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Doença de Parkinson QUESTÕES NORTEADORAS 1. Justifique a vantagem da associação levodopa + carbidopa + entacapona. 2. Quais limitações o uso em longo prazo da levodopa apresenta? 3. Explique o mecanismo que justifica a associação de fármacos como selegilina e amantadina ao tratamento convencional do Parkinson. 4. Em que aspectos agonistas dopaminérgicos são mais vantajosos do que a levodopa no tratamento do Parkinson? Explique. Doença descrita em 1817 por James Parkinson, é a segunda doença neurodegenerativa mais comum. As alterações motoras são percebidas quando há morte de 60 a 80% dos neurônios dopaminérgicos da substância negra parte compacta e presença dos corpúsculos de Lewy. Não existem marcadores biológicos ou fatores de riscos identificáveis Bradicinesia: movimentos lentos e limitados Anosmia pode aparecer até 15 anos antes. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS As alterações podem estar presentes em outros núcleos do tronco cerebral (núcleo motor dorsal do vago), córtex cerebral e mesmo neurônios periféricos, como os do plexo mioentérico. CRITÉRIOS PARA EXCLUSÃO E INCLUSÃO DO DIAGNÓSTICO SÍNTESE DE DOPAMINA Quando a dopamina se liga nos receptores D1 e D5 há aumento do AMP cíclico e uma resposta excitatória. Já a família de Receptores D2,D3 e D4 tem uma resposta inibitório. Quando a dopamina se liga a esse receptor há uma diminuição do AMP cíclico que aumenta a corrente de potássio (abro os canais de potássio), ocorre hiperpolarização e uma sinapse inibitória. Neurônio dopaminérgico. Para produzir dopamina é preciso de um aminoácido chamado tirosina. A tirosina sofre um processo e é convertida em L-DOPA e em dopamina: a dopamina vai ser guardada dentro de uma vesícula com a ajuda de transportadores vesiculares, só será liberada quando o neurônio receber um estimulo (potencial de ação capaz de despolarizar a célula, que leva a abertura dos canais de cálcio, que se liga a proteínas especificas da vesículas) A dopamina pode sofrer ação da monoaminoxidase, formando um metabólito sem função. Area motora é dividida em: • Área motora primária: execução do movimento • Area motora secundaria: planejamento do movimento (tem ajuda dos núcleos da base ANTIPARKSONIANOS LEVODOPA: • Mais eficaz: melhora do tremor, rigidez e bradinesia pode ser completa • Atravessa mais facilmente a barreira hematoencefálica • V.O → metabolizada pela dopa descarboxilase no intestino; < 1% chega ao SNC • Efeitos colaterais: hipotensão, náuseas, vômitos e arritmias • Solução? Sem atividade antiparksoniana Associação= efeitos colaterais Reduz dose em até 10x Praticamente toda a levodopa é metabolizado no TGI e no fígado, nessa região há a enzima dopa descarboxilase. A linha pontilhada representa a barreira hematoencefálica, a L DOPA tem que atravessar a barreira e sofre ação da bota descarboxilase, que transforma a L dopa em dopamina. Quando uso essa L Dopa, grande parte é destruída pela L DOPA descarboxilase que há na periferia. A carbidopa inibe a dopa descarboxilase, a carbidopa não atravessa a barreira hematoencefálica então libera mais levodopa para transporte ao cérebro e consequentemente há mais conversão em dopamina. EFEITOS COLATERAIS: • AGUDOS: síndrome esquizofrenia -símile (jaloperidol, risperidona x clozapina). Confusão, desorientação e pesadelos (20%); náuseas; vômitos, constipação e hipotensão • LONGO-PRAZO: discinesia (contorção involuntária); flutuações no estado clínico (Fenômeno on-off)= normal discinético • Encurtamento da duração do efeito com uso prolongado • Complicações motoras: 80% jovens, 44% mais velhos após cinco anos AGONISTAS DE RECEPTORES DE DA • Iniciar em doses baixas e aumentar gradualmente: Bromocriptina (D2), Pergolifa (D1 e D2), Pramipexole (D3>D2) e Ropinirol (D3>D2) • Vantagens: Sem competição na barreira hematoencefálica Permanecem efetivos na fase avançada da doença Não dependem da dopa descarboxilase 1ª opção em jovens: retarda fenômeno on-off e previne complicações motoras Duração de ação mais longa (8h a 24h) Menor