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Colaboração premiada

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Colaboração premiada 
Técnica especial de investigação. É um 
meio extraordinário de obtenção de prova, 
por meio do qual o coautor ou partícipe 
da infração penal, além de confessar o seu 
envolvimento no fato delituoso, fornece 
aos órgãos responsáveis, informações 
objetivamente eficazes para a consecução 
de um dos objetivos previstos em lei, 
recebendo, em contrapartida, determinado 
prêmio legal. 
É um negócio jurídico processual e meio 
de obtenção de prova, que pressupõe 
utilidade e interesse público. 
Vejamos que a colaboração premiada é 
um instituto muito mais amplo do que a 
delação premiada, ou seja: 
Colaboração premiada (gênero) 
Delação premiada (espécies). 
1)- Delação premiada ou chamamento de 
corréu: além de confessar seu 
envolvimento na prática delituosa, o 
colaborador expõe as outras pessoas 
implicadas na infração penal, razão pela 
qual é denominado agente revelador. 
2)- Colaboração para libertação: o 
colaborador indica o lugar onde está 
mantida a vítima sequestrada, facilitando 
sua libertação. 
3)- colaboração para localização e 
recuperação de ativos: o colaborador 
fornece dados para a localização do 
produto ou proveito do delito e de bens 
eventualmente submetidos a esquemas de 
lavagem de capitais; 
4)- Colaboração preventiva: o colaborador 
presta informações relevantes aos órgãos 
estatais responsáveis pela persecução 
penal de modo a evitar um crime, ou 
impedir a continuidade ou permanência de 
uma conduta ilícita. 
Desde que não haja nenhuma espécie de 
coação para obriga-lo a cooperar, com 
prévia advertência quanto ao direito ao 
silêncio. Como não há dever ao silêncio, 
todo e qualquer investigado (ou acusado) 
pode voluntariamente confessar os fatos 
que lhe são imputados. 
- Lembrando que: a única situação em que 
o colaborador pode ser ouvido como 
testemunha é na hipótese de não ter 
havido contra ele o oferecimento de 
denúncia. 
a) Legalidade: previsão legal; 
b) Oportunidade: é o órgão acusatório 
que propõe o acordo, visando a 
conveniência da acusação; 
c) Voluntariedade: o acordo celebrado 
não pode ter nenhum vício de 
consentimento, tem que ser de livre 
e espontânea vontade e não pode 
ter havido nenhum tipo de coação; 
d) Eficácia: no sentido objetivo, a 
colaboração premiada tem que 
obter resultados. 
e) Judicialidade: precisa ser 
homologado em juízo.; 
f) Utilidade e interesse público: o 
acordo tem que ser útil e do 
interesse do poder público; 
g) Confissão: é condição ESSENCIAL 
para a colaboração premiada. 
a) Identificação dos autores e/ou da 
infração penal; 
b) Revelação da estrutura da 
organização criminosa; 
c) Prevenção de infração penal; 
d) Recuperação do produto ou do 
proveito do crime; 
e) Localização de eventual vítima com 
a integridade física preservada. 
Atenção: são requisitos alternativos, o 
colaborador tem que alcançar ALGUM 
desses requisitos com sua colaboração, 
e não todos cumulativamente. 
O ato não precisa necessariamente ser 
espontâneo, mas sim voluntário. Veja 
bem que: 
Ato espontâneo é aquele cuja intenção 
de praticá-lo nasce exclusivamente da 
vontade do agente, sem qualquer 
interferência alheia. Portanto, a 
espontaneidade não é condição sine 
qua non para a aplicação dos prêmios 
legais inerentes à colaboração 
premiada. 
O que realmente interessa é a 
voluntariedade, pois o ato voluntário é 
aquele que nasce da sua livre vontade, 
desprovido de qualquer tipo de 
constrangimentos. 
- Para o STF: a colaboração premiada 
será válida somente se: a) a declaração 
de vontade do colaborador for 
resultante de um processo volitivo, 
querida com plena consciência da 
realidade, escolhida com liberdade e 
deliberada sem má-fé; b) o seu objeto 
for lícito, possível, determinado ou 
determinável. 
a) Não oferecimento da denúncia (só 
se a autoridade não tiver 
