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A3 - Análise de casuística referente aos métodos de contenção física e química em Mazama americana

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1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC– UNISOCIESC 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de casuística referente aos métodos 
de contenção física e química em Mazama 
americana 
 
 
 
 
DEBORA PENHA PINTO 
EDUARDA VIANNA ROCHA 
MARCELA GOMES 
LAUANA LUIZA BENTO 
LEONARDO BARBOSA LIMA 
VITÓRIA LOPES ALEXANDRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLORIANÓPOLIS 
Dez/2020 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 
CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................. 6 
OBJETIVO ................................................................................................................ 15 
MATERIAIS E MÉTODOS/CASUÍSTICA ................................................................. 15 
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 19 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 
 
 
3 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1. Veado-mateiro (M. americana). (Fonte: Foto de J.M.B. DUARTE). ........ 6 
Figura 2. Descrição original do Mazama americana (Fonte: ERXLEBEN (1777). 
Biodiversity Heritage Library.) ................................................................................. 7 
Figura 3. Mapa da distribuição do veado-mateiro (M. americana). (Fonte: 
DUARTE ..................................................................................................................... 7 
Figura 4. Indivíduo da espécie M. americana resgatado. (Fonte: Clínica 
ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió) ......................................................... 16 
Figura 5. Preparo do material para o protocolo de sedação do indivíduo de M. 
americana resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli 
Marchió). .................................................................................................................. 17 
Figura 6. Detalhe do instrumento zarabatana utilizado para atingir o animal com 
os dardos com o fármaco. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli 
Marchió). .................................................................................................................. 17 
Figura 7. Profissional utilizando a ferramenta zarabatana para realizar a sedação 
do indivíduo de M. americana resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria 
Angela Panelli Marchió). ......................................................................................... 17 
Figura 8. Exemplo de uma pistola a gás considerada para o manejo do indivíduo 
de M. americana resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli 
Marchió). .................................................................................................................. 17 
Figura 9. Indivíduo de M. americana com o dardo para protocolo de sedação. 
(Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). .............................. 17 
Figura 10. Preparo do material para o protocolo de sedação do indivíduo de M. 
americana resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli 
Marchió). .................................................................................................................. 18 
Figura 11. Indivíduo de M. americana resgatado após procedimento cirúrgico de 
amputação. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). ......... 18 
Figura 12. Radiografia dos membros torácicos do indivíduo de M. americana 
resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). ........... 19 
Figura 13. Radiografia dos membros torácicos do indivíduo de M. americana 
resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). ........... 19 
 
4 
 
RESUMO 
Como alvo deste estudo a espécie Mazama americana (veado-mateiro) compreende-
se que diversas pesquisas e atendimentos a este grupo faunístico necessita de um 
manejo de contenção física e o uso de fármacos, porém pouco se compreende para 
este grupo, sendo que, normalmente, as doses elencadas são calculadas por 
alometria ou extrapoladas do uso em ruminantes domésticos. O objetivo foi avaliar a 
conduta de uma casuística quanto ao manejo, contenção física e química de um 
indivíduo da espécie M. americana. Um exemplar, macho, de 16,300 kg, foi resgatado 
em um canavial localizado em Olímpia (SP) pela Polícia Ambiental de Barretos após 
um atropelamento por uma colheitadeira de cana que ocasionou uma fratura exposta 
no carpo direito. Em seguida o indivíduo foi levado até a clínica para tratamento, onde 
foi utilizado o uso de contenção química, elencando telazol com o auxílio de dardos 
de uma zarabatana para sedação e isoflurano para protocolo anestésico. As técnicas 
adotadas foram consideradas cabíveis e oportunas à estabilização e consolidação da 
fratura exposta no carpo direito no indivíduo de veado-mateiro, com a ressalva do 
plano anestésico utilizado, onde a literatura não relata o uso de isoflurano como 
comum e a contenção física realizada por parte da Polícia Ambiental que poderia ser 
mais bem administrada e repensada. Este tipo de relato corrobora com a literatura 
quando se trata de amputação como alternativa de manejo em lesões em cervídeos 
propiciando a liberação do animal ao meio ambiente natural. 
Palavras-chave: Mazama americana; veado-mateiro; contenção 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nos últimos anos é evidente a crescente preocupação com a biodiversidade e 
o meio ambiente de maneira geral, em especial, pela probabilidade de diferentes 
espécies, por causas não naturais, sofrerem processo de extinção (WILDT, 1992; 
HOLT e PICKARD, 1999). O status de conservação dos animais vêm mudando em 
taxas cada vez mais elevadas em função, principalmente, da antropização recorrente 
que acaba provocando, por exemplo, a fragmentação e destruição de habitats, 
introdução de espécies exóticas, a alta incidência de atividades de caça predatória, 
dentre outras ameaças importantes (HOLT e PICKARD, 1999). 
Um grupo importante ao equilíbrio do meio ambiente são os Cervídeos, os 
quais, segundo Duarte, González e Maldonado (2008), apresentaram origem na 
época Mioceno e início do Plioceno à, aproximadamente, 20 milhões de anos na 
Eurásia (porção de massa continental formada pela Europa e a Ásia), com grande 
quantidade de fósseis. Acredita-se, na história evolutiva, que esse grupo tenha 
chegado à América do Sul no final do Plioceno mediante a ascensão da ponte do 
Estreito do Panamá, permitindo, dessa forma, o intercambio da fauna entre as 
Américas Norte e Sul (DUARTE, GONZÁLEZ e MALDONADO, 2008). 
Segundo Catão-Dias e Camargo (2010), muitas vezes, para que a conservação 
de uma espécie seja concretizada, dentro do processo algumas ações devem ser 
feitas incluindo pesquisas de cunho científico, que muitas vezes, requerem 
aproximação de indivíduos da espécie, além disso, os veados selvagens são indóceis, 
propensos ao estresse e, portanto, de difícil manejo. 
Sabe-se que a captura, manutenção, contenção física e manipulação de 
cervídeos em cativeiro podem resultar em problemas adicionais e levar ao óbito em 
até 72 horas após o manejo (CATÃO-DIAS e CAMARGO, 2010). De acordo com 
Nisbet et al. (2010), a taxa de mortalidade tem relação direta com a falta de sedação 
na ocasião da captura inicial, visto que essas medicações são essenciais à diminuição 
da resposta ao estresse, minimizando, dessa forma, os efeitos adversos que possam 
surgir e contribui para o sucesso no período pós-operatório. 
Dentre as espécies de cervídeos, as do gênero Mazama possuem altura de 
cernelha até em torno de 60 centímetros e os machos possuem chifres simples e não 
ramificados. Essas características admitem que esses animais ocupem, de forma 
eficiente, as áreas florestadascom vegetação fechada e densa, um exemplo deste 
gênero e alvo do presente estudo é a Mazama americana (DUARTE; GONZÁLEZ; 
MALDONADO, 2008). 
 
