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2ºAlfaCon--violacao-de-domicilio-art-150-do-cp-violacao-de-correspondencia-art-151-do-cp-correspondencia-comercial-art-152-do-cp-divulgacao-de-segredo-art-153

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AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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ÍNDICE
Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio. Dos Crimes Contra a Inviolabilidade de 
Correspondência .................................................................................................................................................2
Violação de Domicílio .......................................................................................................................................................2
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Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio. Dos 
Crimes Contra a Inviolabilidade de Correspondência
Violação de Domicílio
Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita 
de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º – Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de 
arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
§ 2º – Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, 
ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º – Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência 
de o ser.
§ 4º – A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5º – Não se compreendem na expressão “casa”:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do 
n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Bem jurídico tutelado: o crime visa tutelar a inviolabilidade do domicílio, que tem proteção 
constitucional no art. 5º, inciso XI: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;”.
Tipicidade objetiva: a conduta consiste em entrar (ingressar na casa ou em suas dependências) 
ou permanecer (negativa de deixar o local depois de ter ingressado). Cuida-se de tipo misto alter-
nativo (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado): tenha entrado e/ou permanecido, o agente 
prática crime único.
Elemento normativo do tipo: para que o crime seja materializado, é necessário que a conduta seja 
praticada de maneira clandestina (escondida) ou astuciosamente (de maneira fraudulenta), contra a 
vontade expressa ou mesmo tática de quem de direito. Indiferente, portanto, ser a vítima proprietária, 
possuidora ou detentora do domicílio, importante é ela ter algum tipo de direito sobre a casa.
Conceito de casa: o Código Penal utiliza de um conceito ampliativo do que seja casa, conside-
rando no § 4º como casa: qualquer compartimento habitado (qualquer local de moradia, como uma 
barraca de camping, o interior de um automóvel); aposento ocupado de habitação coletiva (o quarto 
de uma república, de um hotel etc.) ou compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce 
profissão ou atividade (como o escritório de um advogado ou consultório de um médico). Também 
se protegem as dependências restritas de uma casa, como o jardim, a garagem, desde que fechados. 
Contudo, nos termos do § 5º, habitações coletivas (como hotéis) em suas áreas abertas ao público, 
além de restaurantes (contido na ideia de taverna) e outros, não são protegidos pela inviolabilidade 
do domicílio, haja vista que são locais abertos ao público por natureza. Essa proteção é reforçada 
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pelo Supremo Tribunal Federal: “Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da 
Constituição da República, o conceito normativo de “casa” revela-se abrangente e, por estender-se 
a qualquer aposento de habitação coletiva, desde que ocupado (CP, art. 150, § 4º, II), compreende, 
observada essa específica limitação espacial, os quartos de hotel. Doutrina. Precedentes. – Sem que 
ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5º, 
XI), nenhum agente público poderá, contra a vontade de quem de direito (“invito domino”), ingres-
sar, durante o dia, sem mandado judicial, em aposento ocupado de habitação coletiva, sob pena de a 
prova resultante dessa diligência de busca e apreensão reputar-se inadmissível, porque impregnada 
de ilicitude originária. Doutrina. Precedentes” (RHC 90.376, rel. Min. Celso de Mello, j. 03.04.2007)
Tipicidade subjetiva: a conduta é punida somente a título de dolo. De acordo com a doutrina 
somente se caracteriza a conduta criminosa se o dolo for direto, pois se exige o conhecimento de que 
a entrada e permanência sejam contra a vontade expressa ou tática de quem de direito.
Atores do Delito
Sujeito ativo: é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: é o titular do direito à inviolabilidade da casa, não sendo necessário o título de 
propriedade da casa, bastando que nela resida. Havendo eventual conflito entre os moradores, deve 
prevalecer a vontade daquele que proíbe a vontade de terceiro.
Forma qualificada: em virtude da maior gravidade da conduta, caso o crime seja cometido durante 
a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas 
incidirá a hipótese qualificada, em concurso com a pena decorrente do emprego de violência.
Causa de aumento de pena: a sanção será aumentada em um terço caso o crime seja cometido 
por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas 
em lei, ou com abuso do poder.
