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MATERIAIS PARAMATERIAIS PARA ENGENHARIAENGENHARIA MECÂNICAMECÂNICA UNIDADE 2 – MATERIAISUNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOSNÃO METÁLICOS Autor: Ronaldo Gomes de Castro MedeirosAutor: Ronaldo Gomes de Castro Medeiros Revisor: Gustavo Tressia de AndradeRevisor: Gustavo Tressia de Andrade I N I C I A R Introdução Caro(a) estudante, Os materiais não metálicos possuem uma enorme importância para o mundo, pelas diversas aplicações que eles podem proporcionar aos seres humanos. Assim, o estudo desses diferentes tipos de materiais, como os cerâmicos, polímeros, elastômeros e compósitos se faz extremamente importante para a escolha ideal dos materiais condizentes com a aplicação desejada. Ao longo da Unidade 2, veremos importantes conceitos referentes às principais Autor: Ronaldo Gomes de Castro Medeiros Revisor: Gustavo Tressia de Andrade MATERIAIS PARA ENGENHARIA MECÂNICA UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS INTRODUÇÃO 01 2.1 CERÂMICOS 02 2.2 POLÍMEROS 05 2.3 ELASTÔMEROS 16 2.4 COMPÓSITOS 16 SÍNTESE 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27 UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 1 propriedades, aplicações e diferenças entre os materiais estudados. Dessa forma, seremos capazes de entender as principais diferenças eles, destacando as aplicações de cada conceito estudado. Bons estudos! 2.1 Cerâmicos Os materiais cerâmicos são formados por metais e não metais, unidos em sua grande maioria por ligações iônicas. A estrutura cristalina desse tipo de material costuma ser mais complexa do que a dos materiais metálicos, já que são formados por dois ou mais elementos. Os materiais cerâmicos possuem diversas aplicações devido à variedade de suas propriedades. Assim, as principais aplicações dos materiais cerâmicos são: vidros, tijolos, porcelanas, refratários, dentre outras. Figura 1 - Objetos comuns feitos a partir de materiais cerâmicos: tesoura, xícara de porcelana, tijolo de construção, azulejo de piso e vaso de vidro. Fonte: CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2016, p. 10. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 2 Um dos principais elementos químicos utilizado nos materiais cerâmicos, o carbono, pode ser encontrado em duas formas: grafite ou diamante. O diamante é um material com alta dureza, muito utilizado em aplicações ósseas, telas, ferramentas de corte. Já o grafite é um material que possui dureza muito baixa, podendo ser utilizado, por exemplo, em tijolo e instrumentos para escrita, como lápis. As principais propriedades dos materiais cerâmicos são seu alto ponto de fusão e, em sua grande maioria, baixa condutividade elétrica. Além disso, são materiais resistentes a ambientes em corrosão severa e também podem ser duros ou frágeis e ter um custo relativamente baixo. Os materiais cerâmicos possuem algumas desvantagens, como sua baixa resistência à fratura. Essa classe de material possui uma alta resistência à compressão, porém uma baixa resistência ao choque. Os cerâmicos são considerados materiais duros e frágeis, embora existam cerâmicas de baixa dureza, o que por consequência limita suas aplicações. Em temperatura ambiente, os materiais cerâmicos possuem o comportamento frágil, ou seja, não terão deformação plástica significativa. Com isso, as cerâmicas romperão de forma brusca. A propagação de trinca em materiais cerâmicos acontece em alta velocidade, devido ao seu comportamento frágil. Com isso, quando uma cerâmica sofre algum tipo de dano, seja por impacto, torção, flexão ou até mesmo pressão interna, as trincas nesses materiais tendem a propagar rapidamente, levando o material à fratura brusca. #PraCegoVer: na figura, temos várias peças em cerâmica. Da esquerda para a direita: uma xícara na cor branca estampada com flores rosas, uma tesoura em cerâmica com cabo preto, um azulejo, um tijolo com três furos e uma jarra de vidro com boca oval. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 3 Figura 2 – Representações esquemáticas das origens e das configurações de trincas para materiais cerâmicos frágeis, que resultam de (a) uma carga de impacto (contato pontual), (b) flexão, (c) uma carga de torção e (d) pressão interna. Fonte: CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2016, p. 508. Assim, o fato de os materiais cerâmicos possuírem baixa resistência a impactos faz com que suas aplicações sejam limitadas, isto é, não basta analisar sua alta resistência à #PraCegoVer: na figura, temos a ilustração de várias peças cerâmicas apresentando trincas sofridas por carga de impacto, torção, flexão e pressão interna. Da esquerda para a direita: uma placa na cor cinza com trincas representadas por traços escuros, uma placa na cor cinza com trincas causadas por flexão representadas por traços, um cilindro na cor cinza com trincas causadas por torção representadas por traços escuros, um jarro na cor cinza com trincas causadas por pressão interna representadas por traços escuros. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 4 temperatura, pois caso a aplicação tenha algum risco de sofrer impactos, isso acarretará a falha prematura do material. Tendo em vista a necessidade de garantir uma resistência mecânica adequada, a fabricação dos materiais cerâmicos requer cuidados especiais para que se possa garantir a qualidade das peças, como por exemplo, um controle rígido da quantidade, tamanho e forma das porosidades existentes no material, pois sua presença irá gerar concentradores de tensão, o que, consequentemente, diminuirá a resistência desses materiais. APLICAÇÕES – MATERIAIS CERÂMICOS » Clique nas setas ou arraste para visualizar o conteúdo Com isso, destaca-se que os materiais cerâmicos possuem diversos tipos de aplicação de acordo com suas propriedades específicas, como a alta resistência à temperatura (embora esses tipos de materiais também possuam algumas limitações, como a baixa resistência ao impacto). CIMENTO Os cimentos são aplicados diretamente na indústria de construção civil. 