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Servidões Prediais (arts. 1.378 a 1.389 CC) Por Lindalva Sousa Trata-se de um direito real de fruição ou de gozo de coisa imóvel alheia, limitado e imediato, que impõe um encargo ao prédio serviente em proveito do dominante, pertencente a outro dono. As servidões tem por objetivo precípuo proporcionar uma valorização do prédio dominante, tornando-o mais útil, agradável ou cômodo. Implica por outro lado uma desvalorização econômica do prédio serviente, levando-se em considerações que as servidões são perpétuas. Servidões prediais são direitos reais de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes, se impõem sobre prédio serviente em benefício do dominante. Requisitos para configuração da servidão: Existência de um encargo que pode constituir numa obrigação de tolerar certo ato ou de não praticar algo por parte do possuidor do prédio serviente. O ônus é imposto ao prédio e não à sua pessoa; Incidência num prédio em benefício de outro; A propriedade desses prédios deve ser de pessoas diferentes. Finalidade da Servidão: Natureza Jurídica: é a servidão predial um direito real (CC, art. 1.225, III) de gozo ou fruição sobre imóvel alheio de caráter acessório, perpétuo e inalienável. Atenção: Pretende-se a servidão ao bem imóvel e o acompanha, seguindo-o nas mãos dos sucessores do proprietário. Servidão Não privam o proprietário do uso e gozo de seu bem. Só cabem a bens imobiliários. É instituído em benefício de um prédio. É perpétua. Usufruto Implica cessão de uso e gozo da coisa ao usufrutuário, ficando o proprietário privavo temporariamente desse direito. Recai tanto em coisas móveis como imóveis. É instituído em proveito de uma pessoa. É temporário. Servidão Usufruto. A servidão tem caráter acessório, uma vez que se liga a um direito principal, que é o direito de propriedade que lhe dá origem, pois contraria o conceito de servidão se se admitisse sua constituição em proveito de quem não tivesse o domínio do prédio dominante. Em decorrência dessa sua acessoriedade, tem-se sua perpetuidade, indivisibilidade e inalienabilidade, que são seus atributos inerentes. Princípios fundamentais: Classificação das Servidões: É uma relação entre prédios vizinhos. Não há servidão sobre a própria coisa. A servidão serve à coisa e não ao dono. Não se pode de uma servidão constituir outra. Servidão não se presume. Servidão é inalienável. Quanto ao modo de exercício Contínuas e Descontínuas Positivas e Negativas Ativas e Passivas Quanto à exteriorização Aparentes e Não Aparentes Quanto a natureza dos prédios Rústicas e Urbanas Modos de constituição: Com base no artigo 1.378 CC, a servidão não se presume, de maneira que para ter validade erga omnes precisa ser comprovada e ter o título de sua constituição registrado no Cartório de Registro de Imóveis. OBS: o CPC, em seu artigo 941 concede ação de usucapião ao possuidor de servidão que, após preencher os requisitos legais, a assentar no registro imobiliário; sendo que apenas as servidões aparentes é que podem ser adquiridas por usucapião ordinária ou extraordinária porque: a) só estas são suscetíveis de posse; b) só as aparentes podem ser percebidas por inspeção ocular; e e) só a continuidade e permanência é que caracterizam a posse para usucapir. Direitos e deveres do proprietário do prédio dominante: Direitos: Deveres: Quanto à origem Legais Naturais Convencionais Os atos constitutivos que requerem tal assento são: Ato Jurídico inter vivus ou causa mortis Sentença Judicial Usucapião Destinação do proprietário Usar e gozar da servidão. Realizar obras necessárias à sua conservação e uso (CC, art. 1. 380; Cód. de Águas, art. 1 28). Exigir ampliação da servidão para facilitar a exploração do prédio dominante (CC, art. 1. 385, § 3º). Renunciar à servidão (CC, art. 1. 388, 1) e removê-la (CC, art. 1. 384). Pagar todas as obras feitas para uso e conservação da servidão (CC, art.1 .381). Exercer a servidão civílíter modo (CC, art. 1. 385). Indenizar o dono do prédio serviente pelo excesso do uso da ser- vidão em caso de necessidade (CC, art. 1. 385, § 3º). Direitos e obrigações do proprietário serviente: Direitos: Obrigações: Proteção Jurídica: Extinção da Servidão: salvo nas desapropriações (art. 1.387), as formas peculiares de extinção da servidão que levam, pelos meios judiciais, ao seu cancelamento no registro imobiliário, independentemente do consentimento do proprietário do prédio dominante, são: Exonerar-se de pagar as despesas com o uso e conservação da servidão, desde que abandone total ou parcialmente a propriedade em favor do dono do prédio dominante (CC, art. 1. 382, parág. único). Remover a servidão de um local para outro. Impedir que o proprietário do dominante efetive qualquer mudança na forma de utilização da servidão, pois este deve manter sua destinação (CC, art. 1. 385, § 3º). Cancelar a servidão nos casos dos arts. 1. 388 e 1. 389 do CC. Permitir que o dono do prédio dominante realize obras necessárias à conservação e utilização da servidão (CC, art. 1. 380). Respeitar o uso normal e legítimo da servidão (CC, art. 1. 383). Pagar despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir as vantagens do prédio dominante, que decorrerem dessa mudança (CC, art. 1. 384). No direito brasileiro, existem algumas ações que protegem as servidões e são as seguintes: Ação confessória. Ação negatória. Ação de manutenção de posse ou de reintegração de posse e interdito proibitório. Nunciação de obra nova (CPC, art. 934, 1). Ação de usucapião, nos casos expressamente previstos em lei, desde que a servidão seja aparente (CC, art. 1.379). A- Renúncia do titular (CC, art. 1. 388, 1). B- Cessação de sua utilidade (CC, art. 1. 388, 1 1). C- Resgate (CC, art. 1. 388, 111). D- Confusão (CC, art. 1. 389, 1). E- Supressão das respectivas obras (CC, art. 1. 389, l i). F- Desuso (CC, art. 1. 389, 111). G- Perecimento do objeto. H- Decurso do prazo ou implemento da condição. I- Desapropriação. J- Convenção. K- Preclusão do direito da servidão. L- Resolução do domínio do prédio serviente.
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