 
6 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
Mazama americana 
A espécie Mazama americana é a maior espécie de seu gênero podendo 
chegar a 40 quilogramas (Kg) e 65 centímetros (cm) de altura (DUARTE, 1996; 
VARELA et al., 2010 ). Popularmente, é conhecida como veado-mateiro, corzuela 
colorada (Espanhol), red brocket deer (Inglês) e guazú-pitá (Tupi-Guaraní), essa 
espécie apresenta o dorso arqueado com altura variando de 58 a 80 cm e 
comprimento de 90 a 145 c m. Em relação a coloração, é marrom-avermelhada e 
contém manchas brancas abaixo da cauda, região submandibular, na porção interna 
dos membros, na ponta da maxila superior e face interna das orelhas. Nos membros 
posteriores, possui uma faixa negra a qual se estende até a região anterior dos 
mesmos (Figura 1) (DUARTE, 1996; BODMER, 1997). 
 
 
 
Figura 1. Veado-mateiro (M. americana). (Fonte: Foto de J.M.B. DUARTE). 
 
 
Quanto ao hábito, é comum observar a espécie em grandes matas, comumente 
na beira de rios como predileção de habitat (DUARTE, 1996). Esses animais são 
considerados bons nadadores e usam pequenos rios como via de movimentação 
ampliando sua rota de fuga (VOGLIOTTI, 2004). 
M. americana foi descrita pela primeira vez por um médico alemão naturalista 
no ano 1777 chamado Jonann Christian Polycarp Erxleben considerado um dos 
fundadores da Medicina Veterinária moderna. Erxleben (1777), não coletou nenhum 
espécime, no entanto ele utiliza uma série de relatos de outros autores como base 
para a sua descrição, mencionando algumas características como: boca preta, 
garganta branca, comprimento da orelha de quatro polegadas, olhos grandes e pretos, 
7 
 
nariz grande, cascos pretos, pintas brancas no corpo, dentre outras descrições 
considerando a espécie tímida e ágil ágil (Figura 2). 
 
Figura 2. Descrição original do Mazama americana (Fonte: ERXLEBEN (1777). Biodiversity Heritage 
Library.) 
A região de ocorrência da espécie abrange praticamente toda a região 
neotropical, desde o norte da Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e 
Venezuela incluindo Suriname e Trindad e Tobago (EISENBERG, 1989; EMMONS, 
1990). Ademais, há registros também de veados-mateiro na Guiana, Guiana 
Francesa, Peru e Paraguai (RIBEIRO,1919; VIEIRA, 1955) (Figura 3). 
 
Figura 3. Mapa da distribuição do veado-mateiro (M. americana). (Fonte: DUARTE 
e GONZÁLEZ, 2010). 
 
 
8 
 
Em relação ao status de conservação, em função do comportamento tímido e 
a preferência por habitats com densa vegetação com proximidade de corpos hídricos, 
tornam a espécie de difícil diagnóstico de coleta e observação (DUARTE et al., 2012), 
logo em nível internacional, a espécie está categorizada como DD (Dados 
Deficientes) na International Union for Conservation of Nature's (IUCN, 2020). 
Neste contexto, os métodos não invasivos e a distância provam sua relevância 
e facilidade no manejo de espécies em cativeiro ou vida livre, tendo pouca influência 
de estresse (MICHELETTE et al., 2014) 
 
Manejo, Contenção Física e Química 
 
 
Métodos de contenção Física 
Embora o veado-mateiro seja considerado de pequeno porte, trata-se de uma 
espécie a qual não admite manejo com segurança somente através da contenção 
física, já que possui estrutura corporal compacta e força o que impede a contenção 
de maneira adequada diferentemente de outras espécies de cervídeos de menor porte 
como por exemplo, o veado-bororó (M. nana) e o veado-catingueiro (M. gouazoubira) 
(DUARTE et al., 2010). Não é incomum o registro de miopatia de captura decorrente 
de estresse por tentativa de contenção física, apesar da fisiopatologia ainda não esteja 
completamente elucidada, normalmente está associada a situações de captura, 
contenção física, transporte de animais selvagens e perseguição (WALLACE; BUSH; 
MONTALLI, 1987). 
 
