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Direito Processual Penal e Org. Judc. e Policial
Aula 8: Provas no Processo Penal - Teoria geral e espécies.
Atos processuais
Apresentação
 
Nesta aula, você estudará as provas em processo penal, sua teoria, princípios, rol e a importância da utilização delas no
Direito Processual Penal e nos demais ramos do Direito.
Vamos tratar das espécies de provas, tais como interrogatório, acareação, exame de corpo de delito etc., com suas
características principais e seus dispositivos legais pertinentes.
Estudaremos ainda os atos processuais, a distinção entre eles, citação, intimação e demais atos necessários ao
andamento do processo.
Objetivos
Descrever a teoria geral das provas, os princípios a eles relacionados, bem como a distinção entre prova ilícita e
ilegítima;
Identi�car as espécies de provas, suas sistemáticas, características e formas de aplicação;
Reconhecer os atos processuais, sua importância e �nalidade, bem como distingui-los entre si.
Das provas no processo penal - Teoria Geral das Provas
Acerca deste conceito, o professor Guilherme de Souza Nucci (2014) aduz que o termo da palavra prova é originário do
latim, probatio, que se refere a ensaio, veri�cação, exame, razão, con�rmação, sendo que deste deriva-se o verbo de provar,
probare, que signi�ca reconhecer por experiência, aprovar, estar satisfeito com algo. 
Portanto, prova é a reunião de indícios que possam levar ao conhecimento do juiz acerca de determinado fato e, como
rati�ca Aury Lopes Jr. (2019), o processo penal e a prova integram o que se chama de modos de construção do
convencimento do julgador, que formará sua convicção e legitimará o poder contido na sentença.
 Princípios atinentes à prova e Provas ilícitas e ilegítimas
 Clique no botão acima.
Princípios atinentes à prova e Provas ilícitas e ilegítimas
Princípios atinentes à prova
No processo penal, os princípios são um mecanismo viabilizador da igualdade e da busca pela verdade real.
Existem os princípios que são baseados na Constituição Federal e os sistemas de valoração do Direito Processual
Penal. São eles:
 1) Verdade real - No processo penal, o magistrado deve optar pela versão dos fatos que mais se conforma com
aquilo que realmente aconteceu, de sorte que a produção de provas seja dirigida a demonstrar como os fatos
realmente aconteceram. É diferente do processo civil, que se guia pelo princípio da verdade formal, como por
exemplo presumem-se verdadeiros os fatos se não existir defesa no prazo. No processo penal, não há espaço
para tal presunção, porque se busca a verdade real.
 Contudo, essa busca pela verdade real não ocorre a todo custo, pois deve dar-se em conformidade com a lei, sob
pena de a prova ser considerada ilícita ou ilegítima.
 2) Comunhão das provas - Uma vez produzida no processo, a prova pode ser utilizada por ambas as partes.
Ainda que apresentada por uma das partes, os sujeitos processuais podem fazer uso delas igualmente.
 3) Liberdade na produção da prova - Aduz que é admitido às partes produzir provas que não estão,
necessariamente, na lei, visto que busca a verdade real. Porém, tal princípio não é absoluto, apesar de ser regra,
posto que o juiz estará restrito somente a sua pesquisa acerca da verdade dos fatos. E uma exceção à liberdade
na produção da prova é a vedação às provas ilícitas.
 4) Livre convencimento motivado - Não há uma hierarquia de provas, ou seja, uma prova não tem mais poder que
a outra. Para formar sua convicção sobre os fatos, o juiz pode se basear em quaisquer provas existentes no
processo; ele tem o livre convencimento. Contudo, essa liberdade encontra duas restrições: ele precisa justi�car
quais provas usou para se convencer e dizer o porquê. E também não pode se basear em provas ilícitas.
 5) Contraditório - É o direito de ser informado e de participar no processo. Logo, as provas devem ter a atuação
das partes, levando em consideração o contraditório.
 6) Nemo tenetur se detegere - Direito de não produzir provas contra si mesmo. Não autoincriminação.
