Fisiopatologia da doença de Parkinson

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Gabriela Pelegrini – Universidade do Vale do Paraíba 
gabibarban2114@gmail.com 
Fisiopatologia da doença de Parkinson 
o É uma patologia que acomete o SNC; 
o É progressiva e degenerativa; 
o Acometendo primeiramente o sistema motor decorrente da falta ou diminuição 
da Dopamina pela substancia negra; 
o A etiologia da Doença de Parkinson ainda é desconhecida, sendo caracterizada 
por um maior acometimento em homens, em torno dos 50 anos para cima; A 
epidemiologia da DP é de 100 a 150 casos a cada 100.000 habitantes; onde 20 novos 
casos surgem a cada 100.000 habitantes por ano; 
o No Brasil cerca de 200mil pessoas apresentam a DP, segundo a OMS; 
Relembrando Núcleos da base 
 
 
o Estão localizados no interior dos hemisférios cerebrais; 
o Lateralmente ao Tálamo encontramos: Núcleo caudado, Putâmen e Globo pálido; 
o Abaixo do Tálamo encontramos: Núcleo subtalámico e substância negra; 
o Substância negra é a que estará relacionada a DP; 
o Sistema dos Núcleos da base possuem duas entradas: Caudado e Putâmen 
o Caudado recebe todas aferências de todos os Córtex do nosso corpo, 
principalmente das áreas associativas: Córtex Pré-frontal, Córtex Pré-motor e 
Parietal posterior. Por receber diversas aferencias distintas e variadas se relaciona 
com os aspectos cognitivos da atividade motora; Participando da escolha de 
padrões motores adequados; Informações relacionadas a memória a longo prazo 
o Putâmen recebe aferencias do Córtex Pré-motor, Área motora suplementar e 
Córtex Somatosensorial primário, relacionado com o planejamento direto dos 
padrões motores que são aprendidos 
o Caudado com o Putâmen é chamado de Estriado, devido a sua anatomia 
apresentar estrias que ligam um ao outro. As aferencias que iram ativar o estriado 
através de Sinapses excitatórias; também recebendo sinapses da substância negra 
na sua parte compacta, 
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o Essas Sinapses excitatórias são feitas através do neurotransmissor Glutamato; 
o As Sinapses realizadas pela parte compacta da Substância negra é realizada pelo 
neurotransmissor Dopamina; 
o A dopamina que é liberada na Substância negra ela pode se ligar em dois 
receptores diferentes: Receptor D1, quando a sinapse é excitatória na Via direta; 
Receptores D2, quando a sinapse é inibitória na Via indireta 
 
Via Direta dos Núcleos da Base 
1. As áreas associativas do Córtex cerebral realizam Sinapses excitatórias com o 
Neurotransmissor Glutamato, para o Núcleo caudado; 
2. Córtex Pré-motor, Área motora suplementar e Córtex Somatosensorial primário, 
também realizam Sinapses excitatórias com o Glutamato, para o Putâmen; 
Os dois juntos (Caudado e Putâmen formam o Estriado) 
3. Recebem a Dopamina, que é produzida e liberada pela Substância negra, na sua 
parte compacta; 
4. No caso da Via direta, a Dopamina se liga aos receptores D1, que se localiza no 
Estriado; 
5. Com as Sinapses excitatórias, o Estriado libera GABA e substância P, que realizam 
Sinapses inibitórias com o Globo Pálido interno e com a parte Reticulada da 
Substância Negra; 
6. Com a inibição desses dois sistemas, a Substância negra (parte reticulada) libera 
o GABA, que realiza Sinapses Inibitórias com os Núcleos Ventral lateral, Ventral 
anterior do Tálamo; 
7. Com a inibição desses Núcleos libera-se então o Glutamato, que ativa o Córtex 
Pré-frontal, Pré-motor, Área motora suplementar e o Córtex motor primário. 
 
