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Gestão da Segurança do Trabalho Aula 3: Normas jurídicas para a Gestão da Segurança no Trabalho: OIT, Declaração Universal dos Direitos Humanos e Consolidação das Leis do Trabalho Apresentação Abordaremos marcos legislativos internacionais e nacionais ainda na primeira metade do século XX, demonstrando o efeito da Revolução Industrial e seus impactos no ambiente laboral no mundo e no Brasil. A criação da Organização Internacional do Trabalho, a Consolidação das Leis do Trabalho e, por último, a Declaração Universal dos Direitos Humanos permitem uma visão genérica a respeito da normatização e preocupação material com a segurança e saúde dos trabalhadores. É etapa preparatória para a aula 04 que aprofunda as Normas Regulamentadoras, de geração secundária, na segunda metade do século XX. Objetivos Analisar a transformação legislativa das relações de trabalho no decorrer do século XX, nas décadas iniciais e pós- guerras mundiais; Esclarecer a elevação do direito ao trabalho seguro e saudável ao status de Direito Humano e Fundamental no Brasil e no mundo; Identi�car a preocupação com relação à segurança e saúde das relações de trabalho na transição dos séculos XX e XXI. Antecedentes históricos e a criação da OIT- Organização Internacional do Trabalho Você deve estar imaginando o que a Organização Internacional do Trabalho (a partir de agora, OIT), tem a ver com suas atividades laborais de hoje, pleno século XXI. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online E qual a relação da OIT com a gestão da segurança do trabalho? Mesmo tratando de fatos, decisões e normas do século passado, saiba que muito do que hoje fazemos no automático em matéria de segurança e saúde do trabalhador tem origem no ambiente de vida e trabalho que existia nas primeiras décadas do século anterior. Como vimos nas aulas anteriores, o Brasil e o mundo viviam, na transição do século XIX e início do século XXI, uma explosão de atividades ligadas aos avanços da invenção do vapor e, posteriormente, da Revolução Industrial propriamente dita. Fábricas e mais fábricas eram instaladas e o acesso de adultos (homens e mulheres), crianças e idosos em busca de sustento no “novo” modelo de vida que se impunha nas grandes cidades era latente. Por sua vez, os empregadores, seja pela falta de regulamentação diferenciada dos contratos de trabalho (se comparados aos demais contratos jurídicos), seja pela ganância e guerra comercial em prol de maior produção a menor custos, tampouco poupavam esforços no aproveitamento da mão de obra, aproveitando- se de sua posição social e econômica para impor as regras do jogo. Neste cenário, o Brasil, recém liberto da escravidão formal da Lei Áurea de 1888 e mergulhado na confusa República, sangrava mais ainda pela ausência de operários com formação e pela invasão de imigrantes, predominantemente europeus. Diversos são os fatos e acontecimentos que marcaram, em território nacional, o entrave da oferta e procura por trabalho. Surgem e se fortalecem nas primeiras décadas os sindicatos e organizações de mútuo amparo e auxílio, que mais tarde chegariam às ideias que temos hoje sobre previdência social (e, mais recentemente, previdência privada). Eram iniciativas de trabalhadores em busca de soluções que pudessem conter, de algum modo, a perpetuação de abusos em relação à oferta e condições de trabalho à época. Já em meados da primeira década dos anos 1900 Os operários brasileiros se mobilizaram em prol de atos de greve por melhores condições de trabalho, jornadas mais brandas etc. Os trabalhadores portuários em Santos e Rio de Janeiro, bem como ferroviários, foram grandes lutadores em prol das necessárias mudanças. A reação do poder público foi tentar, através da repressão e legislação especí�ca, retaliar a participação de operários brasileiros e imigrantes (em grande número), prevendo, inclusive, a expulsão dos últimos em casos de participação em tais movimentos, o que não deu muito certo. (Fonte: MicroOne / Shutterstock) Já na década seguinte A greve geral de 1917 retrata bem o delicado momento que o acesso ao trabalho atravessava, ainda mais com os efeitos diretos e indiretos da I grande guerra mundial, demonstrando a força do movimento operário e seus anseios por melhores condições de acesso e permanência no trabalho. Mais uma vez a reação do poder público