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Introdução
A Fisioterapia em pacientes neurológicos adultos tem um papel fundamental na reabilitação, adaptação e interação dos mesmos à sua condição de saúde. Todos os objetivos são traçados com base em avaliações fisioterapêuticas detalhadas. 
A Neurologia em fisioterapia atua na reabilitação de pacientes que foram acometidos por patologias no sistema nervoso central. Sua finalidade é manter e aumentar a amplitude dos movimentos, prevenirem deformidades e dar uma melhor qualidade de vida para o paciente ao reintegrá-lo a sociedade.
As disfunções neurológicas que mais possuem atuação da Fisioterapia são Lesão medular, Acidente Vascular Encefálico (AVE ou derrame), Doença ou Mal de Alzheimer, Esclerose Múltipla, Síndrome de GuillianBarré e Paralisia Facial Periférica. 
CAPÍTULO I – CARACTERIZAÇÃO DO PACIENTE NEUROLÓGICO ADULTO
Indivíduos com doenças do sistema nervoso frequentemente apresentam déficits sensório motores e incapacidades funcionais. Sabe-se que pacientes com a mesma patologia ou lesões similares podem ter incapacidades diferentes, portanto é de extrema importância que profissionais atuantes na assistência de pacientes neurológicos avaliem o estado funcional dessa população para estruturar adequadamente o programa de reabilitação. 
As características do paciente com Acidente Vascular são desvio da boca para um lado do rosto, paralisia de um lado do corpo ou do rosto, dificuldade para andar, diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna de um lado do corpo, alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento nos membros, perda súbita de visão de um ou dois lados, alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular, expressar ou para compreender a linguagem, dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos. 
As características do Traumatismo Craniano são incapacidades físicas, dependência em atividades de vida diária, deficiência cognitiva, distúrbio comportamental, problemas emocionais e problemas psiquiátricos. 
As características no Traumatismo Raquimedular geralmente podem ser ausência de sensibilidade, perda dos reflexos e do movimento abaixo do nível da lesão, alteração do movimento, alterações respiratórias, intestinais, vasculares, sexuais e psicológicas. 
As características motoras na doença de Parkinson são tremores, ocorrem principalmente quando o paciente encontra-se em repouso e melhora quando movimenta o membro; bradicinesia, movimentos lentos; rigidez inicia-se apenas de um lado, generalizando-se conforme a doença progride; instabilidade postural ocorre em fases avançadas da doença manifestando-se principalmente com quedas regulares; desequilíbrio súbito; alterações na capacidade de planejar as atividades diárias; dificuldade na marcha e incapacidades físicas. 
As características mais evidentes da Esclerose Múltipla são surtos que se expressam clinicamente por uma perda súbita de funções sensitivas ou motoras que pode diminuir em questão de dias ou semanas; períodos de agravamento e exacerbações alternados com períodos longos de alívio dos sintomas e com melhora espontânea, mas avançando a cada nova crise. 
As características da Síndrome de GuillianBarré são perda de força nos membros inferiores; perda do controle esfincteriano; dores surdas nas costas; fraqueza muscular; dores lombares; paraparesia motora e sensitiva ou paralisia incompleta; paraplegia flácida; arreflexia; reflexos tendinosos perdidos precocemente, mesmo nas regiões onde a força muscular está preservada e em casos mais graves paralisia da musculatura respiratória. 
As características da Paralisia Facial Periférica são paralisia da metade inferior de um lado da face, além de dores na região ou atrás das orelhas, distúrbio na sensação de gosto, zumbido e secura nos olhos. 
As características da Mielite Transversa ocorrem de forma progressiva e podem se manifestar inicialmente com dor súbita nas costas, choque medular, dormência, fraqueza, paralisia muscular, espasticidade, fadiga, perda do controle intestinal e da bexiga e disfunção sexual. 
As características da Paraparesia Espástica, clinicamente, manifestam-se por dificuldades lentas e progressivas para a marcha decorrente da espasticidade, com pouca fraqueza e atrofia muscular. A fraqueza, quando presente, predomina nas porções distais dos membros inferiores. Os reflexos estão hiperativos e o sinal de Babinski está presente. 
CAPÍTULO II - PLANEJAMENTO DO TRABALHO FISIOTERÁPICO: IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS DE TRATAMENTO E CONHECIMENTO DAS TÉCNICAS ESPECÍFICAS
Para obter um bom planejamento, a avaliação deve ser feita minuciosamente e individual, para que assim possam ser identificados os déficits e proporcionar um tratamento apropriado. O Sistema Nervoso Central é responsável por processar e receber informações, ocorrendo lesões neurológicas, limitações de funções motoras e cognitivas irão surgir. Ao realizar um planejamento de trabalho deve se considerar as deficiências, incapacidades, tônus, força, muscular, equilíbrio e também a propriocepção. 
Através de técnicas e métodos, o fisioterapeuta tem por finalidade traçar objetivos a serem alcançados de acordo com as condições do paciente, e no término de cada sessão, reavaliar o paciente para decidir se continuará o tratamento, ou se mudanças e acompanhamentos periódicos devem ser feitos. 
É de competência médica encaminhar o paciente para a fisioterapia, porém os procedimentos terapêuticos, metodologia, e técnicas adequadas serão decididos pelo profissional, dentro dos recursos encontrados na cinesioterapia, hidroterapia, eletroterapia, atividades lúdicas, como também o uso ou adaptações de órteses, próteses, cadeiras de rodas, bengalas, andadores, exercícios de flexibilidade e fortalecimento muscular. 