2.2 Polímeros Os materiais poliméricos são formados, geralmente, por hidrocarbonetos, ou seja, materiais formados por carbono e hidrogênio. Além disso, os polímeros são formados por grandes moléculas, denominadas macromoléculas, constituídas por unidades de UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 5 CIMENTO Os cimentos são aplicados diretamente na indústria de construção civil. REFRATÁRIOS Os refratários são utilizados em aplicações que possuem necessidade de resistir à altas temperaturas, como caldeiras e fornos. ARGILA A argila é um material de aplicação ampla devido ao seu baixo custo de produção e a sua alta capacidade de conformação. É muito utilizada em utensílios domésticos e aplicações que necessitam de isolamento elétrico. repetição, chamadas de meros. O termo monômero refere-se a uma molécula formada por apenas um único mero, ou seja, apenas uma única unidade de repetição. Quando essa unidade molecular é formada pela junção de várias unidades de repetição, ou vários meros, chamamos esses materiais de polímeros. Figura 3 – Representação de monômero e de uma cadeia de um polímero. Fonte: CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2016, p. 564. #PraCegoVer: na figura, temos a ilustração de um monômero e de uma cadeia polimérica. Da esquerda para a direita: um monômero sendo representado por dois carbonos ligados a quatro hidrogênios. Logo após temos a representação da cadeia polimérica, com a representação de vários carbonos ligados uns aos outros. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 6 Em definição, os polímeros são macromoléculas formadas por monômeros que se ligam quando em condições adequadas de pressão e temperatura, com a ajuda de catalisadores, pelo processo de polimerização. A polimerização é o processo no qual os monômeros se ligam uns aos outros, formando longas cadeias de unidades repetidas que serão os polímeros. Já os catalisadores são responsáveis por acelerar a reação de polimerização. A estrutura molecular dos polímeros irá conferir a eles diversas propriedades importantes em suas aplicações. Essa variação em sua estrutura dependerá da disposição de suas cadeias,que podem ser divididas em: polímeros lineares, polímeros ramificados, polímeros com ligações cruzadas e polímeros em rede. Os polímeros lineares são formados por meros, ou seja, unidades repetidas, unidas umas às outras em uma única cadeia. Essas cadeias são unidas por ligações fracas, tendo como consequência negativa a facilidade em serem quebradas, e como vantagem sua flexibilidade. Quanto aos polímeros ramificados, destaca-se a formação de cadeias ramificadas, na qual a cadeia principal possuirá ramificações laterais. Em relação aos polímeros com ligações cruzadas, eles são formados por cadeias que possuem ligações cruzadas umas às outras, através de ligações covalentes, ou seja, ligações fortes, o que faz com que esse processo seja irreversível. Assim, podemos citar as borrachas como exemplos de polímeros com ligações cruzadas. VOCÊ SABIA? Os polímeros que possuem ligações cruzadas tendem a ter propriedades mecânicas melhores no quesito resistência do que os materiais poliméricos que não possuem esse tipo de ligação. Com isso, no mercado, quando se deseja obter materiais poliméricos mais fortes e resistentes, visa-se, no processo de fabricação, à obtenção de materiais com ligações cruzadas. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 7 Um material polimérico que possui muitas ligações cruzadas é considerado um polímero com ligações em rede. Esses materiais possuem uma grande quantidade de ligações cruzadas, formando redes tridimensionais. Os principais polímeros formados por ligações em redes são as resinas epóxis. As ligações em rede, por possuírem anéis aromáticos, concedem a esses materiais alta resistência à temperatura, devido à dificuldade de quebra dessas ligações. Figura 4 – Representações esquemáticas de estruturas moleculares (a) linear, (b) ramificada, (c) com ligações cruzadas e (d) em rede (tridimensional). Os círculos representam unidades repetidas individuais. Fonte: CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2016, p. 574. #PraCegoVer: na figura, temos a ilustração de estruturas moleculares. No lado esquerdo superior, temos uma cadeia molecular linear sendo representada por duas fileiras com bolinhas na cor laranja ligadas umas às outras por traços. Ao lado, temos uma cadeia com ligações cruzadas representadas por bolinhas na cor laranja ligadas umas às outras por meio de fileiras que se cruzam. No lado esquerdo inferior, temos cadeias ramificadas, representadas por fileiras de bolinhas na cor laranja, ligadas umas às outras por traços, porém, apresentando ramificações laterais. Ao UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 8 Destaca-se que quanto maior for a dificuldade de movimentação das cadeias, maior será a resistência desse material e, consequentemente, menor será sua ductilidade. Com isso, podemos observar que os polímeros com ligações em rede ramificadas possuirão maior ductilidade quando comparados com os polímeros com ligações cruzadas e em rede, de forma que apresentarão menor resistência. Já os polímeros com ligações cruzadas e ligações em rede apresentarão maior dureza e resistência do que os polímeros com ligações lineares e ramificadas, apresentando, também, menor ductilidade. Assim, a presença de ligações cruzadas aumentará a dureza e resistência dos materiais poliméricos, ou seja, quanto maior o número de ligações cruzadas, maior será sua resistência e dureza. 