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1) Disserte sobre a ilicitude da prova, escrevendo necessariamente sobre 1) espécies, 2) fundamento Constitucional e fundamento legal, 3) Prova ilícita por derivação e suas consequências e 4) hipóteses de utilização da prova ilícita no ordenamento jurídico brasileiro (02 pontos). R: A prova ilegal é composta por 2 espécies, a prova ilegítima e a prova ilícita, prova ilegítima é quando a norma violada tem natureza processual e a prova vedada é chamada de legitima, são aquelas produzidas partir de violação de norma de natureza eminentemente processual e não de direito material. Provas ilícitas são quando a prova for produzida com afronta as normas de direito material, produzindo reflexos diretos e indiretos em direitos e garantias constitucionais ou a direitos garantidos na parte geral do CP. Provas ilícitas por derivação ou teoria dos frutos da árvore envenenada. As provas ilícitas por derivação são válidas, mas vieram de uma prova ilícita anteriormente. Quando se fala em prova ilícita, entra a prova ilegítima, onde não podemos confundir uma da outra, pois existe diferença entre elas. A prova ilegítima é aquela que fere a norma de direito processual, e um exemplo é a prova vedada, que conforme sua natureza será ilegítima, e assim, será inadmissível no processo. A prova ilícita é a que viola regra de direito material, seja constitucional ou legal, no momento da sua obtenção, sendo caracterizadas ilícitas todas as provas mediante a prática de crime ou contravenção. Como revela os estudos feitos, a prova ilícita será admitida no processo penal, quando ela tiver todos seus requisitos necessários, para que o Juiz possa aceitá-la e permitir que ela seja usada dentro de um processo, para dar uma sentença justa ao réu, não podendo prejudicar atos posteriores a sua produção e nem gerar nulidades de ato, pelo fato de ter total afinidade com o dos direitos fundamentais da pessoa, não podendo obter nenhuma prova violando as limitações constitucionais e legais existentes no ordenamento jurídico. A hipótese de trabalho em que uma prova ilícita só será admitida no processo penal quando não prejudicar atos posteriores à sua produção, pelo fato de ter total afinidade com os direitos fundamentais da pessoa. A prova ilícita poderá sim ser aceita, para que a pessoa que está sendo julgado, não ser lesada diante seus direitos previstos na Constituição Federal. 2) Explique o que é a cadeia de custódia (1,5 ponto). R: No que diz respeito à preservação das informações coletadas a cadeia de custódia possibilita documentar a cronologia das evidências, quem foram os responsáveis por seu manuseio, etc. Procedimentos como: colocar lacres em evidências, restringir o acesso apenas aos profissionais responsáveis pela custódia, minimizam a possibilidade da manipulação indevida e, tornam as evidências mais confiáveis. O Brasil não tem uma normativa geral sobre cadeia de custódia e o mesmo ocorre na grande maioria dos Estados, que ainda encontram fragilidades na gestão da atividade pericial. O seu início, em regra, segundo o projeto, decorrerá da preservação do local de crime. Poderá, no entanto, estabelecer-se a partir de outros procedimentos policiais ou Universidade Estácio de Sá – Campus Macaé Curso Bacharelado em Direito Disciplina PROCESSO PENAL II Cód. CCJ0041 Turma Data da prova 06/10/2020 Professor (a) Me.Alberto Paes de Camargo Junior Prova AV1 Semestre 2020.2 A ser preenchido pelo (a) Aluno (a) Nome do Aluno (a) Thaiara Santo Ribeiro Nº da matrícula 201701283832 periciais de detecção da existência de vestígio (art. 158-A, § 1º, do CPP). Em ambas as hipóteses, no entanto, o agente público que reconhecer um elemento como sendo de interesse potencial à produção da prova pericial ficará responsável por sua preservação (art. 158-A, § 2º, do CPP). Nesse sentido, é importante destacar que o respeito à cadeia de custódia não é atividade exclusiva da perícia; muito pelo contrário, incumbe a todas as agências do sistema de justiça criminal, todos os “atores responsáveis pela sua preservação, integridade, idoneidade e valoração”, o que se inicia na fase de investigação preliminar, porém se estende até o processo criminal, na medida em que alcança “todo o caminho percorrido pela prova”. Assim, “qualquer policial, seja ele civil ou militar, que for receptor de algum objeto material que possa estar relacionado a alguma ocorrência, deve também (já no seu recebimento ou achado) proceder com os cuidados da aplicação da cadeia de custódia. A lei estabelece, de forma expressa, que a coleta de vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, bem como o seu necessário encaminhamento à central de custódia, mesmo quando necessário algum exame complementar (art. 158-C, caput, do CPP). Frise-se que todos os vestígios coletados, tanto em sede de inquérito policial quanto de processo penal, deverão obrigatoriamente ser remetidos à central de custódia (art. 158-C, § 1º, do CPP), existente necessariamente em cada instituto de criminalística e com gestão vinculada diretamente ao órgão de perícia oficial de natureza criminal (art. 158-E do CPP). Se não houver espaço ou condições de armazenamento de certo material na central de custódia, incumbirá à autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perićia