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HISTÓRIA DA HOMINIZAÇÃO Prof. André Mendes AULA: 23/08/2021 - Arqueologia I AULA: 30/08/2021 - Arqueologia II AULA: 13/08/2021 - Cidades e correntes migratórias I https://ca-lti.bbcollab.com/collab/ui/session/playback AULA: 20/09/2021 - Cidades e correntes migratórias II AULA: 27/09/2021 - Mesopotâmia I https://ca-lti.bbcollab.com/collab/ui/session/playback AULA: 04/10/2021 - Mesopotâmia II AULA: 16/10/2021 – Egito https://ca- lti.bbcollab.com/collab/ui/session/playback/load/c94bb620e1044678828ce5fd bd1a8bba AULA: 25/10/2021 - Religião AULA: 08/11/2021 - Mitologia AULA: 22/11/2021 - Fenícios AULA: 29/11/2021 – Hebreus LIVRO: Arqueologia – Pedro Paulo Funari https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/pid-18996594-dt-content-rid- 137515382_1/courses/202120.FMU-105275.06/Texto%202%20- %20Funari_Arqueologia.pdf?VxJw3wfC56=1638385558&Kq3cZcYS15=5f9d434 4217f456cb536893dc8e306ae&3cCnGYSz89=%2BlZobEDRY9INsCLhALr5tVaXR j%2BFdf%2FE6qMXs887lGo%3D LIVRO: História geral e do Brasil, VOL 1 – Gianpaolo Dorigo LIVRO: A Cidade Antiga – Fustel de Coulanges https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/pid-18996599-dt-content-rid- 137515383_1/courses/202120.FMU-105275.06/Texto%203%20- %20Coulanges_A%20Cidade%20Antiga.pdf?VxJw3wfC56=1638732152&Kq3cZc YS15=5f9d4344217f456cb536893dc8e306ae&3cCnGYSz89=NG43UUV1P5PSdg haNL7MxAOtUBAm0juWQExD4GSdkpE%3D LIVRO: O sagrado e o profano – Mircea Eliade LIVRO: O estado persa – David Asheri LIVRO: História da civilização – Will Durant Prof. André: Introdução (fontes) Finley trabalha, no livro como um todo, com a tese de que status do indivíduo perante a sociedade e identidade cívica ditavam as regras econômicas Obs. 1: Unidade cívica no mundo grego é a cidade, o país não era unificado mas cidades tinham um mesmo substrato cultural, linguístico, religioso, etc. Obs. 2: Momentos do curso: - fontes - cidades - religião Obs. 3: Histórica como Ciência (origem no sec. XIX, iluminismo, classificação do conhecimento do simples ao complexo, cronologia, revolução industrial, oposição burguesia/proletariado): - Objeto: não é o passado, é a relação do homem no tempo/espaço (Ex. Mulher casando de branco) - Teoria: - Método Princípios científicos do Sec. XIX - Neutralidade - Isenção - Verdade Requisitos do historiador para atingir os princípios: necessidade de vestígios do passado (documentos). No Século XIX tais documentos eram prioritariamente: - escritos - burocráticos - vida político-administrativa Crença de que os documentos escritos de caráter oficial, desde que lidos com cuidado e método rígido, levariam à verdade: - Ideia de que o historiador se posiciona no presente, escolhe sempre vestígios do passado, aplica os métodos científicos de modo isento, e apresenta a verdade do passado - Quanto mais distanciamento temporal, maior seria a garantia da neutralidade, isenção e verdade Instituições: - museus - arquivos - bibliotecas - escolas Problemas: envolvimento do historiador e falsa neutralidade: - Nacionalismo - Identidade nacional - Origens sociais, econômicas, culturais - Noção de civilização - Projeto Imperialista - Eurocentrismo Sec. XX (década de 1920): Escola dos Annales na França questiona esse modelo iluminista e seus princípios. Historiadores são orientados pelo seu tempo (Peter Burke diz que foi uma “revolução francesa” na historiografia): - Historiadores fazem escolhas - Escolhas tem motivações pessoais - Problematização da história - Múltiplas temporalidades (presente, passado, interpretação, etc.) - “tempos diferentes simultâneos” (Ex. Pátio do Colégio) - Vestígios fragmentados do passado (conhecimento em partes) - história continua como ciência mas como interpretação, condicionada pelas condições do presente e munida de objetividade na análise dos documentos LIVRO: História geral e do Brasil, VOL 1 – Gianpaolo Dorigo CAPÍTULO 1: Em busca de nossos ancestrais (PAG 29) África: nosso lugar de origem Escavações paleontológicas: - ganham força no final do século XIX - fósseis Estudos da pré-história abarcam várias áreas: - geologia - filologia - artefatos materiais o fósseis o instrumentos o fragmentos cerâmicos o vestígios de alimentação o contextos naturais e culturais - bioquímica Charles Darwin: desloca a discussão sobre surgimento da humanidade das narrativas religiosas e míticas para a ciência África: na região centro norte (floresta tropical das imediações do Chade) foi encontrado crânio fossilizado mais antigo de hominídeo (entre 6 e 7 milhões de anos). Gênero Sahelanthropus tchadensis Região que atravessa Etiópia, Quênia e Tanzânia: outros fósseis datando de 4 milhões de anos (gênero Australopithecus, do latin australis, do sul, e do grego pithekos, macaco): - dentição semelhante a dos humanos atuais - andar bípede - postura ereta Gênero Homo* também foi encontrado: - Homo habilis (desde 3 milhoes de anos) - Homo erectus (desde 2 milhoes de anos) *Obs. Divisão dos seres vivos: - Gênero (Homo): desenvolveram a linguagem e controlaram o fogo o espécie (Homo habilis, Homo erectus, Homo sapiens) § subespécie ou raças (Homo sapiens sapiens) Do Homo erectus evoluíram (ao longo de 500 mil anos): - Homen de Neanderthal - Homen de Cro-Magnon - Homo sapiens (espécie humana atual) Os estudos apontam que Homo erectus foi o primeiro a povoar outros continentes (fósseis na China, Java, Europa, Iraque), e que há 100 mil anos Homo sapiens sapiens fez nova migração (PAG 34) A vida em grupo Períodos: - Paleolítico (idade da pedra lascada): aproximadamente 2,7 milhões de anos até 10000 a.C. (Obs. Slide do Prof. André fala em 2,5 milhões a 12000 a.C.) o Humanos viviam em bandos o Grande parte do tempo e energia gastos na busca de sustento o Caça, coleta, pesca o Instrumentos de lascas de pedra, ossos ou madeira o Nomadismo: § ocupação de territórios por períodos relativamente curtos, § dispensavam construções mais complexas (ocupavam mais grutas, cavernas, tendas rudimentares, etc.) - Ao longo do período cria-se a divisão natural do trabalho na busca de mais eficiência o Homens: quase sempre responsáveis por construção de ferramentas, construção de tendas, caça e pesca o Mulheres: coleta e atividades artesanais o Anciãos e crianças ajudavam na medida do possível - Pinturas rupestres (França e Espanha, aproximadamente 40 mil anos, mas já encontraram inscrições em argila na Africa do Sul datando de 77 mil anos): das principais fontes históricas do paleolítico o Mostra capacidade de representação do pensamento (linguagem) o Deu origem a alguns alfabetos (PAG 35) O domínio sobre a natureza Glaciação (ou Era do Gelo): queda radical da temperatura terrestre: - força grupos animais a buscarem outras áreas mais amenas - permite formação de estruturas de gelo e maior mobilidade dos grupos humanos Período Neolítico (idade da pedra polida): entre 10000 a.C. e 4000 a.C. - sedentarização: agricultura e pecuária (revolução neolítica) - alguns grupos permanecem nômades - mudança gradual: inicia-se com a domesticação de plantas e animais (seleção artificial) e termina quando se alcança dieta nutritiva adequada - Regiões de grandes rios - Aumento das populações: mudanças organizacionais - Implementação tecnológica: ferramentas mais sofisticadas, domínio do fogo, uso da madeira Idade dos metais: por volta de 4000 a.C. mas a datação ainda é imprecisa - metalurgia - organizações sociais mais complexas e numerosas - surgimento de Estados AULA: 13/08/2021 – Prof. André Mendes Cidadese correntes migratórias I Grupos humanos pré-urbanização: - Nômades - Clãs (famílias) - Caçadores e coletores - Divisão igualitária entre o grupo (?) - Calendário lunar (sempre pares): lua muda com mais frequência - Buscavam cavidades naturais - Líder político: pater famílias - Líder religioso: xamã* - Monolatria: diferente de monoteísmo que é a crença em um deus único o um único deus o divindade ancestral: um dia viveu entre eles *Obs. Ambos os títulos são hereditários (não é necessariamente consanguínea) e vem do deus ancestral Aldeamento: - tribos: junção de clãs (articulação política e religiosa) - estrutura seminômades: possibilidade da agricultura (junto com caça e coleta) - maior volume de vestígios arqueológicos - politeísmo: o deuses não são a natureza mas se manifestam na natureza o deuses ancestrais de cada clã o possibilidade de deuses em comum (parentes) o possibilidade de mais deuses o sacerdotes representando os clãs - transição do coletivo para o privado - governada por um conselho de paters representantes dos clãs: o escolhem um rei o rei que faz o que o conselho delibera (poder executivo, Ex. Senado romano) o continuidade da hereditariedade - possibilidade de um calendário solar além do lunar Cidades: fruto do sedentarismo humano e domínio sobre a natureza (agricultura e pecuária) - Concentra grande quantidade de vestígios arqueológicos, - Vestígios podem datar de tempos diferentes - São espaços de autoridade política e religiosa - Espaço de especialização do trabalho: trabalho político e religioso se especificam (há exceções como o caso da mesopotâmia) - Fruto de transformações: religiosas, políticas, tecnológicas, militares, culturais, econômicas, etc. - Sítios arqueológicos mais antigos: mesopotâmia, c. 4000 a.C. ou c. 6000 AP (antes do presente) - Universidade de Chicago Homem: - Ser social: vivencia em grupo - Ser religioso: conservação da ancestralidade - Surgimento das cidades se dá pela junção dessas duas características humanas Fustel de Colanges: - típico autor do século XIX, - chamado de positivista, mas prof. Prefere chamá-lo de metódico - muitas das sua teses já foram superadas - importância da leitura está na questão do método científico Fluxos migratórios: Início por volta de 70 mil anos (slide) - grupos humanos como morfologia similar a australianos e africanos - grupos humanos com morfologia similar a asiáticos e americanos atuais Teoria 1: humanos chegaram a America por terra (estreito de Bering, corredor livre de gelo), já q ue nível do mar era 130 metros mais baixo Teoria 2: navegação pelo oceano pacífico, com estadias em ilhas ao longo do caminho (Problemas: vestígios foram perdidos com submersão das ilhas, não se encontram tantas ilhas submersas ao longo do pacifico) Pinturas rupestres: aparentemente função religiosa e não artísticas, objetivo de criar magicamente os animais para a caça LIVRO: A cidade antiga - Fustel de Coulanges (PAG 4) Famílias gregas: - unidade social - divindade própria (“doméstica”) Frátria (do grego) ou Cúria (do latim): - união de algumas famílias - estabelecimento de uma divindade comum Refeição: culto religioso em que se sacrificava um animal para comê-lo (o mesmo que acontecia em uma família individual): - repartido entre os membros da frátria - oferecida à divindade comum (ver melhor) Tribo: união entre frátrias - deus comum: herói “epônimo” Clã > fratria ou cúria > tribo “A ideia religiosa e a sociedade humana iam, portanto, desenvolver-se ao mesmo tempo” Capitulo II: Novas crenças religiosas (PAG 127) Os deuses da natureza física Religião antiga: alma humana - antepassados - lar como símbolo principal - constituiu a família - fundamentou as primeiras leis “Ao investigarmos as crenças mais antigas desses povos, encontramos uma religião que tinha por objeto os antepassados e por símbolo principal o lar” (pag 127, parag 2) “OS costumes da vida civilizada ainda não haviam estabelecido uma separação entre natureza e homem” NOTA: relação entre as divindades domésticas e a família (antepassados) e a natureza (fogo) Outra Religião (sem especificar de onde veio): natureza física - Olimpo helênico: Zeus, Hera, Atena, Juno - Capitólio romano (PAG 5) Homem desses tempos: - dependência da natureza - visão caótica da natureza (ainda sem uma concepção de unidade e de universo em harmonia) - atribui à natureza os sentimentos humanos - constituiu deuses a partir da natureza Duas formas muito distintas de ideia religiosa: - atributo divino ao principio invisível (inteligência): o quanto o homem “sentia de sagrado em si” mesmo (relacionada aos heróis da família) - natureza física: atribui divindades a objetos exteriores (natureza): divindades “naturais” (PAG 129) Segunda relação dessa religião com o desenvolvimento da sociedade humana Primórdios da religião da natureza: - Unidade das divindades (objetos da natureza) ao lado de - multiplicidade