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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Capítulo I
A Relação Homem-Natureza
A relação do homem com a natureza sempre aconteceu de forma bastante discrepante, onde de um lado o homem com toda a sua inteligência gananciosa tentando alimentar os seus desejos de consumo e conforto. Do outro a natureza com toda a sua exuberância e riqueza sendo a fonte para todas as ações humanas. Em alguns casos o homem tem que escolher entre sua sobrevivência e a preservação da natureza, como é o caso do agricultor que tira da terra o alimento que leva à mesa. Neste caso fica o dilema: a natureza ou o homem?
Mas o que realmente é preocupante é um desenvolvimento sem limites protagonizado pelo homem em prol de seus objetivos próprios
Por muitos anos, esse foi o tipo de relação entre o homem e a natureza, até que a mesma passasse a dar sinal de alerta.
Felizmente esse tipo de pensamento foi modificado e segundo Camargo (2004), “a idéia de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI, compatibilizando as dimensões econômica, social e ambiental, surgiu para resolver, como ponto de partida no plano conceitual, o velho dilema entre crescimento econômico e redução da miséria, de um lado, e preservação ambiental de outro. O conflito vinha, de fato, arrastando-se por mais de vinte anos, em hostilidade aberta contra o movimento ambientalista, enquanto este, por sua vez, encarava o desenvolvimento econômico como naturalmente lesivo e os empresários como seus agentes mais representativos’.
A nossa sociedade tem vivido atualmente, uma gama de problemas que é decorrente direta da sua forma de tratar e relacionar-se com a natureza. A busca desenfreada pela produção fez com que o homem passasse a explorar intensamente os recursos disponíveis na natureza esquecendo que grande parte deles além de não serem renováveis, quando retirados da natureza em quantidades excessivas, deixa na mesma uma lacuna, às vezes irreversível, cujas conseqüências são sentidas em gerações posteriores, principalmente em relação às mudanças climáticas.
Segundo Casseti (1991), “as transformações sofridas pela natureza, através do emprego das técnicas no processo produtivo, são um fenômeno social, representado pelo trabalho, e as relações de produção mudam conforme as leis, as quais implicam a formação econômico-social e, por conseguinte, as relações entre a sociedade e a natureza”. 
A Rio 92
Diante de tantas alterações no meio ambiente somadas às ameaças de extinção de muitos recursos naturais, atualmente, utilizados pelo homem, autoridades (172 governos) e estudiosos do mundo inteiro reuniram-se, em 1992, no Rio de Janeiro, para a CNUMAD - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida mundialmente como em “Conferência da Terra”. Esta conferência tornou-se por sua singularidade, um marco na história da humanidade, cujos objetivos básicos giravam em torno da busca por um equilíbrio entre as necessidades: ambientais, sociais e econômicas para gerações atuais e futuras. Outro objetivo da conferência era a construção de uma espécie de associação mundial que contemplasse os países desenvolvidos e em desenvolvimento para o estudo e compreensão das questões ambientais, interesse e preocupação igualmente comum a todos. Governos e demais setores da sociedade civil também deveriam compor a referida associação.
Essa conferência foi popularizada com o título de Rio 92 e conseguiu reunir 108 chefes de estado para aprovação de documentos importantes como a “Agenda 21”, que consiste em uma declaração do Rio acerca do meio ambiente e o desenvolvimento para definir quais são os direitos e deveres dos estados.
Somente em 2002 a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou a carta da terra e comparou sua importância para a humanidade à Declaração Universal dos Direitos Humanos, no tocante ao meio ambiente. 
Deste então, podemos notar muito progresso em relação ao pensamento e postura das pessoas à forma com que o meio ambiente está sendo explorado. Nota-se uma urgência em tentar recuperar o tempo perdido e mais ainda em tentar desenvolver nas pessoas uma nova forma de pensar e agir no que se refere às questões ambientais. Ambientalistas, geólogos e os meios de comunicação são alguns exemplos de profissionais profundamente engajados em prol de uma mudança da consciência ambiental de nós seres humanos. 
As escolas têm sido de fundamental importância na educação ambiental das crianças, fazendo com que as mesmas possam crescer com o compromisso de preservar e ajudar ao seu ecossistema.
A Agenda 21
A Agenda 21 é um dos mais importantes documentos referente ao meio ambiente e foi gerado na reunião de 178 nações na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992.
As dimensões da sustentabilidade são parte do conteúdo da Agenda 21 global, modelo para que os países a aplicassem e escrevessem também suas agenda 21 nacional e locais. Todas estas dimensões que formam parte de um desenvolvimento sustentável são mostradas por pesquisadores e governantes.
A agenda 21 representa um conjunto de requisitos recomendados para uma boa convivência da humanidade com o Planeta e, dentro de seus 40 capítulos, estes estão divididos em quatro seções. A primeira trata sobre aspectos sociais e econômicos de desenvolvimento, a segunda sobre aspectos ambientais e gerenciamento de recursos naturais, a terceira acerca do fortalecimento do papel dos principais grupos sociais e a última a respeito dos meios de implantação.
A água realmente é um recurso que precisa de muito respeito por parte do ser humano, já que muitas vezes, claros exemplos de poluição da água, acontecem por esvaziamentos de hidrocarbonetos ou outros elementos altamente contaminadores usados na indústria. Aspectos contidos na agenda 21 são de alta preocupação com respeito à preservação desse recurso, por ser um recurso escasso em várias partes do Planeta, como em algumas cidades do Brasil, necessária para o consumo e geração de energia elétrica. A procura de alternativas de recursos renováveis que substituam as necessidades da água será uma forma de seguir o contido na agenda 21.
 (
“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”. (A Carta da Terra
 - preâmbulo
) 
)
A Agenda 21 brasileira
A elaboração da agenda 21 brasileira foi obra do trabalho da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional – CPDS. Essa comissão foi criada por decreto presidencial de 26 de fevereiro de 1997, conformada pelo Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério das Relações Exteriores; Presidência da República; Fórum Brasileiro das Ong´s e Movimentos Sociais; Fundação Getúlio Vargas; Fundação Movimento Onda Azul; Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável; e Universidade Federal de Minas Gerais. Teve como objetivo redefinir o desenvolvimento do País, adicionando o conceito de sustentabilidade, qualificando suas potencialidades e as vulnerabilidades do Brasil no quadro internacional (BEZERRA et al, 2002).
