado ao cigarro e ao álcool, além do vírus HPV Cariogênica Lactobacillus spp Streptococcus mutans Periodontopatogênica Prevotella nigrescens Porphyromonas gingivalis Actinobacillus actinomycetemcomitans mucosas Existe também o tecido linfoide associado a mucosas Bem evidente na região orofaríngea: tonsilas palatinas (amígdalas), linguais e faríngeas (adenóides) Proteção na alimentação e respiração Tonsila faríngea (adenóide) Tonsilas palatinas (amígdala) Tonsila lingual Hiperplasia das células linfóides Resposta imunitária Resposta imunitária pode ser Inata Adaptativa Resposta imunitária É o mecanismo de defesa mais eficaz que o organismo possui As duas formas de resposta se intercalam e utilizam células e sistemas humorais comuns, além de a resposta adaptativa ter raízes na resposta inata Será estudada primeiro a resposta inata Resposta imunitária inata É assim chamada porque seus mecanismos de reconhecimento dependem de genes cuja expressão é definida já na vida embrionária já se expressam ao nascimento (portanto, são inatos, de uso imediato) Trata-se do mecanismo de defesa mais antigo na natureza, sendo o único entre os invertebrados Resposta imunitária inata A grande vantagem é a resposta ser acionada imediatamente, com amplo espectro de ação Por essa razão, tal resposta é inespecífica, porque desencadeia respostas semelhantes para enfrentar agressões muito diversas Embora inata e com pouca especificidade, essa resposta está ligada à resposta adaptativa, interferindo na qualidade e na intensidade desta Resposta imunitária inata Para iniciar a resposta O sistema imunitário utiliza receptores, que são poucos na resposta Inata, mas reconhecem agressões muito diversas Tais receptores reconhecem grupos de agressões, mas não uma agressão particular Resposta imunitária inata Reconhecem PAMP e DAMP, que sinalizam que houve agressão por um patógeno ou que surgiu uma lesão tecidual, sem especificação do patógeno ou do tipo de lesão A imunidade inata é inespecífica porque o sistema, ao reconhecer PAMP ou DAMP, cria uma resposta que possa eliminar o patógeno ou reparar a estrutura lesada, independentemente da natureza do patógeno ou da lesão tecidual Resposta imunitária adaptativa A resposta adaptativa dispõe de um conjunto de receptores (gerados por recombinação genética) Reconhece, de modo específico, todas as moléculas existentes em um patógeno ou aquelas modificadas por lesão tecidual (antígenos) Repertório de receptores que pode ser considerado completo para o reconhecimento de agressões A resposta adaptativa é específica, dirigida especificamente a uma agressão Resposta imunitária inata A resposta imunitária inata tem duas estratégias de reconhecimento de agressões: (1) receptores que reconhecem PAMP e DAMP (agressões exógenas ou endógenas) (2) receptores que reconhecem moléculas próprias, constitutivas, sem alteração, que impedem ativação da resposta (receptores inibidores). Tais receptores encontram-se na membrana citoplasmática ou no interior das células Componentes celulares da resposta imunitária inata Os componentes celulares são representados por: (1) células circulantes e células dendríticas (2) células imunitárias residentes em tecidos (Céls. de Langerhans, macrófagos residentes, mastócitos) (3) demais células dos tecidos (têm receptores para reconhecer agressões e são capazes de gerar mediadores da resposta inata) células circulantes Leucócitos Neutrófilos Eosinófilos Basófilos Monócitos Linfócitos Células linfoides da imunidade inata células circulantes Sintetizam e excretam citocinas Moléculas que participam da comunicação entre as células e regulam o sistema imunológico e o processo inflamatório Células dendríticas Existem em todos os tecidos Têm a propriedade de endocitar substâncias estranhas e componentes teciduais lesados Digerem parcialmente antígenos proteicos e associam os peptídeos resultantes com seus receptores Em seguida, deslocam-se para órgãos linfoides, onde apresentam os peptídeos (antígenos) aos linfócitos T para a montagem da resposta imunitária adaptativa Células dendríticas Na cavidade bucal, as células dendríticas representam uma importante interface entre a resposta inata e adaptativa Em casos de periodontite agressiva, a presença do A. actinomycetemcomitans estimula a ativação e maturação das células dendríticas, ocorrendo posterior indução da linhagem de células Além da função conhecida de célula apresentadora de antígenos, as células dendríticas estão envolvidas em mecanismos de reabsorção alveolar em casos de Doença Periodontal Células residentes em tecidos Todas as células participam da resposta imunitária inata porque possuem receptores para reconhecer alarminas Células epiteliais, células da glia e fibroblastos produzem citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1 e IL-6) Células musculares esqueléticas sintetizam citocinas pró- e anti-inflamatórias (exercício físico intenso tem efeito pró-inflamatório, enquanto exercício aeróbio moderado exerce ação anti-inflamatória) O tecido adiposo produz citocinas pró-inflamatórias, importantes no quadro inflamatório