Consumação e tentativa: consuma-se com o ingresso ou com a negativa em deixar o local. 
Trata-se de crime de mera conduta em que não há resultado naturalístico. Caso o objetivo do agente 
seja específico, haverá outro delito (um furto, por exemplo, sendo a violação crime meio). A tentativa 
somente é admissível na hipótese da tentativa de ingresso (crime comissivo), sendo inadmissível na 
hipótese omissiva (permanecer).
Excludente de ilicitude: caso o ingresso na casa se de durante o dia para cumprimento de de-
terminação judicial ou em qualquer momento em razão de desastre, para prestar socorro ou para 
realizar prisão em flagrante haverá a exclusão de ilicitude. Embora o Código Penal contenha apenas 
referencia ao cumprimento de ordem e à prisão em flagrante, as outras duas excludentes decorrem 
de expressa previsão constitucional (art. 5º, XI).
Ação Penal: será pública incondicionada.
Classificação doutrinária: comum, instantâneo, permanente, de mera conduta, de forma livre, 
comissivo (entrar) ou omissivo (permanecer), uni ou plurissubsistente, de conteúdo variado (tipo 
misto alternativo).
Violação de correspondência
Art. 151 – Devassar indevidamente o conteúdo de correspondênciafechada, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Sonegação ou destruição de correspondência
§ 1º – Na mesma pena incorre:
I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em 
parte, a sonega ou destrói;
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Violação De Correspondência
Art. 40 – Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem:
Pena – detenção, até seis meses, ou pagamento não excedente a vinte dias-multa.
Sonegação Ou Destruição De Correspondência
§ 1º – Incorre nas mesmas penas quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não 
fechada, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte.
Aumento De Pena
§ 2º – As penas aumentam-se da metade se há dano para outrem.
Violação De Comunicação Telegráfica, Radioelétrica Ou Telefônica
II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfi-
ca ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal.
§ 2º – As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º – Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico 
ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º – Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
Revogação: o art. 151, caput e o inciso I do § 1º foram revogados pelo art. 40 da Lei 6.538/1978 (Lei de 
Serviços Postais).
Bem jurídico tutelado: os crimes visam tutelar a inviolabilidade do sigilo das correspondências 
e das comunicações, que tem proteção constitucional no art. 5º, inciso XII: “é inviolável o sigilo da 
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga-
ção criminal ou instrução processual penal;”
Tipicidade objetiva: a conduta consiste em devassar, isto é, ter conhecimento do que não poderia. 
A conduta pode ser praticada por qualquer meio, seja por meio da leitura, do tato (para perceber os 
objetos na correspondência) ou da utilização de meios alternativos, como dispositivos ópticos.
Elemento normativo do tipo: é necessário, em primeiro lugar, que a correspondência esteja 
fechada e que o agente pratique a conduta de maneira indevida, isto é, sem ter o direito de tomar co-
nhecimento do conteúdo da correspondência. O direito do preso de contato com o mundo exterior 
por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não compro-
metam a moral e os bons costumes, por exemplo, pode ser suspenso ou restrito por ato motivado do 
direto do estabelecimento (cf. art. 40, parágrafo único, da Lei de Execução Penal).
Tipicidade subjetiva: o crime somente pode ser praticado a titulo de dolo.
Atores Do Delito
Sujeito ativo: o crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: trata-se de crime com duas vítimas: tanto o remetente quanto o destinatário são 
vítimas da prática.
Formas equiparadas: Receberá a mesma pena aquele que tomar posse indevidamente de corres-
pondência alheia, embora não fechada, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte. De acordo 
com a doutrina, remanesce, ainda, a punição nas hipóteses de violação de comunicação telegráfica, 
radioelétrica ou telefônica, dos incisos II, III e IV do art. 151. Note, contudo, que desde 1996 há crime 
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específico se se tratar da hipótese de interceptação telefônica: “Art. 10. Constitui crime realizar inter-
ceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, 
sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro 
anos, e multa.”
Causa de aumento de pena: caso haja efetivo dano para outrem a pena será aumentada da metade.