Figura 1 - Treinamento de marcha em barra paralela e uso de mesa ortostática. 
2.1 - Fisioterapia no Acidente Vascular Encefálico
O fisioterapeuta deve testar e avaliar a fraqueza muscular, interferir no fortalecimento, alongamento, e quando necessário, inserir as reações de equilíbrio de acordo com as dificuldades do paciente. Deve se também procurar as causas que são responsáveis pela restrição dos movimentos encontrados no paciente, e quais as causas que causaram essas restrições. 
As deficiências neurológicas decorrentes de um acidente vascular são características manifestas clinicamente, evidenciando o comprometimento dos diversos segmentos corporais. São manifestações motoras e sensitivas que afetam a função física, déficits na função cognitiva, perceptiva e emocional, geralmente presentes após o AVE. O tratamento do acidente vascular cerebral é de grande importância da abordagem motora, pois através de um diagnóstico cinético-funcional preciso que o profissional poderá elaborar um tratamento adequado. 
Figura 2 - Alongamento em bola suíça
Ao avaliar as anormalidades que o paciente apresenta, poderão se estabelecidos objetivos funcionais, sejam eles motores e/ou cognitivos, em longo prazo. 
2.2 – Fisioterapia na Paralisia Cerebral
 	A intervenção no desempenho de atividades que englobam tanto a motricidade fina como a global, relevantes à funcionalidade do paciente, pode limitar a participação das mesmas em diferentes ambientes. O comprometimento motor faz com que os movimentos do paciente com deficiência física sejam lentos e a falta de coordenação irá causar lentidão de ação, implicando em um ritmo de vida diferenciado. Em longo prazo podem fazer parte de uma sequência de tratamentos adequados ao problema no qual seja responsável por proporcionar a melhora de várias atividades funcionais, com o objetivo de capacitar o paciente na realização de funções com máxima independência, dentro das limitações impostas por sua deficiência. 
No tratamento de acidentes vasculares, podem ser utilizados recursos como a cinesioterapia, o kabat, bola suíça, treino de marcha em barras paralelas, treino de equilíbrio, propriocepção, exercícios com pesose/ou elásticos, e até equipamentos de musculação, bicicletas, esteiras ergométricas e pilates. 
2.3 – Fisioterapia no Lesado Medular 
Conhecimento do nível neurológico é muito importante para que se possam acompanhar as mudanças no estado físico do paciente. Deve haver avaliação contínua para determinar as futuras consequências funcionais que poderão causar lesão neurológica, e possíveis limitações secundárias, enquanto se valoriza mais toda e qualquer habilidade remanescente. Tendo em mente que uma avaliação minuciosa poderá ajudar a diminuir as consequências das lesões como melhora da ADM, tônus e espasticidade. 
Figura 3 - Fisioterapia em lesão medular
Figura 4 - Paciente em mesa ortostática
2.4 – Fisioterapia no Parkinson
É um tipo de doença definida clinicamente com bradicinesia, tremor em repouso, rigidez, deterioração dos reflexos posturais. 
Os esquemas de técnicas de treinamento motor para pacientes com Parkinson, devem se basear no déficit motor da doença. Existem várias técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptivas, as quais têm sido usadas no tratamento da doença de Parkinson com o objetivo de diminuir a rigidez na manipulação favorecendo o fuso motor, estimulando o paciente em atividades dos músculos antagonistas, melhorando a acinesia. 
Figura 5 - Técnicas no Parkinson
2.5 – Fisioterapia na Esclerose Múltipla 
O tratamento deve ir além de estabelecer as prioridades, atender as queixas do paciente é algo de grande importância como também a maneira como a doença afetou sua capacidade funcional em suas AVDs. Dessa forma a avaliação é capaz de identificar as necessidades terapêuticas, objetivadas traçando um tratamento adequado, como por exemplo, a hidroterapia. 
Figura 6 - Alongamento na esclerose
Figura 7 - Hidroterapia como tratamento
2.6 – Reabilitação
Uma boa análise e avaliação permitem ao fisioterapeuta um conhecimento mais profundo a respeito de seu paciente, colhendo dados para obter maiores informações de suas incapacidades e estabelecer um melhor plano de tratamento. 
Nesse tratamento deve-se normalizar o tônus muscular; desenvolver capacidades sensório-motoras, equilíbrio, treinar noções do corpo no espaço, melhorar a resistência física, quantificando e levando em conta a dor e a fadiga, inibir os padrões anormais de postura e estimular os normais, desenvolver a marcha, promover a independência nas AVDs com ou sem uso de adaptações, estes são objetivos terapêuticos que devem ser traçados a partir de uma avaliação minuciosa. 
Quando um paciente começa no serviço de reabilitação sabemos que uma avaliação inicial é necessária para guiar o planejamento do tratamento, considerando o tipo de deficiência, traçando o um tratamento adequado. 
2.7 - Transferências de Decúbito
O fisioterapeuta deve orientar os familiares e cuidadores técnicas de transferências, caso o paciente esteja acamado prevenindo escaras. 
Figura 8 - Mudança de decúbito 
Figura 9 - Sentar e levantar da cadeira
Figura 10 – Transferências
Descrição da imagem: 
Figura a e b:
Colocar a cadeira ao lado da cama, com as costas para o pé da cama. 
