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Resumo IESC - N1

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TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
Comunicação e Saúde 
 
Comunicação em saúde e discurso do sujeito coletivo: Semelhanças nas diferenças e diferenças nas 
diferenças 
→ A comunicação é sempre uma ação que acontece num contexto ou quadro social ou psicossocial, definido, 
entre outros atributos, por apresentarem um “idioma” de “representações sociais” que os indivíduos 
acessam para estabelecerem contatos uns com os outros. No campo da Saúde Coletiva, a tarefa de fazer com 
que os habitantes de determinadas sociedades, coletividades ou grupos contatem e acolham ideias e/ou 
práticas que permitam avanços no enfrentamento das diversas facetas do adoecer humano é uma busca 
constante. 
→ A comunicação em saúde deve trabalhar num contexto de tensão constante entre o semelhante e o 
diferente, considerando que o comunicador, educador ou promotor de saúde, para entender os indivíduos com 
os quais interage, precisa ter em mente que eles aderem às representações sociais por instinto gregário, por 
necessidade de identificação coletiva e por interesses objetivos. 
→ A comunicação, definida como contato ou contato bem-sucedido, é sempre uma ação que acontece num 
contexto ou quadro social ou psicossocial. Sendo assim, é possível dizer que indivíduos que vivem num mesmo 
contexto social pensam de modo semelhante porque compartilham das mesmas representações ou de 
representações diferentes, mas que “conversam” entre si. 
→ É parte do campo da Saúde Pública ou Coletiva a tarefa de fazer com que os habitantes de 
determinadas sociedades, coletividades e grupos contatem e acolham ideias e/ou práticas que 
permitam avanços no enfrentamento das diversas facetas do adoecer humano. 
→ Para que isto ocorra é necessário que os portadores desta tarefa conheçam, diretamente, as 
representações sociais presentes na formação social sobre o adoecimento a ser enfrentado, além das 
concepções sobre a saúde e sobre o próprio corpo. 
→ Sem esse conhecimento, o contato necessário para o sucesso de tal tarefa tende a não se estabelecer. 
Discurso do Sujeito Coletivo, semelhanças e diferenças : O DSC filia-se, assim, àquelas correntes do 
pensamento contemporâneo que valorizam o múltiplo, o complexo, o diferente, mas considera, com o mesmo 
grau de importância, que este diferente, múltiplo e complexo convive em tensão dialética com o semelhante, 
com o uno, com o simples. 
Diferenças e semelhanças na esfera paradigmática: O DSC permite mostrar que sempre há diferentes 
tipos ou categorias de pensamento coletivo entre as populações envolvidas com um determinado tema em 
uma determinada pesquisa empírica; 
→ Significa dizer que diferentes indivíduos pensam de modo semelhante e o DSC, adotando procedimentos de 
base indutiva sobre um conjunto de depoimentos individuais e selecionando adequadamente os estímulos (as 
questões abertas), permite identificar e reconstituir tipos, categorias ou diferentes lógicas de pensamento 
coletivo, bem como dar diferentes nomes a estes diferentes conjuntos de depoimentos, agrupados por 
semelhança ; 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
Diferenças e semelhanças na esfera sintagmática: O sentido do pensamento coletivo exige, pois, a 
presença e a consideração da dimensão discursiva ou sintagmática que, no DSC, reúne e articula os 
diferentes conteúdos e argumentos que recheiam ou encorpam uma determinada opinião. 
“diferença mais que semelhança, semelhança na diferença e diferença na 
diferença” 
Diferença na diferença: Há que considerar que o movimento em direção à diferença deve predominar sobre 
aquele em direção à semelhança. Isto, na medida em que a mobilização da energia coletiva para a semelhança, 
sempre presente e muito forte na história humana, pode ser embrutecedora. 
A comunicação em saúde e as semelhanças e diferenças 
→ A comunicação em saúde para os dias de hoje deve, então, trabalhar num contexto de tensão constante 
entre o semelhante e o diferente. 
→ Deve considerar o semelhante na medida em que o comunicador, educador ou promotor de saúde, para 
entender os indivíduos com os quais interage (numa consulta médica, numa aula, numa palestra, num 
software educativo), precisa ter em mente que eles aderem às representações sociais por instinto gregário, 
por necessidade de identificação coletiva, por interesses objetivos, etc. 
Precisa tal comunicador considerar, por outro lado, o diferente, na medida em que: 
a) Os indivíduos que aderem a uma mesma representação social o fazem com base em conteúdos e 
argumentos diferentes; 
b) Uma dada formação sociocultural é composta por diferentes tipos de representação social e a tendência 
moderna é nitidamente a diversificação dos modos de ver o mundo e, dentro dele, a saúde e a doença. 
→ A comunicação em saúde pode ser vista como uma relação de troca de ideias ou mensagens que, 
quando bem sucedida, promove um contato entre o pensamento sanitário e o pensamento do senso 
comum, afetando ambos e fazendo avançar a consciência coletiva sobre as questões de saúde e 
doença em uma dada formação sociocultural. 
→ Para que isso ocorra, é preciso considerar as representações sociais sobre saúde e doença existentes 
nas formações socioculturais, ou seja, o sistema de ideias que constitui o modo de pensar saúde e doença 
próprio do grupo ao qual o(s) indivíduo(s) pertence(m). 
→ Para que o panorama da saúde coletiva de uma dada sociedade evolua, é necessário que haja um eficiente 
e eficaz sistema comunicativo. 
→ Para isso, são necessárias condições situadas no chamado plano material da vida social (trabalho, 
emprego, habitação, etc.). 
→ Isto não impede, contudo, que sejam desenvolvidos projetos, programas e intervenções no plano 
estritamente comunicativo. 
Relação médico-paciente 
 