Métodos de contenção química 
 
A utilização de fármacos em Cervídeos ainda é pouco estudada quanto a 
farmacocinética e os efeitos fisiológicos, sendo grande parcela das doses elencadas 
calculadas por alometria ou extrapoladas do uso em ruminantes domésticos (Nunes e 
Duarte, 2010). Referente à analgesia, segundo a literatura é importante que seja feita 
antecipada a procedimentos que possam causar dor (PLUMMER e SCHLEINING, 
2013). Os antiinflamatórios não-esteroidais são estimados para dores de intensidade 
baixa a moderada acabam proporcionando maior duração da analgesia e meia-vida 
plasmática extensa, com a possibilidade de administração a cada 24 horas. 
 
1) Cloridrato de Xilazina: 
9 
 
Segundo KNIGHT (1980) o cloridrato de xilazina foi sintetizado em 1962 na 
Alemanha e vêm sendo amplamente utilizado em espécies domésticas e selvagens 
devido, principalmente, às suas propriedades sedativas e miorrelaxantes. 
Este fármaco possui como principal mecanismo de ação a estimulação de 
receptores alfa-2 adrenérgico. A estimulação de receptores alfa-2 adrenérgicos pré-
sinápticos inibe a liberação de noradrenalina em função da inibição do influxo de Ca+2 
na vesícula sináptica, promovendo sedação, reduzindo o tônus simpático e, 
consequentemente, causando bradicardia e hipotensão. A estimulação de receptores 
pós-sinápticos promove alterações na pressão sanguínea, sendo que a administração 
intravenosa resulta em um breve período de hipertensão por estimulação de 
receptores alfa-2 (CARVALHO; LEMÔNICA, 1998). Em contraponto, a administração 
intramuscular de xilazina tende a não promover alterações significativas na pressão 
sanguínea (WALSH; WILSON, 2002). A sedação resultante do uso da xilazina 
também pode ser explicada pela estimulação de neurônios do locus coeruleus e do 
córtex frontal do cérebro (KLEIN; KLIDE, 1989). Em ruminantes a xilazina suprime a 
liberação de insulina por estimulação de receptores alfa-2 pré-sintáticos no pâncreas, 
resultando no aumento da glicemia e em glicosúria (MUIR et al., 2001b). 
Além destas consequências também foram relatadas sialorréia, timpanismo 
ruminar, regurgitação do conteúdo ruminar e bloqueio átrio-ventricular de grau, dois e 
três. Mas a vantagem é que promove um bom relaxamento muscular quando usada 
isoladamente. Porém, a utilização da xilazina isolada pode não prometer total 
segurança, uma vez que os animais ainda permaneceram com reações aos 
movimentos, ainda mais levando em conta que são animais agitados e estressados 
(THURMON; TRANQUILLI; BENSON, 1996). 
A xilazina é limitante em relação a indivíduos que são de vida livre ou que foram 
recém introduzidos ao cativeiro, pois a hiperglicemia decorrente da administração 
intramuscular deste fármaco pode causar redução na ingestão de alimento por até 72 
horas causando um anorexia, como observado em cervos nobre (Cervus elaphus 
(SIMPSON et al., 1983) e veados galheiro (Odocoileus virginianus) (WARREN et al., 
1984)). 
Como citado anteriormente, apesar de ser um ótimo miorrelaxante a xilazina 
não é indicada para procedimentos invasivos, uma vez que não causa total analgesia, 
insuficiente para procedimentos invasivos. Segundo WILSON et al. (1996) em um 
estudo, foi utilizada xilazina para um procedimento cirúrgico de retirada de chifres, e 
não foi eficaz em promover analgesia suficiente, mesmo associada a azaperona e ao 
carfentanil. 
Para a reversão dos efeitos da xilazina a administração de cloridrato de 
yoimbina promove rápida recuperação e normalmente completa recuperação da 
sedação pela xilazina (HSU; SHULAW. 1984; NUNES et al., 1997). Além da yoimbina 
podem ser utilizados, como reversores, outros antagonistas de receptores alfa-2 
10 
 
adrenérgicos, como a tolazolina e o atipamezole (KREEGER et al., 1986; GROSS; 
TRANQUILLI, 1989; KLEIN, 1989; ANCRENAZ; 1994). 
Embora a xilazina possa ser associada a diversos fármacos, a associação da 
mesma com cetamina é a mais comumente utilizado em cervídeos no geral (NUNES 
et al., 1997; WALSH; WILSON, 2002). 
2) Cloridrato deCetamina: 
O cloridrato de cetamina é um anestésico congênere da fenciclidina, foi 
sintetizado em 1963 e introduzido na veterinária em 1970, segundo BRANSON (2003). 
Ela se diferencia em duas categorias: cetamina dextrógira e a cetamina levogiro, em 
se diferenciam pela potência anestésica. Os preparados comerciais contém 
concentrações iguais das duas categorias (PACHALY, 1994). 
O funcionamento da cetamina ainda não é muito claro, o que se acredita é que 
este fármaco atua no Sistema Nervoso Central (SNC) como antagonista dos 
receptores expiatórios N-metil-D-aspartato (NMDA), explicando então sua ação 
analgésica mas também acredita-se que atue em uma diversa variedade de outros 
receptores, como os muscarínicos, monoaminérgicos e opióides mu (μ), delta (δ) e 
kappa (κ) (OLIVEIRA et al., 2004; RANG et al., 2004a; WRIGHT, 1982). 
Os efeitos adversos em uma sedação com cetamina são: aumento da 
frequência cardíaca, aumento do débito cardíaco e da pressão arterial devido a 
vasoconstrição periférica que o fármaco causa, tais efeitos estão relacionados a 
inibição da receptação de noradrenalina (WRIGHT, 1982; MASSONE, 2003d). Sua 
biotransformação se dá no fígado e excreção renal. Em ruminantes, promove 
relaxamento muscular insatisfatório, motivo pelo qual se faz a associação a xilazina, 
porém reduz o risco de regurgitação e aspiração do conteúdo ruminar (WRIGTH, 
1982; PACHALY, 1994). 
Segundo NUNES et al. (1997) em cervídeos, quando utilizada isolada tem uma 
recuperação anestésica agitada, podendo causar hipertermia em decorrência da 
agitação (hipertonicidade) e movimentos de pedalagem, uma vez que o fármaco 
interfere no sistema locomotor. Quando administrado via intramuscular, os primeiros 
efeitos aparecem 3 a 4 minutos após a sua aplicação, e estes efeitos são 
incoordenação motora e decúbito, que duram de 30 a 60 minutos, mas há o risco de 
ocorrerem convulsões. Uma boa associação para a redução dos efeitos adversos da 
cetamina, é a associação com agonistas alfa-2. 
3) Associação xilazina e cetamina 
De acordo com NUNES et al. (1997) e FOSTER (1999) esta é a associação 
mais utilizada há 30 anos com ótimos resultado anestésico em cervídeos e outros 
ungulados selvagens, além de ter bom resultado anestésico é uma alternativa barata 
e segura. Pode ser aplicada por via intramuscular ou intravenosa, este conjunto une 
duas vantagens: ação analgésica da cetamina e o bom relaxamento muscular da 
11 
 