Das provas ilícitas e ilegítimas
A doutrina diferencia a prova ilícita da ilegítima, ambas sendo espécies do gênero prova ilegal.
 A prova ilegítima é aquela obtida com violação de regras processuais. Um dos exemplos é a utilização de prova
no plenário do júri, sem ter sido juntada aos autos com antecedência mínima de três dias, violando as regras
contidas no CPP (Art. 479).
 Já a prova ilícita é aquela obtida com violação a regras de direito material, contida no Direto Penal e também
constitucional. Um exemplo é utilizar-se da tortura para obter a con�ssão do acusado, contrariando direitos
constitucionais e a garantia da pessoa, presentes na Constituição da República.
 No CPP, há indicação de que são inadmissíveis as provas ilícitas e que estas devem ser desentranhadas do
processo. Também a Constituição Federal, a respeito do tema, em seu Art. 5.º, inciso LVI, aduz que “são
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Entretanto, boa parte da doutrina admite a
utilização da prova ilícita se este for o único meio de provar a inocência do réu no processo, pois está
privilegiando um bem maior do que o protegido pela norma: a liberdade.
 Essa interpretação se dá perante a teoria da proporcionalidade, que busca o equilíbrio entre garantias em con�ito
por meio da veri�cação de como um deles pode ser limitado no caso concreto, tendo em vista a menor lesividade.
Segundo Fernando Capez, é uma excepcionalidade a adoção desse princípio. (CAPEZ, 2015)
Existe também a teoria dos frutos da árvore envenenada, entendida como as provas ilícitas por derivação. São
aquelas em que, se obtidas de maneira isolada, serão lícitas (válidas), porém, por se originar de uma prova ilícita,
contamina-se também de ilicitude, ainda que produzidas legalmente em momento posterior. Com a positivação
expressa no Art. 157 do CPP, há o entendimento de que não se trata mais de uma teoria, mas sim de uma norma.
 
O processo será aproveitado se houver outras provas válidas independentes da prova ilícita, ou seja, não
demonstrado o nexo de causalidade entre as provas obtidas, bem como demonstrado que elas, inevitavelmente,
seriam descobertas de outra maneira, por outro meio válido.
Meios de prova e de obtenção de prova
Alguns doutrinadores, como Aury Lopes Jr., por exemplo, fazem distinção entre meios de prova e meios de obtenção de
prova. (LOPES JR., 2019)
Meios de prova são os instrumentos que demonstram um fato
(documento, testemunha, perícia). Já meios de obtenção de provas são
instrumentos que auxiliam chegar-se à prova. Não é a prova em si, mas
meios que facilitam a sua obtenção. Traz como exemplos a delação
premiada, buscas e apreensões e interceptações telefônicas.
Perícia
Meio de prova previsto nos Art. 158 a 184 do CPP, consiste no exame realizado por pro�ssionais com conhecimentos
técnicos, tanto na fase de inquérito policial quanto no processo penal, a qualquer dia e horário, observando o prazo de dez
dias para a elaboração do laudo (o documento elaborado pelos peritos), a �m de auxiliar o julgador na formação de sua
convicção. O juiz não está vinculado ao laudo elaborado pelos peritos, podendo julgar contrariamente às suas conclusões,
desde que o faça de forma fundamentada.
O CPP institui alguns requisitos para que seja feita a perícia, como ser realizada por um perito o�cial, portador de diploma
de curso superior. Entretanto, poderão ser designados dois peritos se a perícia for complexa, abrangendo mais de uma
área de conhecimento especializado.
Saiba mais
Caso não haja perito o�cial, será elaborada a perícia por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior e,
de preferência, com habilitação na área em que for realizado o exame.
O Código prevê, também, que as partes podem, durante o curso do processo judicial, requerer a oitiva dos peritos para
esclarecer a prova ou para responder a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem
esclarecidassejam encaminhados com antecedência mínima de dez dias.
Uma espécie de prova pericial é o exame de corpo de delito, indispensável nas infrações que deixam vestígios, não
podendo supri-lo nem mesmo a con�ssão do acusado. Porém, há uma exceção trazida no CPP em que, se não for
possível a realização do exame, por terem desaparecido os vestígios do crime, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a
falta.