Dentro das estratégias para gestão dos recursos naturais estabelecidas na agenda 21 brasileira, está o estabelecimento de normas e regulamentação para o uso harmônico da energia e promoção de sistemasalternativos de geração energética, transferindo ao consumidor orientações e escolhas feitas nos planos técnicos e científicos. Essas normas são de responsabilidade dos gestores governamentais, através da criação de leis para promover o investimento de capitais privados em usinas alternativas, mediante mecanismos econômico-financeiros com incentivos fiscais e/ou econômicos e dar condições para a disseminação dessas tecnologias, suas vantagens, custos, facilidades e dificuldades, na atualidade.
Histórico e Conceito de Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sustentável é um dos temas mais discutidos nesse momento em todo o mundo, seja pela preocupação econômica que a escassez das energias não-renováveis proporciona ou mesmo pelo despertar da consciência humana a respeito da necessidade de preservação do planeta, bem como das gerações vindouras.
Realizaremos nosso estudo a partir do conceito básico de desenvolvimento sustentável, cujo objetivo principal é o de se obter um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo eficaz e que não venha comprometer as gerações futuras.
Mas, como conseguir tal feito se o homem desde o seu primeiro instante na terra vem exercendo uma relação de total dominação sobre a mesma, sobretudo quanto à extração de suas riquezas naturais?
Para encontramos a resposta para esta pergunta foi preciso elaborar, no módulo anterior, um breve estudo a respeito da relação homem-natureza e tentar entender porque hoje, essa relação vem ameaçando o futuro do nosso planeta.
O Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sustentável baseia-se numa forma de desenvolvimento capaz de acontecer de forma a suprir as necessidades presentes, ou seja, aquelas que já se encontram instaladas, de forma que não venha a interferir no crescimento das gerações futuras. Para isso é de fundamental importância que se verifique a importância de uma exploração harmônica dos recursos oferecidos pela natureza.
Também é imprescindível que perceba-se que alguns problemas podem acompanhar essa exploração de recursos naturais e ameaçar a sustentabilidade. 
A geração de energia oriunda de fontes renováveis vem despertando o interesse de vários países, por se tratar de uma forma de obtenção de energia mais barata e que não agrida ao meio ambiente. E o que tudo indica essa forma “limpa” de obtenção de energia pode-se voltar muito mais competitiva por conta das modernas tecnologias que possibilitam maiores economias de escala, desde que o homem vem explorando os recursos naturais, ainda na época pré-histórica, logo depois com a revolução industrial e chegado aos dias atuais.
As fontes renováveis, quando exploradas para geração de energia, auxiliam à diminuição da exploração dos recursos esgotáveis ou não-renováveis, pois realizam uma exploração mais harmônica, assim também, com a exploração harmônica de fontes renováveis, pode-se cuidar de ecossistemas que são impactados negativamente por geração de substâncias poluentes emitidas ao meio ambiente, no momento em que são transformados em energias úteis para o homem alguns recursos não renováveis, como petróleo, carvão e gás. As principais energias utilizadas pelo homem obtidas por exploração das fontes naturais são: energia térmica, mecânica e elétrica, entre outras.
Os recursos não renováveis, além de estarem em um processo de esgotamento, são os que mais impactos negativos trazem para a natureza, já que sua exploração exige tecnologias especiais para extração, em virtude das condições cada vez mais remotas para sua obtenção.
Seu transporte também costuma oferecer riscos extras, conforme pode ser visto no exemplo do petróleo. Depois de serem utilizados, são ainda estes recursos uma grande ameaça poluente, como é o caso dos resíduos radioativos. 
Atualmente, os níveis de contaminação por poluentes são de grande preocupação, por exemplo, segundo a World Energy Council, somente na geração de energia elétrica, as emissões de CO2, quando se utilizam os seguintes recursos: o carvão natural é de 980 g/Kwh, óleo combustível 818 g/Kwh e gás 430 g/Kwh aproximadamente, contribuindo fortemente para o efeito estufa e a destruição da camada de ozônio (ROCHA e ROSSI, 2003). Os níveis de emissões de CO2 no plano mundial desde 1980, com uma projeção para 2020, estão descritos na tabela a seguir.
Tabela 1: Evolução da emissão de CO2 em milhões de toneladas no período 1980 – 2020
	Anos
	Milhões de Toneladas
	1980
	17.000
	1990
	20.000
	2000
	25.000
	2010
	28.000
	2020
	37.000
Fonte: ROCHA e ROSSI, 2003, p. 245.
Para que se possa alcançar o objetivo básico do desenvolvimento sustentável é necessário que as questões ambientais estejam integralmente definidas, assim como, a contemplação de utilização de outras políticas que auxiliem no alcance do mesmo. 
Os órgãos e autoridades públicas competentes precisam estar adotando medidas mais adequadas para minimizar os efeitos negativos dos transportes no meio ambiente. Devem igualmente procurar uma melhoria na gestão dos recursos naturais, no combate à pobreza e à exclusão social.
Segundo Daniel Bertoli, “esse conceito, que procura conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico da sociedade com a promoção do desenvolvimento social e com o respeito ao meio-ambiente, hoje é um tema indispensável na pauta de discussão das mais diversas organizações, e nos mais diferentes níveis de organização da sociedade, como nas discussões sobre o desenvolvimento dos municípios e das regiões, correntes no dia-a-dia de nossa sociedade”.
As Dimensões do Desenvolvimento Sustentável
Lage e Barbieri (2001) citam sete dimensões: ecológica, econômica, social, espacial, cultural, tecnológica e política. Muitas delas se podem interligar e trabalhar em conjunto. Segundo Ignacy Sachs, as dimensões que abordam o desenvolvimento sustentável são cinco: social, econômica, ecológica, espacial e cultural (SACHS, 1993; BELLEN, 2005; LITTLE, 2003).
Verifica-se que, quando se fala de sustentabilidade, não somente se trata de aspectos ecológicos que mantêm as atividades do homem nos conceitos deste tipo de desenvolvimento, mas também existem outros aspectos que são importantes para um desenvolvimento sustentável.
