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1 Semiologia- Exame dos Pulsos Daniel Duarte MED79 Para avaliar o funcionamento cardíaco e do aparelho circulatório, devemos palpar alguns pulsos, que são: Pulso Radial; Pulsos Periféricos; Pulso Venoso; Pulso Capilar; Pulso Radial É localizado entre o tendão dos músculos flexores e a apófise estiloide do rádio. Ele possui amplo valor semiológico e a semiotécnica para a sua palpação consiste no uso das polpas digitais dos dedos indicadores e médios, os quais vão apresentar força variada. O polegar deve-se apoiar no dorso do punho do paciente. As características que devem ser observadas durante a palpação do pulso radial são: Frequência; Amplitude; Tensão ou dureza; Tipo de Onda; Ritmo; Estado da parede Arterial; Simetria. Para ficar mais fácil de decorar e lembrar as características observadas na palpação, usa-se o Minemônico = FATORES. Estado da Parede Arterial O estado de uma parede arterial normal deve se encontrar Lisa, sem tortuosidade e que se deprime facialmente. Assim, paredes arteriais irregulares, tortuosas e com rigidez para se deprimir são sinais vasculopatias (Arterosclerose). Paredes arteriais nesse estado também são chamadas de “traqueia de passarinho”. É importante sabermos que paredes artérias radiais tortuosas, irregulares e rígidas são um sinal de Mediosclerose de Monckeberg e não de arterosclerose (coronárias e carótidas indicam arterosclerose). Mediosclerose de Monckebergsão comuns em artérias de médio calibre (Ulnar, Radial, Femoral, tibiais) e é caracterizada por ser uma calcificação da camada média da parede artéria, o que provoca uma dificuldade sua distensão, mas não há diminuição da luz do vaso. Ela possui relevância em idosos, uma vez que pode ser responsável por pseudo-hipertensão em idosos. Manobra de Osler: Consiste na insuflação do manguito até que se exceda a pressão sistólica, caso a artéria continuie palpável apesar de não possuir pulsação é dito como Osler Positivo. É um sinai de pseudo-Hipertensão arterial. Frequência Para medir a frequência deve-se contar o número de pulsações em um intervalo de 1 minuto. O Intervalo normal da frequência de um pulso, atualmente, é de 50 a 100 batimentos por minuto (bpm). Taquiesfigmia: São pulsos artérias radiais com frequência a cima de 100 bpm. o Causa: Hipovolemia, Insuficiência Cardíaca, Hipertireoidismo, Estado febril, Colapso periférico e Miocardite. Bradiesfigmia: São pulsos artérias com frequência inferior a 50 bpm. o Causa: Infecções (Febre Tifoide e Viroses), Icterícia e Hipertensão Craniana. Há estados fisiológicos de taquiesfigmia, que são a gravidez, emoções e durante atividade física. Déficit da pulso: É quando a frequência do pulso radial está a baixo da frequência cardíaca, isso ocorre porque nem todas a contrações ventriculares são capazes de promover o impulso do sangue artéria. Causa: Fibrilação atrial e extrassistolia ventricular. Ritmo Está relacionado com intervalo entre cada pulsação, assim, os pulsos regulares são quando os intervalos entre as pulações são constantes. Já quando há uma irregularidade entre os intervalos das pulsações, diz-se que o pulso é irregular (Arritimia). Como exemplos de causas de arritimia, temos: Arritimia Sinusal: É quando não há uma regularidade entre o intervalo entre as 2 Semiologia- Exame dos Pulsos Daniel Duarte MED79 pulsações. Essa irregularidade está associada a respiração, devido ao estímulo vagal, o qual também está relacionado com a respiração, no nó sinusal. o Na InspiraçãoPulsação mais Rápida. o Na expiração Pulsação mais lenta. o É mais comum em crianças e adolescente e é considerado um fenômeno fisiológico. Extrassistolia: É a arritimia mais comum. Fibrilação Atrial: Consiste numa completa desordem entre as pulsações e seus intervalos, além de existir também alterações na amplitude das pulações. Na fibrilação arterial há também déficit de pulso. Bloqueio Cardíaco: Está relacionada com a não chegada de alguns impulsos do nó sinusal ao ventrículo, o que promove a ausência de contração e consequentemente de algumas pulsações. Amplitude ou magnitude Está relacionado com o enchimento e o esvaziamento do vaso. A amplitude pode ser classificada com Amplo, mediano e pequena. Amplo: Insuficiência Aórtica. Pequena: Hipotensão arterial e Estenose aórtica. Tensão ou dureza Para realizar o exame dessa característica, devemos realizar uma pressão no pulso até que este seja interrompido. Quanto