Pode ser dividido em direto ou indireto .1 2
Testemunhas
Prova testemunhal está prevista nos Art. 202 a 225 do CPP. São terceiros à relação processual, que narram fatos de que
tenham conhecimento acerca do objeto do processo para auxiliar o convencimento do juiz. Qualquer pessoa poderá ser
testemunha, com exceção o cônjuge, o ascendente, o descendente e os a�ns em linha reta do réu, os doentes mentais e
as pessoas menores de 14 anos. Neste caso, não há o compromisso de dizer a verdade, porque serão ouvidos como
informantes do juízo.
Há, de acordo com o CPP, a proibição do depoimento de algumas pessoas, e são essas as que devem guardar sigilo em
razão de função, ministério, ofício ou pro�ssão, salvo se, desobrigadas pelo interessado, quiserem dar seu depoimento.
Algumas características compõem a prova testemunhal. São elas:
A oralidade, em que o
depoimento é oral, não pode
ser trazido por escrito.
A objetividade, pois a
testemunha deve responder o
que sabe a respeito dos fatos,
sendo vedado emitir sua
opinião a respeito.
Documentos
Meio de prova disposto nos Art. 231 a 238 do CPP. De acordo com o CPP, consideram-se documentos quaisquer escritos,
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares, sendo instrumento o documento constituído especi�camente para servir
de prova para o ato ali representado, como por exemplo a procuração.
Para PACELLI (2019), documento é qualquer manifestação materializada,
por meio de gra�a, de símbolos, de desenhos e que seja uma forma ou
expressão de comunicação possível à compreensão de seu conteúdo.
Porém, a vedação à apresentação de material jornalístico ou de mídia, no
procedimento do Tribunal do Júri, é de grande relevância para o autor,
pois não é efetivamente considerado um documento.
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0254/aula8.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0254/aula8.html
Interrogatório
É o meio de prova previsto no Art. 185 a 196 do CPP e consiste no ato em que o acusado é ouvido sobre a imputação que
foi dirigida a ele, levando elemento de convicção ao julgador. Ademais, é considerado também meio de defesa do acusado,
pois o interrogatório é o último ato da audiência de instrução, cabendo ao acusado escolher a estratégia de autodefesa
que melhor consulte aos seus interesses. (PACELLI, 2019).
Na Lei Nº 11.343/06, dos crimes de trá�co ilícito de drogas, prevê-se, contudo, que o interrogatório seria ainda o primeiro
ato de inquirição, como exceção à regra do CPP. O STF entendeu, porém, que, mesmo no rito da lei de drogas, o
interrogatório deve ser o último ato (Habeas Corpus 162650 SP, Supremo Tribunal Federal – STF, 21 nov. 2019).
O acusado deverá ser interrogado sempre na presença de seu defensor.
Antes do interrogatório, o juiz deve assegurar o direito de entrevista
reservada com seu defensor. Se ele não tiver um, deve ser nomeado um
defensor público, ainda que só para acompanhar o ato.
Uma grande inovação acerca do tema é que, em caráter excepcional, poderá o juiz, por decisão fundamentada, de ofício
ou por requerimento das partes, realizar o interrogatório do réu preso por videoconferência, desde que seja necessário
para atender à �nalidade de prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre
organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; viabilizar a participação do réu no
referido ato processual, quando há di�culdade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância
pessoal; impedir a in�uência do réu no depoimento de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o
depoimento destas por videoconferência. (Art. 185, §2º do CPP).
Atenção
As partes devem ser intimadas da decisão que determina a realização do ato por videoconferência com antecedência de
dez dias. Por tratar-se de meio de defesa, haverá a nulidade absoluta do processo se realizado sem que se dê ao réu a
oportunidade de se submeter ao interrogatório.
