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1 O que são ist’s? Doenças causadas por vírus, bactéria ou outro microrganismo, transmitida através de contato sexual sem preservativo com uma pessoa infectada. A transmissão também pode ocorrer ainda no parto, durante a gestação ou amamentação. Sintomatologia:: Corrimento (vagina, anus, pênis): podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados; Pode ocorrer cheiro forte ou coceira; Verrugas anogenitais: causadas pelo papilomavirus HPV; Ferimento: podem aparecer nas genitálias ou qualquer outra parte do corpo; manifestações da sífilis, cancroide, herpes genital, donovanose e linfogranuloma venéreo. Causada pela bactéria Treponema pallidum (subescpécie pallidum), pertencente a família Spirochaetaceace, a qual possui o gênero Treponema e Borrelia Espiroquetas: • Morfologia única; • Finas e em forma de hélice; • Possuem endoflagelos e são extremamente móveis; Características estruturais: • Membrana externa peculiar, (pouquíssimas proteínas inseridas na membrana externa, baixa antigenicidade); Lipoproteínas imunogênicas abundantes na superfície; • Visualizadas através da microscopia de campo escuro (não se coram pela técnica de gram); • Os endoflagelos se movimentam de maneira semelhante aos flagelos externos (permite uma capacidade de invadir tecidos muito grande); Contribuem para fatores de patogenicidade; Cultivo • Tempo maior de cultivo devido ao fato de necessitar de muitos nutrientes; • Meios de cultura ricos e líquidos; 2 • Sensíveis as condições ambientais – mudanças afetam significativamente; • Treponema pallidum: não pode ser cultivado em meios artificiais; viável no sangue a 4°C até 24h. Treponema sp. • Membrana externa fluida e com poucas proteínas integrais (sem LPS); • Alongada e helicoidal; • Possui LOS com função semelhante ao LPS; • Periplasma com fina camada de peptideoglicano e endoflagelo; • Repertorio metabólico limitado e genoma pequeno. Triponema pallidum • Microaerofilico (baixas concentrações de oxigênio) e nunca foi cultivado artificialmente; • Mantido em cultivo no testículo de coelho; • Resiste 26h fora de seu habitat devido ao calor e falta de umidade; • Divisão transversal a cada 30h.; • Parasita intracelular obrigatório; • Baixa variabilidade genética, fazendo assim com que haja pouco polimorfismos; • A diferença de densidade da parede e do corpo do Triponema sp. dificulta sua visualização à luz direta no microscópio óptico; • Seu nome pallidum vem da sua fraca capacidade de corar-se; • Extremamente patogênico, podendo invadir o sistema imunológico humano; • Esse agente causador da sífilis possui dificuldades de inoculação, fazendo com que a patogênese seja mal compreendida; • Penetração: mucosa e pele com ferimentos/infeccionada; • Rápida e ampla disseminação pois sua motilidade permite que se desloque em ambientes viscosos como as genitálias. PATOGENICIDADE Adesão: adesinas se fixam em receptores polissacarídicos presentes na fibronectina do tecido conjuntivo e laminina, na membrana basal das células epiteliais (LOS também possui função de adesina). Tpr: porinas e protease Agressão: mucopolissacaridases digerem os mucopolissacarídeos do gicocálice de células endoteliais e tecido conjuntivo, tendo como consequência hemorragias locais, trombose, necrose e obstrução vascular. IMUNOLOGIA DA SÍFILIS 3 Indução à inflamação e resposta imune adaptativa: Infiltrado inflamatório mononuclear (macrófagos, linfócitos e plasmócitos – infiltração transiente e reduzida de neutrófilos). Eliminação do T. pallidum; Destruição tecidual; O Treponema tem a capacidade de atravessar as células do endotélio, entrar na corrente sanguínea e se disseminar pelo corpo. Espiroquetas não são facilmente erradicadas pelos