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Tricomoníase: Causas, Sintomas e Tratamento

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Rose Anne | Medicina 
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Tricomoníase
Visão geral 
• Causada por um protozoário flagelado → 
Trichomonas vaginalis 
• Classificada como uma IST não viral 
• É comumente encontrada no trato 
genital e urinários tanto da mulher como 
do homem 
• A incidência depende de vários fatores: 
idade (pH vaginal) 
→ pH criança: <4/5 (ácido) 
→ pH mulheres adultas: >5 
(vulnerável) 
• Atividade sexual, número de parceiros 
sexuais, outras ISTs, fase do ciclo 
menstrual, técnicas de diagnóstico e 
condições socioeconômicas 
• Confundida com outras infecções, como 
candidíase, gonorreia pela secreção 
vaginal ou corrimento e prurido 
• Corrimento com aspecto de leite 
coalhado, bolhoso (devido à morfologia do 
protozoário) e presença de prurido 
(movimentação do protozoário) 
Descrição 
• O organismo não tem forma cística, logo 
é vulnerável às condições ambientais; 
• O agente etiológico pode sobreviver 
durante 3h na urina (ácido) e 6h no 
sêmen (básico); 
• No recém-nascido, pode ocorrer durante 
passagem pelo canal do parto, em 
consequência da infecção materna, 
quando a mãe não toma medidas 
profiláticas contra a parasitose durante a 
gestação (5%) 
• Incomum na infância (de 1 a 10 anos de 
idade), já que as condições vaginais (baixo 
pH) não favorecem o desenvolvimento 
da parasitose 
Obs: Pode ser sugestão de abuso 
Agente etiológico 
Trichomonas vaginalis 
• Família: trichomonadidae (não possui forma 
cística) 
• Polimorfo (elipsoide ou oval) 
• Móvel → flagelos anteriores desiguais 
• Membrana ondulante (mudança de 
direção) fixado ao flagelo 
• Aparelho parabasal (Complexo de Golgi) 
 
 
Estruturas morfológicas 
• Axóstilo → rígido e hialina que se projeta 
no centro do parasita até a extremidade 
posterior 
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• Blefaroplasto → localizado antes do axóstilo 
→ inserção dos flagelos e coordenação 
dos movimentos 
• Hidrogenossomos → dispostos no parasita 
e apresentam enzimas responsáveis pela 
síntese de ATP para movimentação dos 
flagelos e da membrana ondulante 
(organelas semelhantes à mitocôndria) 
• É anaeróbio facultativo e alimenta-se de 
açúcares (glicose, maltose e galactose) 
 
Patogenia 
• Parasito extracelular da mucosa urogenital 
do ser humano → presença de adesinas 
para fixação do protozoário; 
• Inflamação → migração de leucócitos e 
citocinas no aparelho urogenital masculino 
e feminino, aumentando o risco de 
infertilidade; 
• Alteração do pH vaginal (pH > 5) para 
viabilizar sua sobrevivência (prejudica os 
Lactobacillus) 
Obs: Lactobacillus acidophilus são bactérias 
comensais que tem como secretar fatores 
ácidos que inibem a ocorrência de infecção 
oportunistas do trato geniturinário. 
Complicações clínicas 
Mulher: 
Assintomática: 25 a 20% dos casos 
Vaginite aguda 
• Corrimento fluido, com bolhas e 
coloração esverdeada (pode ter também 
infecção bacteriana) e de odor fétido 
• Prurido vaginal 
• Dor durante as relações sexuais 
• Disúria (dor ao urinar) 
• Dor pélvica 
Pode evoluir para uma Vaginite crônica 
Homem: 
• Assintomática (a maioria) 
Pode apresentar 
• Uretrite aguda (corrimento abundante – 
leitoso e bolhoso) 
• Corrimento 
• Disuria 
• Prurido 
Complicações raras 
• Epididimite 
• Infertilidade 
• Prostatite (pode ser confundida com uma 
hiperplasia prostática benigna) 
Período de incubação 
• 4 a 20 dias 
Ciclo biológico 
• Monoxênico 
 
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• Protozoário transmitido através de 
relações sexuais 
• Dentro do hospedeiro, divide-se por divisão 
binária 
Modo de transmissão 
• Relações sexuais 
→ Na abordagem de pacientes com IST, 
são essenciais dados sobre a data do 
ultimo contato sexual, número de 
parceiros sexuais, hábitos e 
preferencias sexuais, uso recente de 
alguns antibióticos (pode afetar o 
microbioma intestinal), métodos 
anticoncepcionais (DIU de cobre), 
história pregressa desse tipo de 
doença 
• Parto 
• Através de fômites (o protozoário pode 
sobreviver durante horas na secreção 
vaginal ou na água) 
Diagnóstico 
Clínico 
Mulher: 
• Anamnese 
• Presença de corrimento leitoso e bolhoso 
• Exame Papanicolau 
Homem 
• História de secreção uretral 
Laboratorial 
Mulher: 
• Exame do esfregaço do conteúdo vaginal 
• Exame Papanicolau/colposcopia 
Homem: 
• Exame do líquido prostático 
• Exame do sedimento urinário 
Tratamento 
Metronidazol 
• 2g dose única durante 1 dia 
• 1 comprimido 400 mg ou 2 comprimidos 
250 mg durante 7 dias 
• Pomada de aplicação vaginal 
Secnidazol 
• 2g dose única, 1 dia 
• Infecções mais graves 
Tinidazol 
• 4 comprimidos, dose única, 1 dia 
• Tinidazol +Tioconazol → suspeita de 
candidíase 
Medidas de controle 
• Prática do sexo seguro, que inclui 
aconselhamentos que auxiliam a 
população a fazer escolhas sexuais 
apropriadas para redução de risco 
• Uso de preservativos 
• Abstinência de contatos sexuais com 
pessoas infectadas 
• Limitação das complicações patológicas 
mediante a administração de um 
tratamento imediato e eficaz

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