Travar as rodas e levantar o apoio para os pés.
Figura c e d:
Sentar o paciente na beira da cama, segurar o paciente pela cintura, auxiliando ele a se levantar e sentar.
CAPÍTULO III – ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) é o tipo de patologia mais frequentes no SNC. Abrange hemorragias e infartos devidos a tromboses e embolias. São causados devido a interrupções do fluxo sanguíneo em determinada parte do cérebro, que resulta em súbitas lesões, ocasionando o conjunto de sintomas que caracterizam o "derrame". 
É bastante comum o uso de outros nomes como choque, apoplexia, espasmo cerebral, trombose cerebral e acidente vascular cerebral. 
3.1 - Fisiopatologia
A interrupção da irrigação sanguínea e consequente faltam de glicose e oxigênio necessário ao metabolismo provoca uma diminuição ou perda da atividade funcional na área do cérebro afetada. Se a interrupção do aporte sanguíneo demorar menos de 3 minutos, a alteração é reversível, no entanto, se ultrapassar os 3 minutos, a alteração funcional pode ser irreversível, provocando necrose do tecido nervoso. 
3.2 - Tipos de AVE
Existem dois tipos de acidentes vasculares. Um deles é denominado Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEI), onde acontece o entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro. Já o outro é denominado Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEH), que é caracterizado como o rompimento do vaso provocando sangramento no cérebro. 
Na hemorragia intracerebral e subaracnóidea ocorrem à ruptura de um vaso sanguíneo cerebral com um aumento drástico na pressão intracraniana e uma redução na perfusão cerebral global que pode durar alguns minutos. 
3.3 - Sinais e Sintomas 
       
Os sinais podem aparecer como desvio da boca para um lado do rosto, paralisia de um lado do corpo ou do rosto, dificuldade para andar, diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna de um lado do corpo, alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento nos membros, perda súbita de visão de um ou dois lados, alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular, expressar ou para compreender a linguagem, dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos. 
 
3.4 - Tratamento 
O tratamento e a reabilitação dependerão sempre das particularidades que envolvam cada caso. Existem recursos terapêuticos que podem auxiliar na restauração das funções afetadas e irão contribuir para que o paciente possa ter uma melhor recuperação e qualidade de vida. 
São de fundamental importância que ele seja analisado e tratado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, fisioterapeutas, médicos, psicólogos e demais profissionais. Seja qual for o tipo do acidente, as consequências são bastante danosas, pois além de estar entre as principais causas de morte mundiais, o AVE é uma das patologias que mais incapacitam o indivíduo na realização de suas atividades cotidianas. 
O paciente pode sofrer diversas complicações, como alterações comportamentais e cognitivas, dificuldades na fala, dificuldade para se alimentar, constipação intestinal, epilepsia vascular, depressão e outras implicações decorrentes da imobilidade e pelo acometimento muscular. Um dos fatores determinantes para os tipos de consequências provocadas é o tempo decorrido entre o início do AVE e o recebimento do tratamento necessário. Para que o risco de sequelas seja significativamente reduzido, o correto é que a vítima seja levada imediatamente ao hospital, pois os danos são consideravelmente maiores quando o atendimento demora mais de 3 horas para ser iniciado. 
CAPÍTULO IV - TRUMATISMO CRANIANO
O Traumatismo Craniano, ou Traumatismo Cranioencefálico, é um tipo de lesão na cabeça, podendo ocorrer imediatamente ou se desenvolver lentamente no decorrer de várias horas, podendo trazer sequelas irreversíveis ou até mesmo ao óbito. Pode ser compreendido também como qualquer lesão extracraniana como no couro cabeludo, fraturas maxilofacias e lesões no nervo craniano e cerebral. 
As fraturas no crânio podem ser classificadas como primárias ou imediatas, que ocorrem no momento da lesão; secundárias, ocorrem através do resultado de outras lesões no momento posterior ao trauma. O traumatismo craniano secundário pode ser evitado, sendo causado por trauma, aparentemente trivial quando duas pessoas batem a cabeça juntas pegando algo ou por acidentes automobilísticos, armam de fogo, objetos cortantes entre outros. 
4.1 - Sinais e Sintomas
Os sintomas mais comuns do TCE são os desmaios, perda de consciência, dor de cabeça intensa, sangramento pela boca, nariz ou no ouvido, diminuição da força muscular, sonolência, dificuldades na fala, alterações na visão e na audição, perda de memória entre outros. Estes sintomas podem aparecer até 24 horas apósa lesão. Durante esse período o paciente fica em observação hospitalar. 
Mesmo que o trauma craniano não seja rompido, podem surgir abalos intensos em vias nervosas como hemorragia ou edemas graves. Um dos hematomas que mais ocorrem é o hematoma epidural que é o acúmulo de sangue entre o crânio e a membrana dura-máter, o que irá exercer uma intensa pressão no cérebro. No adulto, os sintomas de um hematoma epidural podem ocasionar uma perda inicial do conhecimento, recuperação posterior do mesmo com intervalo lúcido e finalmente um novo agravamento dos sintomas de pressão sobre o cérebro, como sonolência e perda da sensibilidade ou da força. Contudo, em uma criança pequena, não se apresenta o intervalo lúcido, mas preferencialmente uma perda gradual de conhecimento que se desenvolve em minutos ou horas, devido ao aumento da pressão no cérebro. Os hematomas intracranianos podem variar de pequenas lesões até um ferimento muito grave na cabeça e potencialmente letal. 