das interpretações de uma mesmo objeto (Ex. Sol: vários nomes e significados) - mesmo caráter das divindades doméstica por causa da configuração familiar da época: objetos divinizados eram apropriados pelas famílias como seus NOTA: divindades físicas eram comuns aos homens, mas persistia o culto doméstico aos antepassados (separação entre esferas pública e privada). Essa separação não era clara pois os deuses da natureza também eram apropriados como domésticos e recebiam nomes e cultos diversos pelas famílias (PAG 7) Apesar de os deuses da natureza serem também “propriedades” de determinadas famílias, essa nova religião apresentava um “quadro mais largo” e um terreno comum às várias famílias Há uma paulatina migração do culto doméstico para o público e o lar passa a ocupar lugar secundário em relação ao templo (PAG 134) Capitulo III: Forma-se a cidade Cidade: associação entre tribos - não era fusão de tribos (não se admitia novas famílias na tribo) - respeito ao culto de cada tribo - religião em comum - infinidade de pequenos núcleos políticos com um governo em comum - direito privado das famílias (de seus chefes) era respeitado - inclusão do indivíduo é gradativa: família > fratria > tribo > cidade NOTA: a progressão família/fratria/tribo/cidade não excluiu a individualidade e autonomia de cada um desses entes. “Em religião, subsistiu grande quantidade de pequenos cultos, acima dos quais se estabeleceu o culto comum” (PAG 11) Citar parágrafo 2 para tratar da progressão associativa do homem antigo (questão da crença) (PAG 12) Urbe: local de reunião, domicilio e sobretudo santuário (PAG 13) Pag 145: primeiro paragrafo trata da importância da fixação à terra e da sacralidade (PAG 15) Pag 149, parag. 3: (PAG 16) Pag 151, parag 4: fundador da urbe era antepassado comum para os cidadãos, correlato ao primeiro antepassado familiar LIVRO: História geral e do Brasil, VOL 1 – Gianpaolo Dorigo A civilização mesopotâmica (PAG 71) Mesopotâmia: localizada no oriente médio - entre rios Tigre e Eufrates (região do crescente fértil) - região de planícies que facilitava invasões (instabilidades políticas) - regime de cheia dos rios não é tão regular como o do Nilo (frequentes inundações violentas e secas) Primeiros vestígios de sedentarismo na região datam de aproximadamente 10000 a.C. Crescimento populacional nos núcleos urbanos: - desenvolvimentode sistema hidráulico complexo (drenagem de pântanos, construção de diques e barragens, etc. - Formação de grandes cidades (Ex. Uruk): função militar (proteção de riquezas da agricultura) e controle político (PAG 72) Evolução política Final do Neolítico: várias cidades já fundadas na mesopotâmia pelos sumérios, governadas por patesis (misto de chefe militar e religioso que cobrava impostos e administravam obras hidráulicas): - Ur - Nipur - Lagash - Uruk Sumérios estabeleceram comércio com povos vizinhos a leste (Índia) e oeste (mediterrâneo) Acádios: dominaram mesopotâmia por volta de 2400 a.C. - Sargão I: unificou regiões centro e sul, submetendo sumérios e absorvendo sua cultura - Invasões estrangeiras inviabilizam império acádio que desaparece por volta de 2100 a.C. *Amoritas: invadem a região a partir do século XIX a.C. - Primeiro império babilônico: nova tentativa de unidade na região - Hamurabi (1792 a.C. – 1750 a.C.): transforma cidade da Babilônia em principal centro urbano e político da antiguidade - Império abrangia região do golfo pérsico à assíria - Código de Hamurabi: o Estabelecia penas e delitos domésticos e comerciais ligados a propriedade, herança, escravidão, falsas acusações o Baseado na lei de talião (olho por olho, dente por dente) o Pena proporcional ai delito mas sujeita a variações (posição social da vítima, por exemplo) - Declínio do império é seguido de invasões, alguns povos exerceram eventual controle da região: o Assírios: conhecidos pelo caráter militar e violência o Caldeus: fundação do segundo império babilônico § Nabucodonosor (604 a.C. – 561 a. C.): famoso pelas obras urbanas na Babilônia § Conquistados por Ciro I da Pérsia: no séc. XI a.C. Babilônia é integrada ao Império Persa *Sumérios > Acádios > Amoritas (Hamurabi) Obs. Mapa da página 74 mostra “império Sumério de Ur” por volta de 2112 a.C. a 2004 a.C. (PAG 74) Economia, sociedade e cultura na Mesopotâmia Agricultura: principal atividade econômica (como no Egito) Não havia separação entre vida prática e prática religiosa: todos prestavam serviços aos deuses e administração local Templo e palácio: as duas principais instituições mesopotâmicas (elites com poderes centralizados) - detinha maior parte das terras - cuidava da tributação e distribuição de excedentes agrícolas - Trabalho compulsório - Teocracia: governante era representante dos deuses mas não divindade encarnada como no Egito Escravos: número tendia a ser bem elevado, sobretudo no império assírio Politeísmo: deuses representavam elementos da natureza - Zigurates: templos em forma de pirâmides onde habitavam os deuses, mas também se observava o céu (astronomia), e serviam de celeiro e oficinas (Obs. Prof. André diz que zigurate também era centro administrativo onde se guardavam documentos feitos em argila) - Ishtar: deusa da chuva, primavera e fertilidade, muito importante para os mesopotâmicos Ciências: - Astronomia - Astrologia - Calendário: dividido em ano, 12 meses, semanas, 7 dias, divisão do dia em 12 horas - Álgebra: divisão do circulo em 360 graus, raízes quadrada e cúbica - Arquitetura: arcos e decorações em baixo relevo - Literatura: narrativas épicas (Ex. A Epopéia de Gilgamesh, considerada narrativa mais antiga, de 2000 a.C.) AULA: 27/09/2021- Prof. André Mendes Mesopotâmia I Mesopotâmia (termo grego adotado a posteriori): cidades mais antigas são encontradas na mesopotâmia e Egito, porém a cidade mesopotâmica de Eridu é o sítio arqueológico mais antigo que conhecemos - Região vem sendo ocupada por cidades há 6000 anos - Hoje chamada Iraque - diversidade cultural devido ao grande número de povos na região o Colcha de retalhos, invasão não lineares (vários momentos e lugares) o coexistência entre povos, o por isso a escolha de Paul Petit* - Egito e Mesopotâmia ganham áreas específicas