Con�ssão
Modalidade de prova, prevista nos Art. 197 a 200 do CPP, em que o réu pode confessar a autoria ou não dos crimes
imputados a ele. Pode ser feita dentro ou fora do interrogatório, sendo o juiz obrigado a informar sobre o seu direito a
permanecer calado. Vale ressaltar que não existe con�ssão �cta no processo penal, ou seja, mesmo que o acusado não
exerça a sua autodefesa, não se presumem verdadeiros os fatos a ele imputados.
Dica
A con�ssão não é tida como prova de valor absoluto; portanto, deve ser avaliada em conjunto com os demais elementos
de prova do processo, veri�cando-se sua compatibilidade ou concordância com eles.
Por �m, a con�ssão é também retratável, isto é, o acusado pode voltar atrás/ arrepender-se na sua admissão de culpa, e
divisível: dentro do livre convencimento do juiz, ele poderá valer-se apenas de parte da con�ssão.
Reconhecimento de pessoas e coisas 
Segundo Pacelli (2019), trata-se de mero procedimento que tende à identi�cação de pessoas, de alguma maneira
envolvidas no delito, e de coisas, cuja prova da existência e individualização seja relevante para a apuração das
responsabilidades. O CPP prevê essa modalidade nos Art. 226 a 228 (exemplos: reconhecer o autor de um crime, a arma
utilizada etc.).
 O próprio Código traz o procedimento a ser seguido para o que o reconhecimento se dê de maneira legal. Vale atentar que
a Lei Nº 11.719/08, que alterou as regras de procedimento do CPP, dispõe que o reconhecimento de pessoa, tal como
outros atos de instrução, é realizado na audiência una de instrução.
Saiba mais
Uma observação a ser feita é acerca do reconhecimento de pessoas, que deverá ser feito de maneira sigilosa, ou seja,
aquele que será reconhecido é impedido de ver aquele que reconhece.
Acareação
É uma prática processual em que são colocadas duas ou mais pessoas,
frente a frente, para esclarecerem divergências relevantes em suas
declarações. (MILANEZ, 2016). Esse ato é previsto nos Art. 229 e 230 do
CPP.
A regra prevê a admissibilidade da acareação tanto no curso do processo como em sede de inquérito policial e pode ser
realizada entre acusados, entre testemunhas, entre vítimas e até entre o acusado e as testemunhas, quando se sabe que
um não tem qualquer compromisso com a verdade. (PACELLI, 2019)
 
É preciso que as declarações e testemunhos já tenham sido prestadas; caso contrário não haveria a possibilidade de
veri�car ponto con�itante entre elas.
Busca e apreensão
Está prevista no Art. 240 do CPP e é um meio de prova diferente dos demais apresentados. Trata-se de medida de
natureza cautelar, para resguardar material probatório, coisa, animais e até pessoas que não estejam ao alcance
espontâneo da Justiça. Somente quando estiverem presentes elementos quanto à urgência e à necessidade da medida é
que se poderá conceder a busca e apreensão, tanto na fase de investigação como no curso da ação penal. (PACELLI,
2019)
 A busca pode ser domiciliar, realizada em residência ou qualquer local não aberto ao público ou pessoal.
Atenção
Para sua realização, em geral, é necessário o mandado, expedido pela autoridade competente, determinado, especi�cando
o máximo possível onde será realizado, por ser uma medida que vai de encontro a uma garantia constitucional.
Entretanto, há uma divergência na doutrina quanto ao mandado na busca pessoal. Para Pacelli (2019), é possível a
realização sem autorização judicial, desde que prevista em lei e estejam presentes razões de natureza cautelar urgentes
para determinado ato.
Ônus da prova
É a faculdade referente ao encargo atribuído às partes para demonstrara veracidade do fato alegado. Segundo Renato
Brasileiro (LIMA, 2015), há duas correntes acerca da distribuição do ônus da prova:
- A corrente minoritária aponta
que o ônus da prova é
exclusivo da acusação;
- A corrente majoritária
distribui o ônus da prova entre
a acusação e a defesa no
processo penal.
O ônus da prova da acusação dispõe que cabe à acusação provar tanto a existência do fato típico quanto provar a autoria
ou participação do agente no fato criminoso. O ônus da prova da defesa dispõe sobre provar os fatos modi�cativos,
impeditivos e extintivos do autor, como regra geral do processo.