conhecimento prévio da ação 
penal); 
b) Não ser o chefe da organização 
criminosa; 
c) Tem que ser o primeiro a colaborar 
naquela investigação/ação penal; 
d) Perdão judicial (aqui no caso já há 
processo, pois o perdão judicial é a 
extinção da punibilidade); 
e) Redução da pena em até 2/3; 
f) Substituição da pena privativa de 
liberdade pela pena restritiva de 
direito. 
a) Ter o acompanhamento de um 
defensor em todos os atos; 
b) Ter direito a medidas protetivas; 
c) Não ter contato com os outros 
autores do crime nas audiências; 
d) Não ficar nos mesmos presídios que 
os outros autores; 
e) Direito de ser transportado separado 
dos outros autores; 
f) Não ter sua identidade revelada 
pelos meios de comunicação, nem 
ser fotografado ou filmado, sem sua 
prévia autorização POR ESCRITO. 
a) Dever de dizer a verdade; 
b) “Renunciar” o direito ao silêncio – (se 
atentar com posições doutrinárias 
diferentes); 
c) Manter o acordo em sigilo enquanto 
é mantido em sigilo (Tal sigilo acaba 
com o recebimento da inicial 
acusatória – denúncia ou queixa-
crime); 
d) Cumprir as demais cláusulas. 
Por mais que a existência desse acordo 
não seja condição sine qua non para a 
concessão dos prêmios legais 
decorrentes da colaboração premiada, 
sua celebração é de fundamental 
importância para a própria eficácia do 
instituto. A lavratura desse pacto entre 
acusação e defesa confere mais 
segurança e garantias ao acusado. 
- Se as partes acordarem em relação 
à celebração da colaboração premiada, 
a avença terá seguimento regular, com 
a devida formalização do acordo, do 
qual deverão constar todas as 
informações essenciais para a 
identificação do pacto e seus 
elementos, definindo assim, as 
obrigações e os direitos das partes 
negociantes. 
a) O relato da colaboração e seus 
possíveis resultados; 
b) As condições da proposta do MP ou 
do delegado; 
c) A declaração de aceitação do 
colaborador e DE SEU DEFENSOR; 
d) As assinaturas do representante do 
MP ou do delegado, do colaborador 
e de seu defensor; 
e) A especificação das medidas de 
proteção ao colaborador e à sua 
família, quando necessário. 
O MP, a qualquer tempo, e o Delegado, 
nos autos do inquérito policial somente, 
sempre com manifestação do MP. 
Para homologar o acordo é necessário 
audiência, onde estarão presentes o 
colaborador, juiz, e seu defensor. 
Atenção: o promotor é parte do acordo, 
porém não pode participar da audiência. 
Pois pode ser que sua presença cause 
intimidação, inibição no colaborador e seu 
defensor, e o juiz não consiga verificar se 
o acordo é válido, ou seja, se possui ou 
não vícios de consentimento. 
- Readequação do acordo: se o juiz não 
homologar. Ou as partes podem recorrer. 
a) Voluntariedade do colaborador; 
b) Adequação dos prêmios a lei; 
c) Adequação do acordo e a 
readequação do acordo, se 
necessário. 
Antes da homologação do acordo pela 
autoridade judiciária competente, é 
perfeitamente possível que as partes 
resolvam se retratar da proposta, hipótese 
em que as provas autoincriminatórias 
produzidas pelo colaborador poderão ser 
utilizadas exclusivamente em seu desfavor. 
- Retratar significa “voltar atrás”, 
“arrepender-se”. Ocorre, portanto, quando 
deixa de haver a convergência de 
interesses. 
A rescisão da colaboração premiada 
ocorre quando uma das partes – MP ou 
acusado – descumprir as obrigações 
assumidas por ocasião da celebração da 
avença. 
 
Opera-se a anulação do acordo de 
colaboração premiada quando esse 
negócio jurídico processual estiver 
contaminado por algum defeito, como: a) 
não participação do defensor em todos os 
atos de negociação, confirmação, e 
execução da colaboração; b) ausência de 
voluntariedade do colaborador em 
participar da avença, como pode se dar 
acaso comprovada eventual 
constrangimento por parte da polícia ou do 
MP; c) não advertência quanto ao direito 
ao silêncio.

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