4.2 – Avaliação
O traumatismo craniano pode ser avaliado de acordo com escalas que avaliação o nível de consciência do paciente, desde o pior coma observado, pela extensão da amnésia pós-traumática, ou por escalas de resultado final, a escala Glasgow. Ela quantifica as respostas de comportamento aos comandos verbais ou através de estímulos dolorosos nas três áreas de atividade, abertura dos olhos, melhor resposta motora e melhor resposta verbal. A escala é hierárquica e tem, comprovadamente, um nível alto de concordância entre os avaliadores. 
Segundo Emmerich, J C (2008), a escala de coma de Glasgow é uma escala neurológica que serve para verificar o nível de consciência, é um método bastante utilizado nos pacientes internados na UTI. O valor ou score final é também é utilizado no prognóstico de pacientes e é eficaz e de grande utilidade na previsão de possíveis seqüelas. No final do exame deve-se soma s resposta do score da abertura ocular, com a resposta verbal mais a resposta motora, se o resultado obtido for igual ou menor que 8, o estado de coma estará instalado.	Comment by Win7: 
(Presto B, Presto L, 2003) 11
PRECISA COLOCAR A PAGINA DE ONTEM VOCÊ TIROU A CITAÇÃO
Figura 11 - Escala de Glasgow para adultos
A soma dos três valores constitui o resultado final da escala de Glasgow. Analisando a forma como o paciente abre os olhos, a pontuação pode ir de 1, se o paciente não responder, até 4, se a abertura ocular ocorrer de forma espontânea. No caso de resposta verbal, os valores começam de 1, quando não há qualquer resposta, até 5, resposta orientada. Com relação à resposta motora, a escala altera de 1, com ausência de respostas, até 6, quando a pessoa reage às ordens expressadas pela voz. 
No que diz respeito aos valores, o valor mais baixo que se pode obter com a escala de Glasgow é de 3 pontos e o mais alto é de 15 pontos. O paciente com menor pontuação é quem sofre de danos crânio-encefálico mais graves. 
São utilizados também outros exames como radiografia de crânio e o eletrocefalograma, que será utilizado em longo prazo em pacientes em estado de coma.
4.3 – Tratamento
O tratamento é imediato após a lesão. Inicia-se em procedimentos de emergência e avaliação. Através da avaliação, devem-se aplicar os procedimentos padrões para a ressuscitação geral, inclusive a manutenção das vias aéreas adequadas, ventilação e o controle de hemorragia, estes são aspectos importantes e imediatos à vida do paciente. 
Depende do grau da lesão podem ocorrer incapacidades físicas, dependência em atividades de vida diária, deficiência cognitiva, distúrbio comportamental, problemas emocionais e problemas psiquiátricos. É na prevenção dessas disfunções que equipes multidisciplinares irão atuar. 
A Fisioterapia será de fundamental importância no foco das deficiências funcionais, na elaboração de estratégias da função cardiorrespiratória, musculoesquelética e neurológica, no aprendizado de habilidades motoras e compreensão de tarefas, inibição das atividades indesejadas, na escolha de posturas que inicialmente auxiliem a realização da função e posteriormente na mudança para posturas mais difíceis que desafiem o desenvolvimento, no ganho e manutenção de ADM, na prevenção de contraturas e na orientação quanto ao uso de órteses. 
CAPÍTULO V – TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
O Trauma Raquimedular, RTM, é alguma ação ou agressão que venha causar danos na coluna vertebral e em seu conteúdo como a medula espinhal e as raízes nervosas, podendo levar a uma dor no pescoço, sequelas como tetraplegia e até mesmo a morte.
A coluna vertebral é o eixo de sustentação de alguns seres vivos não só dos seres humanos, mas todos os vertebrados como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, ela serve também como proteção da medula espinhal.
A coluna vertebral composta por 32 vértebras, sendo 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacras e 3 coccíneas. Ela se inicia abaixo do crânio e se estende até a bacia, por isso qualquer trauma que afete a essa área é chamado de traumatismo raquimedular. 
5.1 - Principais Causas
As principais causas desse trauma são os acidentes com veículos motorizados incluindo motos, quedas, mergulho em águas rasas, lesões esportivas, agressões entre outros. 
5.2 – Diagnóstico
O diagnóstico se inicia a partir de informações como o motivo do acidente, como foi encontrado, se estava consciente ou inconsciente, se queixava de dores ou dormência. Somente logo após reunir esses dados, um exame neurológico detalhado deverá ser realizado.
Logo após o exame clínico, são realizados exames complementares como uma radiografia simples da coluna, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética.
Mesmo que o paciente não apresente nenhum déficit, até o final dos exames com os diagnósticos corretos, o diagnóstico pode ser TRM até que se prove o contrário. 
5.3 - Avaliação Neurológica
Foram estabelecidas para avaliar e classificar o grau da lesão, estabelecendo também padrões de atendimento nos centros de traumas conforme American InjuryAssociation (ASIA) e a International Medical Societyof Paraplegia (IMSOP). 
Essas lesões podem ser classificadas como completa, sem nenhuma função motora ou sensitiva preservado apenas o segmento sacrode S4 e S5; incompleta, com função sensitiva, mas não motor preservado abaixo do nível neurológico até o segmento de S4 e S5; incompleta, com função motora preservada abaixo do nível neurológico e a maioria dos músculos importantes abaixo do nível com uma graduação muscular menor ou maior que 3; normal, com a função motora e sensitiva inalteradas. 
