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Normas jurídicas para a Gestão da Segurança no Trabalho

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Gestão da Segurança do Trabalho
Aula 3: Normas jurídicas para a Gestão da Segurança no
Trabalho: OIT, Declaração Universal dos Direitos Humanos e
Consolidação das Leis do Trabalho
Apresentação
Abordaremos marcos legislativos internacionais e nacionais ainda na primeira metade do século XX, demonstrando o
efeito da Revolução Industrial e seus impactos no ambiente laboral no mundo e no Brasil. A criação da Organização
Internacional do Trabalho, a Consolidação das Leis do Trabalho e, por último, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos permitem uma visão genérica a respeito da normatização e preocupação material com a segurança e saúde
dos trabalhadores.
É etapa preparatória para a aula 04 que aprofunda as Normas Regulamentadoras, de geração secundária, na segunda
metade do século XX.
Objetivos
Analisar a transformação legislativa das relações de trabalho no decorrer do século XX, nas décadas iniciais e pós-
guerras mundiais;
Esclarecer a elevação do direito ao trabalho seguro e saudável ao status de Direito Humano e Fundamental no Brasil
e no mundo;
Identi�car a preocupação com relação à segurança e saúde das relações de trabalho na transição dos séculos XX e
XXI.
Antecedentes históricos e a criação da OIT- Organização
Internacional do Trabalho
Você deve estar imaginando o que a Organização Internacional do Trabalho (a partir de agora, OIT), tem a ver com suas
atividades laborais de hoje, pleno século XXI.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
E qual a relação da OIT com a gestão da segurança do
trabalho?
Mesmo tratando de fatos, decisões e normas do século passado, saiba que muito do que hoje fazemos no automático em
matéria de segurança e saúde do trabalhador tem origem no ambiente de vida e trabalho que existia nas primeiras décadas do
século anterior.
Como vimos nas aulas anteriores, o Brasil e o
mundo viviam, na transição do século XIX e
início do século XXI, uma explosão de atividades
ligadas aos avanços da invenção do vapor e,
posteriormente, da Revolução Industrial
propriamente dita. Fábricas e mais fábricas
eram instaladas e o acesso de adultos (homens
e mulheres), crianças e idosos em busca de
sustento no “novo” modelo de vida que se
impunha nas grandes cidades era latente.