de estudos por causa das fontes escritas e materiais em grande volume oriundas das cidades - Região necessitou de centralização político-administrativas e cidades- estados autônomas para gerir a região (instabilidade, regime de cheias, alagamentos), que leva a grandes obras públicas - Unidade dos povos se dão por elementos culturais (construções, religião, cultura, textos, etc.) o Assírios (norte) o Acadianos (centro) o Sumerianos (Sul): primeiros a se instalarem, referência cultural (difusão cultural em sentido sul-norte) o Estudos sobre mesopotâmia começam no sentido norte-sul - Produção intensa de cereais que permitiu comércio de excedentes (cerais, tâmaras, frutas secas) - Vegetação pobre: necessidade de importação de madeira - Região rica em betume - Zigurate: o ao mesmo tempo palácio e templo, porém pelo modelo sumeriano rei (poder político) se sobrepõe ao sacerdote (poder religioso) o centro administrativo: guardava documentos em argila que resistiram a incêndios (argila cozinha e não derrete) Religião: - Marduc: divindade associada ao sol - Mortos devem ficar no mundo dos mortos (valorização da vida), diferente dos egípcios Casamento: - sociedade patriarcal - casamento como negócio familiar - Matrilinearidade: transmissão de bens pela mulher (ver slide no BB) o Primogênito homem: recebe 50% dos bens do pai e 50% dos bens da mãe, em caso de não haver filhos homens adota-se um filho (motivo: evitar perda da terra e da tradição familiar) o O restante é dividido igualmente entre todos os filhos, inclusive mulheres *Paul Petit: autor generalista (manual). Botero: estudou muito a cultura assíria AULA: 16/10/2021 – Prof. André Mendes Egito Dificuldades em se tratar do Egito - Longevidade: império egípcio tem 4000 anos, - nunca foi coeso nem homogêneo - Território expansionista: sentido norte - sul - Senso comum: suprimiu a falta de coesão e as diferenças - Deslumbramento pelo exótico (aos olhos do século XIX) - Visão preconceituosa - Ignorância contemporânea (conhecimento pela exceção e não pela regra) Características: - Egito foi império unificado muito cedo, antes do mundo mesopotâmico (por volta de 3500 a.C.) - Teocracia: Faraó considerado Deus encarnado (filho de um Deus) - Império conviveu com ameaças mas foi mais “estável” em relação a invasões graças a barreiras naturais - Economia calcada na agricultura* (sociedade hidráulica) - Comércio interno pelo Nilo - Comércio externo pelo mediterrâneo: ao que parece egípcios não eram grandes navegares mas outros povos estabelecem comércio com Egito (gregos, fenícios, etc.). Delta do Nilo** foi grande entreposto comercial - Influencia ativa sobre outras sociedades - Religião: politeísmo (grande maioria dos deuses são antropo zoo mórficos), resultado de assentamento de várias tribos ao longo do Nilo - Poder do Faraó vai diminuindo com o tempo *Obs. Egito não tem terras agricultáveis, mas as cheias depositam nas margens material orgânico nas margens (faixa de aproximadamente 15 Km Para ambos os lados do rio) **Obs. Tipos de foz de rio: delta e estuário. Cidades dos vivos ao lado esquerdo do rio (nascente do sol), cidade dos mortos (necrópoles) ao lado esquerdo (poente do sol, construída em pedra) Por sua localização geográfica, Egito torna-se ponto de confluência para vários povos, sua cultura influenciou vários povos Escribas: artesãos, não sabiam ler, escravos Pedra de Roseta: mesmo texto em grego, demótico e hieróglifo LIVRO: História geral e do Brasil, VOL 1 – Gianpaolo Dorigo A Civilização Egípcia (PAG 78) - Extremo nordeste daÁfrica (região desértica) - Organizada ao redor do vale do Nilo (regime de cheias que fertilizam o solo) - Nomos: regiões administrativas, econômicas e religiosas do Egito antigo. Governadas pelos nomarcas 3500 a.C.: fusão dos nomos originam dois reinos: - Alto Egito - Baixo Egito 3200 a.C.: unificação pelo chefe do Alto Egito Menés ou Narmer (primeiro faraó e primeiro reino unificado de que se tem registro). Teve duas cidades que se sucederam como sede: - Tínis - Mênfis (PAG 80) Economia: servidão coletiva dos camponeses. Trabalhos realizados quase sempre durante as cheias do Nilo: - Obras de irrigação coordenadas pelo estado - Construção de depósitos de armazenagem - Construção de templos, - Construção de palácios, - Construção de monumentos funerários Agropecuária: - cereais (sobretudo trigo) - algodão - linho - papiro - cabras - carneiros - gansos - pesca no Nilo Manufaturas: - artesanato - tecidos - vidros - construção naval Política: monarquia teocrática a partir da unificação (Império Egípcio, Faraó Menés) - Faraó: considerado Deus vivo o Concentra todos os poderes (chefe do Estado) o Detém maior parte das terras o Controla a economia o Tinha funcionários que administravam templos, terras, homens, barcos, rebanhos, tributos, trabalhos o Nomarcas: representantes locais do poder do Faraó Hierarquia: - Faraó o Sacerdotes, o grandes burocratas, o chefes militares § Baixa burocracia: escribas responsáveis pelos registros administrativos § comerciantes (ganharam mais expressão no Novo Império) • Camponeses e artesãos: trabalho compulsório, pagamento de tributos o Escravos: capturados em guerras, mas sem muita expressão na sociedade egípcia Religião: importante instrumento de manutenção da ordem e domínio dos camponeses - politeísmo - vida após a morte: mumificação (corpos eram sepultados com utensílios) Ciências: - arquitetura: construção de templos, pirâmides, palácios - engenharia: obras hidráulicas - astronomia: calendário solar de dose meses e trinta dias Artes: forte conotação religiosa - pintura: representação de deuses, nobreza, faraós (falta de perspectiva) - escultura: monumental, linhas rígidas e simétricas - Literatura: poesia (Ex.: Hino ao Sol, de Amenófis IV) Escritas: - hieróglifa: sagrada, antiga, mais de 600 caracteres - hierática: simplificação da escrita hieróglifa - demótica: popular, recente, cerca de 350 sinais (PAG 82) Os períodos da história egípcia Dividida em Três grandes períodos: - Antigo Império (c. 3200 a.C - 2300 a.C) o Primeiro intermediário (2160 a.C. – 2055 a.C.): escassez e disputas políticas internas - Médio Império (c. 2000 a.C. – 1580 a.C.) o Segundo