5.4 - Risco do Traumatismo
Os riscos estão gradativamente ligados ao grau da lesão, ou seja, quanto mais alta lesão, mais grave será o quadro neurológico. A medula espinhal é a continuação do nosso cérebro, é dela que se originam as raízes nervosas que vão dar movimento e sensibilidade ao corpo do pescoço para baixo. 
Figura 12 - Níveis de Lesões
5.5 – Sequelas
As sequelas encontradas nesse tipo de trauma, geralmente podem ser ausência de sensibilidade, perda dos reflexos e do movimento abaixo do nível da lesão, alteração do movimento, alterações respiratórias, intestinais, vasculares, sexuais e psicológicas. 12
5.6 - Síndromes Medulares
As síndromes mais comuns são conhecidas com Síndrome da Medula central, lesão exclusiva na região cervical, preservando a sensibilidade sacral com uma maior fraqueza dos membros superiores que nos membros inferiores; Síndrome da Medula Anterior, lesão que gera perda de função motora e da sensibilidade à dor e temperatura, preservando a cinestesia; Síndrome de Brown-Séquard, lesão que produz maior perda motora e proprioceptiva ipsilateral e perda da sensibilidade contralateral da dor e da temperatura; Síndrome da Medula Posterior, com movimentos, sensibilidade à dor e tato preservados, porém propriocepção alterada; Síndrome do cone medular, lesão da medula sacral e das raízes lombares dentro do canal, que resulta na falta de reflexo, alteração do funcionamento da bexiga, intestino e membros inferiores; lesão da cauda equina,que gera alterações de raízes nervosas lombo sacrais dentro do canal neural resultando na perda do reflexo da bexiga, intestino e membros inferiores. 
5.7 - Formas de Tratamento
O tratamento se inicia no local do acidente, desde a imobilização do pescoço e coluna ao transporte do paciente, onde pranchas rígidas devem ser sempre utilizadas.
O agravamento do quadro neurológico pode piorar no local do trauma devido a negligências, podendo gerar um segundo trauma, decorrente da imperícia do tratamento, no qual poderia ter sido evitado.
O tratamento de TRM é específico, dependendo do tipo da lesão, existem procedimentos específicos para cada um. 
O tratamento cirúrgico se limita na tentativa de restauração da anatomia óssea da coluna vertebral, evitando a compressão do tecido nervoso. Deve se retirar qualquer compressão da medula espinhal. Materiais como placas, hastes e parafusos feitos a partir de ligas metálicas ou titânio, são utilizados com o objetivo de promover estabilização do eixo de sustentação do corpo. 
Figura 13 - Método cirúrgico no trauma medular
5.8 - Fisioterapia e Reabilitação
A fisioterapia irá atuar como parte importante no lesado raquimedular, desde a hospitalização à alta hospitalar, promovendo a melhora física, evitando deformidades e complicações mais graves.
O exercício físico traz benefícios fisiológicos como o aumento do fluxo sanguíneo, a melhora da função pulmonar, benefícios psicológicos como sensação de bem estar, autoestima e qualidade de vida.
CAPÍTULO VI – AFECÇÕES DE NÚCLEOS DA BASE
6.1 - Doença de Parkinson
O Parkinson é caracterizado por tremor e perturbações de postura, movimento voluntário e de equilíbrio. É uma doença degenerativa do SNC, na qual foi descrita e documentada pela primeira vez em 1817, pelo médico britânico James Parkinson. Sua patologia acomete, a cada duas pessoas entre mil, com mais frequente depois dos 50 anos de idade, tanto em homens como em mulheres, independente de raça, cor, nível social.
São perturbações que acontecem nas regiões dos núcleos da base, caudado e putâmen. Essa massa de núcleos centrais de substância cinzenta contém praticamente toda a dopamina do cérebro humano. A dopamina é substância química e uma das aminas neurotransmissoras como a adrenalina e a noradrenalina que transmitem o impulso de um neurônio para o outro através da sinapse. No Parkinson, e nas síndromes degenerativas de neurônio, há uma redução específica de concentração de dopamina na sinapse e essa falta resulta na degeneração de neurônios, através de vários fatores que juntos podem desencadear a doença.
Os problemas iniciais podem passar despercebidos, por serem leves e pouco específicos, como tremedeira leve e sensação de rigidez, falta de movimentos, dificuldade de se equilibrar em pé e de se locomover, movimentos lentos, sem expressão facial, dedos se movimentando como se estivesse contando dinheiro, voz baixa, perda de peso, pele oleosa, confusão mental, dificuldade em manter a boca e as pálpebras fechadas, ansiedade, distúrbio do sono, entre outros.
6.2 – Fisiopatologia
Na doença de Parkinson, o paciente perde aos poucos a substância negra do cérebro, presente em áreas onde a produção de dopamina acontece. Essas áreas correspondem às atividades funcionais e de coordenação, dessa forma causam a desordem nos movimentos do paciente. O mecanismo pelo qual essa alteração neuroquímica produz os sintomas da doença é bastante complexo e pouco compreendido.