Por sua vez, os empregadores, seja pela falta de
regulamentação diferenciada dos contratos de
trabalho (se comparados aos demais contratos
jurídicos), seja pela ganância e guerra comercial
em prol de maior produção a menor custos,
tampouco poupavam esforços no
aproveitamento da mão de obra, aproveitando-
se de sua posição social e econômica para
impor as regras do jogo.
Neste cenário, o Brasil, recém liberto da escravidão formal da Lei Áurea de 1888 e mergulhado na confusa República, sangrava
mais ainda pela ausência de operários com formação e pela invasão de imigrantes, predominantemente europeus. Diversos
são os fatos e acontecimentos que marcaram, em território nacional, o entrave da oferta e procura por trabalho.
Surgem e se fortalecem nas primeiras décadas os sindicatos e organizações de mútuo amparo e auxílio, que mais tarde
chegariam às ideias que temos hoje sobre previdência social (e, mais recentemente, previdência privada). Eram iniciativas de
trabalhadores em busca de soluções que pudessem conter, de algum modo, a perpetuação de abusos em relação à oferta e
condições de trabalho à época.
Já em meados da primeira década dos anos 1900
Os operários brasileiros se mobilizaram em prol de atos de greve por melhores condições de trabalho, jornadas mais brandas
etc. Os trabalhadores portuários em Santos e Rio de Janeiro, bem como ferroviários, foram grandes lutadores em prol das
necessárias mudanças.
A reação do poder público foi tentar, através da repressão e legislação especí�ca, retaliar a participação de operários brasileiros
e imigrantes (em grande número), prevendo, inclusive, a expulsão dos últimos em casos de participação em tais movimentos, o
que não deu muito certo.
 (Fonte: MicroOne / Shutterstock)
Já na década seguinte
A greve geral de 1917 retrata bem o delicado momento que o acesso ao trabalho
atravessava, ainda mais com os efeitos diretos e indiretos da I grande guerra
mundial, demonstrando a força do movimento operário e seus anseios por
melhores condições de acesso e permanência no trabalho.
Mais uma vez a reação do poder público foi dar continuidade a uma política
pública de retaliação aos movimentos, continuando com ataques aos estrangeiros
e culminando no que �cou conhecida como a lei adolfo gordo, em referência a um
in�uente político republicano, autor e mentor de leis de expulsão de estrangeiros e
da lei de acidentes de trabalho, já em 1919.
 (Fonte: Janis Abolins / Shutterstock)
No campo especí�co de nosso interesse na gestão da segurança e saúde do trabalhador, o Decreto nº 3.724, de 15 de janeiro
de 1919 é um importante marco, e não deve ser desconsiderado da realidade atual na qual vivemos, pois muitos empregadores
e empregados, seja por desconhecimento ou dolo, relutam em aplicar normas e respeitar direitos criados há exatamente 100
anos.
Saiba mais
O tema do trabalho também causava alvoroço em outras partes do mundo, em especial com relação às mulheres e seu papel
na luta por melhores condições de segurança, jornada e outros direitos. Não houve apenas uma greve de operárias famosas
em Nova York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, gerando óbito de mulheres, homens e crianças,
mas sim uma série de movimentos sociais de operários e familiares. Culminando ou não em greves e tragédias, demonstravam
que, para além de guerra e ideologias políticas capitalistas ou socialistas, o tema do trabalho fervia ao redor do mundo.
A OIT é fundada em meio às movimentações sociais de classes, resquícios
e efeitos de batalhas e uma tentativa internacional de melhor promover a
justiça social no campo das relações do trabalho no mundo. Desde então,
vem desempenhando um papel de destaque em face de seus Estados-
membros, hoje no montante de 187, com participação efetiva de
representantes dos Estados (governos), empregadores e empregados.
Sem prejuízo de toda a riqueza de detalhes que pode ser alcançada no site da OIT, o conceito de “trabalho decente” é talvez um
dos mais importantes a ser tratado em nossa disciplina.
Para a OIT e, consequentemente, para os Estados-membros (e o Brasil faz parte), “trabalho decente” é aquele que consegue ser:
Produtivo e de qualidade.
Em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas.
Fundamental para a superação da pobreza e redução das desigualdades sociais.
Garantia da governabilidade democrática e desenvolvimento sustentável.
Repare que, ao contrário do que muitos pensam (ainda hoje), a segurança não é um tema próprio, dissociado do direito ao
trabalho. Não! Trabalho contempla a necessidade da segurança e, consequentemente, da saúde das pessoas em respeito ao
que se convenciona chamar do conjunto amplo da Dignidade Humana, expressão e ideia hoje previstas em nossas leis e
Constituições mundo afora.
E se você pensa que a OIT está muito longe de você aqui no Brasil, veja algumas ações recentes que podem mudar sua
maneira de pensar:
2017 - MPT e OIT lançam Observatório Digital de Saúde
e Segurança do Trabalho. Trata-se de um fantástico
portal digital acessível a todos sobre dados nacionais de
segurança do trabalho.
Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Repare em quantos dados estão disponíveis para sua organização. Você, como gestor da segurança e saúde dos
trabalhadores, pode, para além de adotar formalmente as diversas medidas previstas em lei, planejar uma série de medidas
preventivas e justi�cá-las, mediante dados de incidências, prejuízos para empregadores, empregados e poder público.
Leitura
Veja, por exemplo, a ordem de grandeza das perdas, entre 2012 a 2016, com acidentes do de trabalho: R$ 250 milhões e cerca
de R$ 20 bilhões pagos com os respectivos benefíciosacidentários, vidas humanas impactadas e uma imagem de desgaste na
competitividade nacional e internacional.
https://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_551769/lang--pt/index.htm
Para além do tema do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, veja quantos outros projetos a OIT tem para o
Brasil, rati�cando a ideia e a realidade do Direito Fundamental ao trabalho como um Direito Humano envolvendo,
necessariamente, segurança e saúde:
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 Programas e projetos no Brasil (dados da página da OIT).

Projeto de Estruturação da Agenda Regional de Trabalho Decente de Carajás
(2017-2018).
 Projeto Algodão com Trabalho Decente (2015-2019).