→ A relação médico-paciente (RMP) vai além do encontro situacional entre esses dois intérpretes, algo 
maior do que fazer perguntas e exame físicos, receitar medicamentos e prescrever condutas. 
→ Estudos sugerem que a RMP mescla habilidades técnicas e pessoais. 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
→ Frente ao desgosto de atuações médicas homogeneizantes que ignoram a pessoalidade intrínseca de cada 
vivente, a empatia surge de forma prática na RMP para promover grandes avanços diametralmente opostos a 
estas práticas. 
→ Empatia, no contexto médico, remete a sensibilização do médico pelas mudanças sentidas e refletidas, 
momento a momento, pelo paciente. 
Ambrosie Paré: 
“Curar ocasionalmente, aliviar frequentemente e consolar sempre.” 
→ A empatia pode enriquecer a prática médica. 
→ A profissão idealizada, reconhecida como aquela que traz grande prestígio entre as profissões e uma 
expectativa (fantasiosa) de sucesso econômico, vem se contrapondo à realidade de um mercado de trabalho 
precário e distorcido e às políticas de saúde que não têm se preocupado com as condições mínimas para o 
exercício adequado da medicina. 
→ Respeitar o sentimento, ouvi-lo e tentar minimizar os sentimentos ruins e maximizar os bons são um ato e 
um dever do médico, 
→ Na RMP, linguagem verbal e não verbal atuam em conjunto e se complementam como facilitadoras deste 
processo, 
→ A comunicação não verbal, às vezes, passa mais informações do que a verbal. Percebem-se detalhes 
através do jeito, pela maneira de falar, de se portar. 
→ Em situações em que a RMP não se constrói de maneira efetiva, ocorre distanciamento entre estes dois 
atores. 
→ A sobrecarga de trabalho sofrida pelo docente talvez prejudique a consolidação de uma RMP mais intensa 
e, mais do que isso, talvez reduza os momentos em que a apresentação desta situação, bem construída e 
fonte de reflexão e treinamento, ocorre ao longo da formação médica. 
Empatia: Empatia na consulta médica é a capacidade que nós temos de poder ver no paciente e o paciente 
ver em nós, Um momento de quebrar alguns paradigmas; 
→ Se nós podemos, com um olhar, ao cumprimentar o paciente,Com um sorriso, quebrar um pouco do medo, 
da angústia, da ansiedade, nós estamos fazendo empatia na consulta. 
→ Observa-se que variáveis como qualidade do atendimento, confiança e creditação na conduta médica se 
correlacionam com a prática da empatia no contexto de uma consulta médica, demonstrando assim, sua 
importância. 
→ Contudo, existe uma questão muito interessante que denominamos paradoxo técnica-empatia: Alguns 
pacientes relatam o temor de, ao serem empáticos, se distanciarem da técnica existente na identidade 
médica, um distanciamento do profissionalismo. 
→ Empatia foi relacionada mais à qualidade do que ao sucesso da intervenção médica, “um adjuvante 
importante ao tratamento” e ao manejo do paciente. 
→ A empatia na relação Médico e Paciente deve ser discutida, aprendida e colocada em prática diariamente. 
→ Reformas curriculares que reforcem positivamente o treinamento de habilidades voltadas à consolidação 
de práticas e à vivência de uma RMP salutar poderiam ter como alicerce a empatia. 
 
 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
O Aluno de Medicina e estratégias de enfrentamento no 
atendimento ao paciente 
 
→As relações interpessoais aluno-professor, aluno-paciente e aluno-familiar do paciente proporcionaram 
aos estudantes vivências embaraçosas e constrangedoras, fazendo-os sentir-se expostos e vulneráveis. 
→ O sofrimento do paciente também constituiu uma situação estressora que mobiliza nos estudantes a 
adoção de estratégias de enfrentamento (aceitação de responsabilidade, resolução de problemas, suporte 
social, reavaliação positiva, fuga-esquiva e religiosidade) para controlar e minimizar seus sentimentos. 
→ Situações e fatores estressantes inerentes à vivência acadêmica levam o estudante de medicina a 
desenvolver estratégias de enfrentamento. 
→ O texto relata inicialmente das expectativas, medo e insegurança dos acadêmicos de medicina ao se 
depararem com o atendimento clínico ao paciente e que, ao chegarem nesses ambientes, se decepcionam 
com a postura de alguns docentes, onde os mesmos acabam não tendo a postura esperada, tanto de como 
ensinar como se portar, quanto em relação à disponibilidade do professor em ajudar o aluno em algumas 
situações. 
→ Lazarus e Folkman1 organizaram um elenco de pensamentos e ações utilizadas pelo indivíduo diante de 
eventos estressores específicos, e elaboraram um inventário de estratégias de enfrentamento que serviu de 
base para esta pesquisa: confrontamento; aceitação de responsabilidade; resolução de problemas; suporte 
social; reavaliação positiva; fuga-esquiva; afastamento; autocontrole. 
→ Os alunos do curso médico precisam desenvolver habilidades para exercer a prática da medicina, tendo 
que lidar com a própria imaturidade e as circunstâncias inerentes ao modelo de ensino. 
→ A vivência do aluno junto ao paciente também é apontada na literatura como fonte de estresse. → Para 
Guimarães, o curso médico é e será sempre um fator de estresse para o aluno, e resta a ele aprender a lidar 
com os diversos agentes estressores. 
→ Algumas relações pessoais e interpessoais podem tornar-se fatores limitantes para a construção da 
verdadeira relação aluno-paciente. 
 Questões como: relações difíceis entre professor-aluno, devidas a atitudes 
inadequadas do docente, falta de orientação por parte do professor para lidar com a 
prática assistencial ao paciente, inexperiência do aluno, interferência de familiares do 
paciente, entre outras, são apontadas como fatores que mobilizaram situações 
embaraçosas e constrangedoras. 
 