Capítulo II
O Desenvolvimento Sustentável e suas Dimensões Social e Econômica
· A Dimensão Social do Desenvolvimento Sustentável: O caso da Energia Eólica
Segundo Sachs (1993), a dimensão social do desenvolvimento sustentável tem como objetivo construir uma civilização onde seus integrantes tenham a maior eqüidade na distribuição dos recursos e da renda, para melhoria dos direitos e condições de vida, reduzindo a distância entre padrões de vida. Uma sociedade onde seus integrantes compartem os recursos naturais e onde todos os produtos originam-se dos processos produtivos deve manter equidade na distribuição de todos esses recursos. O bem comum é a base da dimensão social do desenvolvimento sustentável. Um dos recursos energéticos que se discute neste capítulo é a energia elétrica, motivo de muita discussão em todo o mundo, principalmente no nordeste do Brasil, pela escassez de água, bem como pela falta de políticas que priorizem a solução deste problema. 
O Brasil registrou, a partir de maio de 2001, uma deficiência no fornecimento de energia elétrica, em virtude dos baixos investimentos no setor elétrico, níveis de precipitações de água inferiores aos normais e erros na condução do sistema e redução dos reservatórios (FUNDAÇÃO KONRAD ADENAUER, 2002), ocasionando racionamentos para a melhor utilização, o que por uma parte foi benéfico à educação e conscientização social, mas para toda a população esta carência deixou sem energia total, parcial ou limitada a muitas famílias, que em geral são de classes menos favorecidas. É importante ter-se outras fontes de geração de energia que permitam suprir as deficiências de geração elétrica. 
A energia eólica, ou seja, aquela que se utiliza da força dos ventos para gerar energia elétrica já demonstrou em muitos países a importância da sua participação no setor energético. 
O empreendimentodeste tipo de geração de energia pode levar a energia elétrica a comunidades, que estão afastadas da capital ou para locais de grande potencial turístico; porém distantes das linhas de transmissão, a energia elétrica poderia ser suprida por geração de fontes como a eólica, que levaria a estas populações não somente o conforto, mas também poderia levar a geração de emprego e renda. Um exemplo é a usina eólica instalada em Fernando de Noronha – PE, considerada uma reserva natural e ponto turístico dos mais apreciados no Nordeste, mediante a qual um aerogerador fornece energia elétrica sem necessidade de redes de transmissão.
Como efeito nesta dimensão, vê-se que a preocupação principal é com o bem-estar humano, as condições humanas e os meios utilizados para aumentar a qualidade de vida; deve-se preservar o capital humano e social; dificilmente se pode mensurar o capital humano que está ligado diretamente às riquezas, mas é somente parte de um conjunto de fatores da sustentabilidade conformado por necessidades essenciais de uma sociedade, como saúde, educação, habitação, infra-estrutura e saneamento básico.
O principal é diminuir as diferenças nesses fatores entre níveis sociais e ter-se melhoria das condições de vida das populações. Quanto a maiores oportunidades de serviços, os diferentes níveis sociais terão oportunidade de acessos iguais (BELLEN, 2005). Esses serviços são os básicos: água potável, esgoto e energia elétrica, então os benefícios da energia eólica seriam a de fornecer eletricidade das demandas do sistema elétrico nacional, interligado a povoados que estão fora dessa rede e que com sistemas autônomos eólicos forneceriam eletricidade. Com respeito à água, deixar-se-ia de utilizar este recurso para gerar eletricidade por substituição da força dos ventos e aproveitar para o consumo humano.
Atualmente, observa-se que o setor energético no Brasil, pouco a pouco está superando suas carências, e a utilização de energias não renováveis está sendo mais discutida antes da sua utilização, dando oportunidade a outras novas fontes de energia, que favorecerão aos objetivos da dimensão social. A aceitação de energias novas como a eólica está sendo utilizada pela sociedade mundial. Na Espanha, por exemplo, pesquisas indicam que entre 75 e 80% da população estão aceitando a instalação de usinas eólicas como as de Perelló, que já receberam mais de 14.000 visitantes turistas, e a geração de emprego por esta indústria já significa neste país 20.000 postos diretos e 60.000 postos indiretos de trabalho (DELÁS, 2005).
A Dimensão Econômica do Desenvolvimento Sustentável 
A sustentabilidade econômica pode-se definir como uma progressiva alteração do sistema produtivo e de seus padrões qualitativos e quantitativos, mediante uma gestão eficiente dos recursos, por um fluxo regular de investimentos públicos e privados, levando à sociedade a melhoria econômica sustentável (BEZERRA et alii, 2002 e SACHS, 1993). Esta melhoria na gestão eficiente dos recursos refere-se ao aproveitamento, sem prejuízo do ecossistema. Este prejuízo poderia acontecer por desastres ou impactos negativos no meio ambiente ou prejuízos econômicos, em horizonte de médio ou longo prazo. Os gastos gerados para a manutenção da qualidade ambiental são contabilizados como um incremento nas receitas e produtos nacionais, podendo ser aproveitado na manutenção da sociedade que, segundo Bezerra, Facchina e Ribas (2002), têm o significado de geração de emprego e renda, redução da concentração fundiária rural e todas as condições que propiciam moradia para as populações urbana e rural. 
A energia elétrica é um recurso fundamental na economia dos países, é o energético que movimenta grande parte da indústria e comércio do Brasil, como representado na figura abaixo. Portanto, a busca de melhoras na geração de energia elétrica é importante, detectando a falta de produtividade que incorpora aos custos características de ineficiência em conversão, transmissão, distribuição e fornecimento da energia elétrica. A sustentabilidade econômica está na procura da criação de mecanismos para novos sistemas produtivos que sejam integrados e de base local, para que estimulem as atividades econômicas mediante estímulos para que a agricultura, indústria, comércio e setor de serviços gerem melhoras nas condições de vida (LAGE e BARBIERI, 2001). 
O serviço elétrico brasileiro precisa de constantes iniciativas de investimento de capital estrangeiro e nacional, na procura de abrir novos negócios; e estes novos negócios irão procurar a utilização de novas fontes de geração como a eólica (ventos), biomassa, fotovoltaica (luz solar), entre outras renováveis, que ainda têm percentagens de utilização relativamente baixas.
 (
Industria
43%
Residencial
27%
Outros
15%
Comercial
15%
)
Consumo de energia no Brasil por setores
Fonte: ALDABÓ, 2002
A sustentabilidade econômica abrange a alocação e distribuição dos recursos naturais dentro de uma escala apropriada. É um mundo em termos de estoques e fluxos de capital, onde estão incluídos o capital humano, ambiental ou natural e o capital social. A distribuição estará associada à divisão dos recursos entre as pessoas e as quantidades que correspondam a cada um dependendo da escala. Assim, segundo Bellen (2005), a teoria econômica tem-se abstraído da questão de escala de duas maneiras opostas: dizendo que por uma parte o meio ambiente é uma fonte infinita de recursos naturais e também uma fonte infinita de resíduos.