intermediário (1650 a.C. – 1550 a.C.): delta sob domínio dos Hicsos (“soberanos estrangeiros”, apresentavam-se como egípcios) - Novo Império (1580 a.C. – 525 a.C.): Egito alcança maior extensão territorial, período dos Faraós mais famosos Teve 26 dinastias e caiu em 525 a.C. com o domínio dos persas (Cambises, filho de Ciro, derrota os egípcios na batalha de Pelusa) Egito foi dominado por vários povos durante pelo menos 2500 anos: - Império persa - Ocupado por macedônicos: introdução da cultura grega (?) (dinastia ptolomaica ou lágida pertencente à Cleópatra) - Império Romano - Árabes - Turcos - Inglaterra AULA 08/11/2021: Prof. André Mendes Pérsia Mundo periférico (porque fora do crescente fértil): persas e medos, tribos distintas coexistem no mesmo tempo e espaço - ao norte do crescente fértil (boa parte hoje é o Irã) - escassez de recursos hídricos - predominância do pastoreio - nomadismo num período inicial - regime de cheias do Nilo inviabilizou vestígios duradouros de cidades ao longo do rio (causava afastamento e aproximação periódica das margens) Obs. Mapa do livro do Gian Dorigo mostra início do império persa ao sudeste da mesopotâmia. Perguntar para o André. Unificação medo-persa (medos se sobrepuseram num primeiro momento): - poderio militar mais sólido - permite diversificar atividades para além do pastoreio (incursões e saques) - imposição de tributos aos territórios dominados (muitas vezes na forma de mercadorias e alimentos) Pérsia passa da periferia ao centro sobretudo pelo expansionismo militar (isso é beeeem importante): - dinastia Aquemênida (de origem persa) - formação de um império - ameaça ao mundo helênico Asheri prefere tratar o mundo persa como confederação e não império: - pluralidade cultural - diversidade étnica - formação de alianças - “diplomacia militar” - coesão frágil - povos tributários mas não dominados (autonomia “provincial”, isso é beeem legal) o autonomia religiosa o autonomia política e administrativa o preservação de estruturas de elite o preservação dos idiomas Dario: rei Aquemênida que teve visão administrativa, tentou criar coesão no império (isso é beeem importante): - divisão em províncias (Satrápias administradas pelo sátrapa) - interliga províncias por estradas - cria sistema de “correios” - cria um corpo de fiscais (“olhos e ouvidos do rei”, na leitura pejorativa do grego Heródoto) - concede autonomia administrativa a elites locais - criação de moeda (dárico: nome original não é conhecido mas a moeda trazia a face de Dario) - popularizou o mazdaísmo (ver abaixo) Religião: universo politeísta Zoroastrismo ou Mazdaísmo (por volta de 1000 a.C.): ganha força e popularidade na região medo-persa ao longo do tempo - Sacerdote Zoroastro ou Zaratustra: criador de uma prática religiosa em que ele seria o grande representante de uma grande divindade (Ahura- Mazda) - Primeira prática religiosa dualista - Mazdaísmo foi popularizado por Dario (séc. VI a.C.), mas ele não se torna uma divindade - Conflito entre ordem e caos, bem e mal: o homem viveria regido por esse conflito optando preferencialmente pelo bem e a ordem, o conflito se manifesta em ciclos (a cada 12 mil anos) - Avesta: texto sagrado que representa diálogo entre Zoroastro e Ahura Mazda o Escatologia: orientação religiosa que trabalha com ideia de fim de mundo (julgamento), mas também com a ideia de recomeço do ciclo bem/mal o Ideia de livre arbítrio o Ideia de ressureição - Arimã: divindade que se opõe a Ahura Mazda, representa tudo o que é mal LIVRO: História Antiga – M. I. Finley Questão: - falta de estatísticas provenientes do mundo antigo (PAG 43) Autor: - estatísticas são funções sociais que mudam com o tempo - problemas de método de avaliação - foco no número de categorias dos documentos originais: o dirigidos à cidadãos comuns o provenientes de órgãos públicos § destinados a conhecimento particular § destinados ao conhecimento público (PAG 44) Perguntas: - Motivo de o documento ter sido escrito: na antiguidade era comunicar alguma informação e não fornecer dados para análises (PAG 51) Problema do motivo (tornado público) está ligado à “natureza do sistema político” (com exceção de Antenas, segundo o autor) (PAG 52) Coleção de documentos provenientes do mundo antigo é “disperso” (PAG 59) Proposta do autor: - passar da pesquisa individual para a pesquisa sujeita a “análise coletiva” - apresentação dos documentos em série num “lapso de tempo”, sempre que possível - emancipação da história antiga do estudo “quase estatístico” LIVRO: Arqueologia – Pedro Paulo Funari CAPÍTULO 2: Como pensa o arqueólogo: do artefato à sociedade (PAG 29) Escavação: uma das atividades mais comunsdo arqueólogo - proposta de escavação o informações prévias em documentos o testemunhos orais o pinturas sobre ocupações o fotos Prospecção (ou levantamento, ou survey): reconhecimento do terreno, identificados vestígios na superfície inicia-se a escavação Estrato arqueológico: unidade básica do trabalho - cada estrato representa uma ação humana (seções estatigráficas) - definição do estrato tem certa dose de subjetividade mas também de objetividade (cada estrato é definido por composição material no solo) o fruto de ação humana o ou fruto de ação natural (PAG 31) Objeto de observação do arqueólogo não é mais do que um vestígio diminuto, que deve ser lido de certa forma que permita uma reconstrução das atividades e ações que levaram ao estado atual do material encontrado Reconstrução depende da subjetividade e outras áreas do conhecimento, como arquitetura, química, semiótica (interdisciplinaridade) (PAG 33) Os artefatos, indicativos e mediadores Objeto de estudo do arqueólogo é indicativo de relações sociais nas quais foi produzido e apropriado Artefatos: são passíveis de interpretação pois são produtos de trabalho humano e, portanto, apresentam duas facetas: - função primária: utilidade prática - função secundária: simbólica Objeto, no seu significado humano, apresenta-se como meio de relação entre homens Ex. Objetos podem emitir sinais de prestígio ou poder (cálice de ouro) Obs. Minha. Relação com a teoria marxista (PAG 34) Os objetos arqueológicos na sociedade contemporânea Vestígios reintegrados ao