Prova emprestada
É um meio de prova que se entende ser aquela obtida a partir de outra, originariamente produzida em processo diverso.
(LOPES JR., 2019) Ou seja, é utilizar a prova em um processo distinto daquele em que foi produzida. 
 
Para que seja admissível, é preciso que haja as mesmas partes em ambos os processos, o mesmo fato probatório, o
respeito à norma que rege a produção probatória e que tenha sido observado também o contraditório. Satisfeitas estas
duas condições, terá a prova emprestada o mesmo valor das demais provas realizadas dentro do processo. Ausentes
essas condições, deve ser considerada como simples indício. (AVENA, 2014)
Comentário
Apesar de divergência na doutrina, o Superior Tribunal de Justiça entende que inexiste nulidade processual caso a defesa
tenha concordado com a produção da prova emprestada.
Dos atos processuais
Ato processual é toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por efeito a criação, modi�cação ou extinção de
situações jurídicas. É praticado por juízes, auxiliares e pelas partes para dar andamento ao processo.
 Comunicação dos atos processuais
 Clique no botão acima.
Comunicação dos atos processuais
Citação (Art. 351 a 369 do CPP)
É o ato processual pelo qual se leva ao conhecimento do réu sobre a tramitação de um processo penal e que lhe é
imputado um crime e lhe dá um prazo para se manifestar.
A citação pode ser:
Real ou pessoal – Em regra, é feita por o�cial de justiça na pessoa do acusado, pessoalmente. Efetuada a
citação, passa a correr o prazo de dez dias, do cumprimento do mandado ou da juntada aos autos do
mandado cumprido, para a apresentação da defesa do acusado;
Ficta ou por edital ou presumida - Quando o acusado está em local ignorado (L.I.N.S: local incerto e não
sabido), expede-se edital em que se presume a tomada de conhecimento do processo por parte dele. É
chamada de �cta, pois é uma �cção, ou seja, presume-se que com a publicação do edital o réu tomou
conhecimento do processo;
Por hora certa – Quando o réu se oculta para evitar a citação. Efetuada a citação com hora certa, e o
acusado não apresenta resposta em dez dias, segue o processo com réu revel.
A falta de citação ou feita fora do prazo gera nulidade absoluta. Essa falta ou nulidade da citação estará sanada
se o interessado comparecer antes de o ato se consumar. Também vale ressaltar que não se exige a citação para
�ns de execução das penas ou medidas de segurança.
Intimação (Art. 370 a 372 do CPP)
É a ciência que se dá a alguém de um ato já praticado, ou seja, é meramente o canal de aviso ou ciência. Intima-se
o réu, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado, dependendo do ato.
 
Noti�cação
O CPP não traz uma diferença relevante quanto à noti�cação e intimação e muitas vezes usa os dois como
sinônimos. Porém, a diferença reside no fato de que a noti�cação é algo futuro e deverá ser feito pela pessoa,
enquanto que na intimação já ocorreu o ato (passado), estando a cienti�cá-lo.
Cartas (Art. 237 e 260 a 268 do CPP)
São expedidas para atos processuais praticados fora dos limites da comarca, da seção ou subseção judiciária,
bem como fora do território brasileiro.
 São algumas espécies de carta:
Rogatória – É a carta cuja comunicação se dá entre o judiciário de países diferentes, com o objetivo de
realização de atos e diligências processuais no exterior, como por exemplo audição de testemunhas.
 Semelhante à carta precatória, mas a principal diferença é que, na rogatória, o processo está tramitando em um
país, e o ato processual tem que ser cumprido em outro.
Precatória – É a carta cuja comunicação se dá entre juízos de comarcas distintas com o objetivo de cumprir
um ato processual. Por meio dela, o juiz competente para atuar em um processo solicita ao juiz de outra
comarca o cumprimento de algum ato necessário ao andamento do processo, como por exemplo a citação,
penhora.
Arbitral - É a carta cuja comunicação se dá também entre juízes de comarcas distintas, com o objetivo de
cumprir algum ato processual formulado por juízo arbitral.