2.2.1. Classificação Em termos de classificação, os materiais poliméricos são divididos de diversas maneiras, de acordo com algumas características, sendo elas: disposição de seus monômeros, ocorrência, ordenação de suas cadeias, comportamento térmico, comportamento mecânico e fabricação. Classificação polímeros de acordo com disposição de seus monômeros » Clique nas abas para saber mais sobre o assunto lado direito inferior, temos uma cadeia em rede, representada por bolas maiores ligadas umas às outras por traços duplos, formando um emaranhado de rede. Homopolímero Copolímero São formados por um mesmo monômero que se repete ao longo de toda cadeia. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 9 COPOLÍMERO É formado por monômeros diferentes que se repetem ao longo da cadeia polimérica. HOMOPOLÍMERO São formados por um mesmo monômero que se repete ao longo de toda cadeia. Em relação a sua ocorrência, os polímeros podem ser classificados como: polímeros naturais e polímeros sintéticos. Os polímeros naturais são os materiais poliméricos encontrados na natureza, como DNA, celulose e proteína. Já os polímeros sintéticos são os materiais poliméricos fabricados pelo homem, como PET, polietileno e polipropileno. Outra classificação usual para materiais poliméricos é em relação à periodicidade de sua rede, podendo ser classificados em amorfos ou semicristalinos. Nos materiais amorfos, as cadeias poliméricas não possuem ordem. Já nos materiais semicristalinos, uma parte da cadeia polimérica é ordenada, enquanto a outra parte é desordenada. Nesse sentido, uma observação importante é que não existem polímeros cristalinos, ou seja, que possuem toda a cadeia ordenada. Teste seus conhecimentos UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 10 Um engenheiro mecânico recém-formado sabe que ele precisa escolher um material polimérico amorfo, devido as suas propriedades mecânicas, quando comparado aos materiais poliméricos semicristalinos. Contudo, ele está em dúvida sobre quais características deve analisar no formato de rede descrito para cada material polimérico. Considerando essas informações, pense na característica dos materiais amorfos que o engenheiro precisa saber para ter a certeza de que o material escolhido estará correto e assinale a alternativa correta. O engenheiro precisa saber que os materiais amorfos possuem ordem em sua cadeia polimérica.a O engenheiro precisa saber que os materiais amorfos são resistentes ao fogo. c O engenheiro precisa saber que os materiais amorfos não possuem ordem em cadeia polimérica. b O engenheiro precisa saber que os materiais amorfos possuem alta dureza. d O engenheiro precisa saber que os materiais amorfos são materiais poliméricos totalmente cristalinos.e PERIODICIDADE DAS REDES POLIMÉRICAS Gabarito na página 28 Atividade não pontuada Teste seus conhecimentos Página não encontrada VO LTA R A página que você está procurando não existe, ou foi movida. Atividade não pontuada Outra entre as principais classificações dos materiais poliméricos é de acordo com seu comportamento térmico. Assim, os poliméricos classificados de acordo com suas propriedades térmicas podem ser divididos em: termoplásticos e termofixos. Os polímeros termoplásticos são materiais que amolecem com o aumento de temperatura e se solidificam novamente quando a temperatura atinge a temperatura ambiente, ou seja, são materiais que podem ser moldados com o acréscimo de temperatura. Além disso, destaca-se que essas propriedades tornam os polímeros termoplásticos materiais recicláveis. Sendo assim, as propriedades térmicas dos polímeros termoplásticos são provenientes UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 11 da formação de suas cadeias. Os termoplásticos podem ser amorfos ou semicristalinos e podem ser formados por cadeias lineares ou ramificadas, ou seja, cadeias que possuem maior mobilidade. Consequentemente, essa característica faz com que esse tipo de material possa ser moldado quando aquecido e resfriado novamente. Por outro lado, os termofixos não amolecem com o aumento da temperatura, devido à presença de ligações cruzadas e em rede nos polímeros termofixos. Apesar de possuírem cadeia amorfa, a presença das ligações cruzadas e ligações em rede faz com que as cadeias não consigam deslizar umas sobre as outras, evitando assim o surgimento de deformações plásticas com o fornecimento de calor. Classificação polímeros de acordo com seu comportamento térmico » Clique nas abas para saber mais sobre o assunto Termoplásticos Termofixos Os polímeros termoplásticos possuem baixa resistência à temperatura e podem ser moldados para serem levados a alta temperatura. VOCÊSABIA? Ao contrário do que muitos pensam, nem todos os materiais poliméricos podem ser reciclados. Os polímeros termofixos não podem passar pelo processo de reciclagem, e isto ocorre pela presença de ligações cruzadas e em rede, que faz com que esses materiais não sejam reutilizáveis. Com isso, é preciso cuidado para não confundirmos plástico com polímero. Todo plástico é um material polimérico, porém nem todo polímero é um plástico. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 12 TERMOFIXOS É formado por monômeros diferentes que se repetem ao longo da cadeia polimérica. TERMOPLÁSTICOS Os polímeros termoplásticos possuem baixa resistência à temperatura e podem ser moldados para serem levados a alta temperatura. Nesse sentido, a classificação dos polímeros em relação ao seu comportamento mecânico se dá, principalmente, por meio de três divisões: borrachas, plásticos e fibras. As borrachas têm como principal propriedade a sua boa elasticidade à temperatura ambiente; os plásticos têm como principal propriedade sua capacidade de ser moldado; já as fibras são materiais que possuem boa resistência. Figura 5 – Objetos comuns feitos de materiais poliméricos: talheres plásticos, bolas de bilhar, capacete de bicicleta, dados, uma roda de cortador de grama (cubo de plástico e pneu de borracha) e um vasilhame plástico para leite. Fonte: CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2016, p. 10. #PraCegoVer: na figura, temos várias peças de materiais poliméricos. Da esquerda para a direita: uma colher, um garfo e uma faca de plástico na cor branca, um capacete na cor vermelha, branca e preta, três bolas de sinuca nas cores branca com marfim, branca com verde e branca com vermelho, dois dados sendo um na cor azul e um na cor vermelha, um pneu preto e uma garrafa de plástico transparente. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 13 No que diz respeito ao seu processo de fabricação, os polímeros podem ser classificados como polímeros de adição ou polímeros por condensação. Os polímeros por adição são fabricados através de reações de adição, o principal processo de formação dos polímeros. O processo de adição consiste em romper as insaturações entre as cadeias, formando valência livre em cada carbono nas extremidades da molécula. Com isso, as moléculas serão adicionadas e ligadas umas com as outras diversas vezes, formando os polímeros. Já nos materiais poliméricos formados por condensação, não há necessidade de o monômero possuir insaturação; contudo, é necessário que os monômeros possuam grupo bifuncional. 2.2.2 Temperatura de transição vítrea e temperatura de fusão A temperatura de transição vítrea e a temperatura de fusão são parâmetros de extrema influência nas propriedades dos polímeros. Elas definirão os limites de mudança nos materiais poliméricos e suas propriedades quando sujeitos a altas temperaturas. Sendo assim, a temperatura de transição vítrea ocorrerá em materiais amorfos e materiais cristalinos. Já a temperatura de fusão ocorrerá somente em materiais semicristalinos. A temperatura de transição vítrea é uma propriedade que determinará a mudança do material polimérico do estado vítreo para um estado mais maleável quando submetido à temperatura. Assim, a região amorfa do material será responsável por essa transição. Em relação à temperatura de fusão, ela determinará a mudança de estado do material, em que ele passará de sólido para o estado líquido quando submetido a temperaturas elevadas. Dessa forma, a região semicristalina será a responsável por essa transição. 2.2.3 Comportamento mecânico As propriedades mecânicas dos polímeros são determinadas da mesma maneira que nos metais. Propriedades como módulo de elasticidade, limite de resistência, região elástica, região plástica, limite de escoamento e resistência à fratura são determinadas igualmente àquelas determinadas nos materiais metálicos, tendo como principal ensaio mecânico utilizado o ensaio de tração. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 14 O grau de cristalinidade é uma das principais propriedades dos polímeros, pois por meio dele é possível identificar algumas propriedades do material, como a dureza, a densidade, a ductilidade e a sua resistência aos solventes e ao calor. A taxa de resfriamento, por sua vez, influenciará diretamente o grau de cristalinidade. À medida que o grau de cristalinidade aumenta, a dureza, a resistência ao calor e ao solvente, bem como a densidade do material polimérico aumentarão, enquanto a ductilidade irá diminuir. Como mencionado, as propriedades dos materiais poliméricos são muito importantes para referenciar quais serão as suas aplicações mais adequadas. As principais propriedades dessa classe de materiais são sua baixa densidade, boa resistência química, boa plasticidade, baixo custo, bem como sua capacidade de agir como isolante elétrico. A baixa densidade é uma das principais propriedades dos materiais poliméricos. Através dela consegue-se materiais com resistência mecânica moderada e baixo peso, excelentes para aplicações em que se exigem materiais que não possuam peso elevado. Materiais poliméricos possuem grande empregabilidade em aplicações automotivas, nas estruturas dos automóveis, por exemplo, devido a sua baixa densidade. Por outro lado, como mencionado, os materiais poliméricos apresentam como desvantagens o fato de serem considerados fracos em relação a certas propriedades mecânicas, como resistência à temperatura, resistência à fadiga e resistência ao impacto. Além disso, a falha por fadiga nesses materiais pode ocorrer precisamente quando são submetidos a frequentes carregamentos cíclicos, já que estes podem causar um aquecimento local, fazendo com que o material amoleça e, consequentemente, falhe. Ademais, a resistência à fratura nos materiais poliméricos é baixa quando os comparamos aos materiais cerâmicos e materiais metálicos. Nesse sentido, as fraturas nos polímeros termofixos geralmente ocorrem de forma frágil, devido às suas ligações cruzadas, enquanto nos polímeros termoplásticos as fraturas podem ocorrer de forma frágil, mas também dúctil. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 15 2.3 Elastômeros Os elastômeros são tipos de polímero mais conhecidos como borrachas, que possuem um excelente comportamento elástico, suportando uma grande quantidade de deformação antes de falhar. Os polímeros elastoméricos são considerados, por alguns autores, uma classe intermediária entre os polímeros termofixos e os polímeros termoplásticos. Além disso, destaca-se que os elastômeros possuem alta elasticidade, podendo suportar grandes deformações reversíveis. As principais propriedades dos elastômeros são: alta elasticidade, maciez e alta flexibilidade, características mecânicas específicas que, dentre muitos fatores, ocorrem devido à temperatura de transição vítrea estar abaixo da temperatura ambiente. Sendo assim, eles são bastante aplicados em pneus, vedações, luvas, dentre outras aplicações. Apesar de possuírem diversas vantagens, os elastômeros têm um alto custo de produção, além de possuírem estrutura molecular com alto número de ligações cruzadas, formando uma rede tridimensional, o que faz com que esses materiais não possam ser reciclados. Os elastômeros, devido a sua alta versatilidade, possuem diversos tipos de aplicações. Algumas delas encontram-se na construção civil, na fabricação de tubulações; na indústria de calçados, na fabricação dos solados dos calçados; na indústria automobilística, na fabricação de filtros e batentes de amortecedores, dentre outros. 2.4 Compósitos Materiais compósitos são provenientes de uma combinação entre dois ou mais materiais, formando fases constituintes com composições químicas e físicas distintas. Esses materiais são produzidos com o objetivo de obter propriedades que não seriam possíveis no emprego de um único material. Nesse sentido, os compósitos são formados por uma fase contínua denominada matriz e uma fase descontínua chamada reforço, que pode se apresentar em partículas, tecidos e UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS16 A alta versatilidade de propriedades é a principal característica dos materiais compósitos, devido à grande variedade de combinações entre reforço e matriz, fazendo com que esses materiais obtenham uma ampla combinação de tenacidade, resistência mecânica e módulo de elasticidade, bem como uma ótima resistência à corrosão. Porém, como em todas as classes de materiais, os materiais compósitos possuem algumas desvantagens, mantas ou fibras. As propriedades dos materiais compósitos irão depender da quantidade do volume de fibra e de matriz, obtendo, geralmente, propriedades intermediárias entre as propriedades das fibras e da matriz. A interface entre o reforço e a matriz do compósito é um fator importante no que concerne às propriedades finais, por consistir na região em que ocorre o contato entre as fases componentes. Nesse seguimento, as propriedades dos compósitos dependerão diretamente da adesão fibra-matriz. Essa região é responsável pela interação mecânica da matriz com o reforço, garantindo ao material diversas propriedades, como a boa absorção das deformações, resistência à compressão, aumento da resistência ao impacto, dentre outras. Portanto, uma adesão não adequada entre as fases na interface provocará o início de falhas. VOCÊ SABIA? Os materiais compósitos podem obter diversas propriedades específicas, ou seja, sua combinação pode ser infinita. Porém, deve-se saber que essas propriedades dependerão diretamente da adesão entre as fibras (reforço) e a matriz. Não adianta utilizar materiais com ótima resistência, caso não se possua no processo de fabricação uma boa adesão interfacial entre fibra e matriz. Com isso, percebemos que o processo de fabricação é tão importante como o da escolha dos materiais corretos. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 17 como a alta absorção de água pelos compósitos de matriz polimérica, característica que pode afetar as propriedades mecânicas do material. Os compósitos podem ser classificados de acordo com a natureza de sua matriz, que pode ser metálica, polimérica e cerâmica. Além disso, eles também podem ser classificados de acordo com seus reforços. No que diz respeito às suas aplicações, os materiais compósitos vêm sendo bastante utilizados para substituir aços, cerâmicas ou polímeros, devido a sua vasta gama de combinações de propriedades. Algumas de suas aplicações se encontram na indústria aeroespacial, na fabricação de hélices, peças para motores de avião; na indústria automotiva, na fabricação de painéis de carroceria e painéis internos; na indústria de construção civil, na fabricação de argamassas e artigos decorativos; e também é muito utilizado na fabricação de itens de segurança, como coletes à prova de bala. 2.4.1 Matriz A fase matriz dos compósitos, por sua vez, pode ser formada por polímeros, metais ou cerâmicos. A matriz tem como principais funções orientar e sustentar os reforços, geralmente na forma de fibras. Além disso, tem como função distribuir as tensões entre o reforço, proteger o reforço contra danos decorrentes do contato com o ambiente e separar os reforços uns dos outros, evitando o contato entre eles. Destaca-se também que a matriz geralmente utiliza material com boa ductilidade, tornando-se o principal componente que confere ductilidade ao compósito. Tipos de matrizes de materiais compósitos » Clique nas abas para saber mais sobre o assunto Matriz polimérica Matriz metálica Matriz cerâmica Esse tipo de matriz é responsável por dar aos materiais compósitos uma boa ductilidade. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 18 Matriz polimérica Esse tipo de matriz é responsável por dar aos materiais compósitos uma boa ductilidade. Matriz metálica Esse tipo de matriz é responsável por conceder ao material compósito uma boa ductilidade e resistência. Matriz cerâmica Esse tipo de matriz é responsável por conceder ao material compósito uma alta resistência. » Matriz polimérica Os compósitos de matriz polimérica são muito utilizados em diversos setores, possuindo uma ampla variedade de aplicações. As matrizes poliméricas podem ser classificadas em termoplásticas e termofixas, sendo a matriz termofixa a mais utilizada compósitos devido às suas propriedades mecânicas e de estabilidade química a temperaturas mais elevadas. As resinas epóxi, vinil éster e poliéster, por sua vez, são as matrizes poliméricas mais comuns, sendo utilizadas juntamente com reforços de fibras com alto desempenho. Contudo, uma das principais desvantagens dos compósitos poliméricos é sua baixa resistência à temperatura. A principal desvantagem dos compósitos com matriz polimérica é sua degradação quando expostos a ambientes com elevada umidade. A degradação dos materiais compósitos poliméricos ocorre com o rompimento das ligações químicas do polímero através da penetração de moléculas de água ou de outro fluido por meio dos volumes livres dos polímeros. A absorção de água é um dos principais mecanismos de degradação dos compósitos poliméricos. A água, ao penetrar no material polimérico, pode causar danos na interface da fibra com a matriz através da plastificação da matriz, do surgimento de trincas, da dilatação da matriz, dentre outros danos que podem ser causados, podendo levar o material a falhar prematuramente. Umas das principais aplicações dos compósitos com matriz polimérica é na fabricação de reparos, como por exemplo reparos para tubulações. Além disso, são muito utilizados na fabricação de painéis de automóveis e aviões. » Matriz metálica Os compósitos de matriz metálica são utilizados quando são necessárias aplicações que exigem temperatura de trabalho elevada. Além disso, quando comparados com os compósitos de matriz polimérica, as matrizes metálicas são mais resistentes à degradação por fluídos. A sua principal desvantagem, entretanto, é o alto custo de produção. As principais aplicações dos compósitos com matriz metálica estão na fabricação de UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 19 chapas, devido a sua alta resistência e peso menos elevado quando comparados com os aços; na fabricação de rotores de freios; e também são muito utilizados em componentes de jatos. » Matriz cerâmica Os compósitos de matriz cerâmica são utilizados, geralmente, quando se necessita de alta resistência à oxidação. Outro fator importante a ser destacado é que os compósitos com matriz cerâmica são altamente resistentes à temperatura, entretanto, a principal desvantagem é que as cerâmicas tornam os compósitos frágeis, limitando seu uso. As principais aplicações dos compósitos com matriz cerâmica estão na fabricação de tijolos refratários, na fabricação de aplicações que necessitam de isolantes elétricos, dentre outros. VAMOS PRATICAR? Experimente montar uma lista com as principais propriedades que cada matriz concede ao material compósito. Matriz metálica; Matriz cerâmica; Matriz polimérica. Ao terminar a lista, tente comparar as matrizes compósitas. Teste seus conhecimentos UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 20 Página não encontrada VO LTA R A página que você está procurando não existe, ou foi movida. Atividade não pontuada 2.4.2 Reforço A fase reforço do material compósito normalmente encontra-se em menor quantidade. O reforço geralmente é a fase que irá atribuir ao compósito resistência mecânica ou outra propriedade requerida. Com isso, a fase reforço, em geral, apresenta melhor resistência quando comparada com a matriz. Nesse sentido, os reforços que são adicionados aos materiais compósitos concedem algumas vantagens, como: boa resistência à abrasão, boa resistência térmica e mecânica, boa resistência superficial, boa condutividade térmica e baixa contração. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 21 Uma empresa determina a fabricação de um material compósito com alta ductilidade. Com isso, o engenheiro responsável pela fabricação do compósito sabe que a matriz é a principal responsável por conceder ao compósito a ductilidade necessária. Sabendo disso, o tipo de material que o engenheirodeverá escolher para compor a matriz do compósito será: Material polimérico.a Fibras vidro.c Material cerâmico.b Fibra de carbono.d Material Refratário.e MATRIZES COMPÓSITAS Gabarito na página 28 Atividade não pontuada Teste seus conhecimentos Sendo assim, o reforço pode ser utilizado em diferentes formas geométricas: fibras, partículas ou laminados. Porém, a maioria dos reforços utilizados pela indústria são na forma de fibras. 2.4.3 Fibras A utilização de fibras é muito recorrente devido às suas diversas propriedades mecânicas. Sua frequente aplicação para reforço se dá por conta de sua facilidade de produção, bem como ao aumento de resistência ao compósito, a sua boa resistência à corrosão, baixo custo e pequeno coeficiente de dilatação térmica. Neste seguimento, as fibras são os principais meios de transporte de carga. Elas são representadas por um filamento contínuo e, quanto mais fina for a fibra, maior será a resistência do material, pois haverá maior área de contato entre a fibra e a matriz. Por outro lado, devemos lembrar também que as fibras são materiais frágeis, já que não apresentam deformação plástica e tensão residual, ou seja, comportam-se elasticamente até atingirem sua ruptura. Em relação às características das fibras, algumas delas influenciarão as propriedades mecânicas do compósito, mais precisamente a orientação, o comprimento e a forma. A orientação da fibra, por exemplo, é que determinará onde o material terá a maior resistência mecânica. Nesse sentido, existem diversas maneiras de orientação das fibras no interior da matriz. Quando elas estão orientadas na direção de aplicação da carga, ou seja, na direção paralela (sentido horizontal), o material compósito será mais resistente; já se a carga for