novo contexto cultural tornam-se novamente mediadores - objetos podem ser considerados sem valor material ou cientifico e serem desqualificados - podem adquirir funções ideológicas: levar pessoas a endossarem idéias dominantes - Ex. Vestígios de povos indígenas antigos podem ser valorizados ou não, dependendo dos valores ideológicos vigentes (PAG 36) O contexto cultural da atividade humana Atividade humana: dá-se por meio de contato - homem – natureza - homem – homem Cultura: revela capacidade fundamental do homem se inventar e tornar possível a historia da humanidade Obs. Minha: paralelo com a teoria de Vigotski Ainda que seja criação humana, artefato parece ganhar autonomia e vida própria, ainda que deslocado de contexto histórico Ex. Ideia de linha evolutiva dos objetos (nascimento, crescimento, morte, etc.) Por outro lado, existe a percepção de que a vida humana desenvolve-se de forma natural Ex. Ideia de que grupos humanos se deslocavam apenas por necessidades materiais Obs. Base do autor é o conceito de fetiche da mercadoria (PAG 39) Quando a única informação é o material e seu contexto ambiental Arqueólogo da pré-história deve fazer uma distinção - material encontrado e seu contexto (únicas fontes imediatas) - informações textuais da arqueologia histórica Abordagem etnográfica: analogia entre o que foi encontrado e tribos ainda vivas Ex. Comparação entre conhecimento etnográfico (estudos antropológicos) e descrições de viajantes europeus para compreender distribuição espacial de sítios pré-históricos (PAG 40) A convergência de fontes e sua significação para o arqueólogo Questão da primazia dos tipos de fontes: apesar de poderem datar de um mesmo contexto espacial e temporal, continuam sendo fontes distintas e não necessariamente convergentes - cultura material: o resultado direto do trabalho humano (testemunho involuntário), o ajudam a desvendar mecanismos ideológicos dos documentos escritos - documentos escritos: o representa ideias e interesses subjetivos do autor (ideologia), o ajudam a esclarecer significado sociológico das evidências materiais Obs. Muitas tentativas de confirmar informações textuais com vestígios arqueológicos resultaram num falseamento de ambas as categorias documentais (autor cita alguns exemplos nas páginas 41 e 42) Convém saber que essas categorias documentais podem se complementar ou não (PAG 42) Dos objetos aos homens: o caso das ânforas Ligações diretas entre artefatos e fenômenos de ordem econômica e social Ânforas romanas: recipientes cerâmicos de diversas formas e tamanhos destinados ao armazenamento e transporte de diferentes produtos Presença de certas ânforas em certos lugares indicaria consumo de certos produtos armazenados por elas nesses locais (esquema 4 na página 43) (PAG 44) Em busca de quê? A influência dos modelos de interpretação Material arqueológico comporta leituras diversas (importância da seleção das perguntas) Recuperação de informações arqueológicas depende de: - observações diretas - pressupostos combinados com teorias e hipóteses (PAG 48) As Teorias Arqueológicas Modelo histórico-cultural: herdeira do nacionalismo do Século XIX, teoria mais difundida: - nação composta por o povo: grupo étnico definido biologicamente o território delimitado o cultura: § língua § tradições sociais - Conceito de “cultura arqueológica”: conjunto de artefatos semelhantes, de determinada época, representando um povo com cultura e território definidos - Surge na Alemanha: Gustav Kossina - Vere Gordon Childe: o Retira os pressupostos racistas: arianos como raça superior o Conceito de cultura arqueológica o Evolucionismo marxista o Estágios progressivos de desenvolvimento tecnológico: § Pedra lascada § Pedra polida § Bronze § Ferro § Indústria - Pressupostos: o todos os indivíduos de um determinado grupo compartilhariam as mesmas ideias e mesma cultura material de forma homogênea o tradições passam de geração a geração (PAG 49) Arqueologia Processual (Estados Unidos, anos 1960): “a arqueologia é antropologia ou não é nada” - New Archaeology: Lewis Binford - questionava o caráter histórico da arqueologia - oposição entre busca por eventos e culturas singulares (história) e regularidade no comportamento humano (elementos universais do comportamento humano) - minimização dos esforços e maximização dos benefícios (comum a todos os povos) (PAG 50) Críticas e novas propostas: - década de 1980: - pós-modernismo - crítica ao conceito de verdade cientifica - Ian Hodder, Michael Shanks, Christopher Tilley - Crítica ao histórico-culturalismo: pessoas não compartilham os mesmos valores, há variações - Crítica ao processualismo: visão capitalista e imperialista universalizante - Nova proposta: arqueologia pós-processual (contextual): o Preocupação com o interesse dos arqueólogos no passado e no presente o Contexto histórico e social da produção do conhecimento o Subjetividade § Arqueologia feminista § Arqueologia étnica e racial - Ian Hodder: avanços da arqueologia pós-processual o Cultura material tem papel ativo nas relações sociais, não é apenas reflexo da organização social o Inserção do individuo nas teorias da mudança social e cultura material o Arqueologia possui laços explicativos mais consistentes da historia (AULA 8) LIVRO: O sagrado e o profano – Mircea Eliade • tempo profano: ordinário, atos privados, sem significado religioso • tempo sagrado: reversível, festas, retomada dos primórdio (PAG 66) Templum-tempus (PAG 67) Yokut (povo aborígine da América do Norte): mundo igual a ano ("o mundo passou”). Renascimento do mundo após o ano Obs. visão conservada até hoje no âmbito profano: ano novo igual a recomeço (PAG 68) Templo como centro do mundo: • templum: espacial • Tempus: temporal(PAG 70) Mito: revelação de como uma realidade veio à existência Repetição anual da cosmogonia Babilônia: no fim do ano e começo do ano novo, Poema da Criação retomava batalha entre Marduk e Tiamat que deu origem ao mundo (PAG 71) Ano novo: purificação, anulação dos pecados do indivíduo e da comunidade Rituais que simbolizavam o fim do mundo: retorno do cosmo ao caos, festas, orgias, etc. Obs. comparação com o carnaval brasileiro (PAG 72) Regeneração pelo regresso