Cooperação Sul-Sul para Proteção dos Direitos de Trabalhadores e
Trabalhadoras Migrantes na Região da América Latina e Caribe (2015 –
2017).

Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável por
meio do Trabalho Decente e da Proteção Social (2014 -2017).

Consolidando e Disseminando Esforços para Combater o Trabalho Forçado
no Brasil e no Peru (2012 – 2018).

Estratégias para Acelerar o Ritmo da Erradicação das Piores Formas de
Trabalho Infantil (2012 – 2018).

Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo Suporte à Educação – ARISE
(Janeiro 2012 – 2018).

Projeto de Apoio ao Programa de Parceria para a Prevenção e Eliminação do
Trabalho Infantil nas Américas (2009 – 2019).
Assim, você pode con�rmar que a OIT, bem como a atuação brasileira, traz resultados efetivos para a gestão da segurança do
trabalho no Brasil, em conjunto com as normas internas que, desde o início do século passado, permeiam os cuidados jurídicos
com o tema. Reveja, apenas em parte, a legislação que foi produzida no Brasil:
Em 1930
É criado o Ministério do Trabalho do Brasil
através do Decreto nº 19.433.
Em 1932
Os decretos nº 21.417 e nº 22.042
regulamentam ainda mais ainda os aspectos
da prevenção de acidentes de trabalho,
abordando temas como insalubridade e
periculosidade.


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Em 1940
A duração do trabalho em atividades privadas
foi regulamentada pelo Decreto-Lei nº 2.308
de 13 de junho de 1940.
Em 1942
A criação do DHST (Departamento de Higiene
e Segurança do Trabalho) pelos Decreto nº
5.092 tem a �nalidade de �scalizar as
empresas e elaborar as normas especí�cas
de prevenção de acidentes de trabalho.
Em 1943
A criação da CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), pelo Decreto Lei nº 5.452, não
�naliza nem interrompe, mas como o próprio
nome diz, consolida, de forma mais ou
menos organizada, aspectos de direito
material e processual das relações do
trabalho, entre elas, como foi visto, os temas
de segurança e saúde do trabalhador.
Consolidação das Leis do Trabalho e a Declaração Universal dos
Direitos Humanos
 (Fonte: Gabriel_Ramos / Shutterstock)
Nas aulas anteriores citamos dois importantes documentos
jurídicos que tutelam os direitos e deveres oriundos das
relações que se estabelecem em prol do trabalho no Brasil e
no mundo.
A CLT é dividida em um Livro (implícito) com XI Títulos,
Capítulos e Seções, destacando-se aqui, sem prejuízo de
conexões com outros artigos e leis especiais, as seguintes
partes, diretamente inerentes à segurança e saúde do
trabalhador:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online