 
 
 
 
 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de 
saúde 
 
→ Há em curso na saúde coletiva brasileira processos dessa natureza relacionados à reconstrução das 
práticas de saúde, muito especialmente aquele que gravita em torno das proposições da chamada 
humanização da atenção à saúde. 
→ Há uma centralidade lógica e prioridade ética da noção de humanização em relação as demais, buscando-
se trabalhar com esta no sentido genérico de um conjunto de proposições cujo norte ético e político é o 
compromisso das tecnociências da saúde, em seus meios e fins, com a realização de valores contra 
faticamente relacionados à felicidade humana e democraticamente validados como bem comum. 
CUIDADO EM SAÚDE: compromisso das tecnociências da saúde, em seus meios e fins, com a realização de 
valores contra faticamente relacionados à felicidade humana e democraticamente validados como bem 
comum. 
→ Cuidado em saúde significa dar atenção, tratar, respeitar, acolher o ser humano. O cuidado em saúde é 
uma dimensão da integralidade em saúde que deve permear as práticas de saúde. 
As pessoas querem se sentir cuidadas, acolhidas em suas necessidades de saúde. 
→ O cuidado com o paciente e o acolhimento dele auxilia na relação médico paciente pois ao escutar com 
cuidado o paciente, se entende as suas reais necessidades e assim, ser tratado e acompanhado da melhor 
maneira possível mediante as suas dificuldades e limitações. 
 
 
Bioética na Atenção Básica à Saúde (ABS) 
 
