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Trabalho Direito do Consumidor

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FGV MANAGEMENT
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV
MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL
DISCIPLINA: DIREITO DO CONSUMIDOR
TURMA: GE -31 CIDADE: NATAL/RN DATA:08/10/2019
ALUNOS:
1. AMANDA BASTOS DOS REIS
2. CLÁUDIO BORGES ABATE JUNIOR
3. MARIA HELENA F. DE AGUIAR CAVALCANTE
4. THALITA ALVES DE LIMA 
5. VINICIUS CUNHA QUEIROZ
QUESTÃO 01: 
Identificando graves defeitos na construção, a defesa civil interditou o Prédio Cruzeiro, o que acarretou abalo financeiro e psicológico a seus moradores. 
Indignados, os moradores ajuizaram ação indenizatória em face da Construtora, da Incorporadora e, ainda, em face do Diretor Presidente das empresas responsáveis pelo empreendimento imobiliário, pleiteando danos morais e materiais, estes correspondentes à desvalorização do imóvel e também ao montante correspondente ao aluguel de um imóvel similar durante o período de interdição do prédio. 
Em contestação, a Construtora sustenta que não firmou qualquer contrato com os autores, alegando que somente faz parte do mesmo grupo econômico da empresa incorporadora. 
A Incorporadora alega que o evento ocorreu em consequência de fato fortuito, uma vez que os defeitos de construção decorreram de erros no cálculo estrutural realizado pelo engenheiro contratado.
Por fim, o Diretor sustenta que as empresas possuem personalidade jurídica própria, postulando sua exclusão do pólo passivo da ação. 
Decida a questão fundamentadamente.
RESPOSTA -
Da responsabilidade
No caso analisado, há responsabilidade solidária entre incorporadora e construtora, ou seja, ambos devem ser responsabilizados pelos vícios do prédio Cruzeiro. 
De acordo com o Art. 18 do CDC, Responsabilidade por vício do produto e do serviço, “os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem, ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
Tanto construtora quanto incorporadora são fornecedores no caso apresentado. Ambos são responsáveis.
Há responsabilidade objetiva sob os vícios na construção, uma vez que de acordo com o Art 14 do CDC, “O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. 
Ainda de acordo com o Art. 14, $1º. “O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I – o modo de seu fornecimento;
II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi fornecido.
O prédio Cruzeiro não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, justificando a aplicação do Art. 14 $1.
Além disso, o erro de cálculo do engenheiro estruturalista não é considerado caso fortuito. Caso os defeitos da obra fossem causados por caso fortuito, a culpabilidade poderia ser afastada. 
Da indenização
De acordo com o Art 6º. do CDC (São direitos básicos do consumidor), inciso VI, “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.” 
Os moradores possuem portanto direito a reparação a danos morais. Devem receber indenização por danos morais uma vez que tiveram sua honra subjetiva atingida de diversas formas, a exemplo, verem frustrados ainda que temporariamente o sonho da casa própria, já configurando danos psicológicos.
Os moradores também possuem direito a receber indenização por danos materiais.
De acordo com o Art. 18 $1º. Inciso III, “abatimento proporcional ao preço”, compreende-se que os moradores possuem direito a receber de volta a parte paga correspondente à desvalorização do imóvel.
Os danos materiais também se aplicam pelo Art 6, Inciso VI – “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.” Fica configurado o direito à indenização por desvalorização do imóvel e também direito a montante correspondente ao aluguel de um imóvel similar durante o período de interdição do prédio.
O imóvel terá desvalorização evidente, uma vez que sofrerá interdição e será de conhecimento público que teve problemas estruturais. Ao mesmo tempo, os moradores não tendo onde morar, precisarão gastar recursos com moradia temporária, e estes danos patrimoniais também devem ser reparados.
Questão 2:
A empresa ABC LTDA indicou o nome de consumidor à inscrição em órgão restritivo de crédito em razão de financiamento contratado por terceiro estelionatário que utilizou a documentação falsa, gerando o registro indevido. O título também foi protestado. A pessoa física prejudicada pelo ato do estelionatário alegou que a falsificação do documento (assinatura do cheque) era grosseira e que a empresa não tomou as cautelas necessárias para conferir a assinatura em referido título, a exemplo da conferência da assinatura com o documento de identidade e pesquisas em órgãos de crédito, já que o consumidor procedeu à devida comunicação ao SERASA de que seu talão de cheques fora furtado. Analise o caso com enfoque na responsabilidade da empresa.