ao tempo original Rituais de criação do mundo são retomados em outros contextos: • posse de um soberano • cura de doenças • preparação pra guerra • salvamento de colheitas (PAG 76) Ex. tratamento de dor de dente: invoca-se tanto a origem do mundo como a origem da causa da dor O tempo festivo e a estrutura das festas (PAG 79) Tempo sagrado é sempre o mesmo obs. paralelo com o teatro medieval (PAG 81) Tornar-se periodicamente o contemporâneo dos deuses Cidade, templo, casa: centros do mundo, espaço aberto para o alto, próximo dos deuses (PAG 82) Diferença entre contexto religioso ideológico do cristianismo/judaísmo e culturas primitivas Nostalgia da situação paradisíaca mito do eterno retorno Obs. texto um pouco prolixo Autor diz que psicologia moderna identificaria nesse comportamento uma angustia diante do risco da novidade, recusa em assumir responsabilidade por uma existência autêntica e histórica (BEM INTERESSANTE, AUTOR FALA EM RETORNO A SITUAÇÃO EMBRIONÁRIA, VER FREUD “O FUTURO DE UMA ILUSÃO”) (PAG 83) Autor discorda da crítica acima: responsabilidade do homem arcaico (responsabilidade no plano cósmico) é diferente da nossa (moral, social, histórica) Obs. interessante ressaltar aqui a soberba do homem moderno estabelecida no séc. XIX em relação ao homem dos períodos anteriores. Crítica a ideia de progresso (relacionar com o início do curso) (PAG 84) Mito: - modelo exemplar - história que revela um mistério (PAG 85) sagrado = real: ex. trabalho agrícola - ritual revelado pelos deuses ou heróis Trabalho profano: destituído de significado pois sem ligação com o divino Obs. em algum lugar ele fala em imaginário, pensar no conceito de imaginário da psicanálise (PAG 86) mito explica a origem de um fenômeno Obs. pensar no conceito de razão como mito (Adorno) (PAG 88) Reatualizar os mitos (PAG 89) Imitação dos deuses (imitatio dei): Ex. sacrifício humano para recriar a origem mítica (PAG 90) Canibalismo ritual: (PAG 91) Autor rejeita juízos de valor sobre sacrificios humanos e canibalismo, pois são fenômenos culturais e não naturais Obs. questionamento das ideias de progresso, evolução, binômio civilização/barbárie (PAG 92) Historia sagrada, historia, historicismo Autor apresenta recapitulação (PAG 94) perspectiva muda quando o sentido da religiosidade cósmica se obscurece: desligamento progressivo dos padrões religiosos tradicionais por parte das elites intelectuais das sociedades "mais evoluídas” (PROBLEMATIZAR) (PAG 96) Elites intelectuais indianas: dissolução do tempo cíclico (karma) para evitar o prolongamento infinito da escravidão (???) (PAG 97) Judaísmo: tempo linear (começo e fim) em oposição ao tempo cíclico Cristianismo: acontecimentos não se repetem mas se cristalizam na história, cristão revive o passado (PAG 98) “historicismo é produto da decomposição do cristianismo" LIVRO: História geral e do Brasil, VOL 1 – Gianpaolo Dorigo Os Hebreus (PAG 86) Crescente Fértil: Além de Egito e Mesopotâmia - hebreus - fenícios - persas Hebreus: - Região: Palestina, margens do rio Jordão (semitas e tribos hebraicas) - primeiros a adotarem o monoteísmo ético (judeus, cristãos, muçulmanos) - agricultura e pastoreio Fontes históricas: antigo testamento (mistura dados históricos com relatos míticos) e estudos linguísticos e arqueológicos Abraão: primeiro grande líder hebreu (primeiro patriarca) - pregava o monoteísmo: Deus Javé ou Jeová (elemento unificador dos hebreus) - profecia da terra prometida Isaac e Jacó: patriarcas sucessores (de quem descenderam os grupos familiares que originaram as 12 tribos de Israel) Seus nomes só são mencionados no Antigo Testamento Alguns historiadores afirmam que a religião monoteísta de Jeová só surgiu muito depois da época dos patriarcas Relato bíblico: dificuldades econômicas levam muitos hebreus ao vale do Nilo. Ocupação teria sido pacífica mas depois foram escravizados, o que fortaleceu luta de resistência e unidade religiosa (escravidão não é defendida pelo Prof. André, VER MELHOR) Êxodo: liderada pelo patriarca Moisés: - revelação dos 10 mandamentos durante a fuga - retorno à Palestina após 40 anos pelo deserto, sob liderança de Josué A narrativa bíblica não é inteiramente confirmada por outras fontes (contradições, cronologia duvidosa) (PAG 87) Ainda pelo relato bíblico: - hebreus ocuparam a cidade de Jericó - divididos em tribos, passaram a nomear juízes (chefes guerreiros: Gideão, Sansão, Samuel, etc.) para combater os filisteus que ocupavam o litoral da Palestina - 1010 a.C.: unificação das tribos em um reino por Saul (primeiro rei dos hebreus) Davi: lança bases para a formação de um estado hebraico - governo centralizado - exército permanente - organização burocrática - Capital em Jerusalém: Salomão, filho de Davi - Apogeu comercial - Templo de Jerusalém (conhecido como Templo de Salomão) Divisão do reino: originada pelo descontentamento pelos altos impostos, trabalho compulsório e morte de Salomão: - Israel: capital Samaria - Judá: capital Jerusalém Consequências da divisão: invasões - Assírios - Nabucodonosor (Babilônia): séc. VI a.C.; o Saqueou Jerusalém o Destruiu templo de Salomão o Levou escravos hebreus de Judá para a Babilônia - 539 a.C.: invasão persa à Babilônia liberta hebreus, que retornam à Palestina mas submetidos politicamente aos persas - invasão dos macedônicos - invasão dos romanos Resistência aos romanos: 70 d. C. - reprimida brutalmente - Jerusalém foi destruída - Hebreus se dispersam por outras regiões (diáspora: centenas de anos) LIVRO: História geral e do Brasil, VOL 1 – Gianpaolo Dorigo Os Fenícios (PAG 88) Fenícia: litoral da Síria, norte da Palestina (atual Líbano) - ocupada em 3000 a.C. por povos semitas - politeístas (ver explicação da aula do André): o Baal (sol), o Astarteia (lua) - agricultura: o cereais, o videiras, o oliveiras - pesca - artesanato - destacaram-se no comércio marítimo: o aquisição de excedentes agrícolas do Egito, o desenvolvimento da astronomia para navegação, o desenvolvimento da matemática para o comércio - Cidades-estados: chefiada por elites talassocráticas (proprietária das embarcações, thálassa = mar, kratía = força ou governo) o Biblos o Sidon o Tiro - Rotas comerciais por