Na elaboração de projetos no setor elétrico para ampliações ou instalação de novas fontes de geração de energia, não somente devem avaliar-se os aspectos macroeconômicos em função da eficiência da operação e retorno dos investimentos, mas se devem variar ou suplantar os modelos tradicionais que medem crescimento e desempenho da economia por modelos de indicadores que incorporem a variável ambiental. Existe, atualmente, a tendência de avaliar projetos também em função dos impactos ambientais.
O Meio Ambiente como fonte de Recursos Naturais
O meio ambiente é a fonte principal de toda a matéria-prima utilizada pelo homem para produção dos bens e serviços utilizados em seu cotidiano. O homem está sempre recorrendo a natureza na intenção de que suas necessidades sejam atendidas. Para que estes bens e serviços utilizados, hoje, pelo homem sejam desenvolvidos é imprescindível a utilização de recursos naturais. Os recursos naturais podem ser representados como sendo bens ou serviços primários dos quais todos nós dependemos. Segundo Barbieri “os recursos naturais, denominados terra nos textos de economia, envolvem elementos ou partes do meio ambiente físico e biológico, como solo, plantas, animais, minerais e tudo o que possa ser útil e acessível à produção da subsistência humana”.
Os recursos naturais estão tradicionalmente classificados em:
· Renováveis – animais, ar, energia solar, água, plantas;
· Não-renováveis – minérios, petróleo, carvão mineral, areia.
Sendo o conceito de recursos renováveis diretamente ligado à possibilidade de ser obtido infinitamente, de uma mesma fonte. No caso dos recursos não-renováveis, estes possuem a característica de serem finitos, ou seja, caso sejam explorados com continuidade serão esgotados.
Na verdade é possível que todos os recursos se renovem de forma natural, porém, essa renovação poderá demandar muito tempo, em alguns casos até milhões de anos.
Importante observar que a renovação de um recurso natural dependerá diretamente do modo com que estes são utilizados. Também não podemos esquecer que os recursos naturais fazem parte de uma grande cadeia, onde todos são dependentes e interligados. Portanto, se um recurso é utilizado de forma incorreta, essa má utilização poderá interferir negativamente em outros recursos. Por exemplo, a devastação das florestas poderá interferir na renovação dos mananciais de água.
Segundo Aguiar (1994) “o conceito de meio ambiente é totalizador. Embora possamos falar em meio ambiente marinho, terrestre, urbano, etc. Essas facetas sãopartes de um todo sistematicamente organizado onde as partes, reciprocamente, dependem umas das outras e onde o todo é sempre comprometido cada vez que uma parte é agredida”. 
Observem o quadro a seguir que ilustra os tipos e exemplos de recursos naturais, assim como a importância da variável tempo na renovação ou não destes recursos.
 (
Alteram
 com o uso
Ar, água, espaço, ciclos dos nutrientes, 
filtro solar
, navegabilidade dos rios e lagos, e outros serviços ambientais.
) (
Não se alteram
 com o uso
Energia direta solar, ventos, marés.
) (
Esgotam-se com o uso
Petróleo, carvão mineral, gás natural e energia nuclear
.
)
 (
Alteram
 com o uso
Petróleo, carvão mineral, gás natural e energia nuclear
.
) (
Esgotáveis, mas podem ser reutilizados
,
 e reciclados
.
Areia, Argila, granito e metais.
)
Fonte: Adaptado de TIVY, J O´HARE, G. Human impacto n the ecosystem.
 Edimburgo: Oliver & Boyd, 1991.
Preservação e Conservação dos Recursos Naturais
O Brasil possui uma das maiores e mais ricas biodiversidades (“a variabilidade de organismos vivos, as interações que existem entre eles e destes com o ambiente. Abrange, ainda, a diversidade dentro de espécies (genética), entre espécies e de ecossistemas”. Convenção da Diversidade Biológica.) do mundo. As maiores reservas de água doce do planeta encontram-se em território brasileiro e um terço de toda a floresta tropical que ainda resta no mundo também.
A conservação dos recursos naturais consiste em usá-los de forma racional, bem como de forma econômica, ou seja, sem desperdício. Agindo assim os recursos renováveis não irão desaparecer por seu mau uso e nem os recursos não-renováveis serão esgotados.
Dessa forma é possível se pensar em um recurso perpétuo? Sim, porém, será necessário que os recursos sejam manejados de forma correta e que o homem não pratique nenhuma ação nociva aos mesmos. Imaginem que a cada árvore arrancada fosse plantada outra em seu lugar certamente acabaríamos o problema da devastação das florestas. Da mesma forma, se houvesse uma preocupação maior em não poluir as águas dos rios, jamais sofreríamos com a escassez de peixes.
O professor Álvaro Fernando de Almeida do Departamento de Ciências da USP nos diz que “o uso indireto e racional de recursos naturais renováveis, mantendo-se a taxa normal de extinção das espécies"; em outras palavras, em a Natureza, diversas espécies estão sempre em competição e pode ocorrer a extinção "natural" de algumas; não só a competição faz com que isso ocorra, mudanças climáticas, erupções vulcânicas, cheias, etc. também podem acarretar a extinção. Da mesma forma que espécies são extintas, outras podem aparecer... é um longo processo de evolução”.
Os recursos naturais fazem parte de uma paisagem geográfica importante e útil para a sobrevivência do homem. Essa paisagem quando modificada de forma brusca poderá desencadear sérios problemas ambientais chegando a colocar em risco a vida de outros seres vivos e até mesmo a vida dos próprios seres humanos.
Os recursos naturais apesar de serem retidos pelo homem da própria natureza, dificilmente são consumidos em sua forma primitiva. Quase todos sofrem algum tipo de modificação ou beneficiamento antes de serem utilizados e o segredo da conservação está exatamente na forma como esse beneficiamento é realizado. Se existir uma preocupação com a reposição dos elementos que são retirados do meio ambiente, esses elementos jamais irão ser extintos e poderão estar disponíveis para as gerações vindouras. Do contrário, se continuarmos com uma exploração desenfreada dos recursos naturais, brevemente estaremos sentindo falta de alguns elementos que há em pouco tempo encontrávamos em abundância.