xilazina, resultando em uma rápida indução e analgesia, mas sem perder os reflexos 
laríngeos presentes. 
Segundo um estudo com gazelas em vida livre (Gazella subgutterosa e Gazella 
gazella) feito por FOSTER (1999), esta associação de fármacos se mostrou eficiente, 
com estabilidade cardiovascular com ausência de bloqueio átrio-ventricular e 
timpanismo ruminar, mantendo a temperatura retal abaixo de 40ºC. A recuperação foi 
tranquila sem a necessidade do uso de antagonistas a-2 adrenérgicos. 
Já MCKELVEY & SIMPSON (1985) relataram que a utilização desta associação 
de fármacos (xilazina e cetamina) em cervos nobre (Cervus elapuhs) foi eficiente para 
um procedimento de laparoscopia, mas não para procedimentos de laparotomias, uma 
vez que são mais invasivos. Sendo assim, para laparotomias é necessário um 
protocolo anestésico mais adequado. 
No caso de um estudo realizado por DELGIUDICE et al (1989) com 
representantes de Odocoileus hemionus crooki capturados em vida livre utilizando net 
gun e contidos quimicamente com a associação cetamina e xilazina, porém este 
protocolo apresentou certas limitações, pois a taxa de mortalidade associada à 
hipertermia, miopatia de captura e depressão respiratória (consequências desta 
associação) foi de 20%, é uma porcentagem relativamente alta. Em contraponto, em 
um experimento realizado com cervos dama em cativeiro (Dama dama), a contenção 
química com esta mesma associação provocou uma hipertermia proveniente somente 
das contrações musculares durante a contenção física posterior a aplicação (DREW, 
1998). 
Em outro estudo feito por NUNES et al. (2001) realizado em 116 cervos-do-
pantanal (Blastocerus dichotomus), foram utilizados cinco protocolos anestésicos 
diferentes utilizando diversas combinações entre xilazina, cetamina, midazolam, 
acepromazina,e romifidina. Por fim, a conclusão foi que a associação de cetamina e 
xilazina manteve uma menor frequência cardíaca durante a anestesia (média de 75 
batimentos/minutos) e frequência respiratória mais constante durante a anestesia, 
entre todos os protocolos anestésicos foi o que obteve melhor resultado, além de 
promover uma satisfatória imobilização para o transporte dos animais. Porém, a 
recuperação anestésica foi agitada e os animais retornaram da anestesia mais 
rapidamente que os demais protocolos, demonstrando um menor tempo anestésico. 
Na intenção de reduzir a ocorrência de distúrbios na condutividade elétrico do 
miocárdio em cervídeos sul-americanos, após a utilização de cetamina e xilazina, 
pode resultar em bloqueio átrio-ventricular de grau, dois ou três, para evitar este efeito 
colateral é recomendado a administração de 0,05mg/kg de sulfato de atropina 
associado à cetamina e xilazina na mesma seringa, sem ocasionar efeitos adversos 
nestas espécies (NUNES et al.; 1997). 
A utilização de fármacos em medicações pré-anestésicas que não promovam 
sedação ou imobilização eficiente em animais selvagens pode resultar em aumento 
do estresse ou fuga, no caso de animais em vida livre (JONES, 1972). 
12 
 