 CLT
 Clique no botão acima.
CLT
Título II – Das normas gerais de tutela do trabalho
Da Segurança e da Medicina do Trabalho (artigos 154 a 223) – dispositivos gerais e especí�cos relacionados às
relações jurídicas, direitos e obrigações dos empregados, empregadores, sindicatos e poder público (Ministério do
Trabalho e Ministério Público do Trabalho). Veja, por exemplo, a redação das Disposições Gerais (154 a 159) que
atribuem diretrizes e imputam responsabilidades (obrigações objetivas a órgãos de �scalização, empregadores,
empregados e outros):
Diretrizes – Responsabilidades:
Diretrizes – Fiscalização:
Fiscalização – Competências:
Art. 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste CapituloCapítulo, não
desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam
incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se
situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas
de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e
medicina do trabalho: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I. estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste
Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
II. coordenar, orientar, controlar e supervisionar a �scalização e as demais atividades
relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional,
inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; (Incluído pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977)
III. conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões
proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do
trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua
jurisdição: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I. promover a �scalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho;
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
II. adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo,
determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
III. impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo,
nos termos do art. 201. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Obrigações – Empresas:
Obrigações -– Empregados:
Competências – Delegação:
Título III – Das normas especiais de tutela do trabalho
Disposições Especiais – Duração e Condições de Trabalho – Pro�ssões variadas, Tutela do Trabalho da Mulher e do
Menor (arts. 224 a 441), dispositivos relacionados à duração e condições do trabalho em pro�ssões especiais de
acordo com atividade econômica.
O tema está diretamente envolvido com a Gestão da Segurança do Trabalho, pois limita o labor em tempo, espaço e
condições de acordo com cada atividade econômica. É uma área que tem bastante interação com as Normas
Regulamentadoras, que serão objeto de nossa próxima aula. Veja, por exemplo, que recente decisão do STF
(29/05/2019) invalidou as disposições inseridas no artigo 394-A, I e II da CLT a respeito da presença e trabalho das
mulheres grávidas em locais insalubres por ocasião da Reforma Trabalhista de 2017.
(http ://www .stf .jus .br /portal /cms /verNoticiaDetalhe .asp ?idConteudo =412571)
Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I. cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977)
II. instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514,
de 22.12.1977)
III. adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; (Incluído
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
IV. facilitar o exercício da �scalização pela autoridade competente.
Art. 158 - Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I. observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que
trata o item II do artigo anterior; (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
II. colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. (Redação dada pela
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injusti�cada: (Incluído pela Lei
nº 6.514, de 22.12.1977)
a. à observância das instruções expedidaspelo empregador na forma do item II do artigo
anterior; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
b. ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. (Incluído
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 159 - Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a
outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de �scalização ou orientação às
empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo.
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Por ocasião do julgamento, não obstante a pressão de setores mais liberais do mercado, prevaleceu a ideia da
proteção ao extremo da maternidade e não a livre manifestação de mães e médicos, o que seria, na visão de alguns,
um retrocesso social.
Atenção: Apesar da polêmica, o caso é signi�cativo para demonstrar que, mesmo em sedes de organizações
privadas e com legislação recentemente aprovada, o tema da segurança e saúde extrapola formalismos prontos
e tem sido judicializado (levado ao Poder Judiciário), em claro sinal de tutela preventiva e reativa. O tema
merecerá atenção em aulas futuras, em análise especí�ca dos impactos da Reforma Trabalhista de 2017.
Sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos
Com pouca distância temporal da CLT (1943 – 1948), mas com uma pegada diferenciada e mais ampla, inclusive com
preocupações do pós-guerra ( II Grande Guerra Mundial), a Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada por
origens jurídicas e culturais diversas (o que é um grande desa�o) foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III), como uma norma a ser alcançada,
aplicada e que pudesse servir de inspiração para a regulação jurídica constitucional de diversos países que, mais cedo
ou mais tarde, promoveriam alterações mais democráticas em suas cartas políticas.
Os direitos ao trabalho seguro e saudável estão previstos, com especial atenção aos artigos 23º, 24º e 25º. Veja:
A título de ilustração, veja três casos de repercussão nacional e internacional com ênfase na Declaração Universal dos
Direitos Humanos como norte de orientação na adoção de medidas preventivas e reativas:
Caso 1 - Artigo 24: Direito a repouso e lazer
Artigo 23
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego;