sistêmico na obesidade obesidade Excesso de gordura corporal decorrente da hiperplasia e/ou hipertrofia dos adipócitos “Adipocinas” são proteínas secretadas pelo adipócito que são citocinas A obesidade está associada ao surgimento de inúmeras co-morbidades Dentre elas, destacam-se diabetes tipo 2, câncer e doenças cardiovasculares obesidade O entendimento da patogênese dessas co-morbidades, em pacientes obesos, está ligado à resposta inflamatória do tecido adiposo Há evidências científicas de que os compostos biologicamente ativos, presentes em alimentos, como butirato, cúrcuma, resveratrol, luteína, quercetina e oleuropeína, interfiram na resposta inflamatória, modulando esse processo Endotélio As células endoteliais desempenham papel importante em diversos momentos das respostas às agressões Controlam a permeabilidade vascular e a saída de leucócitos dos vasos Participam da vasomotricidade e interferem na coagulação sanguínea endotélio Antes de saírem dos vasos, os leucócitos aderem ao endotélio, processo que envolve moléculas de adesão, principalmente selectinas e integrinas Estas é que indicam onde os leucócitos devem sair dos vasos, por isso tais moléculas são conhecidas como moléculas endereçadoras Regula a diapedese (saída de leucócitos dos vasos) Os ativadores mais potentes de células endoteliais são alarminas e citocinas pró-inflamatórias https://www.youtube.com/watch?v=ig0ZnnKFj9g Mediadores inflamatórios Mediadores inflamatórios São as moléculas envolvidas no início e na evolução de uma inflamação Mediadores pró-inflamatórios atuam na indução do processo Mediadores anti-inflamatórios participam na sua inibição e resolução Principais mediadores inflamatórios Citocinas Quimiocinas Mediadores lipídicos (prostaglandinas) São características gerais das citocinas: (1) podem ser produzidas por qualquer célula em resposta a uma agressão, fazendo parte da resposta inata e imediata a agressões (2) são secretadas por um período curto e em quantidade limitada (3) muitas têm efeito pleiotrópico, ou seja, efeitos diversos em células diferentes citocinas -categorias: As interleucinas (IL), mediam a sinalização entre linfócitos e leucócitos Os interferons (IFN) que são produzidos em resposta a infecções virais ou à estimulação imunológica Os Fatores de Necrose Tumoral (TNF), atuando como principal mediador da inflamação aguda e criando efeitos citotóxicos nas células tumorais O Fator de Transformação de Crescimento (TGF-β) que é responsável pelo controle, diferenciação, proliferação celular, desenvolvimento e reparo tecidual Fatores de Necrose Tumoral Grupo de citocinas capaz de provocara morte de células (apoptose) tumorais Possuem uma vasta gama de ações pró-inflamatórias O TNF é secretado principalmente por macrófagos Fatores de Necrose Tumoral Em 2018, dois pesquisadores ganharam o Prêmio Nobel de Medicina por seus estudos com a imunoterapia Tratamento inovador que usa o próprio sistema imunológico do indivíduo para combater os tumores Com a evolução da pesquisa ligada ao sequenciamento do genoma humano, uma nova perspectiva foi aberta nos ramos da oncogenética e da oncologia de precisão Mapeamento genético Permite cirurgia preventiva Câncer de mama: mutação que aumenta 87% a probabilidade de desenvolver a doença quimiocinas As quimiocinas que desempenham um papel na quimiotaxia, circulação, migração e ativação de leucócitos São moléculas que orientam a movimentação de células que possuem receptores para elas Importância da presença dos leucócitos Trabalhar de duas formas no local agredido: 1- Pela destruição direta desses agentes invasores, pela endocitose 2- Pela formação de anticorpos e linfócitos sensibilizados, capazes de destruir ou inativar indiretamente esses invasores Mediadores lípídicos (prostaglandinas) As prostaglandinas atuam em várias células e produzem uma vasta gama de efeitos PGI2: secretada no endotélio, é antiagregadora plaquetária e vasodilatadora TXA2: produzido em plaquetas, é agregante plaquetário e potente vasoconstritor PGE2: sintetizada em muitas células e especialmente em macrófagos, é vasodilatadora, controla a atividade de linfócitos (efeito imunossupressor) PGF2a: é vasoconstritora e aumenta a permeabilidade vascular Fenômenos ou momentos da inflamação Fenômenos ou momentos da inflamação (1) fenômenos irritativos, que correspondem à irritação pelo agente agressor, seguida da liberação de alarminas, do reconhecimento destas e da liberação de mediadores (2) fenômenos vasculares, caracterizados por modificações na microcirculação (3) fenômenos exsudativos, com exsudação plasmática e celular (4) fenômenos alterativos, que incluem lesões degenerativas e necróticas (5) fenômenos resolutivos (6) fenômenos reparativos, com regeneração ou cicatrização fenômenos irritativos fenômenos irritativos (1) o fenômeno irritativo inicia a liberação de mediadores inflamatórios (2) a inflamação se inicia e progride porque os mediadores pró-inflamatórios sobrepujam os mediadores anti-inflamatórios (3) os leucócitos exsudados são as principais fontes de mediadores de progressão e de resolução da inflamação (4) predominância de mediadores anti-inflamatórios é importante na resolução do processo (5) alguns mediadores de resolução participam também no processo de reparo Fenômenos vasculares Fenômenos vasculares As principais modificações na microcirculação são: (1) vasodilatação arteriolar Em consequência, há aumento do fluxo de sangue, gerando hiperemia ativa e fluxo sanguíneo rápido (2) as vênulas menores dilatam-se Mas as maiores sofrem pequena constrição, aumentando a pressão hidrostática na microcirculação Mediadores aumentam a permeabilidade vascular, iniciando a saída de plasma para o interstício fenômenos exsudativos fenômenos exsudativos Consistem na saída de plasma e células dos vasos para o interstício Do latim exsudare Exsudar significa “passar através de” A exsudação de leucócitos é o elemento morfológico mais característico das inflamações exsudação plasmática Componente importante da imunidade inata: (1) possibilita a saída de anticorpos, que tem ações sobre microrganismos (2) o fibrinogênio exsudado polimeriza-se e forma fibrina, que favorece a migração de leucócitos e representa uma barreira à invasão de microrganismos (3) permite a saída de proteínas inibidoras de proteases, reduzindo o potencial lesivo da inflamação Exsudação celular Primeiro evento: marginação leucocitária, leucócitos passam a ocupar a periferia do vaso Em seguida, são capturados e aderem frouxamente ao endotélio Deslocando-se sobre a superfície endotelial (captura e rolamento) Logo depois, são ativados, aderem firmemente ao endotélio e se espraiam (adesão e espraiamento) Finalmente, migram através da parede de vênulas, passando entre as células endoteliais Além dos leucócitos: macrófagos Macrófagos: sistema fagocitário Circulantes e residentes Também fazem diapedese Linha de frente Estimulados por citocinas pró-inflamatórias Fagocitose https://www.youtube.com/watch?v=L3gdYm2Y9Uc https://youtu.be/PHJxwBvfwgY https://youtu.be/-rIhWHjC8bA Efeitos lesivos dos fagócitos Os fagócitos podem também lesar tecidos Durante a fagocitose, os fagócitos liberam hidrolases, que lesam fibras colágenas, elásticas e glicosaminoglicanos da MEC Radicais livres de O2 podem escapar dos fagócitos e também lesar células vizinhas e no interstício Em locais inflamados pode haver destruição celular ou tecidual Em inflamações causadas por bactérias que liberam leucocidinas, a morte de grande quantidade de leucócitos produz necrose lítica do tecido, originando o pus Células dendríticas A capacidade fagocitária semelhante à de macrófagos, mas a atividade de proteases é menor Digestão apenas parcial de proteínas para a geração de peptídeos para serem apresentados aos linfócitos Células dendríticas processam antígenos e deslocam-se para o linfonodo regional ou para o baço, onde apresentam os epítopos aos linfócitos T Fenômenos alterativos Fenômenos alterativos Degenerações e necrose são causados por ação direta ou indireta da inflamação As vezes, são o efeito imediato do agente agressor, como ocorre na agressão no esôfago pela soda cáustica: o agente tóxico causa necrose imediata na parede do órgão, a partir da qual surgem alarminas que induzem os mediadores dos fenômenos vasculares e exsudativos Na maioria dos casos, no entanto, degenerações e/ou necrose em inflamações resultam de produtos das células do exsudato, de trombose na microcirculação ou de fenômenos imunitários Em algumas inflamações, necrose é componente frequente e muito importante na doença (p. ex., tuberculose) Fenômenos resolutivos Fenômenos resolutivos Os fenômenos de resolução começam já na fase inicial da inflamação e deles depende sua progressão, com cura ou cronificação Tempo de cura de inflamações agudas: até 12 semanas Relaciona-se com a eficácia dos processos de eliminação da causa e dos mecanismos de resolução Inflamações crônicas (acima de 12 semanas) evoluem por muito tempo porque os mecanismos de eliminação da causa fracassam ou porque surgem fenômenos de autoagressão imunitária Fenômenos resolutivos Uma inflamação crônica, principalmente de natureza infecciosa, não se cura porque: (1) os mecanismos pró-inflamatórios estão parcialmente inibidos pelos mecanismos anti-inflamatórios, diminuindo a eficácia na eliminação do agente (2) os mecanismos anti-inflamatórios estão ineficientes, permitindo ação exagerada dos mediadores pró-inflamatórios, o que favorece a eliminação do agressor, mas também aumenta a probabilidade de autoagressão imunitária Mecanismos anti-inflamatórios dominam Inibem os pró-inflamatórios O agressor não é elimidado Mecanismos anti-inflamatórios ineficientes Ação exagerada dos pró-inflamatórios Auto-agressão imunitária Fenômenos reparativos Fenômenos reparativos Inflamação pode causar degenerações e necrose, que são reparadas por regeneração ou por cicatrização Quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento liberados sobretudo por leucócitos orquestram os fenômenos de reparação, em paralelo com os fenômenos resolutivos A resolução e a reparação se processem de maneira simultânea e coordenada
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