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LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 Farmacocinética É o estudo dos efeitos dos fármacos no funcionamento dos sistemas vivos. • O que é um FÁRMACO? - Uma substância química de estrutura conhecida, que não seja um nutriente ou um ingrediente essencial da dieta, o qual, quando administrado a um organismo vivo produz um efeito biológico. • O que é um MEDICAMENTO? - É uma preparação química que, em geral, contém um ou mais fármacos, administrados com a intenção de p r o d u z i r d e t e rm i n a d o e f e i t o terapêutico. - Vai conter outras substâncias que facilitam a ação do fármaco. Ex. medicamento tamponado. • Como age um fármaco? - Farmacocinética x Farmacodinâmica • Na maioria das vezes ocorre de maneira concomitante. • Farmacodinâmica: como a droga age no organismo. • Farmacocinética: como o corpo age diante a droga (ADME). • Enquanto uma droga esta sendo eliminada, ainda pode ocorrer ação dela nos tecidos. • É baseada na dinâmica da absorção, distribuição, metabolismo e eliminação dos fármacos (ADME). Esses processos ocorrem de maneira concomitante. • Dupla camada lipídica; • Exterior hidrofílico; • Interior hidrofóbico; • Moléculas variam de acordo com o tipo de membrana; • Prote ínas incrus tadas (âncoras , receptores, canais iônicos…) Modelos de permeação e transporte: - Difusão passiva (predominante); - Transporte mediado por carreadores - Difusão facilitada; - Transporte ativo. - Transporte paracelular; - Endocitose e exocitose. FARMACOLOGIA MEMBRANA PLASMÁTICA LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 É a transferência de um fármaco do seu l o c a l de a dm i n i s t r a ção p a r a o compartimento central (sangue). • Biodisponibilidade: percentual com que a dose de um fármaco administrado alcança seu local de ação ou a circulação a partir do qual o fármaco tem acesso ao seu local de ação. Vias de administração: Via Oral: feita a t r a v é s d a ingestão do fármaco pela boca. • Vantagens: - Mais comum, conveniente, segura e econômica. • Desvantagem: - Absorção limitada colaboração do paciente, efeito de primeira passagem. - Efeito de primeira passagem: medicação que é ingerida pela via oral, cai no intestino, é absorvida pela mucosa enteral, cai na circulação enteral, drenando o sangue para o Sistema Porta, passando pelo fígado, já no fígado esse fármaco começa a sofrer metabolismo, ou seja, começa a ser inativado. Por vezes ele é benéfico. Muitos fármacos, os pró- f á r m a c o s , p r e c i s a m d e s s e mecanismo para que esse primeira inativação ocorra para que ele seja ativado e ter seu efeito, como é o caso do Captopril e da Codeína. • É diretamente afetada por: - Flora da mucosa intestinal; - Superficie absortiva; - Taxa de esvaziamento gástrico; - Hidrossolubilidade do fármaco (mais lipofílico e não ionizado é o mais absorvido); - Variações do pH (maioria são ácidos fracos, e bases fracas); - Fluxo sanguíneo. V ia Retal : fe i ta através do orifício ana l , absorv ido pela mucosa retal. • Boa parte não p a s s a p e l o f ígado (50%) sofrendo o efeito de primeira passagem. • Absorção pode ser irregular, uma vez que a mucosa retal não é tão absortiva quanto a intestinal/duodenal. • Pode irritar a mucosa. V i a S u b l i n g ua l : comp r im i d o é colocado embaixo da língua. • P e q u e n a s u p e r f í c i e compensada pela drenagem venosa diretamente para a veia cava superior (sem efeito da mucosa do TGI e sem efeito de primeira passagem, plexo venoso sublingual - veias da base do pescoço - veia cava superior - coração). ABSORÇÃO ENTERAIS PARENTERAIS LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 Injeção parenteral: • Vantagens: - Não passa pelo TGI, biodisponibilidade quase total de ação mais rápida ( n o m ú s c u l o sendo a mais lenta entre elas), d o s e m a i s p r e c i s a (principalmente intravenosa). - Vantajosa em casos de emergência e em pacientes inconscientes. • Desvantagens: - Dor, necessidade de acesso, dificuldade de autoaplicação. Tipos de injeções parenterais: - Intravenosa; - Subcutânea; - Intramuscular; - I n t r a - a r t e r i a l (muito pouca utilizada na prática); - Intratecal. Via intravenosa: • Vantagens: - Elimina os