aplicada perpendicularmente às fibras (sentido transversal), o compósito terá uma resistência menor. Destaca-se que em um compósito as fibras se encontram em menor quantidade de volume quando comparadas com a matriz. Caso o compósito possua uma grande quantidade de fibras, essa fase não irá atribuir resistência, mas fazer com que o compósito perca sua resistência, podendo romper. Isso acontecerá porque as fibras entrarão contato uma com a outra, podendo causar abrasão, deteriorando o compósito. Além disso, caso as fibras estejam em contato umas com as outras, isso poderá facilitar UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 22 a propagação de trincas entre elas. Além disso, é importante ressaltar que as fibras utilizadas como reforço em materiais compósitos podem ser classificadas como sintéticas ou naturais. Essas duas classificações, por sua vez, dizem respeito à origem dos materiais (veja a interação a seguir). Tipos fibras em materiais compósitos » Clique nas setas ou arraste para visualizar o conteúdo » Fibras sintéticas As fibras sintéticas são muito utilizadas como reforços em compósitos. Essas fibras têm como principal característica e vantagem o fato de serem produzidas pelo homem. Contudo, com o avanço tecnológico, o aumento da conscientização ambiental e o conhecimento da escassez dos recursos provenientes do petróleo, a pesquisa relacionada aos materiais compósitos reforçados com fibras naturais cresce a cada dia. As fibras de vidro são um exemplo de utilização de fibras sintéticas. Elas possuem boa resistência pelo fato de possuírem uma quantidade pequena de defeitos submicroscópicos. Esses defeitos são ocasionados pelo processo de fabricação, que reduz a resistência do material. A fibra de vidro é um material normalmente utilizado como reforço de diversos tipos de FIBRA SINTÉTICA As fibras sintéticas utilizadas nos materiais compósitos são fibras fabricadas pelo homem. Assim, as principais fibras sintéticas utilizadas são as fibras de carbono e as fibras de vidro. As fibras de carbono possuem maior resistência quando comparadas com as fibras de vidro, porém possuem um custo muito elevado. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 23 a propagação de trincas entre elas. FIBRA NATURAL As fibras naturais utilizadas nos materiais compósitos são fibras retiradas da natureza. As principais fibras naturais utilizadas são as de coco, sisal e linho. Destaca-se que o estudo com fibras naturais é muito recente, porém muito promissor. FIBRA SINTÉTICA As fibras sintéticas utilizadas nos materiais compósitos são fibras fabricadas pelo homem. Assim, as principais fibras sintéticas utilizadas são as fibras de carbono e as fibras de vidro. As fibras de carbono possuem maior resistência quando comparadas com as fibras de vidro, porém possuem um custo muito elevado. materiais compósitos, podendo ser classificada em tipo C, R, E e S. Essas fibras são formadas por sílica e alguns óxidos, como o boro, cálcio, sódio, dentre outros, e dependem do tipo de vidro utilizado para assumirem determinadas características. Os compósitos com fibras sintéticas possuem uma vasta gama de aplicações, como na fabricação de capacetes, componentes estruturais externos e internos de aviões, componentes de reparos de tubulações, dentre outras aplicações » Fibras naturais As fibras naturais estão sendo cada vez mais utilizadas como reforços para materiais compósitos, embora essa prática não seja tão nova quanto parece. Durante muitos anos essas fibras eram usadas como forma de reforço; alguns materiais, como capim e milho, eram misturados ao barro a fim de reforçá-lo para a fabricação de paredes, por exemplo. De acordo com sua classificação, as fibras naturais podem ser divididas em: fibras de origem vegetal, fibras de origem animal e fibras de origem mineral. Uma das principais vantagens da utilização das fibras naturais, quando comparadas com as fibras sintéticas, é a sua alta oferta, devido ao alto número de plantas que fornecem essas fibras. Além disso, elas possuem baixo custo de produção, em sua maioria não são tóxicas, bem como são recicláveis. Acrescido a isso, essas fibras possuem baixa massa específica e são menos abrasivas quando comparadas às fibras sintéticas, ou seja, desgastam menos as peças dos equipamentos durante a fabricação dos materiais compósitos. Em contrapartida, a aplicação das fibras naturais não é tão simples, por conta de algumas limitações, como a grande variabilidade das propriedades mecânicas, que está relacionada, em parte, à variação da porcentagem dos seus principais constituintes, tais como a lignina e a celulose. Quando comparadas com as fibras de vidro, portanto, as fibras naturais possuem como vantagem menor densidade. Porém, as propriedades mecânicas de compósitos reforçados por fibras naturais são geralmente inferiores às dos compósitos reforçados com fibras de vidro. Os compósitos com fibras naturais, apesar de algumas desvantagens, como alta UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 24 absorção de água, possuem uma vasta gama de aplicações, como na fabricação de embalagens, peças de acabamento interno de veículos, na fabricação de tecidos, na construção civil, na fabricação de telhas ecológicas, caixas d’água, dentre outras aplicações. » Fibras híbridas As fibras naturais como reforço em compósito de matriz polimérica provocam alguns problemas devido à baixa adesão entre a fibra e a matriz e o alto índice de absorção de umidade. Quando deseja-se minimizar esse problema, a fibra natural é combinada com uma fibra sintética na mesma matriz, dando origem a um compósito híbrido. A utilização da combinação de fibras sintéticas e fibras naturais em