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ALTERAÇÕES ORGÂNICAS, FISIOLÓGICAS E METABÓLICAS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Aula 4 Profª Mª Elizabete Silva Profª Mª Suelen Dalbosco Nutrição em Geriatria Processo de envelhecimento: • Redução do apetite • Redução da massa muscular • Redução do gasto energético • Aumento da massa gordurosa INTRODUÇÃO MIR ET. AL, 2013 Redução de peso Agravamento de doenças Alterações orgânicas, fisiológicas e metabólicas INTRODUÇÃO - Ingestão alimentar - Digestão - Absorção - Biodisponibilidade de nutrientes - Capacidade funcional - Depressão - Apatia - Distúrbios de humor - Isolamento social - Condição financeira ANOREXIA DO ENVELHECIMENTO ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO CORPORAL Alterações fisiológicas e nutricionais: • Redução estatura • Redução peso • Alteração composição corporal • Redução quantitativa e qualitativa da massa muscular esquelética • Redução acentuada de gordura subcutânea – inviabiliza utilização apenas de dobras cutâneas para avaliação Frágil controle do balanço hídrico: • Alterações na osmolaridade e volume dos compartimentos dos fluidos corporais: o Aumento da frequencia e gravidade de hipo e hiperosmolaridade – hipo e hipernatremia e hipo e hipervolemia ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO CORPORAL Sarcopenia – redução da massa muscular, força e função muscular • Pré-sarcopenia: perda da massa muscular sem impacto na força ou função muscular; • Sarcopenia: redução da massa muscular, força ou função • Sarcopenia severa: redução da massa muscular, força e função Declínio gradual do nível de atividade física: • Estilo ativo = preserva atividade funcional e minimiza redução de peso ALTERAÇÕES NO SISTEMA IMUNOLÓGICO Senescência das células e funções do sistema imune = maior risco de morbi mortalidade por doenças infecciosas e autoimunes Principais mudanças: Aumento dos níveis circulantes do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina-6 (IL-6), interleucina-1 (IL-1) e proteína C-reativa; Aumento dos glicocorticoides e catecolaminas, diminuição do hormônio de crescimento (GH) e sexuais Estresse metabólico e hormonal cronico ALTERAÇÕES NO SISTEMA IMUNOLÓGICO Fatores que podem contribuir para perfil inflamatório em idosos: • Aumento do tecido adiposo • Diminuição na produção de hormônios esteroides sexuais • Tabagismo • Infecções subclínicas • Doenças crônicas Desequilíbrio na produção e liberação de citocinase e manutenção do estado pro-inflamatório: • Contribui para o aparecimento das DCNT Citocinas inflamatórias – especialmente TNF-α: • Estimula a proteólise – ativação do sistema ubiquitina-proteassoma– potencializa a perda de massa e diminuição da força muscular ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Alterações estruturais, funcionais e de motilidade: • Cavidade oral • Esôfago • Estômago • Pancreas • Figado]intestino delgado • Intestino grosso • Reto • Ânus Maior vulnerabilidade aos distúrbios nutricionais: • Ingestão alimentar • Processo digestivo • Biodisponibilidade de nutrientes • Alterações farmacocinéticas ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Boca • Ausência parcial ou total dos dentes, uso inadequado de próteses, cáries, doenças periodontais e xerostomia → mastigação prejudicada + comprometimento fase inicial da digestão • Saúde dental = hábitos alimentares + higiene adequada ↓ eficiência mastigatória Modificações dietéticas – alimentos com textura macia ou excessivamente cozidos Impacto sobre o estado nutricional ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Boca • Xerostomia = síndrome da boca seca: o Dificulta formação do bolo alimentar o Altera capacidade de percepção do sabor dos alimentos → prejuízo no consumo alimentar o Maior predisposição a infecções bucais e cáries ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Esôfago Alterações na orofaringe – aumento do trânsito segmentar e da amplitude da onda de pressão peristáltica → diâmetro anteroposterior do esfíncter esofágico superior (EES) e do osso hioide menores em idosos ↓ Redução do fluxo e volume de deglutição ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Esôfago Como funciona a deglutição? 1ª etapa = voluntária 2ª etapa = controle neural involuntário do relaxamento do EES – transporte reflexo e peristaltismo do musculo liso Dessincronização da contração e relaxamento = ↓ eficiência da deglutição Envelhecimento ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Esôfago Conjunto de alterações no esôfago do idoso = PRESBIESÔFAGO Principal causa da disfagia esofágica ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Esôfago Disfagia = qualquer alteração no processo de deglutição que pode envolver o comprometimento do vedamento labial, a propulsão do alimento pela ação da língua ou a anatomia do esôfago 10 a 30% dos idosos com mais de 65 anos 40 a 60% de idosos institucionalizados ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Esôfago Detecção de disfagia - multiprofissional ↓ Identificar: doença de base, antecedentes, morbidades, sinais clínicos de aspiração, complicações pulmonares e funcionalidade da alimentação ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Esôfago • Principais causas da disfagia no idoso: o Disfunção esofágica o Traumatismo craniano o Acidente vascular encefálico o Câncer ou o tratamento o Uso de medicamentos o Demências ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Esôfago • Principais consequências da disfagia no idoso: o Aumento do risco de pneumonia aspirativa o Desnutrição e desidratação → aumento da quantidade de água e redução da densidade