Os recursos naturais precisam ser vistos de forma sistêmica, onde todos estão de alguma forma ligados uns aos outros. Dessa forma poderemos compreender que uma exploração indevida poderá vir a comprometer o ecossistema como um todo.
Capítulo III
As Dimensões Ecológica, Espacial e Cultural do Desenvolvimento Sustentável
“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a Humanidade deve escolher o seu futuro... ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida”. (Leonardo Boff) 
A Dimensão Ecológica do Desenvolvimento Sustentável
O capital natural é a fonte primaria de recursos utilizados em processos de produção de bens e serviços, que deve ser usado minimizando e anulando os danos ocasionados na natureza, porque é a base sobre a qual está assentada a espécie humana. Os âmbitos que ocupam os recursos naturais estão em solo, mar e ar. Então, como principais poluídos nos processos industriais, são três elementos armazenando todos os resíduos tóxicos que afetaram a todos os seres vivos: homens, animais e plantas.
Segundo Sachs (1993), esta dimensão se maximiza com o uso dos recursos potenciais dos ecossistemas, para propósitos socialmente válidos, ocasionando um mínimo de dano e limitação do consumo de combustíveis fósseis e produtos facilmente esgotáveis substituindo-os por recursos renováveis.
A emissão de agentes poluentes e mudanças no ecossistema ocasionadas pela geração de energia elétrica, por exemplo, são altas. Neste tipo de geração, os principais causadores são as usinas termoelétricas que precisam da combustão de um hidrocarboneto, os mais utilizados são os derivados do petróleo e gás, também utilizando-se do carvão mineral; todos liberam gases que impactam negativamente o meio ambiente. Usinas hidrelétricas também ocasionam danos nos ecossistemas porque elas são causadoras de grandes mudanças nos lugares em que são construídas as barragens e reservatórios; usinas nucleares não poluem o meio ambiente durante seu funcionamento, porém, depois da vida de utilidade do material radioativo, se não é descartado sob proteção adequada, pode gerar um grande impacto à natureza.
Todo e qualquer risco de um impacto negativo ao meio ambiente deverá ser cuidadosamente analisado e eliminado antes que qualquer tipo de exploração de recursos naturais seja iniciada, ainda que se trate de um tipo de recurso renovável. O ambiente precisa ser priorizado independente do volume econômico que esteja em jogo.
A Dimensão Espacial do Desenvolvimento Sustentável
Todo processo produtivo precisa de um espaço físico para poder desenvolver-se, posicionando-se sobre a terra ou mar. Então, quando se tem uma boa distribuição desses espaços para atividades produtivas e econômicas com as atividades dos homens, animais e plantas sem alterar suas condições de vida, pode-se dizer que o equilíbrio espacial existe. Normalmente, quando se tem uma concentração de atividades econômicas dentro de um centro urbano é quando se quebra a passividade e a qualidade de vida dos seres vivos que o habitam. Esta deve equilibrar uma melhor distribuição territorial de assentamentos humanos e atividades econômicas (SACHS, 1993).
Nos diferentes tipos de geração de eletricidade, observam-se alterações do espaço onde estão localizadas as máquinas e recursos em geral que permitam o funcionamento das usinas. O tipo de geração que mais altera o ecossistema é a hidrelétrica, por depender das barragens construídas para reservatórios de água que permitirão dar energia necessária para sua operação. Estas barragens e reservatórios ocupam grandes áreas que muitas vezes pertencem a habitat de pessoas, animais ou plantas.
A Dimensão Cultural do Desenvolvimento Sustentável
A dimensão cultural, segundo Sachs (1993), está dada por um processo de modernização, sem quebrar a entidade cultural dentro do contexto do ambiente em que se desenvolvem as atividades econômicas. Busca raízes endógenas dos modelos de modernização, mantendo a diversidade local, capacitando a sociedade na base dos valores de uma sociedade na tradição e ética, para que sejam transmitidos para todas as gerações. Pode-se dizer que as dimensões são as variáveis que medem a sustentabilidade de todo processo produtivo e assegurar que osignificado de desenvolvimento sustentável seja abordado em sua totalidade.
Podemos relacionar também a dimensão social do desenvolvimento sustentável que consiste em propiciar um relacionamento mais íntimo com as populações influenciadas por uma determinada produção ou exploração. Isso evita que se gere ou amplie as disparidades sociais oriundas dessas atividades. Também é possível identificar as ameaças existentes para tal desenvolvimento, bem como as possíveis oportunidades das quais as empresas envolvidas podem se beneficiar e estender esse benefício às comunidades que estão inseridas.
Observamos que qualquer que seja a dimensão, mesmo as mais antagônicas, que tente explicar a possibilidade de um desenvolvimento sustentável em termos ambientais, todas concordam com o fato de que somente será possível tal desenvolvimento quando tivermos um ambiente ecologicamente equilibrado capaz de garantir uma vida de qualidade para as atuais e futuras populações.
Considerando tudo isto, é necessário fazer uma análise dos riscos para ponderar a existência de fontes de recursos renováveis que, ao serem exploradas pelo homem e transformadas em energias, sejam inofensivas ao meio ambiente ou que pelo menos impactem insignificativamente. Estes recursos renováveis são utilizados pelo homem desde há muitos séculos. Bons exemplos são os ventos, que geram energia eólica utilizada nas embarcações a vela ou nos moinhos verticais para bombear água ou moer grãos de milho.
O aproveitamento das fontes naturais renováveis ao serem transformadas em energias, é necessário um conjunto de condições que devem ser tomadas em consideração e assim não gerar impactos negativos contra o meio ambiente.
A água é um dos recursos que corre mais perigo de escassez nas próximas décadas, apesar de ser um recurso renovável, por muitos fenômenos originados pelo ser humano. Por causa da poluição, este recurso está se esgotando no mundo. Particularmente é o caso do Ceará e de todo o litoral nordestino do Brasil, que sofre pela escassez, afetando a agricultura, geração de energia e consumo da água potável. A seca é uma tragédia anunciada: sabe-se que deve ocorrer sem se saber ao certo quando, onde e com que intensidade virá. As grandes centrais hidrelétricas e térmicas são grandes consumidoras deste recurso, sem o qual a geração de energia pára, o que não acontece na geração eólica e fotovoltaica, já que, para o caso das centrais fotovoltaicas, o consumo de água é vinte vezes menor do que das centrais térmicas convencionais, que corresponde à água utilizada no lavado dos módulos para que a transmissão da coberta protetora seja maior; as centrais eólicas não precisam de água (MORAGUES, 1992).