Via Indireta dos Núcleos da Base 
1. Inicia da mesma forma que a via direta; Onde as áreas associativas do Córtex 
realizam Sinapse excitatórias para o Núcleo Caudado; 
2. Córtex Pré-motor, Área motora suplementar e Córtex Somatosensorial primário, 
realizam Sinapses excitatórias com o Glutamato, para o Putâmen; 
3. Recebem a Dopamina, que é produzida e liberada pela Substancia negra, na sua 
parte compacta; 
4. No caso da Via indireta, a Dopamina se liga aos receptores D2, realizando Sinapses 
Inibitórias, dessa forma, o Estriado é inibido. 
5. Com o Estriado inibido, ele libera o GABA e a Encefalina, inibindo o Globo pálido 
externo; 
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6. Com a inibição do Globo pálido externo, libera o GABA, que realiza Sinapse 
inibitórias com o Núcleo Subtalámicos; 
7. O Núcleo Subtalámico inibido libera Glutamato, que realiza Sinapses excitatórias 
com o Globo pálido interno e com a parte Reticulada da Substância negra; 
8. Com a ativação desse sistema, o Globo pálido libera o GABA, que realiza Sinapse 
inibitória com os Núcleos Ventral lateral e Ventral anterior do Tálamo; 
o A via final da Via indireta é a mesma da Via direta, então as Sinapses que são 
geradas pelo Globo pálido interno e pela parte Reticulada da Substância negra 
são inibitórias, o que indica a principal função dos Núcleos da Base. 
o Que é facilitar os movimentos voluntários, através da inibição dos movimentos 
indesejáveis. 
o No tremor em repouso, os Núcleos da Base não conseguem inibir de forma 
eficiente os movimentos involuntários; 
Dopamina 
 
o É um neurotransmissor da família das catecolaminas; 
o É produzida pelos neurônios Dopaminérgicos da Substância negra; 
Participa de diversos processos como: 
 Cognição; 
 Atenção; 
 Prazer; 
 Humor; 
 Compensação; 
E o mais importante: Controle motor, já que auxilia na realização dos movimentos 
voluntários de forma automática (andar), ou seja, não é necessário o pensar em cada 
movimento que os músculos irão realizar; 
o A DP é caracterizada pela perda de neurônios da substancia negra, que são 
responsáveis por sintetizar a Dopamina; 
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o Com a diminuição da Dopamina, ocorre a superatividade motora e a dificuldade 
em controlar os movimentos; 
o A causa da degeneração dos neurônios da Substancia negra é desconhecida; 
o O fator genético exerce sua influência, porém outros fatores que podem estar 
desencadeando a síndrome. 
 Os neurônios de melanina sofrem despigmentação, entendendo-se que quanto 
mais clara a substância negra, maior é a perda de Dopamina 
 
 
Quanto a Progressão 
o A progressão da doença faz com que os neurônios se degenerem e 
desenvolvam corpos citoplasmáticos inclusos, chamados corpos de Lewys. 
Corpos de Lews: são corpos de inclusão citoplasmática dos eosinófilos, 
existentes na substância negra do Mesencéfalo, os quais se aglomeram em 
grande quantidade e causam destruição. 
 
Microfotografias de regiões da substância negra num paciente de Parkinson, onde podem 
ser observados corpos de Lewy em diferentes ampliações 
o A Dopamina é responsável pela inibição da via indireta (Receptores D2) e ativação 
da via direta (Receptores D1), proporcionando um controle dos movimentos. 
 Na doença de Parkinson, não há a ativação da via direta e há uma 
hiperativação da via indireta, fazendo com que o núcleo subtalâmico fique 
hiperativo e hiperativando o globo pálido interno, ocasionando inibição do 
Tálamo e consequentemente falta de informações excitatórias ao Córtex. 
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Outros fatores que podem desencadear a DP 
o Uso exagerado e contínuo de medicamentos, como a cinarizina, usada para aliviar 
tonturas e melhorar a memória, a qual pode bloquear o receptor que permite a 
eficácia da dopamina; 
o Trauma craniano repetitivo, como no caso de lutadores de boxe; 
o Isquemia cerebral, quando entope a artéria que leva sangue à região do cérebro 
responsável pela produção de dopamina; 
o Ambientes tóxicos, como indústrias de manganês (de baterias, por exemplo), de 
derivados de petróleo e de inseticidas. 
Como é o Diagnóstico da DP 
 É realizado uma avaliação neurológica, onde os resultados da avaliação deve 
apresentar a tríade: tremor em repouso, rigidez muscular e bradicinesia; 
 Ultrassonografia transcraniana: mostra alteraçãode cor da substância negra, 
indicando perda das células dopaminérgicas e consequente redução da dopamina 
cerebral; 
 Cintilografia cerebral: exame que indica a quantidade de dopamina no Estriado, 
região do cérebro que recebe a Dopamina que é sintetizada na Substância negra; 
 Ressonância magnética do encéfalo: exame que pode mostrar alterações na 
substância negra.