fatores que l im i tam a absorção; - Ação rápida; - Melhor controle da dose desejada (biodisponibilidade de 100%). • Desvantagens: - Administração cuidadosa; - E x i g e u m a c e s s o a c i r c u l a ç ã o venosa; - Monitorização do paciente; - Complicações: flebite, hematoma… Via subcutânea: • Veloc idade de absorção lenta objetivando um efeito duradouro. • Somente para fá rmacos que não irritam o tecido. • Podemos, à critério, acrescentar substâncias vasoconstrictoras com objetivo de retardo da absorção. • Exemp l o : i n s u l i n a , h o rmôn i o s , anticoagulante… Via intramuscular: • Fármacos em solução aquosa p o d e m s e r absorvidos mais rapidamente. • Fármacos em solução oleosa ou suspenso em veículos de depósito tendem a ter distribuição mais lenta e constante. • Depende da composição corporal e músculo utilizado. Via intra-arterial: • Medicações específicas (muitas vezes e x c l u s i v a s d e d e t e r m i n a d a s especialidades). •Efeitos diretos nos tecidos ou órgãos. •C h a n c e s d e c o m p l i c a ç õ e s graves se mal utilizada. LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 Via intratecal: • Barreira hematoencefálica (impede a ação no SNC). • In jeção d iretamente no espaço subaracnóide). • Para efeitos diretos e rápidos no SNC. • Exemplos: raquianestesia e antibióticos. Absorção pulmonar: • Absorção pelo epitélio pulmonar e mucosa do trato respiratório. • Ace s s o r á p i d o a circulação. • Grande superfície. ‘ • A ç ã o d i r e t a n a s doenças pulmonares. Aplicação tópica: • MUCOSA: conjuntiva, orofaringe, vagina, colo, uretra, bexiga. Efeitos locais. • OLHO: agentes oftálmicos.. • PELE: absorção ampliada por veículos oleosos e na pele não íntegra. Adesivos transdérmicos. • Tecidos são diferentes entre si. • Fármacos interagem de modos distintos nos diferentes tecidos. • O débito cardíaco, o fluxo sanguíneo, a permeabilidade capilar e o volume do órgão afetam a distribuição de um fármaco. • Paciente com ICC grave com débito cardíaco diminuído faz com que a distribuição entre os tecidos seja mais lenta. • Determinada pela participação do fármaco entre o sangue e os tecidos. • FÁRMACO LIGADO À PROTEíNA PLASMÁTICA = FÁRMACO INATIVO. • FÁRMACO LIVRE = EFEITO FARMACOLÓGICO. •Efeito farmacológico passa a ter efeito indesejado quando aquele fármaco ultrapassa a sua concentração necessária aquela ação Ligação à proteínas plasmáticas: • Albumina: fármacos ácidos. • Glicoproteína .ácida: fármacos básicos. • Ligações inespecíficas à algumas outras proteínas. • Em geral reversível. Fração total do fármaco no plasma ligado à proteínas depende: • Da concentração do fármaco (mais alta mais fármaco livre, porque satura as proteínas). • Da afinidade do fármaco pela proteína. DISTRIBUIÇÃO LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 • Da concentração de sítios disponíveis (pacientes com menos proteínas terão menos sítios de ligação e vice-versa). Condições clínicas que aumentam a fração livre do fármaco: • Hipoalbunemia (desnutrição, cirrose). • Envelhecimento. • Gestação (hemodiluída). • Competição entre fármacos (o que se ligar menos, a proteína vai sobrar mais e está ativo e vice-versa). • Suscetíveis: sofrem a ação do fármaco, onde o fármaco vai agir.. • Ativos: metabolizam o fármaco (fígado). • Indiferentes: reservatório temporário (tec. adiposo).. • Emunctórios: excretam o fármaco (rins). Ligação aos tecidos: • Sistema Nervoso Central. • Ossos. • Gordura. REDISTRIBUIÇÃO: processo de 2 onda do medicamento. Medicamentos muito lipofilicos, por exemplo,acabam ficando armazenado nos adipócitos. O que ocorre é que após o fígado metabolizar um pouco dessa substância que estava circulante, os adipócitos começam a liberar suas reservas de fármaco devido a diferença de concentração entre o adipócito e o sangue. aumentando então a quantidade de fármaco circulante e reativando sua ação. BARREIRAS ANATÔMICAS: • Hematoencefálica. • Hemato-testicular. • Placentária. (BIOTRANSFORMAÇÃO) • Xenobióticos: compostos que não são bem vindos ao organismo. • Transformações na tentativa de eliminação ou inativação do fármaco. • FÍGADO, pulmões e rins. OBJETIVO • Término da ação. • Facilitar a eliminação. • Ativação (Enalapril, Clopidogrel = pró- fármacos). • Fase de INATIVAÇÃO. • Alteram a atividade do fármaco (hidrossolúvel). • Produzem grupos reativos (OH, COOH, NH2). • Compostos inativos ou não. • Oxidação, redução ou hidrólise. TECIDOS METABOLISMO FASE 1 LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 • É CATABÓLICA.. Retiram moléculas do fármaco afim de transforma-lo em hidrossolúvel. • Principal enzima: CITOCROMO P450 (CYP450). • 74 famílias. • Retícu lo endoplasmát ico l iso do hepatócito. • CONJUGAÇÃO: ligação do fármaco com compostos hidrossolúveis. Recebe compostos hidrossolúveis geralmente acido glicurônico. • Compostos inativos. • É ANABÓLICA. Profármacos: Compostos farmacologicamente inativos que são convertidos em compostos ativos durante a biotransformação. (efeitos de primeira passagem). Meia vida: Tempo neces sá r i o pa r a que a concentração plasmática de um fármaco seja reduzida pela metade. • Processo pelo qual um fármaco ou seu metabólito é eliminado pelo organismo. • R i n s s ã o o s p r i n c i p a i s responsáveis pelo p r o c e s s o d e eliminação. • Pulmões, fígado (bile), pele (suor), saliva, lágrima, leite materno. Filtração glomerular: • 20% • Moléculas <20.000 Da • Albumina normalmente não é filtrada. Secreção tubular ativa: • Os que não sofreram filtração. • Transporte ativo. • Fármacos ligados à proteínas. FASE 2 ELIMINAÇÃO VIA RENAL LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 Reabsorção tubular passiva • Efeito de primeira passagem • I n t e r v a l o d e t e m p o e n t r e a administração e o efeito desejado • Depende da relação entre a absorção e a distribuição. • Pode ser influenciado negativamente pela excreção., uma vez que excreção aumentada vai fazer o fármaco demorar a alcançar a concentração mínima necessária porque não vai estar dando tempo dele concentrar na urina porque está sempre sendo excretado. • Momento quando a concentração máxima é atingida. • Depende do processo ADME. • Intervalo entre o início e o fim da ação do fármaco. • Depende da distribuição e da excreção. • É uma medida de eficiência do organismo em eliminar os fármacos da circulação (ml/kg/min). • Representa a faixa de concentração entre a dose mínima para uma fármaco provocar o seu efeito terapêutico e a dose a partir da qual este passa a provocar efeitos tóxicos. VIA HEPÁTICA LATÊNCIA PICO DE AÇÃO DURAÇÃO DE EFEITO DEPURAÇÃO (CLEARANCE) JANELA TERAPÊUTICA LAURA ARAUJO - MED102 AULA 1 Exercícios 1 ) Em um paciente em estado grave, necessitando de tratamento imediato, qual a melhor via de administração de um fármaco visando o efeito máximo e rápido para reversão do quadro? A) ORAL B) INTRAMUSCULAR C) INTRAVENOSA D) RETAL E) TRANSDÉRMICA A Ação da intravenosa é mais rápida, uma vez que “pula” o processo de absorção, indo direto para a distribuição, já que o conteúdo é inserido direto na corrente sanguínea. 2 ) qual das opções abaixo contém situações que podem influenciar mais diretamente na absorção de um fármaco oral? a) doenças desabsortivas e nível de consciência b) d o e n ç a s p u l m o n a r e s e insuficiência renal c) insuficiência cardíaca e glaucoma d) doenças dermatológ icas e insuficiência hepática 3 ) qual é o principal órgão que está relacionado d iretamente com o metabolismo dos fármacos e o principal órgão relacionado com a eliminação? metabolismo: fígado excreção: rim. 4 ) paciente com quadro de crise convulsiva, sendo administrado diazepam. quais seriam os sistemas ou órgãos classificados como: a) tecido suscetível: sistema nervoso central b) tecido ativo: fígado. c) tecido indiferente: tecido adiposo. d) tecido emunctório: rins. 5) qual das reações abaixo é clássica da fase 2 do metabolismo? a) oxidação b) hidrólise c) conjugação d) redução 6 ) um fármaco que alcança o seu efeito terapêutico com a dose de 40mg e tem sua meia vida de 4 horas, quando administrado na dose de 200mg, terá o seu efeito por quanto tempo? 1 2 HORAS a meia vida é 4 horas. foi administrado 200 mg, logo, nas primeiras 4 horas cai pra 100mg (1/2), com mais 4 h (8h totais) cai pra 50mg (1/2), com mais 4h (somando 1 2h), cai pra 25mg, porém a dose terapêutica é 40mg, logo, 25mg não fará mais efeito, então esse efeito durará 1 2 horas.
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