metabolização da dopamina BROMOCRIPTINA:(D2): Impede a liberação de prolactina = tratar galactorréia e ginecomastia Efeitos adversos comuns = Gastrointestinais (Náuseas e vômitos), cardiovascular (Hipotensão ortostática) e neuropsiquiátricos (psicose, confusão e alucinações). PRAMIPEXOLE (D3>D2) ROPINIROL(D3>D2): Ataques de sono – este efeito sempre deve ser informado ao paciente Predisposição a comportamentos compulsivos INIBIDORES DA MAO B • Selegilina – seletivo em doses baixas • Rasagilina – mais novo; não forma metabólitos de anfetamina; reduz fenômeno on-off Fase inicial – Monoterapia eficaz no controle sintomático da doença DP mais avançada ou com disfunção cognitiva – pode acentuar os efeitos motores e cognitivos adversos da levodopa Efeitos Adversos – Insônia, cefaleia, desequilíbrio, boca seca, confusão, taquicardia, aumento da pressão arterial e ansiedade. INIBIDORES DA COMT • Entacapone – Inibição periférica – ação curta • Tolcapone – Inibição central e periférica; ação longa; relatos de hepatotoxicidade Reduzem flutuações motoras do uso de levodopa + carbidopa (mais tempo on) Efeitos adversos – náuseas, hipotensão ortostática, sonhos vívidos, confusão e alucinações ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS • Benzitropina • Triexifenidil • Biperideno DP Inicial em jovens com tremor predominante Adjuvante aos agonistas dopaminérgicos Parkinsonismo causado pelos antipsicóticos Muitos efeitos adversos – principalmente sedação e confusão mental Não deve ser usado em idosos ou pacientes com prejuízos cognitivos AMANTADINA Originalmente um composto antiviral. Aumenta a liberação de Dopamina ( bloqueia a recaptação de Dopamina nos terminais pré-sinápticos). Antagonistas de receptores NMDA Adia o uso da Levodopa ou age como adjuvante. Amantadina (Mantidan®) - 100 mg , 2 x/dia Contra-indicada nas doenças renais (excr. urinária) Caso clínico Paciente sexo masculino, 68 anos, sem comorbidades, entra no consultório médico da Unidade Básica de Saúde e diz que há 1 ano notou que não sente bem o cheiro das coisas - deixou uma panela queimar e não sentiu nenhum odor. Diz também que mudou de casa e passou a ter sonhos violentos e vívidos e relacionou com a mudança e pensa em voltar para sua casa antiga. Exame físico sem alterações. Trouxe TC crânio, que estava normal. Recebeu orientações gerais. Paciente retorna após 6 meses, mas sua esposa entra antes no consultório; diz que começou a notar que ele está com dificuldade para caminhar há 3 meses, juntamente com tremor na mão direita. Ela acha que ele está com depressão, porque nota que ele não sorri mais como antes. PERGUNTAS 1) Qual é o provável diagnóstico? Doença de Parkinson 2) O paciente apresentou quais sintomas precursores da doença em questão? Anosmia\hiposmia (decréscimo do transporte estriatal da dopamina) e distúrbio do sono REM TCSR: transtorno comportamental do sono REM 3) Aponte as características da marcha e sinais clínicos apresentados pelo paciente. Flexão do tronco, marcha em pequenos passos, tremor em contar de moedas, virada em bloco, bradicinesia, hipomimia 4) Qual medicamento é considerado de primeira escolha, pois melhora substancialmente os sintomas apresentados? Levodopa 5) Quando foi sintetizada esta medicação? Quando ocorreu a primeira administração em doentes? A dopamina foi sintetizada pela primeira vez em 1910 por George Barger e Ewens James no Wellcome Laboratories, em Londres, Inglaterra. Birkmayer injetou a levodopa intravenosa pela primeira vez em pacientes com doença de Parkinson em 1961. Demonstrou os resultados em pacientes que não poderiam se levantar quando sentados, e começaram a andar e executar suas atividades facilmente apósa administração do levodopa. Foi seguido por descobertas modernas dos agonistas da dopamina e dos inibidores de enzima, que aumentam a disponibilidade e a atividade da dopamina. 6) Quais seus principais efeitos colaterais? Discinesias, flutuações do estado clínico (on/off ou liga- desliga), náuseas, hipotensão, alucinações, ilusões, agitação.
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