foi dar continuidade a uma política pública de retaliação aos movimentos, continuando com ataques aos estrangeiros e culminando no que �cou conhecida como a lei adolfo gordo, em referência a um in�uente político republicano, autor e mentor de leis de expulsão de estrangeiros e da lei de acidentes de trabalho, já em 1919. (Fonte: Janis Abolins / Shutterstock) No campo especí�co de nosso interesse na gestão da segurança e saúde do trabalhador, o Decreto nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919 é um importante marco, e não deve ser desconsiderado da realidade atual na qual vivemos, pois muitos empregadores e empregados, seja por desconhecimento ou dolo, relutam em aplicar normas e respeitar direitos criados há exatamente 100 anos. Saiba mais O tema do trabalho também causava alvoroço em outras partes do mundo, em especial com relação às mulheres e seu papel na luta por melhores condições de segurança, jornada e outros direitos. Não houve apenas uma greve de operárias famosas em Nova York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, gerando óbito de mulheres, homens e crianças, mas sim uma série de movimentos sociais de operários e familiares. Culminando ou não em greves e tragédias, demonstravam que, para além de guerra e ideologias políticas capitalistas ou socialistas, o tema do trabalho fervia ao redor do mundo. A OIT é fundada em meio às movimentações sociais de classes, resquícios e efeitos de batalhas e uma tentativa internacional de melhor promover a justiça social no campo das relações do trabalho no mundo. Desde então, vem desempenhando um papel de destaque em face de seus Estados- membros, hoje no montante de 187, com participação efetiva de representantes dos Estados (governos), empregadores e empregados. Sem prejuízo de toda a riqueza de detalhes que pode ser alcançada no site da OIT, o conceito de “trabalho decente” é talvez um dos mais importantes a ser tratado em nossa disciplina. Para a OIT e, consequentemente, para os Estados-membros (e o Brasil faz parte), “trabalho decente” é aquele que consegue ser: Produtivo e de qualidade. Em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas. Fundamental para a superação da pobreza e redução das desigualdades sociais. Garantia da governabilidade democrática e desenvolvimento sustentável. Repare que, ao contrário do que muitos pensam (ainda hoje), a segurança não é um tema próprio, dissociado do direito ao trabalho. Não! Trabalho contempla a necessidade da segurança e, consequentemente, da saúde das pessoas em respeito ao que se convenciona chamar do conjunto amplo da Dignidade Humana, expressão e ideia hoje previstas em nossas leis e Constituições mundo afora. E se você pensa que a OIT está muito longe de você aqui no Brasil, veja algumas ações recentes que podem mudar sua maneira de pensar: 2017 - MPT e OIT lançam Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. Trata-se de um fantástico portal digital acessível a todos sobre dados nacionais de segurança do trabalho. Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Repare em quantos dados estão disponíveis para sua organização. Você, como gestor da segurança e saúde dos trabalhadores, pode, para além de adotar formalmente as diversas medidas previstas em lei, planejar uma série de medidas preventivas e justi�cá-las, mediante dados de incidências, prejuízos para empregadores, empregados e poder público. Leitura Veja, por exemplo, a ordem de grandeza das perdas, entre 2012 a 2016, com acidentes do de trabalho: R$ 250 milhões e cerca de R$ 20 bilhões pagos com os respectivos benefíciosacidentários, vidas humanas impactadas e uma imagem de desgaste na competitividade nacional e internacional. https://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_551769/lang--pt/index.htm Para além do tema do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, veja quantos outros projetos a OIT tem para o Brasil, rati�cando a ideia e a realidade do Direito Fundamental ao trabalho como um Direito Humano envolvendo, necessariamente, segurança e saúde: javascript:void(0); Programas e projetos no Brasil (dados da página da OIT). Projeto de Estruturação da Agenda Regional de Trabalho Decente de Carajás (2017-2018). Projeto Algodão com Trabalho Decente (2015-2019). Cooperação Sul-Sul para Proteção dos Direitos de Trabalhadores e Trabalhadoras Migrantes na Região da América Latina e Caribe (2015 – 2017). Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável por meio do Trabalho Decente e da Proteção Social (2014 -2017). Consolidando e Disseminando Esforços para Combater o Trabalho Forçado no Brasil e no Peru (2012 – 2018). Estratégias para Acelerar o Ritmo da Erradicação das Piores Formas de Trabalho Infantil (2012 – 2018). Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo Suporte à Educação – ARISE (Janeiro 2012 – 2018). Projeto de Apoio ao Programa de Parceria para a Prevenção e Eliminação do Trabalho Infantil nas Américas (2009 – 2019). Assim, você pode con�rmar que a OIT, bem como a atuação brasileira, traz resultados efetivos para a gestão da segurança do trabalho no Brasil, em conjunto com as normas internas que, desde o início do século passado, permeiam os cuidados jurídicos com o tema. Reveja, apenas em parte, a legislação que foi produzida no Brasil: Em 1930 É criado o Ministério do Trabalho do Brasil através do Decreto nº 19.433. Em 1932 Os decretos nº 21.417 e nº 22.042 regulamentam ainda mais ainda os aspectos da prevenção de acidentes de trabalho, abordando temas como insalubridade e periculosidade. javascript:void(0); Em 1940 A duração do trabalho em atividades privadas foi regulamentada pelo Decreto-Lei nº 2.308 de 13 de junho de 1940. Em 1942 A criação do DHST (Departamento de Higiene e Segurança do Trabalho) pelos Decreto nº 5.092 tem a �nalidade de �scalizar as empresas e elaborar as normas especí�cas de prevenção de acidentes de trabalho. Em 1943 A criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), pelo Decreto Lei nº 5.452, não �naliza nem interrompe, mas como o próprio nome diz, consolida, de forma mais ou menos organizada, aspectos de direito material e processual das relações do trabalho, entre elas, como foi visto, os temas de segurança e saúde do trabalhador. Consolidação das Leis do Trabalho e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (Fonte: Gabriel_Ramos / Shutterstock) Nas aulas anteriores citamos dois importantes documentos jurídicos que tutelam os direitos e deveres oriundos das relações que se estabelecem em prol do trabalho no Brasil e no mundo. A CLT é dividida em um Livro (implícito) com XI Títulos, Capítulos e Seções, destacando-se aqui, sem prejuízo de conexões com outros artigos e leis especiais, as seguintes partes, diretamente inerentes à segurança e saúde do trabalhador: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online CLT Clique no botão acima. CLT Título II – Das normas gerais de tutela do trabalho Da Segurança e da Medicina do Trabalho (artigos 154 a 223) – dispositivos gerais e especí�cos relacionados às relações jurídicas, direitos e obrigações dos empregados, empregadores, sindicatos e poder público (Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho). Veja, por exemplo, a redação das Disposições Gerais (154 a 159) que atribuem diretrizes e imputam responsabilidades (obrigações objetivas a órgãos de �scalização, empregadores, empregados e outros): Diretrizes – Responsabilidades: Diretrizes – Fiscalização: Fiscalização – Competências: Art. 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste CapituloCapítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) I. estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) II. coordenar, orientar, controlar e supervisionar a �scalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) III. conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) I. promover a �scalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) II. adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) III. impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Obrigações – Empresas: Obrigações -– Empregados: Competências – Delegação: Título III – Das normas especiais de tutela do trabalho Disposições Especiais – Duração e Condições de Trabalho – Pro�ssões variadas, Tutela do Trabalho da Mulher e do Menor (arts. 224 a 441), dispositivos relacionados à duração e condições do trabalho em pro�ssões especiais de acordo com atividade econômica. O tema está diretamente envolvido com a Gestão da Segurança do Trabalho, pois limita o labor em tempo, espaço e condições de acordo com cada atividade econômica. É uma área que tem bastante interação com as Normas Regulamentadoras, que serão objeto de nossa próxima aula. Veja, por exemplo, que recente decisão do STF (29/05/2019) invalidou