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Doença-Prevenção-Determinantes

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O que é saúde? O que é doença?
Passado: Ausência de doença.
· Religiões politeístas: saúde era dádiva, e a doença, castigo dos deuses.
· Religiões monoteístas: a dádiva da saúde e o castigo da doença passaram a ser de responsabilidade de um único Deus.
· Hipócrates: os ares e os lugares, no qual relaciona os locais da moradia, a água para beber, os ventos com a saúde e a doença.
· Teoria miasmática: a doença é transmitida pela inspiração de “gases” de animais e dejetos em decomposição 
· Teoria Bacteriológica: A concepção ontológica, defende que as doenças são “entidades” exteriores ao organismo, que o invadem para se localizarem em várias das suas partes. Assume que a doença é uma coisa em si própria, sem relação com a personalidade, a constituição física ou o modo de vida do paciente
Organização Mundial da Saúde (OMS)- 1947: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”
VII Conferência Nacional de Saúde- 1986: Saúde era um direito e houve uma ampliação das dimensões psicossociais e funcionais sentimento de fortalecimento, relacionamento amoroso, prazer pela vida, apoio social, sentido na vida, independência.
Constituição Federal- 1988: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
 Conceitos de Doença/Qualidade de vida: A doença é um sinal da alteração do equilíbrio homem- ambiente, estatisticamente relevante e precocemente calculável, produzida pelas transformações produtivas, territoriais, demográficas e culturais. A qualidade de vida resulta da adequação das condições sócio-ambientais às exigências humanas.
Condição da Saúde é soma de três planos
Subindividual: processo saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a doença
· enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou paciente, caracterizando-a como queda de ânimo.
· doença seria a condição detectada pelo profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada como uma entidade ou classificação nosológica
Individual: entende que as disfunções e anormalidades ocorrem em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas.
Coletivo: expande ainda mais o entendimento sobre o processo saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta de uma complexa trama de fatores e relações, representados por determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc.
Cinco principais modelos explicativos
Processos e fatores determinantes do adoecimento e da morte na tentativa de retardá-los ou evitá-los pelo máximo possível de tempo.
· Modelo Biomédico: O conhecimento e a prática de saúde são centralizados no profissional médico possuindo uma visão unicausal isto é, adoecimento por uma única causa, um fator e, consequentemente, o tratamento é focado nesse único fator. Isso tem como consequência uma posição autoritária, unidisciplinar e com intenso uso do aparato que lucra com a doença: hospitais, exames, remédios, medicina altamente especializada – o chamado complexo médico-industrial.
· MODELO DA DETERMINAÇÃO SOCIAL: afirmava que as pessoas adoecem e morrem em função do jeito com que vivem. E esse jeito de viver é determinado social, cultural e economicamente (caracterizando o contexto de aparecimento da doença). Aliás, foi esse movimento que inspirou a nossa construção do SUS.
· MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA/ MODELO PROCESSUAL: a história natural da doença é entendida como compreendendo "todas as interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte".
· MODELO SISTEMICO: trás a tona fatores políticos e socioeconômicos, fatores culturais, fatores ambientais e agentes patogênicos de forma que, ao ser modificado algum dos níveis, os demais também sofrerão consequências.
· Modelo Mágico-religioso: -Doença: concepção que cabia aos deuses definir o estado de adoecimento e cura dos homens; pecado= castigo divino =doenças / redenção = cura. -Cura da doença: rituais religiosos (feiticeiros, xamãs, sacerdotes) para reatar as relações com as entidades religiosas Tipo de pensamento ainda existente Sociedades tribais; Superstições.
Saúde-doença
O processo saúde-doença representa o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde-doença de uma população, que varia em diversos momentos históricos do desenvolvimento científico da humanidade.
O processo saúde-doença é um dos pontos centrais para os profissionais da saúde que buscam promover a saúde, cuidando para que as pessoas possam ter, tanto quanto possível, uma boa qualidade de vida, mesmo quando as limitações se estabelecem.
Conclusão
É necessário compreender as condições impostas como passíveis de interferência e atentar para não culpar os indivíduos quando tais condições são insalubres e interferem em seu estilo de vida.
Brêtas e Gamba (2006), um bom profissional da área da saúde é aquele capaz de traduzir o inaparente, o indizível, em um primeiro contato com o ser doente. Ao compreender que o corpo humano não é um produto genérico isolado, pois existe em relação aos outros seres em um dado contexto social, cultural e político, o bom profissional entende que, para cuidar da pessoa, faz-se necessário considerar algumas questões pertinentes ao vínculo saúde-doença-adoecimento-sociedade: as condições de vida impostas e os estilos de vida escolhidos pelos próprios indivíduos.
A primeira situação diz respeito à esfera pública, na qual nem sempre o indivíduo consegue interferir sem a participação do Poder Público; a segunda localiza-se no mundo privado, no qual o indivíduo define a melhor forma de se utilizar da própria vida.
Prevenção social
Prevenção é definido como “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural além de tornar improvável o progresso posterior da doença”. 
Prevenção primária: é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica. (EX. abstinência tabágica, a nutrição adequada)
· Promoção da saúde: visa aumentar, através de esforços intersetoriais, a saúde e o bem-estar geral.ANTES DA DOENÇA
· Prevenção da doença: manutenção de baixo risco, redução de risco e detecção precoce.
· Manutenção de baixo risco: assegurar que as pessoas de baixo risco para problemas de saúde permaneçam com essa condição e encontrem meios de evitar doenças.
· Redução de risco: foca nas características que implicam risco de moderado a alto, e busca maneiras de controlar ou diminuir a prevalência da doença.