4) Maleato de Midazolam 
Segundo RANG (2004), o maleato de midazolam foi sintetizado em 1976, seu 
mecanismo de ação engloba a ocupação do sítio benzodiazepínico dos receptores 
GABAa, facilitando e potencializando a ação do neurotransmissor inibitório ácido y-
aminobutírico (GABA) nesses receptores, levando a hipnose, sedação, amnésia e 
relaxamento muscular. É um fármaco em posse meia-vida de aproximadamente 1,3 a 
2,2 horas, tendo um tempo de ação menor que o diazepam e é três a quatro vezes 
mais potente que este último, além de ser hidrossolúvel (GROSS, 2003; MASSONE, 
2003c). 
Há poucos registros do uso do midazolam em cervídeos, e os que ainda são 
presentes são ara a espécie Mazama gouazoubira (PINHO, 2000), e ainda assim o 
registro presente tem como associação à cetamina e xilazina e à cetamina e 
acepromazina. No que há de registros sobre o fármaco, é relatado que em todas essas 
espécies, o midazolam contribuiu para uma recuperação anestésica mais tranquila e 
potencializou o efeito miorrelaxante dos agonistas alfa-2 utilizados. Em adição ao bom 
retorno anestésico, é comentado que promoveu uma contenção química muito 
satisfatória para a colocação de rádio-colares em Mazama bororo quando associado 
à cetamina e acepromazina, pois os animais durante o retorno anestésico se 
mostraram indiferentes a presença do colar colocado, assim evitando estresse 
relacionado ao objeto e diminuindo o índice da retirada do mesmo pelo animal 
(VOGLIOTTI, 2004). Em contraponto, não há registros dos efeitos do midazolam 
quando utilizada isoladamente, sem as associações mencionadas anteriormente, em 
cervídeos, porém há a desconfiança de que seria um bom fármaco para tranquilização 
ou indução anestésica destes animais (NUNES et al., 1997). 
Em pacientes humanos há registros na literatura que o uso do midazolam por 
via intravenosa pode levar a diferentes graus de sedação, levando em conta que 
ocorre uma grande variabilidade interindividual após o uso deste fármaco (KANT; 
SJÖVALL; VUORI, 1982). Mas em contraponto, pode causar excitação em ovinos que 
sejam submetidos ao estresse de transporte (RAEKALLO; TULAMO, VALTAMO, 
1998). Baseado nestes registros, existe a possibilidade do midazolam por via oral ser 
uma alternativa para tranquilização durante o transporte, contenção física ou até como 
pré-medicação anestésica, contribuindo para a diminuição do estresse dos cervídeos 
durante estes procedimentos. Além disto, sabe-se que a administração de fármaco 
ansiolíticospor via oral já se apresentou vantajosa em outros ungulados selvagens, 
levando como vantagem a exclusão do estresse que uma administração intramuscular 
ou intravenosa causa nos cervídeos, deixando mais fácil a captura e o manejo de 
animais em cativeiro e em vida livre (THOMAS; ROBINSON; MARBURGER, 1967). 
Ainda que não existam registros do uso oral do midazolam em cervídeos, há 
registros sobre a utilização do diazepam com sucesso por via oral afim de tranquilizar 
animais das espécies Odocoileus virginianus (THOMAS; ROBINSON; 
MARBURGUER, 1967) e de Dama dama (DONE et al., 1975). Porém, para a 
administração do diazepam as espécies citadas anteriormente, o fármaco foi 
13 
 
misturado a ração para equino e a mistura de farelo e aveia para ser fornecido aos 
animais. O diazepam, também foi administrado em Antilocapra americana, só que foi 
triturado e misturado em proposta de 1:1 e 1:2 à silagem, e foi adicionado um xarope 
para facilitar a aderência (PUSATERI; HIBLER; POJAR, 1982). Em ambos os estudos, 
o diazepam foi administrado tanto em animais em vida livre como em cativeiro, 
resultando em bom relaxamento muscular, incoordenação motora ou decúbito 
esternal, pitose da cabeça e captura facilitada. O mais importante efeito adverso foi a 
sedação prolongada (maior que 48 horas) com inabilidade de fuga em situações de 
perigo, colocando em risco os animais de vida livre. 
5) Anestesia inalatória 
JONES (1972) cita que durante a década de 1940 agentes voláteis e gasosos 
foram muito utilizados para indução e manutenção da anestesia em mamíferos de 
difícil manejo. Foram construídas e projetadas jaulas especiais para a indução 
anestésica com éter e clorofórmio. No início a técnica era somente utilizada em 
pequenos mamíferos, por conta do espaço e quantidade de fármaco, posteriormente 
animais selvagens de portes maiores como leões e tigres, também já eram submetidos 
ao processo. Após esta etapa inicial (jaulas), a manutenção anestésica era por meio 
de máscara e após uma melhor indução era mantida através de tubo endotraqueal, 
utilizando aparelhos de anestesia inalatória em circuito fechado. 
Hoje em dia a anestesia inalatória tem uma grande gama de fármacos que 
podem ser utilizados, mas os principais são: halotano, isofluorano, sevofluorano, e 
com menor utilização o metoxifluorano, óxido nitroso e enfluorano (STEFFEY, 2003). 
Existe a necessidade de contenções químicas através da anestesia inalatória 
em cervídeo para situações como: acidentes traumáticos (amputações, correções de 
fraturas, etc), doenças periodontais, partos distócicos (cesarianas), castrações, 
laparotomias, entre outras situações (DUARTE et al., 2001; FLACH, 1999). 
Durante estudo realizados por TRINDLE e LEWIS (1978) o metoxifluorano foi 
diluído em oxigênio puro (100%) e utilizado em 23 cervídeos da espécie Odocoileus 
hemionus com idade entre 25 a 85 dias, foi necessária contenção física dos animais 
e a indução foi direta com máscara facial. Os animais utilizados não foram incubados, 
foi apenas mantida a máscara durante toda a anestesia. O tempo médio da indução 
anestésica foi de 3 minutos, mas a recuperação se mostrou mais lenta nos animais 
mais jovens ou submetidos a plano anestésico profundo. Foi visível também ótimo 
relaxamento muscular e ausência de feitos adversos ou complicações. 
Já o halotano também já foi utilizado em cervídeos após a narcose com hidrato 
de cloral necessitando de 0,25 a 1,5 V% para que o plano anestésico desejável fosse 
atingido. Outrossim, a intubação foi um estímulo para regurgitação e a temperatura 
ambiente estar elevada pode ter sido a causa de morte de dois animais durante a 
anestesia (WOLFF; DAVIS; LUMB, 1965). Também há registros da utilizado do 
halotano associado ao óxido nitroso em cervos nobre, após a indução com etorfina 
associada à acepromazina (WHITELAW; FAWCETT, 1976). Durante a utilização da 
14 
 