compósitos de matriz polimérica otimiza o emprego das fibras naturais, com o compósito adquirindo propriedades das duas fibras. Tal fibra sintética é, normalmente, utilizada em camadas mais externas, para evitar o contato da fibra natural com o ambiente externo. Os compósitos com fibras híbridas possuem uma vasta gama de aplicações, visando à fabricação de materiais que mesclam fibras sintéticas e naturais. Algumas aplicações desses materiais são na fabricação de tubulações, reservatórios, indústria aeroespacial, além de aplicações que necessitam de boaresistência ao impacto. Síntese Nessa unidade, vimos que é de extrema importância entender as diferenças entre os materiais cerâmicos, poliméricos, elastômeros e compósitos. Assim, discutimos suas estruturas, propriedades mecânicas e principais aplicações; com isso, conseguimos entender que cada aplicação irá precisar de um tipo de material diferente. Além disso, conseguimos aprender também que dentro de uma mesma classe de materiais é possível obter diversas propriedades e aplicações. Por fim, podemos destacar que para saber qual classe de material, ou qual tipo de material será utilizado para uma determinada aplicação de serviço, precisamos entender UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 25 as propriedades e características de cada um desses tipos de materiais, para que, assim, possamos escolher aplicá-los da melhor forma possível. SAIBA MAIS Título: Como são produzidos os itens de borracha Autor: Pack TalkAno: 2019 Comentário: O vídeo mostra o processo de produção de itens de borrachas durante a sua fabricação até a obtenção o produto. Onde encontrar?<https://www.youtube.com/watch?v=-nqrEBPTj40>. Título: Desenvolvimento de compósitos poliméricos com fibras vegetais naturais da biodiversidade: uma contribuição para a sustentabilidade amazônica Autor: Alessandra L. Marinelli; Marcos R. Monteiro; José D. Ambrósio; Márcia C. Branciforti; Márcio Kobayashi; Antonio Donato Nobre. Ano: 2008 Comentário: O artigo mostra uma pesquisa para fabricação de compósitos com fibras vegetais naturais, com o objetivo de produzir materiais compósitos mais sustentáveis do que os fabricados com fibras UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 26 SAIBA MAIS Título: Como são produzidos os itens de borracha Autor: Pack TalkAno: 2019 Comentário: O vídeo mostra o processo de produção de itens de borrachas durante a sua fabricação até a obtenção o produto. Onde encontrar? <https://www.youtube.com/watch?v=-nqrEBPTj40>. Título: Desenvolvimento de compósitos poliméricos com fibras vegetais naturais da biodiversidade: uma contribuição para a sustentabilidade amazônica Autor: Alessandra L. Marinelli; Marcos R. Monteiro; José D. Ambrósio; Márcia C. Branciforti; Márcio Kobayashi; Antonio Donato Nobre. Ano: 2008 Comentário: O artigo mostra uma pesquisa para fabricação de compósitos com fibras vegetais naturais, com o objetivo de produzir materiais compósitos mais sustentáveis do que os fabricados com fibras sintéticas. Além disso, utilizar essa tecnologia em maquinários para que possa ser utilizado na recuperação de áreas degradadas na Amazônia. Onde encontrar? <https://www.scielo.br/pdf/po/v18n2/a05v18n2.pdf>. Referências bibliográficas CALLISTER JR., W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2016. CARDOSO, P. H. M. Efeito do tratamento alcalino/mecânico de fibras de curauá nas propriedades de laminados compósitos de matriz epóxi. 2014. 112 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais) – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa se Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. Ensaios dos materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2000. INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA [Coppe] – UFRJ. Polímeros para a saúde. 2012. Disponível em: <https://coppe.ufrj.br/pt-br/a-coppe/coppe-produtos/polimeros-para-a-saude>. Acesso em: 13 out. 2019. SHACKELFORD, J. F. Ciência dos materiais. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008. sintéticas. Além disso, utilizar essa tecnologia em maquinários para que possa ser utilizado na recuperação de áreas degradadas na Amazônia. Onde encontrar? <https://www.scielo.br/pdf/po/v18n2/a05v18n2.pdf>. UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 27 UNIDADE 2 – MATERIAIS NÃO METÁLICOS 28 Os materiais amorfos têm como principais características não possuírem ordenamento em sua cadeia polimérica. Os materiais poliméricos são extremamente utilizados em matriz de materiais compósitos, pois eles fornecem boa ductilidade a esses materiais. Gabarito Um engenheiro mecânico recém-formado sabe que ele precisa escolher um material polimérico amorfo, devido as suas propriedades mecânicas, quando comparado aos materiais poliméricos semicristalinos. Contudo, ele está em dúvida sobre quais características deve analisar no formato de rede descrito para cada material polimérico. Considerando essas informações, pense na característica dos materiais amorfos que o engenheiro precisa saber para ter a certeza de que o material escolhido estará correto e assinale a alternativa correta. O engenheiro precisa saber que os materiais amorfos não possuem ordem em cadeia polimérica. b PERIODICIDADE DAS REDES POLIMÉRICAS Uma empresa determina a fabricação de um material compósito com alta ductilidade. Com isso, o engenheiro responsável pela fabricação do compósito sabe que a matriz é a principal responsável por conceder ao compósito a ductilidade necessária. Sabendo disso, o tipo de material que o engenheiro deverá escolher para compor a matriz do compósito será: Material polimérico.a MATRIZES COMPÓSITAS
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