Bioética: (“ética da vida”) é a ciência “que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da 
intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racionalmente proponíveis, denunciar 
os riscos das possíveis aplicações” (LEONE; PRIVITERA; CUNHA, 2001). 
→ Além do contexto histórico, devemos entender o contexto cultural e social em que estamos inseridos 
antes de enveredar para a discussão bioética. 
→ Exercem atualmente grande influência na reflexão ética: o individualismo, o hedonismo e o utilitarismo*. 
(*Contexto cultural e as relações assistenciais.) 
 Individualismo: doutrina moral, econômica ou política que valoriza a autonomia individual na busca da 
liberdade e satisfação das inclinações naturais. 
→ No seu formato mais radical, o individualismo propõe que a atitude mais importante para tomarmos uma 
decisão seja a reivindicação da liberdade, expressa na garantia incondicional dos espaços individuais. 
→ Para que todos tenham o direito de expressar a sua liberdade, é preciso atrelar esse conceito ao de 
responsabilidade, pois todos os nossos atos têm alguma consequência para outras pessoas. 
 Hedonismo: A segunda corrente cultural e social que nos cerca é o hedonismo. Na lógica hedonista, a 
supressão da dor e a extensão do prazer constituem o sentido do agir moral. 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
→ O desejo de felicidade é reduzido a uma perspectiva de nível físico, material, sensorial. 
→ A “qualidade de vida” para o hedonismo é interpretada como eficiência econômica, consumismo 
desenfreado, beleza e prazer da vida física. 
 Utilitarismo: A terceira corrente cultural (e social) que nos influencia é o utilitarismo. 
Nessa perspectiva, as nossas ações se limitam a uma avaliação de “custos e benefícios”. O referencial “ético” 
para as decisões é ser bem-sucedido; o insucesso é considerado um mal. Só o que é útil tem valor. 
→ Contudo, não é ético que nossas ações fiquem restritas a essa correlação entre custos e benefícios. 
Pessoas com necessidades especiais e aquelas consideradas vulneráveis devem ser consideradas dignas de 
respeito; são pessoas humanas, e isso é condição suficiente para que sejam respeitadas. Além disso, o Estado 
deve protegê-las sempre que possível. 
Fundamentação da Bioética – o valor da vida humana 
A pessoa humana: 
a) A pessoa é única. Isso significa que as pessoas são diferentes (mesmo os gêmeos idênticos são 
diferentes), têm suas características, seus anseios, suas necessidades, e esse patrimônio, essa 
identidade, merece ser respeitado (para que as pessoas não sejam tratadas como números). 
b) A pessoa humana é provida de uma “dignidade”. Isso significa que a pessoa tem valor pelo simples 
fato de ser pessoa. 
c) A pessoa é composta de diversas dimensões: dimensão biológica(que as ciências da saúde, medicina, 
enfermagem, odontologia, fisioterapia e outras estão acostumadas a estudar), dimensão psicológica 
(que os psicólogos estudam detalhadamente), dimensão social ou moral (estudada pelas ciências 
sociais) e dimensão espiritual (estudada pelas teologias). Por isso, falamos que a pessoa é uma 
totalidade, pois todas essas dimensões juntas compõem a pessoa. 
O valor da vida humana 
Para a Bioética, é fundamental o respeito à vida humana. a vida é um processo que pode ser: 
a) Contínuo: porque é ininterrupto na sua duração. Estar vivo representa dizer que não existe interrupção 
entre sucessivos fenômenos integrados. Se houver interrupção, haverá a morte. 
b) Coordenado: significa que o DNA do próprio embrião é responsável pelo gerenciamento das etapas de seu 
desenvolvimento. Esse código genético coordena as atividades moleculares e celulares, o que confere a cada 
indivíduo uma identidade genética. 
c) Progressivo: porque a vida apresenta, como propriedade, a gradualidade, na qual o processo de 
desenvolvimento leva a uma complexidade cada vez maior da vida em formação. 
Os princípios da Bioética 
Beneficência/não maleficência: Sempre que o profissional propuser um tratamento a um paciente, ele 
deverá reconhecer a dignidade do paciente e considerá-lo em sua totalidade (todas as dimensões do ser 
humano devem ser consideradas: física, psicológica, social, espiritual), visando oferecer o melhor tratamento 
ao seu paciente, tanto no que diz respeito à técnica quanto no que se refere ao reconhecimento das 
necessidades físicas, psicológicas ou sociais do paciente. Um profissional deve, acima de tudo, desejar o 
melhor para o seu paciente, para restabelecer sua saúde, para prevenir um agravo, ou para promover sua 
saúde. 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
Autonomia: A autonomia é a capacidade de autodeterminação de uma pessoa, ou seja, o quanto ela pode 
gerenciar sua própria vontade, livre da influência de outras pessoas. 
Para que o respeito pela autonomia das pessoas seja possível, duas condições são fundamentais: a liberdade 
e a informação. 
Justiça: De acordo com o princípio da justiça, é preciso respeitar com imparcialidade o direito de cada um. 
Não seria ética uma decisão que levasse um dos personagens envolvidos (profissional ou paciente) a se 
prejudicar. 
→ A Bioética pretende contribuir para que as pessoas estabeleçam “uma ponte” entre o conhecimento 
científico e o conhecimento humanístico, a fim de evitar os impactos negativos que a tecnologia pode ter 
sobre a vida (afinal, nem tudo o que é cientificamente possível é eticamente aceitável). 
→ Deve ser reconhecido que essas influências históricas e culturais existem e que não podemos escapar 
delas. 
→ Torna-se necessário entender qual fundamento (base) devemos ter para nos orientar nos nossos 
processos de decisão, a fim de que essas influências negativas não prejudiquem nossas ações. 
→ É interessante ainda, utilizar as “ferramentas” (princípios) adequadas para definir quais devem ser as 
nossas atitudes, sem esquecer o nosso fundamento. 
Dilemas bioéticos na Atenção Básica 
“A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção 
sociocultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos 
ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável.” (BRASIL, 
2006). 
→ Os profissionais necessitam estar preparados para o reconhecimento de conflitos éticos, para a análise 
crítica de suas implicações, para o uso de senso de responsabilidade e para a obrigação moral ao tomar 
decisões relacionadas à vida humana. 
Desafios: Na Atenção Básica, alguns dilemas (aqui denominados desafios bioéticos) poderão surgir, portanto 
será necessário seguir critérios para que essas posturas sejam adequadas. 
Primeiro desafio ético: A postura profissional nas relações com o paciente, a família e a equipe de saúde. 
• Na área da saúde, a postura “paternalista” do profissional (em que ele se considera superior por deter um 
conhecimento técnico especializado) desnivela as dignidades de profissional e de paciente, fazendo com que este 
último se sinta inferior, excluindo-se das decisões sobre sua própria vida. Por isso, o profissional deverá mudar a 
postura de distanciamento do paciente, causada muitas vezes pela interposição da tecnologia entre eles. 
Segundo desafio ético: Humanizar e acolher 
• A superespecialização na área da saúde atribui à doença um valor superior ao valor do doente. Se por um lado esse 
modelo favorece o desenvolvimento de materiais e técnicas, por outro traz o desafio de combinar esses avanços com 
as necessidades das pessoas, das sociedades e com seus valores morais. 
Terceiro desafio ético: o esclarecimento 
• Para que uma pessoa possa consentir (aceitar) um tratamento, é preciso que ela esteja suficientemente informada 
Quarto desafio ético: a privacidade e o sigilo 
• Qualquer pessoa tem direito ao sigilo das informações obtidas durante um atendimento na saúde. A confidencialidade 
das informações é tanto um dever do profissional da saúde como um direito do paciente. A quebra do sigilo só é 
justificada nos casos de riscos à pessoa ou a terceiros. Nesses casos, a necessidade da quebra de sigilo deverá ser 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
comunicada à pessoa. Por isso, compartilhar informações com membros da equipe de saúde só se justifica quando se 
espera um real benefício àquela pessoa. 
Quinto desafio ético: a importância do prontuário 
• Os prontuários, quando compostos de registros bem documentados, representam a oportunidade de seguir e avaliar o 
tratamento de um paciente, bem como poderão fornecer dados relativos ao controle de qualidade do atendimento 
prestado. 
Sexto desafio ético: a interferência na adoção (ou não) de estilos de vida saudáveis 
• As ações de saúde pública visam interferir no processo saúde-doença da coletividade, com a finalidade de 
proporcionar um melhor estado de saúde para as populações. Essas ações podem, contudo, gerar confrontos entre os 
interesses individuais e os coletivos, entre as liberdades individuais e o bem-estar ou a segurança da coletividade. 
→ Ações de saúde pública que podem gerar conflitos com a liberdade individual: As ações de vigilância 
sanitária; O controle de zoonoses; A saúde do trabalhador; O controle de comportamentos considerados não 
saudáveis; Vacinação; Fluoretação das águas. 
Sétimo desafio ético: a satisfação do usuário 
• A preservação e a promoção da saúde das pessoas são metas da Atenção Básica. Acrescente-se a busca pela 
satisfação do paciente. Para atingi-la, é necessário considerar: 
•O controle da ansiedade e do medo do paciente; 
• A incorporação de sua percepção de saúde (que muitas vezes é diferente da percepção do profissional); 
• O reconhecimento de suas expectativas; 
• A incorporação das tecnologias leves ao relacionamento com o paciente a fim de estabelecer um vínculo 
com ele; 
• A adequação dos aspectos técnicos do atendimento. 
→ Diversos estudos mostram que a principal causa de processos judiciais contra profissionais da área da 
saúde é o rompimento da relação profissional-paciente (e não a insatisfação com o resultado do tratamento). 
Resumindo: Na Atenção Básica, diversos dilemas éticos poderão surgir na relação com o paciente, com a 
equipe de saúde, na obtenção do consentimento ou na preservação do sigilo das informações. → Para 
enfrentá-los de forma adequada, propõe-se que se parta, como fundamento ético, do reconhecimento das 
pessoas como seres únicos e constituídos de uma totalidade de aspectos – biológicos, sociais, psíquicos e 
espirituais –, enfim, como pessoas dotadas de uma dignidade que torna cada uma delas merecedora de 
atenção. 
 
 
Políticas públicas de saúde: Sistema único de saúde → 
SUS 
 
O Sistema Único de Saúde(SUS), criado pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, também chamada de 
“Lei Orgânica da Saúde”, é a tradução prática do princípio constitucional da saúde como direito de todos e 
dever do Estado e estabelece, no seu artigo 7º, que “as ações e serviços públicos de saúde e os serviços 
privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos de 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal” , obedecendo ainda aos seguintes 
princípios: 
I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
II - Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços 
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema; 
III - Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; 
IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 
V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo 
usuário; 
VII - Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a 
orientação programática; 
VIII - Participação da comunidade; 
IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: 
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 
X - Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; 
XI - Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; 
XII - Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e 
XIII - Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. 
→ As diretrizes do SUS são, portanto, o conjunto de recomendações técnicas e organizacionais voltadas para 
problemas específicos, produzidas pelo Ministério da Saúde, com o concurso de especialistas de reconhecido 
saber na área de atuação, de abrangência nacional, e que funcionam como orientadores da configuração geral 
do sistema em todo o território nacional, respeitadas as especificidades de cada unidade federativa e de cada 
município. 
Linha do tempo até o surgimento do SUS 
conjunto de datas que marcaram o longo caminho da constituição do SUS como a principal política pública de 
saúde brasileira, destacando as contribuições dadas por esses eventos na construção de nosso Sistema 
Único de Saúde. 
 