mistura de halotano e óxido nitroso diluídos em oxigênio puro no volume de dois litros 
por minuto, os movimentos de deglutição foram rapidamente abolidos. Segundo esses 
autores, o plano anestésico ideal é atingido em uma concentração de 0,25 a 1,25% 
de halotano. Outrossim, em cervídeos a utilização do óxido nitroso associado ao 
halotano, resulta em um aumento do relaxamento muscular e diminuição das 
concentrações do último para manutenção do plano anestésico ideal (WOLFF; DAVIS; 
LUMB, 1965; WHITELAW, FAWCETT, 1976). Porém, há registros de que em 
ruminantes o óxido nitroso é desaconselhável por se misturar no gás dos 
compartimentos estomacais, podendo causar uma expansão do volume, além de 
comprometer funções orgânicas, incluíndo a respiração por conta desse aumento de 
volume (BUSH, 1996). 
Estudos mais recentes demonstram que a utilização do halotano para 
manutenção anestésica é favorável em cervos nobres (Cervus elaphus), após a 
indução anestésica utilizando propofol e cetamina. Segundo alguns autores, 
concentrações superiores a 0,9 V% devem ser utilizadas para uma boa anestesia 
nesta espécie, levando em conta que nessa concentração todos os animais que foram 
submetidos a retirada dos chifres, não responderam estímulos de dor (WOODBURY 
et al., 2005). 
6) Isofluorano 
Este fármaco, muito utilizado na rotina veterinária, foi introduzido na anestesia 
humana em 1981. E desde esta época, vem sendo muito utilizado na medicina 
veterinária por seu coeficiente de solubilidade ser relativamente baixo (1,4) em relação 
a outros anestésicos inalatórios, além disto este fármaco: preserva o débito cardíaco, 
aumenta a frequência cardíaca sem promover arritmias, não interfere com a condução 
atrioventricular, nem sensibiliza o coração às catecolaminas, potencializa a ação de 
miorrelaxantes, reduz a dose de outros fármacos e por fim, não apresenta relatos de 
toxicidade hepática ou renal devido a sua taxa de biotransformação ser baixa, em 
torno de 5% (MASSONE, 2003a; MUIR et al., 2001a). Mas também há suas 
desvantagens como a depressão respiratória e hipotensão sanguínea devido à 
diminuição da resistência vascular periférica ou em virtude de planos anestésicos 
profundos (EGER II, 1981). 
Segundo CAULKETT (1997) é indicado o uso de isofluorano em uma 
concentração de 1,3 V% em cervídeos os quais foram pré-medicados com xilazina e 
é recomendado a intubação orotraqueal pois à perda dos reflexos laringotraqueais e 
para evitar uma falsa via, uma vez que há a possibilidade de regurgitação. O autor 
ainda alerta sobre a possibilidade de hipoventilação no caso do animal ser mantido 
em decúbito dorsal e timpanismo ruminar durante a anestesia inalatória com 
isofluorano. 
Nos dias de hoje, ainda não há nenhum trabalho avaliando os efeitos isolados 
do isoflurano em cervídeos. Porém, os poucos registros que existem descrevem o uso 
deste fármaco para manutenção anestésica com indução utilizando xilazina e 
15 
 
cetamina em Odocoileus virginianus (MACLEAN et al., 2006; POSNER et al., 2005) e 
utilizando como indução a associação de cetamina, xilazina e midazolam em Mazama 
gouazoubira (MUNERATO et al., 2006) durante laparoscopias realizadas em estudos 
de reprodução assistida. 
Com esta deficiência de registros e estudos relacionados a utilização do 
isofluorano em cervídeos, a sua utilização deve ser com cautela, levando em conta 
que não é de total conhecimento sua interação com outras drogas no sistema do 
cervídeo. 
O tramadol, como alguns opióides, produz níveis consistentes de analgesia, no 
entanto com uma meia-vida que não excede 2,5 horas, de acordo com um estudo 
realizado com lhamas (PLUMMER e SCHLEINING, 2013), podendo ainda, em alguns 
casos, ocasiona constipação intestinal e estase. Neste sentido, é possível optar pela 
realização de bloqueio peridural pré-operatório e pelo uso de meloxicam como 
analgésico na conduta terapêutica. O tramadol pode ser utilizado somente na 
manipulação inicial do animal (SURITA et al., 2018). 
 
 
OBJETIVO 
 
O objetivo foi avaliar a conduta de uma casuística quanto ao manejo, contenção 
físicae química de um indivíduo da espécie M. americana. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS/CASUÍSTICA 
 
No dia 11 de abril de 2020, um indivíduo da espécie M. americana com peso 
de 16,300 kg do sexo masculino, foi resgatado em um canavial localizado em Olímpia 
(SP) pela Polícia Ambiental de Barretos após um atropelamento por uma colheitadeira 
de cana que ocasionou uma fratura exposta no carpo direito do animal. 
 
16 
 
 
Figura 4. Indivíduo da espécie M. americana resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela 
Panelli Marchió) 
 
No presente caso, o animal não foi sedado para transporte inicial pois a Polícia 
Ambiental não tem permissão para este tipo de procedimento. Salienta-se que o relato 
de caso foi repassado por uma Médica Veterinária a qual contribui com o GEAS 
(Grupo de Estudos de Animais Silvestres) da UNISOCIESC Campus Ilha 
Florianópolis. Dessa forma, algumas informações que se consideram pertinentes não 
foram explanadas de maneira suficiente, porém não interfere na interpretação do 
relado de caso para o presente estudo. 
Após ser resgatado o animal foi levado até a clínica ComPet para tratamento e 
o mesmo se apresentava em choque decorrente do trauma, porém, para a avaliação 
clínica e em todos os procedimentos que pudessem causar alguma agitação, foi 
utilizado o uso de contenção química, sempre com monitoramento da temperatura 
corporal e do estado de hidratação do paciente durante todo esse período. Em virtude 
dessa propensão ao estresse induzido pela manipulação, tratamentos que requerem 
repetidas aplicações de medicamentos não são recomendados, portanto são 
preferíveis agentes farmacológicos de ação mais prolongado. 
Referente a contenção química, foi utilizado sedação com o fármaco telazol 
com o auxílio de dardos de uma zarabatana, no caso, não foi preciso utilizar a 
contenção física, visto que esta ferramenta possibilita a sedação de uma certa 
distância, além disso, o uso de pistola de gás também foi considerada por conseguir 
um alcance de até 100 metros de distância do animal. 
17 
 