A Responsabilidade Ambiental das Empresas
O estado há algum tempo já vem se preocupando com as questões relacionadas a preservação e conservação ao meio ambiente, porém essa preocupação sofreu notável significância nas três últimas décadas, quando passou a ser pauta constante nas agendas de governantes, autoridades, bem como da sociedade civil organizada como um todo. Na esfera das empresas, a preocupação com o meio ambiente é um assunto mais recente ainda na maioria das organizações, apesar de muitos organismos particulares terem esse comprometimento mesmo antes que os órgãos da esfera pública se manifestassem.
Hoje, a questão ambiental é um assunto que saiu dos muros das organizações e ganhou espaço nas ruas das cidades, nas escolas, nas mídias, nos sindicatos e com muita ênfase nas empresas particulares, ainda mais nesse momento em que tanto se fala em responsabilidade social. As empresas passaram a se perceber como parte integrante de um ambiente que vem sendo há muito tempo degradado e que essa degradação brevemente poderá afetá-la, caso não sejam tomadas iniciativas para tentar reverter essa situação.
De quem é a culpa?
A maioria dos problemas que estão hoje, instalados no meio ambiente, são decorrentes do uso indevido dos recursos naturais disponíveis na natureza. Por isso é necessário o envolvimento das empresas para a solução desses problemas, independente da estratégia escolhida, já que essas empresas além de produzirem bens e serviços, também os comercializam. As empresas hoje, passam a praticar uma gestão ambiental que pode ser notada de forma global.
A Globalização
Muito antes de a palavra globalização adquirir a força que tem hoje, já se falava numa globalização de problemas como o buraco na camada de ozônio ou o aquecimento global. As empresas já haviam percebido que uma atitude por parte delas seria a solução ou mesmo a minimização de muitos dos problemas ambientais que já estavam instalados e já começavam a ameaçar a tranqüilidade de muitas espécies.
As empresas passavam da posição de geradoras de problemas ambientais, a assumir o papel de “salvadoras do meio ambiente”. Observem que além de uma mudança comportamental, estamos diante de uma mudança de atitude, feito não muito simples de ser realizado, principalmente se a empresa possuir um histórico de pouca relação com questões ambientais. Porém, uma mudança dessa ordem raramente acontece de forma espontânea, ou seja, na maioria dos casos influências da sociedade, do governo ou ainda do mercado financeiro, ajudam nesse processo de mudança de comportamento. Essa pressão pode ser vista como o “empurrão” que algumas empresas necessitam para aceitar sua responsabilidade frente à quantidade de problemas que nosso planeta enfrenta.
A preocupação ambiental é também da classe política e uma prova disso é a quantidade de leis ambientais aprovadas, atualmente, isso sem contar com a força das organizações da sociedade civil.
Segundo Barbieri (2004), “as organizações da sociedade civil que atuam nas áreas ambientais e sociais têm-se tornado uma influência poderosa que se manifesta por meio de denúncias, da formação de opiniões perante o grande público, de pressões políticas nas instâncias legislativas e executivas e de cooperação com as empresas”.
As Organizações Não-Governamentais - ONG´s
As Organizações não-Governamentais representam entidades organizadas da sociedade civil que atuam de forma bastante dinâmica na busca para a solução de variados problemas sociais. Essas organizações possuem um papel muito importante frente à causa que representam. A crescente preocupação das ONG´s nos problemas ambientais globais podem garantir que haverá sempre uma busca para a solução desses problemas. Elas podem garantir que não serão engavetados e esquecidos antes que uma iniciativa seja tomada.
Observe sistemicamente, como funciona a influência na gestão ambiental das empresas:
 (
GOVERNO
EMPRESA
SOCIEDADE
MERCADO
)
Muitas e eficazes são as iniciativas privadas de luta por questões ambientais administradas por organizações não-governamentais. Em algumas áreas a atuação das ONG´s é a única ação existente.
Segundo, Kirschner “a crise econômica e o crescimento do desemprego que atingiram a Europa na década de 80 contribuíram para que a empresa começasse a ser valorizada pela sua capacidade de salvaguardar o emprego – valor essencial da socialização na sociedade contemporânea. O papel da empresa vai além do econômico: ademais de provedora de emprego, é também agente de estabilização social”. 
A preocupação ambiental hoje, tem impactos até mesmo na competitividade comercial. Países, cidades ou empresas que possuem em seu histórico um leque de ações voltado para questões ambientais possuem muito mais chances de fecharem bons negócios, enquanto que aquelas que preferem não contribuir para a causa ambiental são vistas de forma pouco positiva pela maioria dos investidores.
Percebemos assim, que a questão ambiental não se trata de simples modismo, ao contrário, ela representa uma tendência mundial com a capacidade de mobilizar e unir pessoas e organizações dos mais diferentes tipos ou culturas.
A Responsabilidade Social Corporativa
Para que possamos entender como funciona a atuação social das empresas, bem como seu papel efetivo na sociedade contemporânea precisamos nos remeter ao finaldo século XX, quando os discursos liberais e democráticos versavam sobre direitos iguais para todos. Os liberais-democratas defendiam a garantia de todas as pessoas no desenvolvimento de suas potencialidades. Mas apesar de muitos autores concordarem que as idéias liberais-democratas realmente tiveram forte influência na mudança das empresas em relação às suas responsabilidades sociais, somente nos anos 40, temos relatos concretos de uma empresa européia preocupada em não somente obter lucros, mas ciente de sua necessidade em promover a seu empregado um bem-estar que tinha início no próprio ambiente de trabalho e que o acompanhava até as suas residências. A preocupação das empresas agora, não era o fato do trabalhador não levar problemas de casa para o trabalho e sim não deixar que o trabalhador levasse problemas do trabalho para casa. Por isso as empresas passaram a investir numa qualidade de vida no trabalho, cujo objetivo principal era o de propiciar um ambiente de trabalho leve e harmônico, cujos benefícios pudessem ser sentidos até as casas de seus colaboradores. Segundo Guerreiro Ramos, 1981, “funcionários com qualidade de vida no trabalho são mais felizes e produzem mais”.