1923 → Criação das caixas de aposentadorias 
e pensões (CAP). 
1932 → Criação dos institutos de 
aposentadoria e pensões (IAPs) 
1965 → Criação do instituto nacional de 
previdência social (INPS) 
1977 → Criação do SINPAS 
1982 → Implantação do PAIS 
1982 → VIII conferência nacional de saúde 
1987 → Criação dos SUDS 
1988 → Constituição cidadã 
1990 → Criação do SUS 
1991 → Criação da comissão de intergestores 
tripartite (CIT) 
1993 → NOB-SUS 93 
1994 → Programa de saúde da família ou PSF 
1996 → NOB 96 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
2002 → Norma operacional de assistência à 
saúde (NOAS-SUS) 
2006 → Pacto pela saúde 
 
Os impasses ou dificuldades do SUS 
 O subfinanciamento: Isto é, os recursos destinados à operacionalização e ao financiamento do 
SUS, fica muito aquém de suas necessidades. 
→ Para quem trabalha na Estratégia Saúde da Família, tal insuficiência é sentida, principalmente, 
quando há necessidade de se acessar os outros níveis de maior complexidade do sistema, cuja oferta 
parece sempre aquém das demandas. 
 As insuficiências da gestão local do SUS: A gestão municipal dos recursos do SUS vem 
funcionando apenas em parte – sem desconsiderar que os recursos para o SUS são insuficientes. 
→ A gestão municipal é idealizada pelo projeto da Reforma Sanitária Brasileira como mais eficaz, 
porque “estaria mais próxima dos cidadãos” e mais sensível aos seus anseios. 
→ O SUS denomina como “gestão local” o conjunto de atividades desenvolvidas pelos gestores 
municipais, visando à operacionalização, na prática e em seus contextos sociopolítico-institucionais 
singulares, das grandes diretrizes políticas do Sistema Único de Saúde. 
 A baixa resolutividade da rede básica de serviços: Tem havido grande dificuldade de 
produção de alternativas de cuidado ao modelo biomédico e sua poderosa articulação com o 
complexo médico-industrial e acelerado processo de incorporação tecnológica. Isso tem 
resultado em encaminhamentos desnecessários e excessivos e alimenta as filas de espera 
em todos os serviços de média e alta complexidade, além de resultar: na fragmentação dos 
cuidados prestados; na repetição desnecessária de meios complementares de diagnóstico e 
terapêutica; numa perigosa poliprescrição medicamentosa; na confusão e no isolamento dos 
doentes; e inclusive na perda de motivação para o trabalho por parte dos clínicos da rede 
básica. 
 Deficiência na formação dos profissionais de saúde: ainda muito centrada em práticas 
curativas e hospitalares, com consequente dificuldade de desenvolvimento de práticas mais 
integrais e resolutivas de cuidado, incluindo a capacidade de trabalhar em equipe, 
implementar atividades de promoção e prevenção em saúde e ter uma postura mais ética e 
cuidadora dos usuários do SUS. 
 Deficiência na gestão dos sistemas locorregionais de saúde: que se traduz em: a) baixa 
capacidade de fazer uma adequada regulação do acesso aos serviços de saúde voltada para 
seu uso mais racional e produtivo; b) baixíssima ou quase nula capacidade de gestão do 
trabalho médico, em particular avaliação e acompanhamento. 
 
O Pacto pela Saúde (buscando saídas para os problemas e impasses) 
→ Em princípio, a responsabilidade pela gestão do SUS era dos três níveis de governo, e as normas 
operacionais vinham regulamentando as relações e responsabilidades dos diferentes níveis até 2006, 
momento em que se instituiu o Pacto pela Saúde, um conjunto de reformas nas relações 
institucionais e no fortalecimento da gestão do SUS. 
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→ Para a adesão dos gestores ao pacto, é assinado um termo de compromisso, no qual se 
estabelecem compromissos entre os gestores em três dimensões: Pacto pela Vida, em Defesa do 
SUS e de Gestão. 
No Pacto pela Vida são firmados compromissos em torno de medidas que resultem em melhorias 
da situação de saúde da população brasileira. A partir dele, definem-se prioridades e metas a serem 
alcançadas nos municípios, regiões, estados e país. 
→ Atualmente são seis as prioridades em vigência: 
1. Saúde do idoso; 
2. Controle do câncer do colo do útero e da mama; 
3. Redução da mortalidade infantil e materna; 
4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com 
ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; 
5. Promoção da saúde; 
6. Fortalecimento da Atenção Básica. 
O Pacto em Defesa do SUS firma-se em torno de ações que contribuam para aproximar a 
sociedade brasileira do SUS, seguindo estas diretrizes: 
1. A repolitização da saúde, como movimento que retoma a Reforma Sanitária Brasileira, 
atualizando as discussões em torno dos desafios atuais do SUS; 
2. Promoção da cidadania como estratégia de mobilização social tendo a questão da 
saúde como direito; 
3. Garantia de financiamento de acordo com as necessidades do Sistema. 
Na dimensão do Pacto de Gestão são abordados: 
1. A regionalização; 
2. A qualificação do processo de descentralização e ações de planejamento e 
programação; 
3. Mudanças no financiamento. 
 