as disposições inseridas no artigo 394-A, I e II da CLT a respeito da presença e trabalho das mulheres grávidas em locais insalubres por ocasião da Reforma Trabalhista de 2017. (http ://www .stf .jus .br /portal /cms /verNoticiaDetalhe .asp ?idConteudo =412571) Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) I. cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) II. instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) III. adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) IV. facilitar o exercício da �scalização pela autoridade competente. Art. 158 - Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) I. observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) II. colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injusti�cada: (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) a. à observância das instruções expedidaspelo empregador na forma do item II do artigo anterior; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) b. ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 159 - Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de �scalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo. javascript:void(0); Por ocasião do julgamento, não obstante a pressão de setores mais liberais do mercado, prevaleceu a ideia da proteção ao extremo da maternidade e não a livre manifestação de mães e médicos, o que seria, na visão de alguns, um retrocesso social. Atenção: Apesar da polêmica, o caso é signi�cativo para demonstrar que, mesmo em sedes de organizações privadas e com legislação recentemente aprovada, o tema da segurança e saúde extrapola formalismos prontos e tem sido judicializado (levado ao Poder Judiciário), em claro sinal de tutela preventiva e reativa. O tema merecerá atenção em aulas futuras, em análise especí�ca dos impactos da Reforma Trabalhista de 2017. Sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos Com pouca distância temporal da CLT (1943 – 1948), mas com uma pegada diferenciada e mais ampla, inclusive com preocupações do pós-guerra ( II Grande Guerra Mundial), a Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada por origens jurídicas e culturais diversas (o que é um grande desa�o) foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III), como uma norma a ser alcançada, aplicada e que pudesse servir de inspiração para a regulação jurídica constitucional de diversos países que, mais cedo ou mais tarde, promoveriam alterações mais democráticas em suas cartas políticas. Os direitos ao trabalho seguro e saudável estão previstos, com especial atenção aos artigos 23º, 24º e 25º. Veja: A título de ilustração, veja três casos de repercussão nacional e internacional com ênfase na Declaração Universal dos Direitos Humanos como norte de orientação na adoção de medidas preventivas e reativas: Caso 1 - Artigo 24: Direito a repouso e lazer Artigo 23 1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego; 2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual; 3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecão social; 4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se �liar em sindicatos para defesa dos seus interesses. Artigo 24 Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas. Artigo 25 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida su�ciente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade; 2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social. javascript:void(0); Um caso de artigo da Declaração (art. 24) em destaque na ONU, com ênfase na importância do direito ao repouso e lazer, temas diretamente relacionados a um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. Caso 2 - Tutela processual dos Direitos Humanos nas relações de trabalho Visão de um jurista e Juiz do Trabalho no Brasil. Caso 3 - Os possíveis impactos da reforma da legislação trabalhista na saúde do trabalhador Importante texto acadêmico da publicado pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho e de autoria de Belisa Souza Costa; Sueli de Souza Costa e Cynthia Leonis Dias Cintra. Atividade 1. A OIT – Organização Internacional do Trabalho: a) Não contribuiu para o incremento da tutela de direitos trabalhistas de segurança e saúde no Brasil. b) Contribuiu e continua contribuindo para a tutela de direitos trabalhistas de segurança e saúde no Brasil. c) Não afeta o Brasil ou Mercosul, mas apenas a União Europeia. d) Foi uma iniciativa de empregadores norte-americanos preocupados com os direitos de crianças, mulheres e idosos no mercado de trabalho. e) Não teve efetividade antes da II Grande Guerra Mundial. 