calórica o Comprometimento social • Papel do Nutricionista: o Prescrição a fim de reduzir o risco de desnutrição: Adequação da consistência das preparações: espessantes, gomas e mucilagens Prescrição de suplementos alimentares Ficar atento ao uso de medicamentos que podem diminuir a pressão do esfíncter esofágico inferior (bloqueadores de cálcio, agonistas adrenérgicos e nitratos) ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Estômago • Alterações histológicas e fisiológicas – aumento da fragilidade da mucosa - ↓ da capacidade de reparação tecidual: o Infecção por H. pylori e uso de medicamentos (inibidores de bomba de prótons e anti-inflamatórios não esteroidais) – aumentam vulnerabilidade à lesões o Redução da secreção de muco e bicarbonato o Redução da produção de protraglandinas o Redução da atividade da enzima oxido nítrico sintase o Redução do fluxo sanguíneo gástrico o Redução do peristaltismo e da força contrátil – retardo do esvaziamento gástrico ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Estômago ↓ produção de óxido nítrico → afeta o relaxamento adaptativo → ↓ dilatação da parede gástrica em resposta à ingestão de alimentos Saciedade precoce ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Estômago • ↓ secreção de ácido clorídrico e pepsina • ↑ do pH gástrico • Baixa acidez = ↓ absorção de ácido fólico, vitamina B12, cálcio, ferro e betacaroteno ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Pâncreas • Atrofia, fibrose e degeneração gordurosa associados ao envelhecimento Fígado • Redução do volume • Redução da capacidade regenerativa • Declinio da metabolização de drogas • Alteração na expressão de algumas proteínas • Diminuição das funções hepatobiliares ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Intestino • Alterações insignificativas com o envelhecimento • Constipação – multifatorial • Baixo consumo de fibras • Baixa ingestão de líquidos ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS X ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Baixa secreção de ácido clorídrico e pepsina interfere na liberação de vit. B12das proteínas alimentares – depleção nutricional Hipo ou acloridria: • Aumento do crescimento bacteriano – deficiência de vit. B12 • Alteração da biodisponibilidade de ferro • Reduz a absorção de cálcio Deficiência de vitamina D – redução da conversão renal na forma ativa Redução da absorção de carboidratos – redução da quantidade de proteínas transportadoras ou pela atividade especifica de cada transportador: • Diminuição das atividades enzimáticas: sacarase, lactase e galactoquinase – diarreia, distensão absominal, intolerância à frutose, catarata (acumulo de galactase convertida a galactitol) TRATO GASTROINTESTINAL E O CONTROLE HORMONAL DA FOME E SACIEDADE Níveis elevados de colecistocinina após a refeição – inibição do apetite central e retardo no esvaziamento gástrico e produção de grelina Grelina – principal hormônio orexigeno – reestabelecimento mais lento Glucagon 1 (GLP 1) – produzido no intestino delgado em resposta à presença de nutrientes – retarda o esvaziamento gástrico, estimulando o piloro e inibindo as contrações do antro – inibe o apetite: • Refeições hiperlipídicas favorecem a saciedade precoce – influencia na quantidade consumida – níveis aumentados de GLP 1 Elevação dos níveis de citocinas inflamatórias e leptina – aumento da adiposidade – redução não intencional do peso e anorexia do envelhecimento: leptina: ação anorexígena, produzido pelos adipócitos – concentrações séricas mais elevadas em idosos redução nos níveis de testosterona – leptina mais elevada em homens – maior risco de anorexia ALTERAÇÕES SENSORIAIS E INGESTÃO ALIMENTAR Ato de se alimentar = além de saciar a fome = experiencia sensorial • Prazer determina quantidade e tipo de alimento consumido – principalmente pelo estimulo olfativo Redução do olfato: • Redução da secreção de muco • Afinamento do epitélio • Declínio da capacidade de regeneração neuronal dos receptores olfativos Redução do paladar • Privação de prazer • Potencializada pelo uso de medicamentos anti-hipertensivos e ansiolíticos • Deficiência de zinco • Inflamações locais • Xerostomia • Tabagismo ALTERAÇÕES SENSORIAIS E INGESTÃO ALIMENTAR Redução da visão: • Aumento da dificuldade de identificação, discriminação e seleção dos alimentos – melhoria da apresentação dos pratos ALTERAÇÕES SENSORIAIS E INGESTÃO ALIMENTAR A compreensão do impacto das mudanças fisiológicas inerentes ao envelhecimento, dos fatores socioeconômicos e psicossociais, das intercorrências farmacológicas e das doenças que interferem na ingestão alimentar e biodisponibilidade de nutrientes é indispensável para realização do planejamento alimentar para o idoso, visando à manutenção ou recuperação do estado nutricional • NUNES, Juliana Damasceno et al . Indicadores de incapacidade funcional e fatores associados em idosos: estudo de base populacional em Bagé, Rio Grande do Sul. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 26, n. 2, p. 295-304, jun. 2017 . Disponível em <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 49742017000200295&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 01 mar. 2021. http://dx.doi.org/10.5123/s1679- 49742017000200007 • Silva, M. L. N; Marucci, M. F. N.; Roediger, M. A. Tratado de Nutrição em Gerontologia1ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2016. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent REFERÊNCIAS http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000200007 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450222/recent
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