Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Controle renal da osmolaridade e regulação da P.A Aula 06 OBJETIVOS 1. Avaliar o papel dos eletrólitos no controle da osmolaridade e da volemia. 2. Relacionar com possíveis patologias. Porque nos preocupamos com a HOMEOSTASE das seguintes substâncias? Na + K + Ca++ H + HCO3- Manutenção do equilíbrio iônico Manter a concentração de íons como Na+, K+ e Ca++ dentro de uma faixa normal entre a ingesta e a perda pela urina!!!!! ELETRÓLITOS PLASMÁTICOS Valores de referência • Sódio: 135-145 mEq/L • Potássio: 3,5-4,5 mEq/L • Cálcio Total: 8,5-10 mg/dL • Fósforo: 2,5-4,3 mg/dL • Magnésio: 1,5-2,5 mg/Dl • Cloro: 102-109 mmol/L • Bicarbonato: 22-26 mEq/L • Osmolaridade: 275-295 mOsm/L SÓDIO (Na+) É o principal eletrólito (íon) presente no líquido extracelular. Valor de Referência: 135-145 mEq/L (natremia) SÓDIO (Na+) Por dia, ingerimos cerca de 140 mEq de sódio (8 gramas). Logo a excreção renal de sódio deve ser de 140 mEq por dia. INGESTÃO DE SÓDIO = EXCREÇÃO DE SÓDIO Caso não haja esse equilíbrio, poderão ocorrer duas situações: • BALANÇO POSITIVO DE SÓDIO = Ingestão maior que a excreção (acúmulo de sódio) • BALANÇO NEGATIVO DE SÓDIO = Excreção maior que a ingestão (perda de sódio) SÓDIO (Na+) • O aumento dos seus níveis sanguíneos atrai água para dentro dos vasos, aumentando o volume circular efetivo e a volemia. • A saída de água dos tecidos leva a Desidratação das Células. • O aumento do volume circular efetivo ocasiona um aumento na pressão do líquido dentro dos vasos, logo aumenta a Pressão Arterial VASO SANGUÍNEO Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ H2O H2O H2O H2O TECIDOS NATRIURESE PRESSÓRICA Natriurese Pressórica = É a maior excreção de sódio ocasionada pelo aumento da pressão arterial. O aumento da pressão arterial, causa aumento da pressão dentro dos capilares glomerulares e ↑TFG = leva a uma > filtração de Na+ e H2O e a uma > excreção renal Na+ e H2O. A excreção de sal e água leva a redução do volume de líquido dentro dos vasos, ↓ a P.A. NATRIURESE PRESSÓRICA Excesso de Sódio EQUILÍBRIO HÍDRICO MUDANÇAS NO VOLUME = MUDANÇAS NA P.A SISTEMA CIRCULATÓRIO E SISTEMA URINÁRIO: EQUILÍBRIO HÍDRICO REGULAÇÃO DO VOLUME E P.A BARORRECEPTORES: EQUILÍBRIO HÍDRICO MUDANÇAS NO VOLUME = MUDANÇAS NA P.A PEPTPIDEOS NATRIURÉTICOS: NATRIURESE PRESSÓRICA Pequenos aumentos da pressão arterial podem dobrar a excreção de sal e água (natriurese pressórica). A normalização dos níveis de sódio pode demorar horas ou dias para acontecer, dependendo da quantidade de sal ingerida. Durante esse período, o organismo encontra-se em um balanço positivo de sódio. REGULAÇÃO DA OSMOLARIDADE O que é OSMOLARIDADE? Osmolaridade é a quantidade de partículas dissolvidas em um determinado solvente. Quanto maior a osmolaridade, maior a pressão osmótica do soluto sobre o solvente. E o que é PRESSÃO OSMÓTICA? Pressão osmótica é a força de atração que o soluto exerce sobre o solvente, atraindo-o a fim de equilibrar as pressões osmóticas de dois lados de uma membrana semipermeável. OSMOLARIDADE PLASMÁTICA Osmolaridade (tonicidade) plasmática = é a concentração de solutos osmoticamente ativos (que ocasionam o transporte de água) dentro dos vasos sanguíneos. O principal soluto é o Sódio (Na+). Valor de referência: 285-290 mOsm/ Kg de água Meio isotônico (isosmolar) – meio com NaCl 0,9% OSMOLARIDADE PLASMÁTICA O sódio é o principal soluto responsável pela osmolaridade em condições