 
Decisões
São atos processuais do juiz que podem decidir ou não o mérito da causa. Apesar de no Processo Penal não
haver uma distinção acentuada quanto à decisão, despacho e sentença, como acontece no processo civil, o
Código de Processo Penal e a doutrina dividem as decisões em:
 De�nitivas - Aquelas que põem �m ao mérito do processo;
Interlocutórias mistas - São as que põem �m ao processo sem julgar o mérito.
Interlocutória simples – Traz a solução de questões incidentes, no decorrer do processo, sem pôr �m a ele.
 
Sentença (Art. 381 do CPP)
Também é um ato processual do juiz, sendo essa uma decisão que põe �m ao processo, com ou sem julgamento
do mérito. Segundo Nucci (2014), é a decisão terminativa do processo e de�nitiva quanto ao mérito, para julgar
procedente ou improcedente a imputação feita ao réu.
 Podem ser classi�cadas como:
Condenatória - Quando reconhece a responsabilidade penal do réu pelo delito atribuído a ele;
Absolutória - Quando se exclui a responsabilidade penal do réu pelo fato a ele atribuído, sendo que tal
decisão pode ocorrer com base no Art. 386 do CPP;
Declaratória - Não há imposição de uma pena ou condenação; somente declara a existência ou inexistência
de uma relação jurídica;
 A sentença ainda deve ter alguns elementos para não ser considerada nula; são eles:
Relatório - É um resumo breve da lide do processo;
Fundamentação - Representa o desenvolvimento e aspectos jurídicos que o levou à tomada de decisão;
Dispositivo – O juiz a�rma se acolhe ou não o pedido pretendido, sendo uma conclusão.
Mandado judicial
É a ordem escrita contendo a ordem judicial e emitida pela autoridade competente para que se cumpra
determinado ato. Tem conteúdo e �nalidade especí�ca, como a citação do réu, intimação de partes, prisão etc.
 O prazo para o o�cial de justiça cumprir o mandado é a partir do dia útil seguinte à distribuição. Entretanto, em
situações excepcionais, este prazo pode ser reduzido, como nas hipóteses de audiências próximas, liminares ou
mandados que se re�ram a réus presos.
 Esse instrumento deve conter alguns requisitos para não gerar nulidade. Por exemplo: o mandado de prisão deve
conter o nome da pessoa a ser presa, mencionando a infração penal que motivar a prisão e eventual valor da
�ança arbitrada, quando for o caso. Será dirigido a quem tiver qualidade para dar execução, lavrado pelo escrivão
e assinado pelo juiz. (NUCCI, 2014)
 O mandado de citação deve obedecer ao disposto no Art. 357 do CPP, como a leitura do mandado ao citando
pelo o�cial, na qual se mencionarão dia e hora da citação e a declaração do o�cial, na certidão, da entrega da
contrafé e sua aceitação ou recusa.
Atividades
1. (VUNESP - 2014 - TJ SP - Juiz ADAPTADA)  Dispõe o Art. 5.º, inc. LVI da Constituição Federal que “são inadmissíveis, no
processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Trata-se do princípio da vedação das provas ilícitas, invocado no Art. 157
do Código de Processo Penal.
 
Sobre este tema, assinale a opção incorreta:
a) A reforma no processo penal advinda pela Lei Nº 11.690/2008 distanciou-se da doutrina e jurisprudência que distinguiam as
provas ilícitas das ilegítimas, concebendo como provas ilícitas tanto aquelas que violem disposições materiais como processuais.
b) São admissíveis as provas derivadas das ilícitas quando puderem serobtidas por meio que por si só — seguindo os trâmites
típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal — seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
c) É quase unânime na doutrina e na jurisprudência o entendimento que não admite a utilização no processo penal da prova
favorável ao acusado se colhida com infringência a direitos fundamentais seus ou de terceiros.
d) São admissíveis as provas derivadas das ilícitas quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.