 
O que é SUS1. A criação e implementação do SUS : 
→ Todas as pessoas têm o direito à saúde e este direito está ligado a condição de cidadania. 
→ Não depende do “mérito” de pagar previdência social (seguro social meritocrático), nem de provar 
condição de pobreza (assistência do sistema de proteção), nem do poder aquisitivo (sistema capitalista) 
e muito menos da caridade(filantropia). 
→O sus tem base na concepção de seguridade social, propondo uma sociedade mais solidária e 
democrática, movidas por valores de equidade e igualdade. 
 
2. O sus na constituição : 
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→ Com a constituição de 1988 a saúde passou a ser conhecida como um direito social, ou seja, 
inerente ao cidadão cabendo ao poder público a obrigação de garanti-lo. 
→ Essa conquista política e social pode ser atribuída a diversas lutas e esforços empreendidos pelo 
movimento de reforma sanitária entre 1976 e 1988. 
→ No artigo 196, destaca-se que o dever do estado seria garantido mediante políticas públicas e 
sociais e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e 
recuperação. 
→ As políticas econômicas (distribuição de riqueza, de renda, salário) influem sobre a saúde dos 
indivíduos e comunidade. E as políticas sociais (previdência social, segurança pública, esporte, lazer) 
são capazes de reduzir os riscos das doenças e os agravos (a doença não necessariamente pode ser 
definida), podendo destacar os acidentes, violência e entre outros. 
→ O acesso universal significa a possibilidade de todos os brasileiros poderem alcançar uma ação 
ou serviço de saúde de que necessitem sem qualquer barreira de acessibilidade seja legal, econômica, 
física ou cultural. 
→ O acesso Igualitário significa acesso igual para todos, sem qualquer discriminação ou preconceito, 
sendo assim, a igualdade é importante para saúde de todos. Contudo, é relevante o destaque para a 
equidade, priorizando os que mais necessitam (a gravidade da doença e os grupos de risco) para 
poder alcançar a igualdade. 
→ A atenção à saúde e a assistência medica ambulatorial, hospitalar e domiciliar representam as 
principais medidas para a recuperação da saúde. 
→ O direito de saúde no brasil estende-se á prevenção da doença, ao controle de riscos e à promoção 
da saúde. 
→ A ideia de rede na saúde supõe certa ligação e interação entre os serviços, evitando que fiquem 
dispostos de forma isolada, autoarquivada, ou seja, sem comunicação entre si. 
→ No SUS, não há proprietário único, posto que os estabelecimentos públicos de saúde pertencem 
aos municípios, estados, distrito federal e união, ao passo que os serviços particulares contratados 
são de propriedade privada. 
→ A forma de rede regionalizada possibilita a distribuição dos estabelecimentos de saúde (centros 
de saúde, ambulatórios, hospital), em um dado território de modos que os serviços básicos sejam 
mais disseminados e descentralizados enquanto os serviços especializados se apresentem mais 
concentrados e centralizados. 
→ Desse modo, a regionalização (organizar os serviços de saúde em cada região para que toda 
a população tenha acesso a todos os tipos de atendimento) corresponde a um dos princípios 
organizativos do SUS. 
✓ O sus é organizado a partir de três orientações fundamentais ou diretrizes: 
 
I. Descentralização, com direção única em cada esfera do governo (as decisões do SUS 
seriam tomadas em cada município, estado e Distrito federal, pode meio de suas respec-
tivas secretárias de saúde, cabendo ao ministério da saúde coordenar a atuação do sis-
tema em âmbito federal); 
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II. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízos dos 
serviços assistenciais (compatibilizar ações preventivas e curativas, individuais e coleti-
vas é conhecida como integralidade da atenção); 
III. Participação da comunidade (expressa uma orientação para democratizar os serviços e 
as decisões relacionadas a saúde). 
 
3. O SUS nas leis : 
→ Lei orgânica da saúde, aprovada em 19 de setembro de 1990(lei 8.080/90). Como esta lei sofreu 
diversos vetos do presidente da república, foi completada, em 28 de dezembro do mesmo ano, pela 
lei 8.142/90. 
→ Essa lei dispõe sobre condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como 
sobre a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. 
→ A lei centra a sua atenção nas políticas econômicas e sociais a serem reformuladas e executadas 
para a redução de riscos de doença e outros agravos à saúde, tais como, acidentes, intoxicações e 
violências. 
→ Todos são responsáveis pela saúde da comunidade, sem que isso reduza a obrigação do Estado 
de assegurar o direito à saúde. 
→ Dimensão social: se pretendemos melhorar a saúde da população, temos de atuar especialmente 
sobre os determinantes vinculados ás condições de vida. Do mesmo modo, se queremos elevar os 
níveis de saúde da população, precisamos interferir na estrutura econômica e política do Brasil. 
→ O SUS corresponde a um sistema público de saúde formado por órgãos e instituições federais, 
estaduais e municipais. Não é exclusivamente constituído por organismo da administração direta, 
como o ministério da saúde e as secretárias estaduais e municipais correspondentes. Integram 
também o SUS os órgãos e instituições da chamada administração indireta, a exemplo das 
autarquias, fundações e empresas públicas. 
→ A iniciativa privada pode participar do SUS, em caráter complementar, mediante contrato rígido 
pelo poder público. 
 
4. Princípios e diretrizes do SUS: 
→ Princípio da universalização; 
→ Princípio da integralidade de assistência (isso significa que todas a pessoas devem ter acesso 
a todas as ações e serviços exigidos para cada casa ou situação em todos os níveis do sistema de 
saúde); 
→ O respeito à dignidade humana e a liberdade de escolha das pessoas sustentam o princípio da 
autonomia dos cidadãos diante das ações e serviços da saúde colocados à sua disposição; 
→ Princípio da igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer 
espécie. Este princípio expressa o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde 
garantido pela constituição; 
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→ Outras diretrizes: Divulgação de informação; regionalização e hierarquização das redes de 
serviços de saúde; integração; em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e 
saneamento básico; e organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios 
para fins idênticos. 
 