normais. Quanto maior o valor do sódio plasmático (maior a natremia), maior a osmolaridade plasmática (sérica). Em condições como o Diabetes Mellitus e a Insuficiência Renal, a glicose e a ureia também podem exercer um efeito osmótico e atrair água para os vasos, desidratando as células. Uma baixa concentração plasmática de sódio indica hipotonicidade e edema celular, enquanto uma alta concentração indica hipertonicidade e desidratação celular. https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/osmol/index.cfm https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/osmol/index.cfm https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/osmol/index.cfm Estudo de caso Paciente de 82 anos com história de tabagismo e hipertensão arterial. Ele relata ter iniciado há três dias com intolerância digestiva, vômitos e diarreia aquosa. Nas últimas 24 horas, defecou seis vezes e, de acordo com sua família, apresentou uma tendência a dormir e desorientado no tempo e espaço. No momento da admissão, o paciente apresenta-se sonolento, oligurico (30 ml / 2 horas), obedece às ordens e tem secura das mucosas. Exame físico : PA: 90/60 mmHg; FC: 110 bpm; Sonolento, desorientado em tempo e espaço, normocorado, hidratado, eupneico, afebril. Exames Complementares Hemoglobina: 14,0 Hematócrito: 44,0 Leucócitos: 8.000/ mm3 Neutrófilos: 60 % Bastões: 0% Plaquetas: 350 mil/mm3 Glicose: 100 mg/dL Ureia: 20 mg/dL Creatinina: 1,8 mg / dl Sódio: 155 mEq/L Potássio: 4,6 mEq / L Cloreto: 88 mEq/L Cálcio: 1,2 mEq/L Magnésio: 0,9 mEq/L Glicemia capilar: 115 mg/dL CORRELAÇÃO CLÍNICA: COMA HIPEROSMOLAR DO PACIENTE DIABÉTICO Atualmente chamado de Síndrome Hiperosmolar não cetótica do Diabetes. Ocorre quando há um aumento exagerado da osmolaridade ocasionado pela hiperglicemia (maior que 600 mg/dL) e baixa ingestão de líquidos. • Ocorre: - Hiperosmolaridade - Desidratação intensa (desidratação neuronal) - Sonolência e coma profundo OSMOLARIDADE PLASMÁTICA Calcule a osmolaridade plasmática do seguinte paciente: Paciente A: Glicemia: 350 mg/dL Natremia: 145 mEq/L Uremia: 35 mg/dL Como está a osmolaridade plasmática desse paciente, normal, reduzida ou elevada? Há risco de ocorrer a síndrome hiperosmolar do diabetes? CASO CLÍNICO: Então....a osmolaridade tem a ver com o estado de hidratação do paciente? E quem pode nos ajudar a controlar a Osm? HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH) Também chamado de Vasopressina. Produzido na neurohipófise. É o principal hormônio responsável por manter a Osmolaridade Plasmática. Osmolaridade maior que 280 mOsm/Kg (exemplo: 320 mOsm/Kg) Neurohipófise libera o ADH HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH) Atua no ducto coletor, promovendo a reabsorção de água, diluindo o plasma e corrigindo a osmolaridade (volta para os valores normais - 290 mOsm/Kg). • O ADH evita que o plasma fique hiperosmolar. • Ele diminui o volume urinário (pode chegar à 0,5 L/dia) • A água que é reabsorvida por ação do ADH também AUMENTA a P.A. HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH) • Além do ADH, a sede é também uma importante defesa contra a hiperosmolaridade. • O ADH estimula o Centro da Sede no Hipotálamo EQUILÍBRIO HÍDRICO MUDANÇAS NO VOLUME = MUDANÇAS NA P.A HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH) Doença ocasionada pela deficiência do ADH (forma central) ou pela redução do efeito deste hormônio sobre o rim (forma nefrogênica). CAUSAS: → Diabetes Insipidus Central • Cirurgia de retirada da hipófise • Tumores hipofisários (adenoma) • Ingestão aguda de etanol → Diabetes Insipidus Nefrogênico • Congênito • Uso de lítio • Hipocalemia grave Polidipsia Poliúria e Desidratação Correlação Clínica: DIABETES INSIPIDUS HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH) Correlação Clínica: SÍNDROME ANTIDIURESE INAPROPRIADA Existe um excesso de ação do ADH, levando a um excesso de retenção de líquidos no organismo do paciente. Leva a uma diluição exagerada do sódio plasmático = causa Hiponatremia. CAUSAS: • Traumatismo cranioencefálico • Meningite • Câncer (pâncreas, bexiga, próstata, pulmão) • Medicamentos e drogas (morfina, carbamazepina, ecstasy) CONTROLE RENAL DA PRESSÃO ARTERIAL Além de controlar a osmolaridade do plasma, os rins controlam a pressão arterial. APARELHO JUSTAGLOMERULAR: É formado pelas Células Granulares (células modificadas presentes na arteríola aferente) e pela Mácula Densa. CONTROLE RENAL DA PRESSÃO ARTERIAL REDUÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (ex: Hipotensão, Perda Sanguínea) REDUÇÃO DA FILTRAÇÃO DE SÓDIO NOSGLOMÉRULOS CHEGA MENOS SÓDIO NA ALÇA DE HENLE ISSO É PERCEBIDO PELAS CÉLULAS DA MACULA DENSA ESTIMULAM AS CÉLULAS GRANULARES A PRODUZIREM A ENZIMA RENINA CONTROLE RENAL DA PRESSÃO ARTERIAL ATIVAÇÃO DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA A Angiotensina II é responsável por ocasionar um aumento da pressão arterial. CONTROLE RENAL DA PRESSÃO ARTERIAL ATIVAÇÃO DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA As ações da Angiotensina II são as seguintes: • Vasoconstrição nas arteríola eferente (aumenta a filtração glomerular); • Aumenta a reabsorção de sódio nos néfrons; • Aumenta a produção do ADH; • Estimula a sede; • Estimula a liberação do hormônio Aldosterona pela suprarrenal (esse hormônio aumenta a reabsorção renal de sódio) . CONTROLE RENAL DA PRESSÃO ARTERIAL ATIVAÇÃO DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA EQUILÍBRIO HÍDRICO MUDANÇAS NO VOLUME = MUDANÇAS NA P.A CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV PERDA SANGUE Até 750 mL 750-1500 mL 1500-2000 mL Mais que 2000 mL PRESSÃO ARTERIAL Normal Normal Diminuída Diminuída ESTADO MENTAL Levemente ansioso Moderadamente ansioso Ansioso, confuso Confuso, letárgico Em todas essas classes de perda sanguínea, existe uma maior produção dos seguintes hormônios: - Angiotensina II - ADH - Noradrenalina - Aldosterona Objetivo: Tentar evitar a queda da pressão para valores que possam comprometer a chegada de sangue nos órgãos (perfusão tecidual). PRESSÃO ARTERIAL NA PERDA SANGUÍNEA Entre outros fatores, existe uma superativação do Sistema Renina-Angiotensina que ocasiona aumento da reabsorção de sódio e aumento da pressão arterial. Fármacos: • Inibidores da enzima conversora de Angiotensina (iECA) Exemplo: Captopril, Enalapril • Bloqueadores do receptor da Angiotensina II Exemplo: Losartan Correlação clínica HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) CAUSA: ESTENOSE DA ARTÉRIA A obstrução de 70-80% da artéria renal, com redução no fluxo sanguíneo para o rim, estimula o rim isquêmico a produzir renina e ativar o Sistema Renina-Angiotensina = Causa um aumento da pressão arterial (Hipertensão Renovascular) ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL POR ATEROESCLEROSE Cerca de 20% dos pacientes com obstrução maior que 75% podem apresentar perda do órgão. Correlação clínica HIPERTENSÃO RENOVASCULAR
Compartilhar