Figura 5. Preparo do material para o protocolo de 
sedação do indivíduo de M. americana resgatado. 
(Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli 
Marchió). 
Figura 6. Detalhe do instrumento zarabatana 
utilizado para atingir o animal com os dardos com 
o fármaco. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria 
Angela Panelli Marchió). 
Figura 7. Profissional utilizando a ferramenta 
zarabatana para realizar a sedação do indivíduo 
de M. americana resgatado. (Fonte: Clínica 
ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). 
Figura 8. Exemplo de uma pistola a gás 
considerada para o manejo do indivíduo de M. 
americana resgatado. (Fonte: Clínica ComPet/M.V. 
Maria Angela Panelli Marchió). 
 
Figura 9. Indivíduo de M. americana com o dardo para protocolo de sedação. (Fonte: Clínica 
ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). 
 
18 
 
Após foi dado a continuidade do protocolo anestésico elencado com Isoflurano. 
 
 
Figura 10. Preparo do material para o protocolo de sedação do indivíduo de M. americana resgatado. 
(Fonte: Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). 
 
O animal passou por procedimento cirúrgico da fraturo exposta do carpo direito 
e, segundo relato da Médica Veterinária que realizou o procedimento e 
acompanhamento do paciente, a amputação do membro foi necessária. Após três 
meses ao procedimento o indivíduo da espécie M. americana foi liberado em uma 
mata em Monte Alto (SP). 
 
 
Figura 11. Indivíduo de M. americana resgatado após procedimento cirúrgico de amputação. (Fonte: 
Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli Marchió). 
 
Quanto a exames de imagem, radiografias foram realizadas dos membros 
torácicos no exemplar de M. americana (Figura 12 e Figura 13.). 
 
19 
 
Figura 12. Radiografia dos membros torácicos do 
indivíduo de M. americana resgatado. (Fonte: 
Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli 
Marchió). 
Figura 13. Radiografia dos membros torácicos do 
indivíduo de M. americana resgatado. (Fonte: 
Clínica ComPet/M.V. Maria Angela Panelli 
Marchió). 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
O desdobramento bem-sucedido da casuística apresentada pode ser 
relacionado ao fato de o paciente ser jovem, já que são menos estressados em 
comparação aos cervídeos adultos e, por isso, com melhor prognóstico para 
recuperação (CATÃO-DIAS e CAMARGO, 2010; NISBET et al., 2010). Ainda, é 
evidenciado neste estudo a importância da sedação do animal para manutenção e 
manejo, ajudando na redução de danos e do tempo de permanência no ambiente de 
reabilitação (clínica neste caso). Além disso, é sabido que os animais selvagens são 
extremamente estressados, tendo inclusive, relatos de indivíduos que vem a óbito 
somente por estresse ou animais que, após tratamento, não conseguem mais retornar 
à vida livre (PACHALY et al., 1993). 
Considerou-se um ponto positivo no manejo do indivíduo de M. americana a 
não utilização de contenção física, por parte da Médica Veterinária da Clínica, visto 
que, segundo GUNKEL e LAFORTUNE (2007), as principais desvantagens da 
contenção física prévia são o risco de lesões e o aumento do estresse do animal, 
levando, muitas vezes, a necessidade do acréscimo das doses de fármacos e, devido 
ao maior tônus simpático, possivelmente gerar maiores complicações 
cardiovasculares e metabólicas, por exemplo. 
20 
 
 No entanto, quanto ao manejo realizado pela Polícia Ambiental ponderou-se 
não a contento visto as considerações supracitadas não condisseram à melhor 
conduta possível para a espécie estuada. Visto que a condição de estresse pode 
desencadear diversas alterações hematológicas, bioquímicas, alterações de cortisol 
séricos bem como seus metabólitos presentes em outros materiais como as fezes 
(PALME, 2012; MUNERATO et al., 2010). 
Referente a contenção química feita através de dardos com o auxílio de 
zarabatana (a distância), foi considerada adequada ao indivíduo em questão, visto 
que M. americana é conhecida, embora seja considerado um animal de pequeno 
porte, por possuir um temperamento explosivo, força e estrutura corporal compacta 
que acaba dificultando o manejo físico desses indivíduos de forma adequada, 
diferentemente do que ocorre com outras espécies do mesmo gênero como M. 
gouazoubira e M. nana (DUARTE et al., 2010). 
Porém, quanto ao protocolo anestésico utilizado, verificou-se a não 
corroboração com a literatura, outras formas de manejo consideradas mais 
correspondentes e pré-estabelecidas para espécies do mesmo gênero. Atualmente, o 
conceito de eleição são as associações farmacológicas que oferecem benefícios 
quando comparado ao uso independente. Diante disso, a associação de cloridrato de 
xilazina e cloridrato de cetamina vem sendo utilizada há décadas para a contenção de 
Cervídeos, sendo considerada eficiente, segura e de custo acessível. É evidente a 
sinergia quando esses fármacos são associados e administrados por viaintramuscular 
(IM), visto que os animais demonstram sedação e mioxelaxamento bons através da 
xilazina e rápida indução e analgesia, por ação da cetamina, considerável margem de 
segurança e não deprimem a resposta ventilatória à hipoxemia (FOWLER e BOEVER, 
1986; DUARTE, 2006; MUNERATO et al., 2012). 
Além disso, a anestesia inalatória também pode ser utilizada com sucesso em 
cervídeos (BUTT et al., 2001; ERDİKMEN et al., 2012; MUNERATO et al., 2013). 
Contudo, há registro de uma espécie do mesmo gênero do presente relato, que foi 
mantido em plano anestésico através de anestesia inalatória utilizando isoflurano e 
demandou a necessidade de administração de inúmeras doses de anestésicos 
dissociativos ao longo do procedimento (DIAZ et al., 2011). 
Com relação ao trauma sofrido pela espécie relatada, traumatismos em animais 
selvagens são comuns (BORTOLINI et al., 2013) e são conhecidas por terem 
inúmeras causas, incluindo, por exemplo, atropelamentos (DIAZ et al., 2011; 
OLIVEIRA et al., 2012; TAVARES et al., 2013), queimaduras elétricas (PETRUCCI et 
al., 2009),agressões de outros animais (SILVA et al., 2014; ORTUNHO et al., 2014), 
e por causas desconhecidas (DAL-BÓ et al., 2013). Na presente casuística, o 
indivíduo em questão sofreu um atropelamento que resultou em uma fratura articular 
exposta no carpo direito do animal e não óssea. 
Neste contexto, é necessário avaliar algumas etapas: avaliar o método de 
fixação (quanto ao fator mecânico e a classificação da fratura), aspecto biológico 
21 
 
