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Economia Brasileira Contemporânea 3

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1 1. Explique as três fases de implantação do Plano Real. 
R: O plano real se dividiu em 3 fases, sendo a primeira fase os ajustes fiscais: “estabelecimento do equilíbrio das contas do governo, com o objetivo de eliminar a principal causa da inflação brasileira”; os ajustes se baseava em três elementos principais: corte de despesas, aumento dos impostos e diminuição nas transferências do governo federal. O corte de despesas se daria pela criação do PAI (Plano de Ação Imediata voltado ao corte de gastos de investimento) e pessoal. O aumento da arrecadação se daria principalmente pela criação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) e o terceiro elemento pela aprovação do FSE (Fundo Social de Emergência). 
Na segunda fase foi a indexação completa da economia – Unidade Real de Valor (URV): “a criação de um padrão estável de valor denominado Unidade Real de Valor —URV”, que visava simular os efeitos de uma hiperinflação, ou seja, o encurtamento de prazos de reajustes (indexação diária), substituição parcial da moeda, sem passar por seus efeitos, e corrigir os desequilíbrios de preços relativos. Para tal o governo criou um novo indexador, a unidade real de valor (URV), cujo valor em cruzeiros reais seria corrigido diariamente pela taxa de inflação medida pelos principais índices, que passaria a funcionar como unidade de conta no sistema. O valor da URV, nessa fase, manteria uma paridade fixa de um para um com o dólar, ou seja, seu valor seria a própria taxa de câmbio. 
Por fim, terceira fase foram as reformas monetárias – transformação da URV em reais (R$): estabelecer “as regras de emissão e lastreamento da nova moeda (real) de forma a garantir a sua estabilidade”. Quanto praticamente todos os preços estavam expressos em URV, o governo introduziu a nova moeda, o Real, cujo valor era igual ao da URV e por conseguinte ao dólar.
2. Por que ocorreu a deterioração das contas externas após o Plano Real? 
R: Essa deterioração das contas externas após o Plano Real se deu em função de crises mundiais/externas, além de crises internas, como a crise energética, desemprego, que com baixos crescimentos do PIB não eram capazes de financiar. As exportações diminuíram e causavam desequilíbrios nas contas, precisando de recursos externos para equilibrar. 
3. Como o governo FHC atuou diante das ameaças de crise cambial? 
R: Sabe-se que no Brasil, a valorização da taxa de câmbio real não se deu apenas em função da inflação residual. A política cambial adotada serviu para aprofundar a ancoragem dos preços. Ao contrário da Argentina, que fixou uma taxa de câmbio nominal de 1 peso = 1 dólar, no Brasil não se fixou a paridade e permitiu-se que o real se valorizasse em termos nominais em relação ao dólar, em um momento em que continuavam as entradas de recursos. Assim nos primeiros meses do plano verificou-se uma queda da taxa de câmbio nominal. Nesse contexto, com a valorização cambial, abertura comercial e volume significativo de reservas, criou-se uma camisa de força para os preços internos, podendo-se dizer que o Brasil adotou nesse período uma espécie de super âncora cambial.

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