Em situações normais o equilíbrio é excitatório nos núcleos da base do córtex motor, permitindo a manutenção da postura e dos movimentos normais. Quando o equilíbrio é prejudicado, sinais e sintomas como rigidez, movimentos involuntários em conjunto com anormalidades, lentidão de movimentos, balanço de braço ao andar e perda da consciência automática, são alterações já esperadas devido à região responsável por esse controle.
6.3 - Quadro Clínico
Por ser uma doença crônica, de caráter progressivo, onde os sintomas costumam ter início enganoso e desigual, o Parkinson possui quatro sintomas específicos que incluem o tremor, rigidez, bradicinesia e alterações de equilíbrio postural. Tanto o grau quanto o sinais podem variar.
O tremor inicia-se se nas extremidades dos membros superiores, com movimentos alterados de flexo-extensão dos dedos e adução do polegar. Esses tremores são mais visíveis 
nos dedos e apresentam um movimento característico igual o de contar dinheiro. Outros tremores podem surgir devido o agravamento da doença como o tremor na língua, mandíbula, pálpebras e pés e esporadicamente na cabeça. Estes podem piorar quando em situações de estresse emocional ou ansiedade.
O tônus muscular aumenta durante o movimento passivo dos membros, pescoço ou tronco através de toda amplitude de movimento. Diferente da espasticidade, a rigidez tem uma distribuição mais global, a qual afeta os músculos agonizas e antagonistas, resistindo ao estiramento. Essa rigidez também pode ser intensificada quando há presença de um movimento estranho, conscientização mental e tensão emocional como também uma ligeira flexão dos joelhos, semiflexão e adução dos membros superiores, anteflexão do tronco, especialmente do pescoço, queixo em direção ao peito, tórax cifótico, ombros protraídos, braços rodados internamente com as mãos na frente.
A bradicinesia é a lentidão anormal de movimentos voluntários, ligados a síndromes neurológicas como a doença de Parkinson. Geralmente a bradicinesia é o sinal mais incapacitante e o que menos surte efeito ao tratamento.
A anormalidade postural é comum. Na posição ortostática, acontece uma ligeira flexão de todas as articulações levando a uma postura simiesca, com ântero-flexão de tronco e semiflexão dos membros superiores. Na posição sentada, o paciente tende a se afirmar na cadeira, deslizando para o lado, com a cabeça pendendo para frente.
Figura 14 - Sinais de Parkinson
6.4 – Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se essencialmente em dados clínicos, embora na maioria dos casos a doença seja de causas idiopáticas. Os exames laboratoriais como os de imagem, são utilizados no sentido de buscar uma etiologia alternativa para o diagnóstico.
Características como tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural, são os sintomas clássicos apresentados pelos portadores do Parkinson sendo assim, inspeções e observações visuais já caracterizam esses pacientes.
Figura 15 - Descrição na imagem
6.5 – Tratamento
O tratamento pode ser médico, farmacológico, terapêutico e/ou cirúrgico, sendo este atualmente mais utilizado.
O tratamento farmacológico é realizado para a reposição de dopamina. Administram-se medicamentos Levodopa, precursora da dopamina que reproduz acetilcolina com fármacos anticolinérgicos, como o bezenol ou a orfenadrina. A Levodopa em geral é administrada em combinação com um fármaco que impede seu metabolismo fora do cérebro e esses comprimidos combinados, são comercializados no Reino Unido como sinemet. Medicamentos que contenham Levodopa são mais eficazes para o alívio da maioria dos sintomas, em especial a lentidão e a falta de movimento, também diminuem a rigidez e reduzem substancialmente o tremor.
O uso de procedimentos cirúrgicos destrutivos no tálamo no caso de parkinsonianos evoluiu durante a década de 50. O tremor continuou sendo tratado por meio de cirurgias até o advento do Levodopa, que é um método mais eficaz e seguro de tratamento em grande parte dos casos. A Fisioterapeuta pode envolver-se cada vez mais nas medidas e no tratamento pré e pós-procedimento.
O encaminhamento para a Fisioterapia acontece quando a abordagem farmacológica falha. Contudo, em um estudo piloto de modelo na equipe NeuroCare na doença de Parkinson, 66% dos pacientes recém-diagnosticados que sofrem deficiência e incapacidade, exigem intervenção fisioterapêutica de nível médio e alto.
Os princípios das condutas fisioterapêuticas são, de modo geral, a implantação imediata de programas preventivos de exercícios, análises significativas para a identificação de prioridadesdo tratamento e monitorização do progresso, intervenção com alvo definido, focalizando as regiões de deterioração, uso de programas estruturados baseados em princípios de aprendizado psicomotor para os déficits motores, envolvimento do paciente e de seus cuidadores na tomada de decisões, melhorando a motivação e a cooperação do paciente, discussões para identificar as necessidades dos pacientes, além de instruir individualmente sobre a doença de Parkinson e ensinar técnicas de manipulação aos seus cuidadores.
CAPÍTULO VII - DOENÇAS DESMIELINIZANTES
Doenças desmielinizantes são quaisquer doenças do sistema nervoso na qual a bainha de mielina dos neurônios é danificada prejudicando a condução de sinais nos nervos afetados, causando prejuízos de sensibilidade, cognição e funcionalidade. 
Normalmente acontecem depois de doenças virais ou vacinas virais, pois os anticorpos do corpo atacam a bainha de mielina como se reconhecessem que como vírus.
7.1- Esclerose Múltipla
É uma doença desmielinizante caracterizada por uma reação inflamatória onde são danificadas as bainhas de mielina dos neurônios cerebrais e medulares.