Quando os problemas ambientais saíram das esferas públicas e passaram a ser de responsabilidade da sociedade como um todo, as empresas precisaram mostrar aos seus empregados que também se sentiam co-responsáveis por tentar diminuir os impactos das ações degradativas do homem sobre a natureza. Os empregados como membros da sociedade também sentiam essa mesma responsabilidade, porém, como não podiam isoladamente realizar grandes feitos, passaram a cobrar de seus patrões uma posição capaz de torná-los, juntamente com suas empresas, agentes efetivos de mudança.
Observem que se trata de um grande sistema, cujas partes estão intimamente lidadas. Se um degrada, todo o restante será afetado.
Esse pensamento passa a modificar o dia-a-dia das empresas que empenhadas em contribuir positivamente para a melhoria do planeta inclui no elenco de documentos produzidos por essas empresas, balanços, e relatórios que dão conta de sua atuação perante aos problemas sociais. Eles explicitam a intensidade com que as empresas vêm contribuindo para a melhoria da sociedade.
Capítulo IV
As Normas e Legislação Ambiental
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (CF 1988)
A Norma ISO 14000
A série ISO – International Organization for Standardization é uma série de normas de padrão internacional para sistemas de qualidade. Trata-se de uma certificação almejada por todas as empresas que procuram oferecer qualidade em seus produtos e serviços. “O que certifica uma empresa como uma instituição de qualidade é que se respeitem as normas que indicam requisitos mínimos de gestão, sobre os quais cada empresa escolhe o nível de qualidade em que deseja se situar. Portanto, além de normas e marcas específicas do setor em que atua, as empresas podem também, utilizar as normas e o certificado ISO para melhorar a qualidade de sua gestão e de seus serviços”. 
Diante da necessidade de se estabelecerem normas acerca da questão ambiental e sua responsabilidade no âmbito empresarial a International Organization for Standardization desenvolveu uma série de normas que objetivava padronizar os processos empresariais de retirada dos recursos naturais, bem como, da punição para aquelas empresas que por ventura, viessem a causar algum tipo de desequilíbrio ambiental em decorrência de suas atividades.
A ISO 14000 vem estabelecer quais são as diretrizes para a área da gestão ambiental, no interior das empresas, ou seja, quais são as responsabilidades ambientais que as mesmas precisam ter para serem consideradas responsáveis socialmente pelo meio ambiente. Como a ISO 14000 determina o sistema de gestão ambiental de uma empresa ela será perfeitamente capaz de:
1. Avaliar quais as conseqüências que as atividades de uma determinada empresa podem trazer para o meio ambiente;
2. Atender de forma eficaz a demanda gerada pela sociedade, ou seja, o que realmente a sociedade necessita;
3. Ser aplicada a toda e qualquer atividade que possa implicar diretamente no meio ambiente;
4. Reduzir os custos das empresas em relação aos gastos com prevenção de riscos ambientais e;
5. Ser aplicada na organização como um todo.
As Políticas Ambientais Públicas no Brasil
Podemos afirmar que na década de 30 o poder público brasileiro começou a se preocupar com questões relacionadas ao meio ambiente. Muitas versões são apontadas para explicar esse tardio envolvimento com um assunto tão delicado, porém a que melhor justifica o fato é afirmar que a abundância de recursos naturais, como água e solo fértil, era tão grande que não se tinha uma noção do quanto já fora explorado. Aliado a isso tínhamos contra nós ainda a exorbitante extensão territorial que dificultada o acesso às áreas já exploradas, bem como, os precários instrumentos tecnológicos como radares e satélites.
Em 1934, foram promulgados importantes documentos referentes à gestão de recursos naturais, são eles:
· Código de Caça – dispõe principalmente acerca da proteção à fauna brasileira;
· Código Florestal – que instituiu as florestas brasileiras como sendo bens de interesse comum a todos os habitantes do país;
· Código de Minas – regulamenta todas as atividades de extração de minerais no Brasil;
· Código de Águas – regulamenta o uso da água, bem como todo o seu aproveitamento como energia hídrica.
Além de leis de regulamentação do uso de recursos naturais, departamentos nacionais como os de Energia Elétrica e de Recursos Naturais foram criados nesse mesmo período considerado como o mais importante em termo de políticas públicas para o meio ambiente. 
Mas, se por um lado o poder público começava a se sensibilizar com as causas ambientais, por outro lado a poluição dos rios e do ar ainda era considerada, pelo próprio governo brasileiro, como sendo produtos naturais e inevitáveis de um país em desenvolvimento, banalizando assim, toda a problemática já instalada. Esse foi o pensamento até os problemas ambientais se tornarem amplos ao ponto de converterem em dimensões planetárias.
Somente em 1980, o Brasil passa a perceber que os problemas ambientais são interdependentes, e dessa forma precisam ter suas políticas de soluções. Ações isoladas já não eram vistas como eficazes e a legislação federal passa a contemplar problemas específicos como degradação do solo, preservação de reservas ecológicas, disposição de resíduos sólidos. A seguir apresentamos alguns exemplos de legislação ambiental específica:
· Lei 6.803/1980 sobre diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição;
· Lei 6.766/1981 que cria as estações ecológicas;
· Lei 6.902 de 02/07/1981 sobre a criação de reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental.
Em 31 de agosto de 1981, a Lei 6.938 estabeleceu a nova Política Nacional do Meio Ambiente, cujas mudanças principais dizem respeito à interação das ações públicas governamentais através de uma abordagem sistêmica. É a primeira lei brasileira que menciona a necessidade de uma qualidade ambiental propícia à vida e ao desenvolvimento sócio-econômico.
Neste mesmo ano é criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente que considera o meio ambiente como patrimônio público, cuja proteção deve ser prioritária em vista do uso da coletividade.
A Constituição Federal de 1988
Essa Constituição representou um imenso avanço em relação às questões ambientais. Ela considerou a conservação do meio ambiente princípio indispensável que deve ser observado em qualquer atividade econômica. Outra novidade apresentada na CF de 1988 foi a incorporação do conceito de Desenvolvimento Sustentável.
Outras importantes novidades apresentadas são:
O estabelecimento do respeito ao meio ambiente;
O estabelecimento de um aproveitoracional dos recursos naturais e;
A inclusão de sítios arqueológicos como elementos do patrimônio cultural.
A Constituição Federal de 1988 dedica um capítulo exclusivamente às questões relacionadas ao meio ambiente, o que confirma a importância do assunto.