2. A respeito da proteção jurídica da segurança e saúde dos trabalhadores na CLT, marque a opção correta: a) A CLT apenas protegeu tais direitos após a Constituição da República Federativa de 1988. b) A CLT apenas protege direitos dos empregados, sem impor restrições aos empregadores. c) A CLT não trata de acidentes de trabalho. Tal tema é apenas de competência das Normas Regulamentadoras. d) A CLT tutela a Segurança e Medicina do Trabalho. e) A CLT não atua na tutela de direitos de duração e contrato de trabalho. 3. O exame médico por conta do empregador é: a) Uma obrigação da CLT apenas na admissão. b) Uma obrigação da CLT apenas periodicamente e na dispensa, pois na admissão aproveita-se o exame médico de demissão/admissão anterior. c) Previsto na CLT para admissão, tempo periódico e demissão. d) Uma faculdade, podendo as partes contratantes, inclusive as grávidas, dispensar tal exame mediante declaração de estado de saúde. e) Previsto em Norma Regulamentadora, mas não na CLT, pois esta é uma legislação geral, não específica para cada profissão e necessidades pontuais. javascript:void(0); javascript:void(0); 4. É incorreto a�rmar que a CLT: a) Trata de acidentes de trabalho. b) Trata da duração e condições de jornadas de trabalho. c) Trata da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes como uma faculdade para as organizações. d) Trata do Conforto Térmico do local de trabalho. e) Trata da Iluminação do local de trabalho. 5. A Declaração Universal dos Direitos Humanos afetou a legislação de proteção jurídica do trabalho seguro e saudável? a) Não, pois continuamos com a CLT de 1943, mesmo após a Declaração Universal dos Direitos Humanos. b) Não, pois o direito ao trabalho é de índole privado, comercial. c) Sim, pois o direito do trabalho foi regulado, sendo posteriormente ratificado por leis internas no Brasil (CRFB 88) e outros países do mundo. d) Sim, mas apenas do serviço público, considerando o poder de fiscalização dos órgãos do governo na Administração Pública. e) Não, pois o Brasil entende o direito ao trabalho como um direito fundamental e não um direito humano. Notas Referências ATLAS, Equipe. Segurança e Medicina do Trabalho. 78. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2019. BRASIL. Senado Federal. Decreto nº 1313, de 17 de janeiro de 1891. Disponível em: http ://legis .senado .leg .br /norma /392104. Acesso em: 22 jun. 2019. BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de 1891. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /constituicao /constituicao91 .htm. Acesso em: 22 jun. 2019. BRASIL. Decreto nº 19.433, de 26 de novembro de 1930. Disponível em https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret /1930 -1939 /decreto -19433 -26 -novembro -1930 -517354 -publicacaooriginal -1 -pe .html. Acesso em: 22 jun. 2019. BRASIL. Decreto nº 21.417-A, de 26 de maio de 1932. Disponível em: https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret /1930 -1939 /decreto -21417 -a -17 -maio -1932 -526754 -publicacaooriginal -1 -pe .html. Acesso em: 22 jun. 2019. BRASIL. Decreto nº 22.042, de 3 de novembro de 1932. Disponível em: https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret /1930 -1939 /decreto -22042 -3 -novembro -1932 -499365 -publicacaooriginal-1 -pe .html. Acesso em: 22 jun. 2019. Brasil. Decreto nº 3.714, de 15 de janeiro de 1919. Disponível em: https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret /1910 -1919 /decreto -3714 -15 -janeiro -1919 -570985 -publicacaooriginal -94081 -pl .html. Acesso em: 22 jun. 2019. CAMISASSA, Mara Queiroga. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descomplicadas. 5a ed. São Paulo: Método, 2018. Próxima aula Normas jurídicas para a Gestão da Segurança no Trabalho; Normas Regulamentadoras; javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); CRFB 88. Explore mais Leia os textos: Organização Internacional do Trabalho: Escritório no Brasil Notícias OIT Greves operárias na Primeira República Declaração Universal dos Direitos Humanos Consolidação das leis do trabalho javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
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