Devido a esta desmielinização, a Esclerose afeta a comunicação das células nervosas do cérebro e da medula espinhal, feita através de transmissão de impulsos elétricos, chamados de potenciais de ação. Uma vez destruída, os axônios deixam de poder transmitir o potencial de ação de um neurônio ao outro interrompendo a condução do estímulo nervoso. 
O termo "esclerose múltipla" é uma referência às lesões, ou escleroses, que ocorrem na substância branca do cérebro, cerebelo e medula espinal, que é constituída principalmente por fibras nervosas revestidas de mielina. A doença pode se manifestar através de vários sintomas neurológicos, dependendo da localização da lesão e frequentemente evolui com a perda de capacidades físicas e cognitivas. Ainda não se conhece a cura contra a esclerose múltipla. O tratamento baseia-se na tentativa de melhoria das funções fisiológicas comprometidas e na prevenção de novos episódios com suas degenerações. 
7.1.1 - Sinais e Sintomas 
Podem surgir quaisquer sinais ou sintomas neurológicos, incluindo alterações sensoriais como perda de sensibilidade tátil ou parestesia, fadiga muscular, espasmos musculares ou dificuldades locomotoras, dificuldades na coordenação e no equilíbrio, dificuldades na fala ou na deglutição, problemas visuais como fosfeno, diplopia, nistagmo, na sequência de uma neurite óptica. 
Os sintomas pioram normalmente durante episódios agudos de agravamento e contínua progressão da doença. As infecções virais, como a rinofaringite, gripe ou gastroenterite podem aumentar o risco de novos episódios. O estresse também pode desencadear um ataque. 
Muitas vezes os sintomas da Esclerose Múltipla não são claros, porque são bastante variáveis. 
7.1.2 - Tratamento 
A Esclerose Múltipla não tem cura, mas existem muitas opções de tratamento atualmente. Durante os surtos, ou crises agudas, o principal é o uso de corticóides pela veia, para reduzir a inflamação naquele momento. Em outros casos, onde não há melhoras ou de maior gravidade, realiza-se procedimentos que fazem uma limpeza no sangue, retirando as células de autoimunidade que estão destruindo a mielina. 
O tratamento na EM tem como prioridades a mobilidade física dos membros comprometidos, minimizar a espasticidade e contraturas, promoção do controle vesical e intestinal, melhora das funções sensoriais e cognitivas, fortalecimento dos mecanismos de luta e melhora do autocuidado. 
O tratamento fisioterapêutico tem como objetivos aumentar ou manter a amplitude de movimento em todas as articulações, orientar quanto aos cuidados com a pele nos caso de paciente com perda sensitiva, evitar deformidades, diminuir padrões espásticos anormais e as influências do tônus sobre os movimentos, melhorar força muscular, controle motor, coordenação, padrão da marcha e incentivar o aprendizado motor. 
7.2 - Guillain-Barré
É uma doença neurológica autoimune caracterizada por fraqueza muscular generalizada e, em casos mais graves, paralisia da musculatura respiratória. Por ser uma doença desmielinizante é caracterizada também por uma inflamação aguda com perda da mielina nos nervos periféricos e em alguns casos em raízes nervosas proximais e nervos cranianos. 
Em alguns casos, a manifestação da doença ocorre após a ocorrência de cirurgias, vacinas, traumas, linfomas, HIV, entre outros.
7.2.1 – Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas mais comuns que vão surgindo são perda de reflexos em braços e pernas, hipotensão ou baixo controle da pressão arterial, em casos mais leves pode acontecer fraqueza em vez de paralisia, dormência, alterações de sensibilidade, movimentos desordenados, cãibras, visão turva, contrações musculares, dificuldade para mover os músculos da face e palpitações. 
Esses sintomas podem começar nos braços e nas pernas ao mesmo tempo ou pode começar nos braços e descer para as pernas, podem piorar rapidamente. Os sintomas mais graves podem demorar apenas algumas horas para aparecer, mas a fraqueza que aumenta ao longo de vários dias é normal. A fraqueza muscular ou a paralisia afeta os dois lados do corpo. Os pacientes podem sentir parestesias, dor nos pés ou nas mãos e descoordenação. Se a inflamação afetar os nervos do diafragma e do peito e junto, fraqueza nesses músculos, a pessoa poderá necessitar de assistência respiratória.
7.2.2 - Tratamento 
Não existe cura para a síndrome de Guillain-Barré, entretanto, existem muitos tratamentos que ajudam a reduzir os sintomas, tratar as possíveis complicações e acelerar a recuperação do paciente. 
Quando os sintomas são mais graves, a hospitalização será recomendada para dar continuidade a um tipo de tratamento mais específico que pode incluir aparelhos de respiração artificial. Nos estágios iniciais da doença, tratamentos que removem ou bloqueiem a ação dos anticorpos que estão atacando as células nervosas podem reduzir a gravidade e a duração dos sintomas da Síndrome de Guillain-Barré. 
Um desses métodos é chamado de plasmaferese e é usado para remover os anticorpos do sangue. Esse processo envolve extrair sangue do corpo, geralmente do braço, bombeá-lo a uma máquina que remove anticorpos e depois enviá-lo novamente ao corpo. Outro método é bloquear os anticorpos usando altas doses de imunoglobulina. Nesse caso, as imunoglobulinas são adicionadas ao sangue em grandes quantidades, debloqueando os anticorpos que causam a inflamação. Outros tratamentos fisioterapêuticos disponíveis têm por objetivo prevenir complicações. 