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual;
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à
sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível,
por todos os outros meios de protecão social;
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se �liar em
sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação razoável da
duração do trabalho e as férias periódicas pagas.
Artigo 25
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida su�ciente para lhe assegurar e à sua família a
saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à
segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos
de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade;
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças,
nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social.
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Um caso de artigo da Declaração (art. 24) em destaque na ONU, com ênfase na importância do direito ao repouso e
lazer, temas diretamente relacionados a um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.
Caso 2 - Tutela processual dos Direitos Humanos nas relações de trabalho
Visão de um jurista e Juiz do Trabalho no Brasil.
Caso 3 - Os possíveis impactos da reforma da legislação trabalhista na saúde do trabalhador
Importante texto acadêmico da publicado pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho e de autoria de Belisa
Souza Costa; Sueli de Souza Costa e Cynthia Leonis Dias Cintra.
Atividade
1. A OIT – Organização Internacional do Trabalho:
a) Não contribuiu para o incremento da tutela de direitos trabalhistas de segurança e saúde no Brasil.
b) Contribuiu e continua contribuindo para a tutela de direitos trabalhistas de segurança e saúde no Brasil.
c) Não afeta o Brasil ou Mercosul, mas apenas a União Europeia.
d) Foi uma iniciativa de empregadores norte-americanos preocupados com os direitos de crianças, mulheres e idosos no mercado de
trabalho.
e) Não teve efetividade antes da II Grande Guerra Mundial.
2. A respeito da proteção jurídica da segurança e saúde dos trabalhadores na CLT, marque a opção correta:
a) A CLT apenas protegeu tais direitos após a Constituição da República Federativa de 1988.
b) A CLT apenas protege direitos dos empregados, sem impor restrições aos empregadores.
c) A CLT não trata de acidentes de trabalho. Tal tema é apenas de competência das Normas Regulamentadoras.
d) A CLT tutela a Segurança e Medicina do Trabalho.
e) A CLT não atua na tutela de direitos de duração e contrato de trabalho.
3. O exame médico por conta do empregador é:
a) Uma obrigação da CLT apenas na admissão.
b) Uma obrigação da CLT apenas periodicamente e na dispensa, pois na admissão aproveita-se o exame médico de demissão/admissão
anterior.
c) Previsto na CLT para admissão, tempo periódico e demissão.
d) Uma faculdade, podendo as partes contratantes, inclusive as grávidas, dispensar tal exame mediante declaração de estado de saúde.
e) Previsto em Norma Regulamentadora, mas não na CLT, pois esta é uma legislação geral, não específica para cada profissão e
necessidades pontuais.
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4. É incorreto a�rmar que a CLT:
a) Trata de acidentes de trabalho.
b) Trata da duração e condições de jornadas de trabalho.
c) Trata da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes como uma faculdade para as organizações.
d) Trata do Conforto Térmico do local de trabalho.
e) Trata da Iluminação do local de trabalho.
5. A Declaração Universal dos Direitos Humanos afetou a legislação de proteção jurídica do trabalho seguro e saudável?
a) Não, pois continuamos com a CLT de 1943, mesmo após a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
b) Não, pois o direito ao trabalho é de índole privado, comercial.
c) Sim, pois o direito do trabalho foi regulado, sendo posteriormente ratificado por leis internas no Brasil (CRFB 88) e outros países do
mundo.
d) Sim, mas apenas do serviço público, considerando o poder de fiscalização dos órgãos do governo na Administração Pública.
e) Não, pois o Brasil entende o direito ao trabalho como um direito fundamental e não um direito humano.
Notas
Referências
ATLAS, Equipe. Segurança e Medicina do Trabalho. 78. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2019.
BRASIL. Senado Federal. Decreto nº 1313, de 17 de janeiro de 1891. Disponível em: http ://legis .senado .leg .br /norma
/392104. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de 1891. Disponível em: http ://www
.planalto .gov .br /ccivil_03 /constituicao /constituicao91 .htm. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Decreto nº 19.433, de 26 de novembro de 1930. Disponível em https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret
/1930 -1939 /decreto -19433 -26 -novembro -1930 -517354 -publicacaooriginal -1 -pe .html. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Decreto nº 21.417-A, de 26 de maio de 1932. Disponível em: https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret /1930
-1939 /decreto -21417 -a -17 -maio -1932 -526754 -publicacaooriginal -1 -pe .html. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Decreto nº 22.042, de 3 de novembro de 1932. Disponível em: https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret /1930
-1939 /decreto -22042 -3 -novembro -1932 -499365 -publicacaooriginal-1 -pe .html. Acesso em: 22 jun. 2019.
Brasil. Decreto nº 3.714, de 15 de janeiro de 1919. Disponível em: https ://www2 .camara .leg .br /legin /fed /decret /1910
-1919 /decreto -3714 -15 -janeiro -1919 -570985 -publicacaooriginal -94081 -pl .html. Acesso em: 22 jun. 2019.
CAMISASSA, Mara Queiroga. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descomplicadas. 5a ed. São Paulo:
Método, 2018.
Próxima aula
Normas jurídicas para a Gestão da Segurança no Trabalho;
Normas Regulamentadoras;
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CRFB 88.
Explore mais
Leia os textos:
Organização Internacional do Trabalho: Escritório no Brasil
Notícias OIT
Greves operárias na Primeira República
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Consolidação das leis do trabalho
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