· Detecção precoce: visa estimular a conscientização dos sinais precoces de problemas de saúde (palpação dos seios)
Prevenção secundária: é a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio inicial
· Rastreamento/Diagnostico: é a realização de testes ou exames diagnósticos em populações ou pessoas assintomáticas, com a finalidade de diagnóstico precoce ou de identificação e controle de riscos. Já o achado de caso consiste numa detecção oportunista dadoença ou seus fatores de risco em indivíduos que consultam o seu médico por outros problemas.DURANTE A DOENÇA
· Tratamento Precoce: são ações destinadas a identificar a doença em estágio inicial a partir de sintomas e/ou sinais clínicos. Nomeado como down-staging, ou seja, no menor estágio do desenvolvimento da doença.
Prevenção terciaria: ação implementada para reduzir em um indivíduo ou população os prejuízos funcionais consequentes de um problema agudo ou crônico, incluindo reabilitação (ex.: prevenir complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-infarto – IAM ou acidente vascular cerebral).
· Limitação de danos: Prevenir complicações 
· Reabilitação: Cura
Prevenção quaternária: detecção de indivíduos em risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis.
Promoção da Saúde
Objetivo geral: Promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais.
· 8ª Conferência Nacional de Saúde se constituiu como o grande marco da luta pela universalização do sistema de saúde e pela implantação de políticas públicas em defesa da vida, tornando a saúde um direito social irrevogável, como os demais direitos humanos e de cidadania.
· a Constituição Federal de 1988 instituiu o SUS e veio a assegurar o acesso universal dos cidadãos às ações e aos serviços de saúde.
Definição: a promoção da saúde é um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, que se caracteriza pela articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial.
O que deve se considerar: autonomia e a singularidade dos sujeitos, das coletividades e dos territórios, pois as formas como eles elegem seus modos de viver, como organizam suas escolhas e como criam possibilidades de satisfazer suas necessidades dependem não apenas da vontade ou da liberdade individual e comunitária, mas estão condicionadas e determinadas pelos contextos social, econômico, político e cultural em que eles vivem.
Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS): vem para provocar mudanças nos modos de organizar, planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho em saúde. Traz, em sua essência, a necessidade de estabelecer relação com as demais políticas públicas conquistadas pela população.
DETERMINANTES SOCIAIS NA SAÚDE
As condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população.
OMS define: os que DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham
Cada sociedade possui um determinante de saúde específico.
DSS provocam as iniquidades de saúde através de aspectos físico-materiais, em que a falta de recursos e investimento em infraestrutura comunitária causa uma iniquidade de saúde.
O modelo de Dahlgren e Whitehead
O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes.
NIVEL 1: Suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre seu potencial e suas condições de saúde.
NIVEL 2: O comportamento e os estilos de vida individuais.
NIVEL 3: Redes de apoio social 
NIVEL 4: Fatores relacionados a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação
Nível 5: condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade e que possuem grande influência sobre as demais camadas
O modelo de Diderichsen e Hallqvist:
Enfatiza a estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de saúde.
(I) Representa o processo segundo o qual cada indivíduo ocupa determinada posição social como resultado de diversos mecanismos sociais, como o sistema educacional e o mercado de trabalho.
(II) De acordo com a posição social ocupada pelos diferentes indivíduos, aparecem diferenciais, como o de exposição a riscos que causam danos à saúde, por exemplo, os grupos que vivem em condições de habitação insalubres
(III) O diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de doença, uma vez exposto a estes riscos 
(IV) E o diferencial de consequências sociais ou físicas, uma vez contraída a doença 
Papel da Equipe da APS nos DSS:
- Papel de educador; 
- Conhecer usuários/autonomia dos sujeitos; 
- Relacionar profissionalmente; 
- Ambiente; 
- Promover Saúde/qualidade de vida; 
- Planejamento/ação.
Os determinantes comerciais caracterizam-se por fatores econômicos e comerciais que afetam negativamente a saúde e a equidade em saúde. Esses estão relacionados com a produção e o fornecimento de bens ou serviços e o desenvolvimento de estratégias e abordagens que influenciam escolhas que podem ser prejudiciais à saúde.
Por outro, a falta de coerência entre as políticas de saúde e as políticas econômicas, além dos acordos nacionais, internacionais e supranacionais de comércio, Determinantes Comerciais da Saúde e Sociedade Digital: temas críticos na renovação da promoção da saúde têm intensificado a circulação e o consumo de produtos prejudiciais à saúde e danosos ao meio ambiente.
COMO RESOLVER: O Estado (incluindo os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário), a sociedade civil e a academia devem criar mecanismos consistentes para responder a conflitos de interesse comerciais que possam surgir na relação com o setor privado. É necessário garantir que não sejam exercidas influências indevidas, sejam elas aparentem ou reais, que estejam em desacordo com os interesses da saúde pública e que afetem a integridade e a confiança pública.
Visita Domiciliar
O que é? 
Criar um vinculo com o paciente para conhecer o ambiente e todos os fatores positivos e negativos do meio em que ele vive.
De qual membro é a responsabilidade de fazer as visitas? 
Todos os membros da saúde
Qual a frequencia? 
-Mínimo 1x por mês para cada família (BAIXO RISCO)
-2x ao mês para famílias de ALTO RISCO (ex. pessoas acamadas)
Enfermeiros: Quando precisa fazer qualquer procedimento ou avaliação (1x semana)
Médico: (1x semana) agendado entre demanda expontanea na manha. E a tarde demanda programada (já sabe o que fazer)- PMAQ
EMAD- Visita domiciliar para pessoas de alto risco
PMAQ- Organização do processo de trabalho na demanda programada 
Objetivos da visita: Esclarecer o contexto em que a família vive; cadastrar a família para as visitas; observar as relações familiares; traçar ações para essa família;
Lavar as mãos
-Palma – Dorsal -Entre os dedos -Dedos -Polegar -Unha -Punho

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