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Caso Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs

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Caso Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil
Medidas de Sensibilização do Brasil.
O Brasil também se comprometeu a adotar medidas de sensibilização contra o trabalho escravo. No acordo de Solução Amistosa assumiu o compromisso de realizar uma campanha nacional contra a prática do trabalho escravo em outubro de 2003, com enfoque no Estado do Pará. A campanha seria baseada num plano de comunicação que contemplaria a elaboração de material informativo dirigido aos trabalhadores, a inserção do tema na mídia pela imprensa e por curtas publicitários. Estavam previstas, ainda, visitas de autoridades nas áreas de enfoque. Por fim, o Estado afirmou que iria avaliar a possibilidade de realizar seminários sobre a erradicação do trabalho escravo no Estado do Pará até o primeiro semestre de 2004, com a presença do Ministério Público Federal. 
Em resposta a esse relatório do Ministério do Trabalho, em 30 de junho de 1997, o MPF apresentou denúncia contra Raimundo Alves da Rocha, o “gato”; contra Antonio Alves Vieira, gerente da fazenda; e contra João Luiz Quagliato Neto, proprietário da fazenda. Portanto, foi dado prosseguimento à persecução penal dos responsáveis pela redução dos 
trabalhadores a condições análogas à escravidão. Paralelamente a esse processo penal, em 1997, foi instaurado um processo administrativo na 8ª Procuradoria Regional do Trabalho. Em 14 de novembro de 1997 foi realizada mais uma fiscalização na Fazenda Brasil Verde, mas a DRT optou por não autuá-la, apenas dando orientações no sentido de que as falhas fossem corrigidas e as normas trabalhistas cumpridas. Em 13 de setembro de 1999 foi realizada a audiência preliminar no processo penal instaurado contra Quagliato após o mesmo ter sido diversas vezes intimado. Em 17 de setembro de 1999, a pedido do MP, o juiz federal autorizou a suspensão condicional do processo em relação a Quagliato por dois anos, visto que o crime pelo qual foi denunciado previa uma pena menor que um ano. Em 18 de maio de 2002, foi extinta a ação penal contra o proprietário da fazenda.
Levando em conta que se haviam passado mais de 10 anos desde a apresentação da denúncia, que a pena máxima aplicável era de 8 anos, e que a prescrição da pena era de 12 anos, somente em caso de serem condenados a pena capital não ocorreria a prescrição.
 O juiz afirmou que era ‘muito improvável que fossem condenados a essa pena, razão pela qual a prescrição era ‘inevitável’. Sobre esse ponto, considerou que o processo tinha ‘nascido condenado ao fracasso’ e destacou que com os elementos probatórios contidos 
na instrução criminal o caso era ‘inútil’. Com base nessas considerações, assim como na ‘falta de ação por parte do Estado, na política criminal e na economia processual’, o juiz decidiu declarar extinta a ação penal contra Raimundo Alves da Rocha e Antonio Alves Vieira.
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Vítimas:
Entre as omissões do Estado brasileiro, constatou-se omissão em relação ao lapso temporal, eis que o Estado não atuou com prontidão dentro das primeiras horas e dias logo depois da denúncia de escravidão e violência, além da ausência de coordenação entre as ações de inspeção e demais medidas de devida diligência em relação às vítimas e à própria investigação do caso. Constatou-se, então, que o Estado brasileiro não cumpriu sua obrigação de realizar ações efetivas para eliminar trabalho forçado, tráfico de pessoas e servidão por dívidas, assim como de remover obstáculos de acesso à justiça com fundamento na origem, etnia, raça e posição econômica das vítimas, que permitiu a manutenção de fatores de discriminação estrutural, que facilitaram que os trabalhadores da Fazenda fossem vítimas de tráfico, escravidão e trabalho forçado.
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A Corte Internacional de Direitos Humanos, uma instituição judicial autônoma da organização dos Estados Americanos (OEA), responsabilizou internacionalmente o Estaado Brasileiro por não previnir a prática de trabalho escravo moderno e de tráfico de pessoas. A sentença do caso trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs Brasil foi dada em um processo que durou cerca de tres anos. O Brasil é o primeiro país condenado pela OEA nessa matéria.
A Corte julgou o Brasil ainda incurso na violação do direito ao reconhecimento da personalidade jurídica (art.3); do direito a integridade pessoal (art. 5); do direito a liberdade pessoal (art. 7); do direito a proteção da criança (art. 19), do direito a horna e a dignidade (art. 11); do direito de circulação e residência (art. 22). Por violar o direito a proteção judicial previstano art.81 e a garantia de proteção judicial prevista no artigo 25 da CADH.
Mário Lucio Corrêa Da Silva
Mário Lucio Corrêa Da Silva
Herlandson Ricci
Mônica Andréa Barros Diniz.

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