anticorpos opsonizantes. Durante a sífilis secundária e sífilis latente, bactérias viáveis circulam apesar dos altos níveis de anticorpos anti-treponênimos. TRANSMISSÃO ➢ Sífilis adquirida: contato sexual; ➢ Mãe-feto através da placenta: sífilis congênita; ➢ Contato com lesões: cancro duro e lesões secundárias; ➢ Objetos contaminados: via indireta; ➢ Transfusão sanguínea ESTÉGIOS DA DOENÇA Sífilis primária Cancro duro no local da inoculação que surge de 9 a 90 dias após a infecção; Esse cancro regride espontaneamente sem manipulação cerca de 4 a 5 semanas após seu aparecimento, sem deixar cicatriz. Sífilis secundária Após um período sem manifestações que variam de 6 a 8 semanas, a doença entra em atividade novamente. Haverá comprometimento de órgãos internos e pele, sendo uma consequência da disseminação do Triponema pallidum. No primeiro e segundo ano da doença, se mantem o estado secundário, os quais a sintomatologia regride espontaneamente e possui períodos de latência cada 4 vez mais duradouros; após o período de surtos, predomina o período de latência da enfermidade. Sífilis terciária Lesões localizadas na pele, sistema nervoso e cardiovascular; Ausência total de Treponemas e formação de granulomas destrutivos, podendo estar ainda acometidos ossos, músculos e fígado. Essas lesões são caracterizadas por serem avermelhadas, em pequeno número, assimétricas, bordas bem marcadas entre outros. Espessamento e endurecimento da língua; Lesões gomosas podem perfurar o palato, podendo perfurar a base do septo nasal. SIFÍLIS CONGÊNITA Transmissão vertical placentária da mãe para o feto quando ela não foi tratada adequadamente ou está infectada pelo Triponema pallidum. ➢ A infecção pode ocorrer em qualquer estágio gestacional; ➢ Os determinantes para tal condição são o estágio da doença em que a mãe se encontra e a duração da exposição do feto no útero; ➢ Cerca de 50% das crianças infectadas não possuem sintomatologia ao nascer; ➢ Há possibilidade de contágio durante o parto normal, durante a passagem da criança no canal vaginal da mãe. Sífilis congênita tardia ➢ Lesões irreversíveis; ➢ Fronte olímpica, palato em ogiva, tíbia em sabre, molares em formato de amora, etc. ➢ Ceratite, surdez e retardo mental. Diagnóstico • Exames diretos; 5 • Exames imunológicos (pesquisa de anticorpos em amostras de sangue, soro ou plasma). São classificados em dois tipos: treponêmicos e não treponêmicos; Treponêmicos Detectam anticorpos específicos para o T. pallidum. Pode ser usado como teste primário ou complementar. Testes de hemaglutinação, imunoflorescencia direta e ensaios imunoenzimáticos (elevada sensibilidade e capacidade de automação). Não treponêmicos Detectam anticorpos anticardiolipina não específicos para o T. pallidum. Esses testes tornam-se reagentes apenas após 1-3 semanas após o aparecimento do cancro duro; O resultado final é expresso em títulos, os quais títulos menores ou iguais a 1:4 persistem por meses ou anos (títulos baixos); Pessoas com títulos baixos em testes não treponêmicos, sem registro de tratamento e sem data de infecção conhecida, são consideradas como portadoras de sífilis latente tardia, devendo ser tratadas. TRATAMENTO 6 Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae Fatores associados à doença: jovem, baixo nível socioeconômico, múltiplas parcerias sexuais, uso irregular de preservativo e histórico de infecções sexualmente transmissíveis. Neisseria sp. ➢ Diplococos gram-negativos com morfologia achatada; ➢ Imóveis, não esporulam e algumas espécies apresentam cápsula; ➢ Todas as espécies aeróbias e sua temperatura ótima de crescimento está entre 35 e 37 c; ➢ Espécies patogênicas crescem em meios mais enriquecidos. A gonorreia na maioria das vezes está associada a