5. O cumprimento dos princípios e das diretrizes: 
→ A hierarquização (usar recursos disponíveis de uma forma mais racional para atender mais 
e melhor as pessoas) não é entre os governos, federal, municipal e estadual. Não há hierarquia entre 
a união, estados e municípios. Os entes federados negociam e entram em acordo sobre ações, serviços, 
organização do atendimento e outras relações dentro do sistema público de saúde. 
→ Faz-se necessário que haja uma estratégia regional de atendimento (parceria entre estado e 
município) para corrigir as distorções de acesso. Deve haver centros de referências para graus de 
complexidade diferentes de serviços. Quanto mais complexos os serviços, eles são organizados 
na seguinte sequência: Unidades de saúde, municípios, município-polo e região. 
→ A integralidade de assistência deve comtemplar também a continuidade de atendimento, 
quando necessário, em distintos níveis: a atenção básica ou primária à saúde (especialidades 
básicas que são clínica médica(geral), pediatria, obstetrícia e ginecologia), a atenção ambulatorial 
especializada e atenção hospitalar. Equipes multiprofissionais também atuam nesse nível, realizando 
ações promocionais e preventivas. 
→ A sigla MAC (alta e média complexidade). A média complexidade compõe-se por ações e serviçosvisam a atender aos principais problemas de saúde as populações, cuja pratica clínica demande 
disponibilidade de profissionais especializados (anestesia, prótese, ações especializadas em odonto); 
→ No caso de alta complexidade envolve procedimentos com alta tecnologia e alto custo (oncologia, 
cardiologia, terapia renal); 
→ A programação pactuada integrada (PPI), é utilizada quando os municípios não possuem todos 
os serviços de saúde, ele pactua (negocia, acerta) com as demais cidades da sua região a forma de 
atendimento integral à saúde de sua população. 
 
Lei Orgânica da Saúde 
 
Lei orgânica da Saúde 8.080/90 
• Promover, proteger e recuperar a saúde, além da organização e o funcionamento dos servi-
ços também relacionados a saúde; 
• A participação da iniciativa privada no sus é prevista desde que seja complementar sem fins 
lucrativos; 
• A descentralização com ênfase na municipalização em todo território nacional. 
 
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Artigo 1°: 
→ A esta lei regula, em todo território nacional as ações e serviços de saúde; 
→ Executados: Isolado ou conjuntamente permanente ou eventual/reservas naturais ou jurídicas de 
direito público ou privado; 
→ A saúde é direito fundamental do ser humano e dever do estado, devendo este promover as 
condições indispensáveis. 
Artigo 2° 
→ Dever do estado a formulação e a execução de políticas, não inclui o das pessoas, família, 
empresas e sociedade. 
Artigo 3° 
→ Os níveis de saúde da população expressam a organização econômica e social do País; 
→ Determinantes condicionantes, que em sua maioria estão ligados em outros setores do poder, 
logo para que haja condições adequadas de saúde é necessário fomentar relações interterrioriais e o 
bem-estar físico social em mental. 
→ Direito a alimentação, moradia, saneamento básico, o meio ambiente, trabalho, renda, educação, 
atividade física, transporte, lazer, “acesso aos bens e serviços essenciais.” 
Artigo 4° 
→ A Iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter complementar, sem fins lucrativos. 
Artigo 5° 
→ Identificação e divulgação dos fatores 
determinantes da saúde; 
→ Promoção, prevenção e recuperação. 
Artigo 6° 
→ Vigilância sanitária; 
→ Vigilância epidemiológica; 
→ Saúde do trabalhador. 
 
Artigo 7° 
→ Universalidade; 
→ Integridade; 
→ Igualdade; 
→ Participação da comunidade; 
 
Lei orgânica da saúde 8.142/90 
→ Participação da comunidade na gestão do sus e sobre as transferências intergovernamentais de 
recursos financeiros na área da saúde e de outras providenciais; 
→ Conterá em cada esfera de governo sem prejuízo das funções do legislativo, instancias colegiais: 
Conferência da saúde e conselho de saúde. 
A VII Conferência de saúde: O tema central da VII Conferência, "Extensão das ações de saúde 
através dos serviços básicos", foi amplamente abordado de modo a possibilitar seu debate a todos os 
níveis, tendo em vista a viabilização da meta governamental de implantação de um programa nacional 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
de serviços básicos de saúde, destinado a oferecer à população brasileira um grau de cobertura de 
saúde que lhe permita levar uma vida social e economicamente produtiva. 
→ Caracterizou o "Programa nacional de serviços básicos de saúde" em suas ações, processos e 
mecanismos necessários à sua correta implementação. Foram abordados tópicos, como: organização 
institucional, atividades de apoio, tecnologia apropriada, recursos humanos, participação, custos, 
benefícios e financiamento. 
→ Conselho de saúde: É um órgão permanente, colegiado e deliberativo. Na formulação de 
estratégias e no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e 
financeiros. O conselho analisa e aprova o plano de saúde. Analisa e aprova o relatório de gestão. 
Informa a sociedade sobre a sua atuação. Quem faz parte do colegiado são os representantes do 
governo, dos usuários, dos profissionais de saúde e dos prestadores de serviços. 
 
Modelos explicativos dos processos de Saúde, Doença 
e Cuidado 
 
1. Modelo mágico-religioso ou xamanístico 
→ Os povos da época concebiam as causas das doenças como derivadas tanto de elementos 
naturais como de espíritos sobrenaturais; 
→ As relações com o mundo natural se baseavam em uma cosmologia que envolvia deuses e 
espíritos bons e maus, e a religião, nesse caso, era o ponto de partida para a compreensão do mundo 
e de como organizar o cuidado; 
→ Processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou xamã. 
2. Modelo holístico 
→ A noção de equilíbrio é que vai dar origem à medicina holística. Esta noção associa a ideia de 
“proporção justa ou adequada” com a saúde e a doença. A saúde era entendida como o equilíbrio entre 
os elementos e humores que compõem o organismo humano. Um desequilíbrio desses elementos 
permitiria o aparecimento da doença; 
→ A causa do desequilíbrio estava relacionada ao ambiente físico, tais como: os astros, o clima, os 
insetos etc.; 
→ Cuidado, em última instância, significa a busca pela saúde que, nesse caso, está relacionada à busca 
do equilíbrio do corpo com os elementos internos e externos 
 