Crime qualificado: caso o agente cometa o crime, com abuso de função em serviço postal, tele-
gráfico, radioelétrico ou telefônico, a hipótese será qualificada, prevista no § 3º.
Consumação e tentativa: trata-se de crime de mera conduta na hipótese da Lei de Serviços 
Postais. No caso de divulgação, transmissão a outrem ou utilização abusiva de comunicação, 
contudo, fala-se em crime formal.
Ação Penal: será pública incondicionada nos crimes previstos na Lei de Serviços Postais (art. 40) 
e nas hipóteses do § 1º, IV e § 3º do art. 151, sendo condicionada à representação nas demais.
Classificação doutrinária: comum, de mera conduta ou formal, de forma livre, instantâneo, 
unissubjetivo, uni ou plurissubsistente.
Correspondência comercial
Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial para, no 
todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único – Somente se procede mediante representação.
Tipicidade objetiva: trata-se de hipótese especial em relação ao delito anterior, consistente no 
abuso, ou seja, na atuação de forma excessiva de sócio ou empregado de estabelecimento comercial 
ou industrial para desviar, sonegar (esconder), subtrair (se apoderar) ou suprimir (destruir0 corres-
pondência, no todo ou em parte, ou ainda revelar seu conteúdo a estranho.
Tipicidade subjetiva: somente é punido a título de dolo.
Atores do delito.
Sujeito ativo: por ser crime próprio, somente pode ser praticado por sócio ou empregado de esta-
belecimento comercial ou industrial.
Sujeito passivo: é o estabelecimento comercial ou industrial.
Consumação e tentativa: é crime formal, portanto, consuma-se quando o agente desvia, sonega, 
subtrai ou suprime a correspondência ou, ainda, quando revela seu conteúdo a terceiro.
Ação Penal: é pública condicionada à representação.
Classificação doutrinária: crime próprio, formal, de forma livre, comissivo ou omissivo, instan-
tâneo, unissubjetivo, uni ou plurissubsistente.
Exercícios
01. Assinale a alternativa que contempla uma hipótese de violação de domicílio.
a) Pafúncio e Marocas, casados, em virtude de um desentendimento, resolvem se separar, após 
o que, conforme acordado entre ambos, Pafúncio deixa o lar conjugal para morar em outra 
casa. Semanas depois, embora já proposta a ação de divórcio, Pafúncio retorna ao imóvel e 
ali se instala sem a ciência de Marocas, que naquele momento viajava com o novo namorado.
b) Clarabela. ao passear pelas ruas internas de um condomínio de casas, no qual entrou re-
gularmente, percebe um canteiro de rosas no jardim de um dos imóveis. Como o jardim 
não é murado, delimitado por cercas ou possui qualquer outro obstáculo ao livre acesso de 
pessoas, Clarabela nele ingressa, de lá colhendo uma muda de flor para levar consigo.
AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
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c) Jeremias, após o trabalho, por volta das 18h, notando que não chegará a tempo para ver o 
jogo televisionado de seu time de coração, entra no saguão de um hotel, misturando-se a 
hóspedes e funcionários,pois ali há um telão transmitindo a partida.
d) Ferdinando. fotógrafo, é contratado para trabalhar em um evento privado. No dia agendado, 
erra o endereço e ingressa – de forma não autorizada – no aniversário de Violeta. Instado 
pelos seguranças a deixar o local, ainda desconhecendo seu equívoco, Ferdinando se recusa 
a sair, o que só acontece com a chegada da polícia militar.
e) Acácio, andarilho, entra em um apartamento de propriedade de Nestor, o qual se encontra 
vazio e destinado à locação. Embora sua intenção inicial fosse apenas pernoitar no imóvel, 
Acácio decide fazer do local sua nova moradia.
02. Uma barraca de camping que seja habitada por uma família por alguns dias não se equipara à 
sua casa para fins da prática do delito de violação de domicílio, visto que seus habitantes não a 
ocupam em caráter permanente.
Certo ( ) Errado ( )
03. O crime de entrar ou permanecer em casa alheia contra a vontade expressa ou tácita do 
morador é infração penal que consta no rol dos delitos contra a pessoa.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - A
02 - Errado
03 - Certo

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