CAPÍTULO VIII - LESÕES NERVOSAS PERIFÉRICAS
8.1 - Paralisia Facial
A paralisia periférica geralmente ocorre na face ou nas proximidades dos membros. Suas manifestações não estão necessariamente associadas a outros sintomas e pode por si só ser a única manifestação.
Podem ser caracterizadas como traumática, congênitas, infecciosas e espontâneas.
As traumáticas são causadas por traumas em acidentes, cortes na face ou fratura no crânio e também por lesões tumorais, ocasionadas pela retirada de tumores. As paralisias congênitas são podem ser causadas no momento do parto, apresentada somente em um lado da face, ou dois lados caso haja a ausência do nervo facial.
 (
Figura 
16
 
–
 Criança com paralisia facial bilateral com perda do movimento do olho para fora
)
Já as paralisias infecciosas são causadas por choque térmico, de forma espontânea ou pela paralisia de Bells, que estão diretamente relacionadas a vírus.
Figura 17 - Paralisia facial pós-infecção viral ou espontânea. Observa-se que o lado bom, sem vincos ou rugas, repuxa o lado paralisado
A Paralisia espontânea ou Paralisia de Bell se inicia parcialmente na metade dos casos tornando-se completa na primeira semana. Além da paralisa na face também pode apresentar dores na região ou atrás das orelhas, distúrbio na sensação de gosto, zumbido e secura nos olhos.
8.1.1 - Medicamentos e Fisioterapia
O Tratamento feito com corticóides e antiviraisé mais utilizado. Deve ser prescrito o mais rápido possível, pois logo após há primeira semana a ação destas drogas é pouco efetiva.
A Fisioterapia deve ser iniciada quando houver sinais de recuperação. Quanto mais cedo se iniciar a recuperação melhor será o prognóstico, e, se até o segundo mês não se iniciar a recuperação, a possibilidade de sequelas será maior.
A paralisia que permanece incompleta evolui melhor do que as completas. Os pacientes devem apresentar recuperação até o sexto mês, caso não ocorra deve ser investigada outra causa para a paralisia.
O prazo estimado para uma evolução satisfatória e recuperação total, pode levar um ano e mais alguns meses. O importante é acompanhar com atenção, se até o sexto mês não houver sinas de recuperação, deve-se planejar um tratamento cirúrgico.
8.1.2 – Sequelas
A paralisia espontânea ou de Bell pode apresentar recuperação parcial ou sincinesias, contrações. Nas contrações, o fechamento da boca faz o olho fechar junto ou pode levar ao lacrimejamento do paciente diante de um prato apetitoso ao invés de salivar, o que se dá o nome de lágrimas de crocodilo.
8.1.3 - Tratamento de Sequelas
Na recuperação parcial, é indicado tratamento cirúrgico, umretensionamento da musculatura ou transplante muscular.
Ocorrendo cocontrações, poderemos lançar mão do uso da toxina botulínica e do biofeedback, que é uma fisioterapia onde o paciente vê os movimentos executados e pode ser feito com auxílio de eletrodos colocados na face ligados a um computador ou na frente de um espelho.
8.1.4 - Tratamento Cirúrgico
Dependo do tipo e do tempo de lesão, o nervo deve ser reconstruído o mais rápido possível.
Figura 18 - Visão intraoperatória do nervo facial seccionado por vidro em acidente e reparado cirurgicamente.
8.1.5 - Transferência Nervosa
Quando o nervo é inteiramente lesionado, por retirada de tumor, por exemplo, não existindo a possibilidade de conexão com o nervo original, realiza-se a transferência nervosa, onde pode ser utilizado o nervo da língua, hipoglosso, um ramo do nervo facial contralateral ou o ramo motor do músculo masseter. Foi abandonado o uso do nervo da língua, pois os movimentos recuperados não são espontâneos. A preferência é pelo uso do nervo do outro lado, pois os resultados com o uso do nervo facial contralateral têm apresentado grandes melhoras na recuperação de movimentos espontâneos.
8.1.6 - Tratamentos Associados
Em casos crônicos superiores há 7 meses, o transplante de nervo não terá efeito devido à atrofia muscular nos músculos da face.
Neste caso indica-se o transplante de nervo associado a um transplante muscular, com parte de músculo doador retirado das costas, das coxas ou mesmo do músculo da mastigação, estes procedimentos são desenhados para corrigir a perda do sorriso.
8.1.7 - Paralisia nas Pálpebras
Na reconstrução dos movimentos das pálpebras, é utilizada a colocação de um peso de ouro na pálpebra superior permitindo seu fechamento antes inibido pela paralisia.
CONCLUSÃO
Conclui ao fim deste trabalho que, durante o curso de Fisioterapia nossos ganhos no aprendizado foram imensuráveis, nos tornando pessoas melhores e futuramente profissionais com alto nível de competência.
Eu pude constatar que o estudo da Fisioterapia Neurológica ao longo do semestre me fez capaz de entender como ocorre muitas doenças neurológicas que existem, e eu como futura profissional de Fisioterapia posso tratar desses pacientes. 
O que foi aqui aprendido estará guardado dentro de nossa “mente”, para que possamos ser profissionais competentes, e com isso, que possamos colaborar em prol da humanidade. 
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Fonte: www.espacosaudevida.com.br
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