Desenvolvimento Sustentável X Recursos Naturais
O consumo de recursos no plano mundial está predominado pelo consumo de petróleo, seus derivados e carvão; o consumo de fontes renováveis, como eólico (ventos), biomassa (bagaços de cana-de-açúcar ou cascas de milho), solar e outros ainda está com escalas inferiores e será responsabilidade de todas as nações mudar esse esquema para que haja um avanço na recuperação dos ecossistemas e assegurar melhor futuro das próximas gerações.
No Brasil, os níveis de utilização de recursos energéticos estão predominados pelo petróleo, seguido da biomassa, hidráulica, gás natural, carvão mineral e urânio, segundo o Ministério de Minas e Energia do Brasil. Estes dados foram obtidos no ano de 2002 e estão ilustrados no gráfico de consumo de energia por tipo de fonte a seguir.
Observa-se na figura acima que, no Brasil, até 2005, ainda as fontes mais poluentes estão na ordem de 55,3% do total das fontes utilizadas para geração de energia e os recursos renováveis ocupam 44,7% das fontes. Será importante para o País acrescentar as porcentagens de utilização dos recursos renováveis para a diminuição da poluição, gerando energias sustentáveis.
Na geração de energia elétrica, a fonte eólica atualmente é a renovável mais promissora no plano mundial e está ocupando cada vez maiores índices de utilização. O Brasil precisa acompanhar essa tendência mundial para reverter esses valores de utilização de fontes. Segundo estudos realizados pelo United Nations Solar Energy Group for Evironment and Development – UNSEGED as formas de exploração de energias renováveis terão maior crescimento na produção de eletricidade, sendo a energia global o dobro para 2025 e o triplo em 2050, tudo com relação a 1985. 
O petróleo, como um dos recursos mais explorados atualmente, já se encontrava em forma natural em algumas regiões terrestres do Oriente Médio desde há muitos anos. Civilizações como os sírios e babilônios há 6000 anos já o utilizavam para pregar pedras e tijolos. Desde que se perfurou o primeiro poço de petróleo no mundo, no ano de 1859, por Edwin Drake, na Pensilvânia, para sua exploração de forma comercial (PANGTAY, 1998), o petróleo e seus derivados foram os combustíveis mais predominantes para a geração de energia quando, no final do século XX, se iniciou a instalação dos primeiros geradores e redes de transmissão de eletricidade. Assim também é utilizado para outras finalidades, como o uso de motores para fábricas, meios de transporte e outras máquinas que requeriam forças mecânicas acionadas pela combustão deste recurso. Nessa época, pela grande abundância do petróleo, este recurso parecia inesgotável, mas esta fonte de energia não-renovável está se acabando e o primeiro alerta foi na chamada primeira crise do petróleo, de 1973, momento no qual o acréscimo do preço deste combustível propiciou a retomada de investimentos de fontes de energia renováveis (CARVALHO, 2003). 
Assim também é a utilização de elementos radioativos que mediante processos de fissão nuclear, criam sustâncias nocivas não expostas na atmosfera deliberadamente, mas que representam grandes riscos de acidentes de considerável envergadura, como os acontecidos em Chernobyl, no ano de 1986, na antiga União Soviética, e em Three Mile Island, em 1979 nos Estados Unidos.
Existem outras fontes renováveis, em geral consideradas fontes novas e que são menos contaminadoras do que os combustíveis fósseis, que liberam grandes quantidades de elementos biológica e geofisicamente significativos, como o carbono, nitrogênio e enxofre, adicionando-se a outros cinco milhões de compostos químicos expostos no ambiente e setenta mil compostos orgânicos sintéticos ao ano gerados na produção comercial (HOLANDA et alii, 2002). 
Considerando tudo isso, é necessário fazer uma análise dos riscos para ponderar a existência de fontes de recursos renováveis que, ao serem exploradas pelo homem e transformadas em energias, sejam inofensivas ao meio ambiente ou que pelo menos impactem insignificativamente. Esses recursos renováveis são utilizados pelo homem desde há muitos séculos. Bons exemplos são os ventos, que geram energia eólica utilizada nas embarcações a vela ou nos moinhos verticais para bombear água ou moer grãos de milho. Um dos problemas principais é que, assim como o vento, todos os recursos renováveis são muito diluídos, porque possuem uma baixa densidade energética, sendo necessárias grandes superfícies coletoras, bem como, o emprego de importantes quantidades de terreno para sua instalação e materiais específicos para a fabricação dos equipamentos. Assim, uma intervenção suficientemente grande para o aproveitamento artificial poderá trazer efeitos adversos na evolução natural do ambiente. Como mencionado anteriormente, para o aproveitamento das fontes naturais renováveis ao serem transformadas em energias, é necessário um conjunto de condições que devem ser tomadas em consideração e assim não gerar impactos negativos contra o meio ambiente.
A água é um dos recursos que corre mais perigo de escassez nas próximas décadas, apesar de ser um recurso renovável, por muitos fenômenos originados pelo ser humano. Por causa da poluição, este recurso está se esgotando no mundo. Particularmente é o caso do Ceará e de todo o litoral nordestino do Brasil, que sofre pela escassez, afetando a agricultura, geração de energia e consumo da água potável. A seca é uma tragédia anunciada: sabe-se que deve ocorrer sem se saber ao certo quando, onde e com que intensidade virá. As grandes centrais hidrelétricas e térmicas são grandes consumidoras deste recurso, sem o qual a geração de energia deixa de existir, o que não acontece na geração eólica e fotovoltaica, já que, para o caso das centrais fotovoltaicas (células de energia solar), o consumo de água é vinte vezes menor do que das centrais térmicas convencionais, que corresponde à água utilizada na lavagem dos módulos para que a transmissão da coberta protetora seja maior; as centrais eólicas não precisam de água (MORAGUES, 1992).
Observem que para se alcançar um desenvolvimento realmente sustentável será necessário todo um cuidado com os recursos naturais, incluído os renováveis, pois uma ação indevida poderá trazer conseqüências catastróficas ao meio ambiente como o desaparecimento de espécies ou de reservas ambientais.
RECURSOS NATURAIS
Não-renováveis
Renováveis
Renováveis/Não-renováveis
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
óleo
hidro
nuclear
gás
carvão
biomassa
eólica e geotermica
Ano 1985
Ano 2025
Ano 2050

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