todo o mediterrâneo até o litoral Atlântico do norte da África - Instalaram vários povoados em regiões do mediterrâneo (Ex. Cartago) - Contato com várias culturas e conhecimentos - Criação de um alfabeto fonético de 22 letras, o incorporado pelos gregos e romanos, o base do alfabeto atual LIVRO: O estado persa – David Asheri (PAG 35) Khshasa: termo persa para reino (poder real e território ocupado pelo rei) (PAG 36) Bumi: termo para o conglomerado de todos os países/povos súditos do granderei (identificação desse conglomerado com o mundo inteiro, ideologia Aquemênida da monarquia universal) Cilindro de Ciro: estabelecia os limites - mar alto: mar negro - mar baixo: mar vermelho Dario: adota-se formula assíria das quatro margens do mundo Conceito de império segundo a doutrina moderna: “domínio tolerado e tolerável de uma superpotência Hegemonia: termo grego que designa estado soberano que guia conglomerado de outros estados formalmente autônomos: - interesses recíprocos entre soberano e súditos - expansionismo: justificado pela segurança militar (DE QUEM?) (PAG 37) Ideologia de propaganda imperial com objetivo de lealdade e gratidão Estabilidade: equilíbrio entre poder central e periférico (PAG 38) Justificativa do império Aquemênida: qualidades civilizatórias, domínio do homem sobre a natureza - agricultura - arboricultura - obras hidráulicas - explorações geográficas Ponto de vista dos povos oprimidos: persas promoviam transgressão das fronteiras naturais e desencadeavam da ira divina (Ex. Heródoto: inaugura corrente crítica “moralizadora” do expansionismo persa) (PAG 39) Ciro: definia-se a si mesmo como grande rei Obs.: Segue uma descrição da origem do título que Ciro reivindica (PAG 41) História do império se organiza em torno da tensão entre centro e periferia Império persa é um “conglomerado pluriétnico”: falta de homogeneidade cultural obriga o poder central a manter a coesão imperial Tendências centrípetas do poder central: controle de todas as esferas da administração: - atividade civil - atividade religiosa - atividade militar Meios de controle: - medidas normativas - editos - ordens - autorização real - petições locais Participação conjunta entre centro e periferia Obs. O autor cita vários exemplos de participação: (PAG 43) Exemplo de participação: comando supremo militar está nas mãos do rei e da elite persa, mas a massa do exército é multiétnica (PAG 44) “Império Aquemênida nunca foi uma monarquia militar” (PAG 46) “Olhos e ouvidos do rei”: segundo o autor, uma provável criação fantasiosa grega por motivos ideológicos Império persa era plurilinguístico (PAG 49) Campo religioso: campo mais conhecido da política pragmática entre poder central e periférico (PAG 50) Tolerância religiosa do império Aquemênida é idealizada e não científica (PAG 51) Exemplo do autor: cilindro de Ciro falando em restituição dos deuses a suas cidades originais, desfazendo um ato do rei Nabonido da babilônia (não se trataria de tolerância mas de restauração com interesses políticos) Obs. Explicação nas pag. 52, 53 (PAG 57) Respeito aos cultos e oferecimento de sacrifícios aos povos dominados tinham interesses políticos e o politeísmo como elemento unificador Outros testemunhos demonstram intolerância não pragmática (política, militar) mas teológica (PAG 72) Poder central imperial/forças periféricas - equilíbrio instável - tolerância não foi escolha conscientemente - ideologia monárquica, ao contrário, era centralista e totalitária Obs. Não fica clara, pra mim, a tese do autor: - ora diz que que a tolerância tinha interesse político - finaliza dizendo que poder central não escolheu a tolerância por escolha política LIVRO: História geral e do Brasil, VOL 1 – Gianpaolo Dorigo Os Persas (PAG 88) Pérsia: planalto iraniano - ocupada desde 6000 a.C. - povos de origem indo-europeus por volta de 2000 a.C. - Ciro I (559 a.C. – 529 a.C.): unificação do território com vitória sobre os medos (povos vizinhos) - Constituíram um dos maiores impérios do mundo antigo - Expansão e invasões: o Mesopotâmia o Palestina o Fenícia o Ásia Menor (Ocidente) o Índia Ciro: aliou-se às elites dos territórios ocupados, garantindo estabilidade para o império Cambises: filho de Ciro: - conquista o vale do Nilo na Batalha de Pelusa (525 a. C.) - centralização autoritária e submissão dos povos conquistados Dario I (524 a.C. – 484 a.C.): - período de maior florescimento persa - dividiu império em províncias (satrápias) - sátrapas: cobravam impostos - olhos e ouvidos do rei: inspetores oficiais, fiscalizavam os sátrapas - construção de estradas entre principais centros urbanos: o Susa o Pasárgada o Persépolis - Criação de um eficiente sistema de correios para controle das províncias - Implantação de uma unidade monetária (dárico) (PAG 90) Economia: - servidão coletiva: serviços obrigatórios ao Estado - comércio: realizado por povos subjugados (fenícios, babilônios, hebreus) - burocracia: grande importância para manutenção do poder imperial (executada por sátrapas e sacerdotes) Guerras Médicas (ou guerras Greco-Pérsicas): - nome faz referencia ao povo medo, da Pérsia - domínio das cidades gregas da Anatólia (atual Turquia): prejuízo ao comércio grego com o oriente - Grécia vence as Guerras Médicas: início da desagregação do império Persa. Cultura: - incorporação da escrita cuneiforme - religião dualista (duas divindades antagônicas): o Ormuz-Mazda (deus do bem, da luz, do mundo espiritual) o Arimã (deus do mal, das trevas), o imperador era o representante do bem na Terra - religiosidade popular: várias divindades (resultado de contato com outros povos) o vida após a morte o Messias que libertaria os justos (semelhante ao judaísmo) o Zoroastrismo ou masdeísmo: livro sagrado de Zend-Avesta (de Zoroastro ou Zaratustra): LIVRO: História da civilização – Will Durant (PAG 301) Oriente Próximo: dividido entre: - predominantemente indo-europeus ao norte, - predominantemente semitas ao centro e sul Apesar das barreiras naturais (montanhas, desertos), havia intercâmbio cultural: - comércio - migrações - deportações Certa homogeneidade cultural acompanhou heterogeneização do sangue
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