oficial de natureza criminal (art. 158-F, § único, do CPP). Por óbvio, em cada uma das etapas da cadeia de custódia deverão ser observadas as regras técnicas pertinentes, empregados os materiais necessários à preservação da regularidade do vestígio em questão, bem como adotados os protocolos exigidos de segurança (art. 158- D do CPP). Em tempo, registre-se a divergência existente na doutrina quanto aos efeitos da quebra da cadeia de custódia (break on the chain of custody) para além das questões atinentes à “boa ou má-fé dos agentes” responsáveis. As discussões giram em torno da inadmissibilidade ou da valoração probatória. A primeira corrente sustenta que a violação da cadeia de custódia implica na ilegitimidade (ou ilicitude) da prova, de maneira que não pode ser admitida no processo. Segundo Aury Lopes Jr., a conseqüência “deve ser a proibição de valoração probatória com a conseqüente exclusão física dela e de toda a derivada”. Já a segunda corrente defende que esse tipo de vício deve ser resolvido pela atribuição de “menor valor ao meio de prova” em questão. 3) Disserte acerca da condução coercitiva no Inquérito Policial e no Processo Penal. (1,5 ponto). R: A condução coercitiva é o meio pelo qual determinada pessoa é levada à presença de autoridade policial ou judiciária. É comando impositivo, que independente da voluntariedade da pessoa, admitindo-se o uso de algemas nos limites da Súmula 11 do Supremo Tribunal Federal. Discute-se a realização desse procedimento em sede de inquérito policial ou ainda de processo judicial, onde o investigado, o réu, é notificado para comparecimento no objetivo de depor e não quer comparecer. Um dos questionamentos que surgem é o de que há um privilégio contra auto-incriminação, que retrata o princípio de que ninguém pode ser obrigado a produzir prova contra si mesmo. Sendo assim tal privilégio, inserido em verdadeira garantia constitucional, como se lê do artigo 5º, LXIII, da Constituição Federal. O direito do acusado ao silêncio assume uma dimensão de verdadeiro direito, cujo exercício há de ser assegurado de maneira plena, http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728008/inciso-lxiii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988sem acompanhamento de pressões, seja de forma direta ou direta, destinadas a induzi-lo a prestar um depoimento. Por certo, as perguntas sobre a qualificação do acusado não estão acobertadas pelo direito ao silêncio, uma vez que não se está aqui diante de uma atividade defensiva. Assim a leitura que deve ser feita do artigo 186 do Código de Processo Penal quando exige do juiz, ao informar ao acusado sobre a faculdade de não responder às perguntas formuladas, leva a considerar inconstitucional a parte que, de forma velada, esclarece que seu silêncio pode ser interpretado em prejuízo da defesa. O direito ao silêncio não pode ser invocado, não pode servir como fundamento, para decretação de prisão preventiva. De toda sorte, ao permitir-se, como regra legal, o silêncio no curso da ação penal, o sistema processual pátrio impede a utilização pelo julgador de critérios exclusivamente subjetivos na formação do convencimento judicial. Evita-se a conclusão que vem da cultura de nosso povo de que “quem cala consente”. Notável nesse sentido é a ilação que se tem da modificação trazida pela Lei 11.689/08, na reforma processual, onde não mais se contempla a exigência da presença do acusado nos processos do Tribunal do Júri, nos casos antes previstos na regra revogada do artigo 451 do Código de Processo Penal. 4) Disserte sobre “mutatiolibeli” e “emendatiolibeli”, explicando necessariamente seus conceitos, hipóteses de cabimento e sua aplicação em grau recursal(1,5 ponto). R: A emendatio libelli, o juiz, quando da sentença, verificando que a tipificação não corresponde aos fatos narrados na petição inicial, poderá de ofício apontar sua correta definição jurídica. Na “emendatio” os fatos provados são exatamente os fatos narrados. Assim, dispõe o CPP sobre a matéria: Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave. Por outro lado, verifica-se a mutatio libelli, quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não corresponde aos fatos provados na instrução processual; nesse caso, deve o juiz remeter o processo ao Ministério Público que deverá aditar a peça inaugural. Os fatos provados são distintos dos fatos narrados. Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. 5) Explique os procedimentos Ordinário, Sumário e Sumaríssimo apontando suas principais características e diferenças. R: Procedimento ordinário Procedimento será ordinário quando a pena máxima em abstrato do crime cometido for maior ou igual a 4 anos. Este procedimento se inicia com a denúncia do réu (ação penal pública), ou com a queixa-crime (ação penal privada). Neste procedimento as partes poderão arrolar até 8 testemunhas. Após oferecida a denúncia ou a queixa-crime, os autos irão para conclusão e o juiz poderá tomar uma de duas decisões: - Receber a denúncia/queixa-crime http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10664060/artigo-186-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/93624/lei-11689-08 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631581/artigo-451-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 - Este recebimento se dará apenas se a peça inicial cumprir com os requisitos do artigo 41, ou seja, houver indícios de autoria e materialidade do crime. - Para esta decisão não cabe recurso, porém poderá haver eventual Habeas Corpus. - Rejeição (395) - O juiz rejeitará a peça inicial caso esta seja inepta, falte condição ou pressuposto processual ou haja falta de justa causa. - Para esta decisão cabe Recurso em sentido estrito (RESE) Desconsideremos a rejeição por hora. Recebida a denúncia/queixa, o réu será citado no mesmo despacho em que o juiz realiza e comunica o recebimento. Após citado, o réu irá dispor de 10 dias para apresentar a sua resposta à acusação. A resposta a acusação é uma "prima" da contestação do processo cível, é a oportunidade que a defesa tem de apresentar todas as teses pertinentes à defesa do acusado. Na resposta a acusação o advogado poderá levantar três tipos de teses, que levaram a três tipos diferentes de pedidos, quais sejam - preliminar – levantam-se questões de nulidade processual. - mérito – tese que tentará convencer o juiz a conceder a absolvição sumária do réu (art. 397 – julgamento antecipado da lide a favor do réu) - tese subsidiária – Se, eventualmente, o juiz recusar as duas primeiras teses, poderá o advogado, sem prejuízo, alegar circunstâncias que visem melhorar a condição do réu caso este venha a ser condenado. Como na denúncia/queixa o MP/querelante podem arrolar suas testemunhas, este é o momento em que a defesa poderá realizar o arrolamento de suas testemunha. O processo volta a conclusão para que o juiz aprecie os pedidos, podendo ocorrer uma de três hipóteses diferentes: - Diante de novo juízo de admissibilidade, com uma nova cognição poderá rejeitar a denúncia (art. 395 do CPP); - Determinar a absolvição sumária do réu (art. 397 do CPP); ou - Designar a data de audiência de instrução e julgamento (art. 399 do CPP). A audiência deverá ocorrer no prazo de 60 dias e, em regra, haverá uma única audiência. Há exceções prescritas em lei: - número de acusados for alto; - causa complexa; ou - deferida diligência complementar. Não ocorrendo qualquer das hipóteses de exceções o juiz ouvirá as alegações finais de ambas as partes e então julgará o caso. Procedimento Sumário Procedimento será sumário quando a pena em abstrato for superiores a 2 anos e inferiores a 4. Aqui podem ser arroladas até 5 testemunhas. O procedimento sumário ocorrerá da mesma forma que o ordinário, respeitando as mesmas regras processuais, http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642160/artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641518/artigo-399-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 com exceção do prazo para a realização da audiência que deverá ocorrer em 30 dias e não em 60, como no ordinário. Procedimento Sumaríssimo Este é o procedimento adotado para o julgamento de infrações penais de menor potencial ofensivo, ou seja, quais quer contravenções penais ou crimes cujas penas máximas em abstrato não ultrapassem 2 anos e a competência para o julgamento destes é do Juizado Especial Criminal (JECRIM). Este procedimento não está previsto no Código de Processo Penal, mas sim na lei 9099/1995. Suas diferenças com os outros procedimentos desde antes do surgimento da ação penal, pois se o sujeito for preso em flagrante será lavrado um termo circunstanciado, ou se logoapós o crime comparecer imediatamente ao juizado e assinar termo de compromisso informando que irá comparecer em audiência em data e local marcados, a este não será imposta prisão nem se exigirá fiança. Nesta primeira audiência haverá, primeiramente, uma tentativa de conciliação que poderá ser de duas formar: - Composição Civil: acordo entre vítima e acusado com a finalidade de se alcançar a reparação do dano causado. - Transação Penal: acordo entre o acusado e o MP onde se estabelece alguma pena alternativa e, se o acusado cumprir o acordo, o MP deixará de propor ação penal. Porém, caso o acusado não venha a cumprir o acordo, a situação inicial retornará e o MP irá dar início a ação penal. Caso seja infrutífera a conciliação será oferecida a denúncia, aqui feita de forma oral. Neste procedimento o número de testemunhas não está estipulado em lei, sendo adotado de modo geral até 5 testemunhas e em casos mais complexos pode vir a ser aceito até 8 testemunhas, há ainda correntes que dizem que por este ser um procedimento mais célere o número máximo deva ser 3 testemunhas. Oferecida a denúncia será designada audiência de instrução e julgamento, nesta audiência una a defesa oferecerá sua defesa prévia, neste mesmo momento o juiz apreciará a defesa, caso rejeite cabe recurso de apelação em 10 dias, se aceita, haverá a oitiva das testemunhas, interrogatório, debates orais (20 minutos prorrogáveis por mais 10), neste procedimento não há previsão legal para substituição dos debates por memoriais. Dada a audiência o juiz proferirá sentença, recorrível através de recurso de apelação, prazo de 10 dias, ou poderão ser oferecidos embargos de declaração no prazo de 5 dias. Não esqueça: “O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia” http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
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