2. (Instituto AOCP – 2018 – ITEP/RN – Agente Técnico Forense) Acerca do exame de corpo de delito e perícias em geral,
assinale a alternativa correta:
a) Os exames de corpo de delito somente poderão ser realizados em dias úteis.
b) A confissão do acusado é suficiente para a comprovação das infrações penais que deixam vestígios.
c) As perícias em geral serão, em regra, realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior, não cabendo às
partes formular quesitos ou indicar assistente técnico.
d) Não sendo possível realizar o exame de corpo de delito, por haver desaparecido os vestígios, tal prova poderá ser suprida pela
prova testemunhal.
3 - (TJ/GO 2012 - FCC - Juiz Substituto - adaptada) No tocante aos atos processuais em geral, é incorreto a�rmar:
a) Qualquer das partes poderá, no prazo de dois dias, pedir ao juiz que esclareça a sentença, se houver obscuridade.
b) No caso de o acusado estar no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do
prazo de prescrição até o seu cumprimento.
c) Quando o réu se oculta para não ser citado, ele deverá ser citado por hora certa, de acordo com as normas preconizadas pelo
Código de Processo Civil.
d) O juiz, ao proferir sentença condenatória, fixará valor máximo para a reparação dos danos causados pela infração, considerados os
prejuízos sofridos pelo ofendido.
Notas
Direto1
Feito no próprio corpo do delito.
Indireto 2
Feito por meio de elementos periféricos, ou seja, fora do corpo do delito, como a análise de �cha clínica de paciente que foi
atendido em hospital, por exemplo.Referências
AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. 6. ed. Método, 2014.
CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo. Código de processo penal comentado. 1. ed. Saraiva, 2015.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. 3. ed. Salvador: JusPODIVM, 2015.
LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
MILANEZ, Bruno. O que se entende por acareação no processo penal? JusBrasil, jul. 2016. Disponível em:
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/395518910/o-que-se-entende-por-acareacao-no-processo-penal
<https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/395518910/o-que-se-entende-por-acareacao-no-processo-penal> .
Acesso em: 28 jul. 2020.
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/395518910/o-que-se-entende-por-acareacao-no-processo-penal
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo e Execução Penal. 11.  ed., Rio de Janeiro: Forense, 2014.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
Próxima aula
Organização policial, sua estrutura e seus aspectos principais;
Os exemplos de aplicação da Polícia no Brasil e a importância do enfrentamento das questões nacionais relacionadas a
essa instituição;
A atuação da autoridade policial diante do cometimento de um crime e suas principais etapas.
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SILVA. Grazielle Ellen da. Provas no processo penal. DireitoNet, 14 ago. 2018. Disponível em:
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10779/Provas-no-Processo-Penal
<https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10779/Provas-no-Processo-Penal> . Acesso em: 28 jul. 2020.
CAPRIGLIONI, Gustavo. As provas em espécie na esfera penal. JusBrasil, jul. 2017. Disponível em:
https://ghcapriglioni.jusbrasil.com.br/artigos/517963163/as-provas-em-especie-na-esfera-penal
<https://ghcapriglioni.jusbrasil.com.br/artigos/517963163/as-provas-em-especie-na-esfera-penal> . Acesso em: 28
jul. 2020.
TALON, Evinis. O reconhecimento de pessoas. JusBrasil, jul 2017. Disponível em:
https://evinistalon.jusbrasil.com.br/artigos/492181407/o-reconhecimento-de-pessoas-por-que-as-autoridades-
tratam-o-art-226-do-cpp-como-mera-recomendacao <https://evinistalon.jusbrasil.com.br/artigos/492181407/o-
reconhecimento-de-pessoas-por-que-as-autoridades-tratam-o-art-226-do-cpp-como-mera-recomendacao> . Acesso
em: 28 jul. 2020.
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10779/Provas-no-Processo-Penal
https://ghcapriglioni.jusbrasil.com.br/artigos/517963163/as-provas-em-especie-na-esfera-penal
https://evinistalon.jusbrasil.com.br/artigos/492181407/o-reconhecimento-de-pessoas-por-que-as-autoridades-tratam-o-art-226-do-cpp-como-mera-recomendacao

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