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_____________ 1Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, gislanesamia1625@gmail.com 2Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, mjb.marcio@hotmail.com GRUPO ECONÔMICO TRABALISTA E SUCESSÃO DE EMPRESAS GISLANE SÂMIA NASCIMENTO RIBEIRO MARCIO JOSÉ BENTO JUNIOR RESUMO O presente trabalho contém análise sobre as mudanças significativas e ampliações no que tange o grupo econômico e sucessão empresarial decorrente da reforma trabalhista que deu origem à Lei nº 13.467/2017, trazendo suas definições, requisitos e princípios que trouxe maior garantia ao trabalhador. Palavras-chave: Grupo econômico; Sucessão empresarial; Direito do trabalho; Lei 13.467/2017. INTRODUÇÃO O grupo econômico caracteriza-se quando uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra. Já a sucessão de empresa, faz-se necessário que a empresa adquirente permaneça no mesmo ramo de atuação da empresa adquirida, sem paralisação da atividade, independentemente de preservar ou alterar a razão social. Entretanto, com a reforma trabalhista que deu origem à Lei nº 13.467/2017 houve algumas ampliações. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU DISCUSSÕES Antes da nova lei, a CLT previa como responsável trabalhista o grupo econômico por subordinação/vertical, ou seja, aquele que as empresas possuíam relação de subordinação entre elas, com poder diretivo e de controle. Agora, o artigo 2º, § 2º, da Nova Lei, assim dispõe: Art. 2o § 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. § 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes” (NR) O legislador incluiu no § 2º do artigo acima, o grupo econômico por coordenação/horizontal, ou seja, agora, as empresas que não estejam subordinadas uma http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 2 a outra, mesmo que não forem dirigidas pela outra empresa, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações trabalhistas. Grupo econômico é um conjunto de várias empresas que se unem com um objetivo comum, que é aumentar o lucro e ganhar mais espaço dentro do mercado. Sua for forma pode ser vertical: quando uma empresa administra as demais do grupo ou horizontal: quando as empresas mantem sua autonomia, mas atuam em conjunto. Apesar de essas empresas serem unida, juridicamente elas são separadas. Para a configuração do grupo são necessários os seguintes requisitos (artigo 2º, § 3º, da CLT), a demonstração do interesse integrado; a efetiva comunhão de interesses; e, a atuação conjunta das empresas integrantes. Conforme o artigo 3º, § 2º, da Lei nº 5.889/73, “sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego”. A consequência da existência do grupo econômico é que as empresas que o integram são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. Trata-se de solidariedade passiva, conforme previsão legal. Nesse sentido, o empregado (credor) tem o direito de exigir e receber de uma ou algumas das empresas integrantes do grupo econômico (devedoras), parcial ou totalmente, a dívida comum, não importando a renúncia da solidariedade a propositura da ação pelo credor em face de um ou alguns dos devedores. Já a sucessão empresarial é um procedimento de passagem de poder e capital de uma empresa para outra empresa que, continuará executando as atividades da empresa anterior mesmo que com outra razão social. Antes das alterações o Contrato de Trabalho (art. 10 e art. 448, da CLT) continuavam em vigor, tendo em vista os princípios da continuidade do trabalho, despersonalização do empregador e da inalterabilidade contratual lesiva, uma vez que a atividade econômica da empresa compradora continuaria existente. Além disso, a responsabilidade pelas dívidas e contratos de trabalhos anteriores à venda eram somente do sucessor. O legislador em nada mudou este entendimento, mas acrescentou o art. 448-A, parágrafo único, o qual consolidou um entendimento jurisprudencial e doutrinário, resultando na responsabilidade das obrigações trabalhistas pelo sucedido, quando for configurada a fraude, neste caso o sucedido responderá solidariamente com o sucessor Princípios que regem a sucessão de empregadores são: 1. Princípio da continuidade da relação de emprego - este princípio, visa manter o vínculo de emprego, preservando a relação de trabalho existente, mesmo na hipótese em que ocorra a sucessão de empregadores. 2. Princípio da despersonalização da figura do empregador - a relação de emprego não é intuitu personae em relação à figura do empregador. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10765716/artigo-10-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10714272/artigo-448-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 3 3. Princípio da intangibilidade objetiva do contrato - este princípio implica a manutenção integral das cláusulas e condições de trabalho (RENZETTI, 2018, p.147). Hipóteses e requisitos para a sucessão São hipóteses de sucessão para fins trabalhistas, a mudança na propriedade da empresa ou alguma alteração significativa na sua estrutura jurídica, como fusão, incorporação e cisão de empresas, contratos de concessão e arrendamento e também as privatizações de antigas estatais, a empresa continua utilizando-se dos serviços dos empregados da sucedida. Para que ocorra a sucessão empresarial é imprescindível o preenchimento de dois requisitos, a transferência do estabelecimento, possibilitando que o sucessor continue explorando a atividade econômica do sucedido, cumpre ressaltar que a transferência de uma parte, sem que possibilite a continuidade da atividade, não configura sucessão, a não ocorrência de paralisação da atividade e o segundo requisito, depois da sucessão, o sucessor deve dar continuidade ao empreendimento, sem interrupção da prestação de serviço. O Direito do Trabalho, para preservar o emprego, desvinculou o empregado da pessoa física ou jurídica do empregador, vinculando-o à empresa, que é a unidade econômica destinada à produção ou circulação de bens ou serviços, agrupamento de pessoas e bens destinados à exploração de uma atividade econômica organizada. Dessarte, independentemente de quem seja o titular da empresa, o empregado a esta última está vinculado. Repita-se: qualquer alteração na estrutura jurídica, mudança na propriedade ou cessão de quotas ou ações não afetará o contrato de trabalho. O problema é que não há na CLT uma regra de lapso temporal para limitar a responsabilidade do sócio ou da empresa alienante, razão pela qual a jurisprudência colmatava a lacuna com as regras dispostas no Código Civil (art. 1.003 e art. 1.146, por exemplo). Daí porque a criação do art. 10-A, da CLT, pela Reforma Trabalhista é digno de encômio. Senão vejamos: Art. 10-A. O sócio retiranteresponde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I – a empresa devedora; II – os sócios atuais; e III – os sócios retirantes. Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por fim, observa-se que mudança no § 2º e o acréscimo do § 3º, ao artigo 2º da CLT, trará maior segurança jurídica para as empresas, sendo que, de fato, elas somente serão 4 responsáveis solidariamente pelos débitos trabalhistas em casos de existência de grupo econômico nos moldes fixados e acima indicados. No que tange ao instituto da sucessão empresarial, trouxe maior garantia ao trabalhador, pois qualquer alteração na estrutura jurídica-econômica da empresa, não afetará os contratos de trabalho dos empregados, permanecendo o liame empregatício intangível com o novo empregador. REFERÊNCIAS GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Reforma Trabalhista. 2. ed. Salvador: Ed. JusPODIVM, 2017. https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1851/Grupo-economico Https://nataliapiccolo.jusbrasil.com.br/artigos/481498577/reforma-trabalhista-grupo- economico-e-sucessao-empresarial#comments https://mepadvogados.com.br/2020/12/09/o-que-sucessao-empresarial/ https://jus.com.br/artigos/70605/sucessao-empresarial https://www.conjur.com.br/2018-jun-15/reflexoes-trabalhistas-grupo-economico-otica- reforma-trabalhista https://www.adrianoedeboraanne.com.br/lei-13-4672017-sucessao-empresarial-e-grupo- economico/ https://www.migalhas.com.br/depeso/295664/reforma-trabalhista---grupo-economico--- responsabilidade https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1851/Grupo-economico https://nataliapiccolo.jusbrasil.com.br/artigos/481498577/reforma-trabalhista-grupo-economico-e-sucessao-empresarial#comments https://nataliapiccolo.jusbrasil.com.br/artigos/481498577/reforma-trabalhista-grupo-economico-e-sucessao-empresarial#comments https://mepadvogados.com.br/2020/12/09/o-que-sucessao-empresarial/ https://jus.com.br/artigos/70605/sucessao-empresarial https://www.adrianoedeboraanne.com.br/lei-13-4672017-sucessao-empresarial-e-grupo-economico/ https://www.adrianoedeboraanne.com.br/lei-13-4672017-sucessao-empresarial-e-grupo-economico/
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