RESPOSTA: De acordo com a relação consumerista do CDC, consolida que é responsabilidade dos prestadores de serviços é objetiva (art 14), ou seja, independentemente da existência de culpa, cabe o prestador reparar os danos causados por defeito (art 12 “o produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera”) referente a prestação dos serviços. 
Além disso, houve negligencia por parte da empresa, pois a mesma não verificou rigorosamente a documentação enviada, levando ao nexo causal.
De acordo com o parágrafo abaixo do CDC:
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
De acordo com Art 6º. do CDC São direitos básicos do consumidor), inciso VI, “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.” , cabe danos morais para o consumidor em questão, pois o consumidor sofreu uma perturbação psíquica que vai além ao mero aborrecimento, ferindo a honra objetiva, já que denegriu a ideia que as pessoas que convivem com o consumidor têm dela.
QUESTÃO 03:
João Carlos estacionou seu veículo em estacionamento particular, no centro da cidade em que mora. Ao entrar no estacionamento leu placa que encontrava-se afixada com os seguintes dizeres: “ Para sua comodidade e segurança, este estacionamento possui seguro. Não nos responsabilizamos por objetos deixados no interior do veículo em valor que ultrapasse o previsto na apólice, ou seja, R$ 1.000,00 (hum mil reais) por evento.” João entregou a chave ao manobrista e quando retornou verificou que seu computador pessoal, avaliado em R$ 4.000,00 (quatro mil reais) não se encontrava dentro do veículo. O estacionamento, por seu gerente, informou que não poderia se responsabilizar pelo suposto furto, alegando que: a) João deveria provar que o computador estava no interior do veículo; b) uma vez feita tal prova, o estacionamento só responsabilizar-se-ia pelo montante de R$ 1.000,00 (hum mil reais), afirmando, ainda, que ao entrar no estacionamento e ler a placa, João teria concordado com os termos do contrato assinado entre o estacionamento e a seguradora. Analise o caso à luz do CDC, identificando relação de consumo, responsabilidade e eventuaispráticas e cláusulas abusivas.
RESPOSTA- De acordo com o CDC (LEI 8.078/1990), que por sua vez regulamenta o direito fundamental de proteção do consumidor Art 5º , A teoria do risco do negócio é a base da responsabilidade objetiva do CDC, a qual harmoniza-se com o sistema de produção e consumo em massa, protegendo a parte mais frágil da relação jurídico. Ou seja, o estacionamento particular (fornecedor do serviço), deve responder por furtos ocorridos em seu interior, em razão do dever de segurança que assumiu com João Carlos (consumidor), havendo uma relação de consumo. Avisos como, “não nos responsabilizamos por objetos deixados no interior do veículo em que o valor ultrapasse o valor previsto na apólice, ou seja R$ 1.000,00 (hum mil reais), são nulos e não exoneram a responsabilidade do estabelecimento, de acordo com Art. 25 do CDC. Portanto qualquer dano ocorrido no estacionamento deve ser ressarcido, independentemente do valor, conforme estabelece o Art. 14 do CDC. Trata-se de responsabilidade objetiva, ou seja, independente da atitude culposa do estabelecimento. Ainda no parágrafo 1 e inciso II do mesmo artigo, está explicitada a razão da culpabilidade. “O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança, que o consumidor dele pode esperar e que pagou para isso, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam”.
 Além disso, João Carlos está amparado pelo Código Civil Brasileiro. Ao deixar o carro aos cuidados de um estacionamento, o consumidor e o responsável pela guarda do veículo estão firmando um contrato chamado de “contrato de depósito”, em que o empresário se compromete a entregar o bem conforme lhe foi entregue. Como é um contrato de adesão – em que o consumidor não tem como discutir as cláusulas, a lei é expressa em dizer que , em caso de dúvidas, prevalece a cláusula que beneficia o contratante.
Amparado nesse embasamento legal e com aporte jurídico, a relação de consumo se torna mais justa e o usuário do serviço tem seus direitos resguardados. A proteção vale para prevenção de equívocos gerados pelo aviso que eximem a culpa do estacionamento, como o de limitar valores, como foi o caso de João Carlos, que teve objeto furtado no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), e o estacionamento só queria se responsabilizar até R$ 1.000 (hum mil reais). De acordo com Art 37 do CDC “é enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação capaz de induzir ao erro o consumidor.
Referente a questão que o estacionamento informa que João deveria provar que o computador estava no interior do veículo, de acordo com Art 6 do CDC, João tem direito à facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.

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