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Aula 4 - Arqueologia Indígena

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O descobrimento que é um mito de 
formação no Brasil, é de fato um processo 
sociológico e termina por esconder o 
passado das diferentes sociedades 
ameríndias. 
A ideia de descobrimento é contrária a 
ideia da violência da própria conquista, é 
um processo brutal e apaga não, só do 
ponto de vista físico mais cultural e 
histórico, as populações que aqui existiam. 
Os povos indígenas foram jogados no 
mais cruel esquecimento, pela ausência de 
preocupação da maioria dos brasileiros, 
que não foram educados para pensar 
como teria sido a ocupação e 
desenvolvimento dessas civilizações antes 
da chegada dos primeiros europeus, e o 
estabelecimento desse projeto 
colonizador, que transformou essas terras 
em um amplo empreendimento comercial, 
cuja finalidade era gerar lucros para o país 
imperialista. 
No Brasil, essas nações indígenas foram 
quase completamente exterminadas, 
vítimas do processo histórico. 
Esse processo brutal de conquista nega 
a história a esses povos, essas populações 
representam aquilo que na antropologia é 
chamada de sociodiversidade, ou seja, 
arranjos sociais que demonstram a 
diversidade humana. 
O objetivo desse texto de Góes Neves, 
é abordar a importância de se construir 
uma história indígena num processo de 
resgate do passado, que seja diferente da 
história eurocêntrica que se fixou no Brasil 
sobre esses povos, com uma imagem 
estereotipada deles ao pensar que essas 
nações não eram significativas para 
possuírem uma história própria, o termo 
descobrimento nega a história e a 
sociodiversidade dessas populações. 
Aqui, a arqueologia vai tentar 
compreender a estrutura funcionamento e 
processos de mudanças e sociedades do 
passado a partir do estudo dos restos 
materiais produzidos e utilizados e 
descartados pelos indivíduos que 
compõem essas sociedades. 
Góes Neves reconhece que é o meio 
social, com seus valores, com sua 
especificidade e com a sua divisão do 
trabalho, que apropria um meio físico, os 
ecofatos e os biofatos, e os transformam 
em materiais necessários ao seu 
desenvolvimento e à sua vida. 
Não podemos esquecer que, em toda e 
qualquer sociedade, tudo aquilo que é 
vestígio material para nós, era também, 
para a sociedade, fruto da sua própria 
divisão interna do trabalho. Em sociedades 
indígenas, geralmente, essa divisão era 
uma divisão sexual do trabalho, cabendo ao 
homens e mulheres tarefas diferentes na 
produção de uma solidariedade que vai 
gerar a sociedade indígena, isso faz parte 
de todo o conjunto cultural dessa 
civilização. 
Essa divisão do trabalho ela é ação 
antrópica, portanto, ela modifica a natureza 
enquanto modifica a si própria, produzindo 
territorialidades e produzindo a própria 
civilização. 
Nós podemos entender a noção de 
civilização de uma maneira mais inclusiva, 
mais abrangente, e as populações, 
diferente dos preconceitos que existem 
até hoje, elas produziram vestígios 
materiais significativos. 
Pensando na nossa ideologia que 
entende que a noção europeia de 
progresso é desenvolvimento tecnológico, 
desenvolvimento técnico, uma inclusão 
socioeconômica para se aumentar o 
consumo, contudo, o que para nós é 
progresso, para estas civilizações é o fim 
da vida, pois a nossa chegada e a nossa 
sociedade representou o fim dessa 
sociedades indígenas, e quando se pensa 
no progresso dessas nações indígenas 
através das noções europeias, ele se torna 
atraso ou inércia. 
O progresso para essas populações 
tradicionais é muito diferente dessa noção 
europeia de progresso que é compulsória, 
que é uma ideia de progresso que só diz 
respeito a nossa civilização. 
E com isso, forças físicas, 
econômicas, entre outras, passam a 
intervir mais ainda na vida desses povos 
originários, essas populações sofrem os 
efeitos da nossa civilização. 
Não podemos impor valores e intervir 
no modo de vida dessas populações 
indígenas. 
A discussão que Góes Neves faz sobre 
os sítios arqueológicos indígenas está 
propondo a ampliação das discussões 
acerca do tema, as nossas concepções de 
como que é o sítio e a importância dos 
objetos da cultura material para a 
compreensão de um dado povo, e no 
passado, muitas dessas civilizações 
produzam artefatos com extrema beleza, 
produções essas que precisam ser 
valorizadas e enxergadas de outra maneira, 
como parte de uma história muito ampla e 
rica. 
A escravidão indígena foi utilizada no 
Brasil colônia para implementar e dar o 
passo inicial, não só na economia de 
escambo, da troca de madeira, animais, 
drogas do sertão, pau-brasil por algumas 
ferramentas manufaturadas ocidentais, 
mas também na própria consolidação da 
civilização açucareira no Nordeste. 
Outro fator que também contribuiu para 
o genocídio dos povos indígenas foram as 
guerras de conquista travadas pelos 
bandeirantes. 
A catequese, em especial jesuítica, 
ajudou a desarticular o modo de vida 
desses povos, deslegitimando as culturas 
ancestrais com o etnocídio, na tentativa de 
gerar o extermínio cultural desses povos. 
Esse genocídios, a mortandade, essa 
escravidão, essas guerras, tudo isso vai 
desarticular para sempre o modo de vida 
dessas populações originária.

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