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AO JUÍZO DE DIREITO DA 3ª VARA DE DIREITO DE FAMÍLIA DE PATOS-PB PROCESSO Nº 708743 CASSANDRA WANDERLEY, já devidamente qualificada, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 350 do CPC, apresentar; RÉPLICA À Contestação apresentada nos autos da AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE PAGAMENTO que move em face de Alberto, Caio Lopes e Aline Lopes, já devidamente qualificado, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. DOS FATOS A autora ajuizou tal ação afim de ver declarada a existência de união estável que alega ter mantido, de fevereiro de 2000 a março de 2018, com Alberto Lopes, que faleceu em março de 2018. E os réus, citados, arguiram supostamente prelimináres. DA(S) PRELIMINAR(ES) /DA(S) MATÉRIA(S) PRELIMINAR(ES) I - SOBRE A SUPOSTA AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGI Como a convivência duradoura entre duas pessoas é um fato, a união estável é um conceito jurídico que poderá ou não definir tal relação; assim, há interesse de agir para obter a declaração da união estável mesmo que não haja pensão. Ademais, considerando-se que há uma ação de inventário em curso e que o falecido deixou bens, pode algum deles ter sido adquirido na constância da união estável e interessar diretamente à Autora. O interesse do autor pode ser limitado à simples declaração de existência, inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica, a autora não é carecedora de ação considerando ainda, que tramita ação de inventário a qual ela poderá ser habilitada como herdeira. II - SOBRE A SUPOSTA LITISPENDÊNCIA Argumentando de que já tramitava na 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Campina Grande - PB, ação de inventário dos bens deixados pelo falecido, devendo necessariamente ser discutido naquela sede qualquer tema relativo a interesse do espólio. É sabido que para que aja litispendência deverão está em curso duas ações idênticas. Evidencie a ação declaratória de uma demanda de inventário, os elementos da ação são diversos. Para além disso, é pacifico na jurisprudência a inexistência de conexão entre ação de inventário e declaratória de união estável. DO DIREITO O art. 1.723, do Código Civil dispõe que "é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família". "A união estável, como entidade familiar, é conceituada pelo artigo 1.723, do Código Civil, nos seguintes termos: é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. O objetivo de constituir família, elemento anímico que distingue a referida relação de um simples relacionamento de namoro, ainda que qualificado e de longa duração, reside especialmente na mútua assistência, material e imaterial, e na manutenção de propósitos e objetivos comuns. De acordo com o comando legal insculpido no artigo 112, do Código Civil, nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Demonstrado por documentos que a falecida declarava e apontava o recorrente como sendo seu cônjuge/companheiro, fato confirmado pela prova testemunhal, tem-se por preenchido o animus ou affectio maritalis, elemento de ordem subjetiva, de modo que a procedência do pedido e reconhecimento da união estável havida entre as partes é medida que se impõe." (Acórdão 1137809, unânime, Relator: ESDRAS NEVES, 6ª Turma Cível, data de julgamento: 14/11/2018). Súmula 382: "A vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do concubinato." DOS PEDIDOS/DO REQUERIMENTO FINAL Por todo o exposto, requer o(a) Autor(a): a) A rejeição das preliminares arguidas pelo réu na contestação; b) A improcedência do alegado, no mérito, pelo réu na contestação; c) A PROCEDÊNCIA dos pedidos feitos na inicial para declarar a existência de união estável.); Termos em que Espera e pede deferimento. Patos-PB, 05 de março de 21. ADVOGADO(A) OAB Nº XXX