3. Modelo empírico-racional (hipocrático) 
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→ Teoria dos Humores, teoria a qual defendia que os elementos água, terra, fogo e ar estavam 
subjacentes à explicação sobre a saúde e a doença; 
→ Saúde, na concepção hipocrática, é fruto do equilíbrio dos humores; a doença é resultante do 
desequilíbrio deles, e o cuidado depende de uma compreensão desses desequilíbrios para buscar 
atingir o equilíbrio. 
4. Modelo biomédico (medicina cientifica ocidental) 
→ O modelo biomédico focou-se, cada vez mais, na explicação da doença e passou a tratar o corpo 
em partes cada vez menores, reduzindo a saúde a um funcionamento mecânico (Barros, 2002). Numa 
perspectiva crítica, Fritjof Capra (1982) destaca a concepção fragmentária do modelo biomédico ao 
defender que este consiste num tipo de modelo da teoria mecanicista, em que o homem é visto como 
corpo-máquina; o médico, como mecânico; e a doença, o defeito da máquina; 
→ O cuidado, na concepção biomédica, está focado, segundo Foucault (1979), no controle do espaço 
social, no controle dos corpos. 
5. Modelo sistêmico 
→ “um conjunto de elementos, de tal forma relacionados, que uma mudança no estado de qualquer 
elemento provoca mudança no estado dos demais elementos”; 
→ Essa noção de sistema incorpora a ideia de todo, de contribuição de diferentes elementos do 
ecossistema no processo saúde-doença, fazendo assim um contraponto à visão unidimensional e 
fragmentária do modelo biomédico; 
→ Cada vez que um dos seus componentes sofre alguma alteração, esta repercute e atinge as demais 
partes, num processo em que o sistema busca novo equilíbrio. 
6. Modelo processual (história natural das doenças) 
→ O conjunto de processos interativos que cura o estimulo patológico no meio ambiente ou em 
qualquer outro lugar, e passando da resposta do homem ao estimulo, até alterações que levam a um 
defeito, invalidez, recuperação ou morte; 
→ Esta forma de sistematização ajuda a compreender os diferentes métodos de prevenção e controle 
da doença; 
→ Apresenta uma dimensão basicamente qualitativa de todo o ciclo, dividindo-se e, dois momentos: o 
pré-patogênico e o patogênico. 
→ O pré-patogênico diz respeito a interação entre os fatores do agente do hospedeiro e do meio 
ambiente; 
→ O patogênico corresponde ao momento quando o homem interage com o estimulo externo, 
apresenta sinais e sintomas e submete-se a um tratamento. 
→ Leavell e clark; 
 
 
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SUS, modelos assistenciais e Vigilância da Saúde 
→ O sistema de saúde brasileiro é palco da disputa entre modelos assistenciais diversos, com 
tendência à reprodução, conflitiva, dos modelos médico-assistencialprivatista (ênfase na assistência 
médico-hospitalar e nos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico) e sanitarista (campanhas, 
programas especiais e ações de Vigilância Epidemiológica e Sanitária), ao lado de alguns esforços de 
construção de "modelos" alternativos; 
→ Vigilância da saúde de contexto de municipalização: propostas 
→ Cidade saudável, distrito sanitário, saúde da família (PACS e PSFS), consorcio intermunicipal, 
atenção segundaria e terciaria, atenção primária e políticas públicas de promoção à saúde; 
→ a existência dessas "vigilâncias", a primeira, a epidemiológica, obedecendo uma racionalidade 
técnico-sanitária fundada na clínica e na epidemiologia, e a segunda, obedecendo uma racionalidade 
político-jurídica, fundada nas normas que regulamentam a produção, a distribuição e o consumo de 
bens e serviços (Costa, 1998), não se justifica a sua institucionalização como órgãos separados, 
particularmente no âmbito municipal; 
→ Enquanto o modelo médico-assistencial privilegia o médico, tomando como objeto a doença, em sua 
expressão individualizada, e utiliza como meios de trabalho os conhecimentos e tecnologias que 
permitem o diagnóstico e a terapêutica das diversas patologias, o modelo sanitarista tem como sujeitos 
os sanitaristas, cujo trabalho toma por objeto os modos de transmissão e fatores de risco das diversas 
doenças, segundo uma perspectiva epidemiológica, e utiliza um conjunto de meios que compõem a 
tecnologia sanitária (educação em saúde, saneamento, controle de vetores, imunização, etc. 
→ Em síntese, a Vigilância da Saúde apresenta sete características básicas: a) intervenção sobre 
problemas de saúde (danos, riscos e/ou determinantes); b) ênfase em problemas que requerem 
atenção e acompanhamento contínuos; c) operacionalização do conceito de risco; d) articulação de 
ações promocionais, preventivas e curativas; e) atuação intersetorial; f) ações sobre o território; g) 
intervenção sob forma de operações; 
Modelo médico-assistencial privatista: 
Sujeito: especialização/complementariedade(paramédico) 
Objeto: doença (patologia e outras) /doentes (clínica e cirurgia) 
Meios de trabalho: tecnologia médica(individuo) 
Formas de organização: rede de serviços de saúde e hospital 
 
Modelo sanitarista: 
Sujeito: sanitarista e auxiliares 
Objeto: modos de transmissão e fatores de risco 
Meios de trabalho: tecnologia sanitária 
Formas de organização: programas especiais, sistemas de vigilância e epidemiológica e sanitária 
 
TURMA X MEDFASA @MED_LETTERING MARIA ISABEL RAMOS 
 
Modelo vigilância da saúde 
Equipe de saúde e população; 
Danos, riscos, necessidades e determinantes dos modos de vida e saúde (condições de vida e trabalho) 
Tecnologias de comunicação social, planejamento e programação local situacional e tecnologias 
médico-sanitárias; 
Politicas publicas saudáveis, ações intersetoriais, intervenções especificas (promoção, prevenção e 
recuperação), operações sobre problemas e grupos populacionais.

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