(idade, houve lesão muscular ou não, temperamento do espécime) e fator clínico 
(condição geral do animal). Traumatismos que derivam em fraturas expostas têm 
relevância na rotina clínico-cirúrgica veterinária (FREITAS et al., 2013), visto que entre 
os animais selvagens as fraturas ocorrem com frequência. A recuperação de fraturas 
é uma problemática médica frequente sobretudo em animais selvagens (SPADETO 
JR et al., 2011). Na casuística, o animal apresenta uma fratura articular e exposta, o 
que limita um pouco as opções considerando a espécie em questão. 
Uma opção para este tipo de situação seria o uso do método de artrodese, a 
qual trata-se da união das extremidades de dois ou mais ossos por meio de 
procedimento cirúrgico em articulação com patologias graves. Salienta-se que essa 
técnica somente deve ser realizada em articulação de membro não-funcional que 
tenha as articulações contíguas e que, realmente, seja impossível restaurar a sua 
função habitual (ALIEVI, 2001; DOREA NETO et al., 2004; TURNER e LIPOWITZ, 
2005). 
 
 
Figura 14. Exemplo de um procedimento de artrodese em canino. Imagem radiográfica de artrodese 
pancárpica com placa e parafusos (A). Note articulação cárpica consolidada (B). (Fonte: DE FREITAS, 
SILVIO HENRIQUE et al. 2014). 
 
 
Ainda que em ruminantes, de modo geral, (CÂMARA et al., 2014) e em 
cervídeos (DUARTE, 2006) seja possível adotar com sucesso o tratamento de fraturas 
através de dispositivos externos (talas e gesso), na casuística relatada neste estudo 
elegeu-se a amputação alta do membro afetado. Essa tomada de decisão foi 
embasada pelos relatos já publicados de redução cirúrgica da fratura e da comum 
22 
 
indicação de amputação em cervídeos (WALLACH e BOEVER, 1983; FOWLER e 
BOEVER, 1986; HAIGH e HUDSON, 1993; BUTT et al., 2001; DURTE, 2006), além 
de ter sido elencada como opção à eutanásia. 
A fim de reforçar a decisão tomada, apesar de radical, o procedimento cirúrgico 
escolhido foi bem-sucedido, visto que o indivíduo se adaptou à nova condição sem 
evidenciar implicações. Como mencionado anteriormente, ressalta-se que o estresse 
nesses pacientes pode ocasionar auto traumatismo, ou seja, uma fratura simples a 
priori pode tornar-se uma lesão com contaminação severa e até comprometimento 
sanguíneo da região acometida (WALLACH e BOEVER, 1983). 
No presente relato, a amputação praticada foi na altura do terço proximal do 
úmero, com relação à esta técnica cirúrgica, o procedimento corroborou com as 
técnicas encontradas na literatura específica a qual discorre que em casos de 
amputação de membros em cervídeos, é preconizado que a amputação seja a mais 
alta possível (WALLACH e BOEVER, 1983; FOWLER e BOEVER, 1986; DUARTE, 
2006). Este tipo de escolha é essencial para impedir o apoio no coto remanescente e 
assim, possivelmente produzir lesões significativas no membro atingido (FOWLER e 
BOEVER, 1986; DUARTE, 2006). Diante da recuperação satisfatória, adaptação à 
nova condição apresentada pelo indivíduo e a posterior soltura no meio ambiente, 
evidencia que a técnica empregada foi apropriada. 
Ademais, salienta-se que dados de monitoramento fisiológicos são importantes 
e não foram relatados na casuística, tais como: frequência cardíaca (FC) e respiratória 
(FR), pressão arterial média (PAM) e temperatura retal (TºC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante do exposto, é possível concluir que as técnicas adotadas foram cabíveis 
e oportunas à estabilização e consolidação da fratura exposta no carpo direito no 
indivíduo de veado-mateiro (Mazama americana), com a ressalva do plano anestésico 
utilizado e a contenção realizada por parte da Polícia Ambiental que poderia ser mais 
bem administrada e repensada. Este tipo de relato corrobora com a literatura quando 
se trata de amputação como alternativa de manejo em lesões em cervídeos 
propiciando a liberação do animal ao meio ambiente natural. 
 
 
24 
 
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