maior a pressão necessária, mais duro é o pulso. Assim, pulsos moles são aqueles que não necessitam de muita pressão. Pulsos Duros: Hipertensão Arterial. Pulsos moles: Hipotensão Arterial. Tipos de Onda Pulso Normal Pulso Célere ou marca d’agua : é um pulso amplo e que desaparece rapidamente. Característico de Insuficiência aórtica, hipertireoidismo. Pulso pequeno ou parvos: Pulso pequeno e lento com um pico prolongado. Causado pela estenose aórtica grave. Pulso Filiforme: Pequena amplitude e mole, característico de colapso periférico. Pulso Alternante: Pulso Paradoxal Simetria Tem o intuito de comparar as características dos dois pulsos homólogos. Pulsos Periféricos Tem o intuito de analisar comparativamente à presença ou a ausência de pulso e à amplitude da onda, além de avaliar o estado da parede arterial das outras artérias. Os outros pulsos que também devem ser palpados, são: Carotídeo; Temporal superficial; Subclávio; Axilar; Braquial; Radial; Cubital; Aórtico abdominal; Ilíaco; Femoral; Poplíteo; Tibial Posterior; Tibial anterior; Pedioso (Dorsal do pé). Cada pulso possui um técnica específica para sua palpação, a fim de otimizar a análise desse pulso que está sendo palpado. Síndrome Isquêmica Está relacionada com a interrupção do suprimento sanguíneo de uma área e é responsável por alguns sinais e sintomas característicos. Além disso, a síndrome Isquêmica pode ser aguda ou crônica. Síndrome Isquêmica Aguda É causada por trombose, Embolia, dissecção de aorta (aneurisma dissecante) ou traumatismos. Tem como sintomas característicos: dor, alterações da 3 Semiologia- Exame dos Pulsos Daniel Duarte MED79 temperatura e da coloração, contratura muscular, bolhas e ausência de pulsos. Dor: Pode ser súbita ou insidiosa e comumente percebida com formigamentos e com dormência (Parestesia). Após algum tempo passa a ser de intensidade forte e incapacitante de funções. Devido a intensidade forte, o paciente pode apresentar sudorese e choque neurogênico. A dor é de menor intensidade quando ocorre em áreas com circulação colateral já presente. Alterações da Cor: Inicialmente, a região inferior ao local da oclusão, torna-se bastante pálida. Com a evolução do processo isquêmico ela passa a ter um coloração cianótica, sobretudo, na região mais distal da oclusão, o mesmo local que ocorre o aparecimento das bolhas. A cianose é um sinal de grave comprometimento e pode ser sugestivo a necrose. Alteração da temperatura: Há a diminuição da temperatura na região abaixo da oclusão vascular, sobretudo, nas extremidades. A diminuição da temperatura é sinal de diminuição redução do fluxo sanguíneo. Contratura Muscular: Ausência de pulsos periféricos Síndrome Isquêmica Crônica É causada pela diminuiçãoprogressiva da dor, a qual é resultado da diminuição da luz vascular. As principais causas dessa diminuição são arterosclerose, arterite, fístulas atriovenosas e compressões arteriais. A manifestação clinica da isquemia crônica vai depender do grau de comprometimento da artéria, da localização da lesão e do grau de circulações colaterais. Oclusões na Aorta terminal promove dor claudicante nas nádegas e mas coxas, impotência sexual e hipertrofia dos músculos citados anteriormente. Prolongação da oclusão e comprometimento da circulação colateral, há queda de pelos, pode levar ao a coloração avermelhada- cianótica. Oclusões distais podem levar a claudinação. Pulso Capilar É o rubor intermitente e sincrônico com o pulso radial. Para palpar esse pulso, devemos fazer um pressão na unha até ver uma zona pulsátil que marca a transição da cor rósea para a pálida. O pulso capilar normal é discreto ou até imperceptível. Eles está aumentado em casos de insuficiência aórtica, hipertireoidismo, fístula artereovenosa. Pulso Venoso, Turgência Jugular No exame do pescoço, devemos observar o estado de turgência das jugulares e a presença de frêmito ou sopro durante a ausculta. Em condições normais, as veias jugulares externas encontram-se turgidas nas posições de decúbito e semissentado (45º), mas na posição sentado ou em pé as jugulares ficam colabadas sendo possível perceber só a pulsação. Quando ainda percebemos as veias jugulares ao paciente adotar a posição semisentado ou sentado, é um sinal de turgência ou ingurgitamento jugular. Isso é característico de Hipertensão venosa, a qual acontece em insuficiência ventricular e pericardite construtiva.
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