outra IST, causando uma infecção que atinge as mucosas anal, genital, orofaringe e conjuntiva. Quando não tratadas, essas infecções podem causar infertilidade, dor durante as relações sexuais, gravidez ectópica, etc. ➢ População prisional e homoafetivosmasculinos que possuem relações sexuais são mais vulneráveis. Descrita pela primeira vez após um exsudato da gonorreia; Diplococo gram negativo sem cápsula e sensível a mudanças ambientais; Sintomatologia e sinais aparecem nos locais primários de contato: mucosa uretral (uretrite), reto (proctite), endocérvice (cervivite), faringe (faringite) e conjuntiva (conjuntivite). ➢ Fímbria tipo IV: principal fator de infecção; se adere em células e tecidos; captação do DNA do meio extracelular e motilidade; ➢ Por-B: porina; passagem de nutrientes e produtos metabólicos através da membrana externa; penetração na célula hospedeira, prevenindo a formação do fagolisossomo, consequentemente suprimindo a resposta fagocítica; envolvida na regulação da ativação do sistema complemento na superfície do gonococo. ➢ Proteínas OPA: proteínas transmembranares envolvidas na adesão ao epitélio; ➢ Proteína Rmp: proteína de membrana externa associada ao LOS; 7 ➢ LOS: lipopolissacarídeo curto, o qual o antígeno é um oligossacarídeo simples sem cadeias laterais; relacionada a danos celulares da infecção – endotoxina; pode ligar resíduos de ácido siálico se tornando resistente ao soro; ➢ IgA1 protease: cliva IgA1 humana facilitando a colonização dos epitélios e favorece a sobrevivência das bactérias nos lisossomos; ➢ Proteína App: adesão de células epiteliais e disseminação do gonococo; ➢ Sistema de captação de ferro: capta ferro para invasão microbiana. Patógeno altamente adaptado; Evasão dos mecanismos do sistema imune. Induz resposta imune inata. Inibe a ativação do sistema complemento: Liga-se às proteínas reguladoras do complemento – resistência à citólise (não forma MAC). Sobrevive no interior de fagócitos: inibe a formação de fagolisossomo. Inibe a ativação dos linfócitos TCD4+: proteínas OPA ligam-se às moléculas de adesão das células TCD4+, suprimindo sua ativação. ➢ Contato sexual; infecção no trato urogenital por conta da interação do microrganismos com células epiteliais não ciliadas; ➢ Aderência da bactéria as microvilosidades desse epitélio colunar não ciliado – primeiro estágio; ➢ Adesão mais íntima e forte mediado pelas OPA – segundo estágio; ➢ Endocitose direcionada pelo patógeno (Por-B); ➢ Migração dos gonococos para a porção subepitelial e sua disseminação para locais distantes da infecção inicial. Período de incubação: 2-5 dias ” Raramente, há queixa de sensibilidade aumentada no epidídimo e queixas compatíveis com balanite (dor, edema, prurido, hiperemia da região prepucial, descamação da mucosa e, em alguns casos, material purulento e de odor desagradável no prepúcio).” Exame bacterioscópico: esfregaço das secreções uretral, cervical, orofaríngea ou conjuntival, corado por Gram. Cultivo dessas secreções para isolamento e identificação do gonococo – 72h, 35 a 37c Imunoflorescencia com anticorpos monoclonais. ➢ Pouco específicas; 8 ➢ Crostas acastanhadas no lábio e placa branca/cinza na mucosa oral; ➢ Cerca de 25% dos pacientes com gonorreia apresentaram lesões de boca; ➢ Orofaringe: alberga o microrganismo; fonte de resistência bacteriana; assintomático geralmente. Infeccção gonócica não complicada (uretra, colo, reto e faringe): ceftriaxona 500mg, dose única + Azitromicina 500mg, 2 cp, dose única. Infecção gonócica disseminada: ceftriaxona 1g ou IV ao dia, completando 7 meses de tratamento; Azitromicina 500mg, 2 cp, dose única Conjuntivite gonocócica no adulto: Ceftriaxona, 1g, dose única.
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