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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA BOM DESPACHO CAMPUS ANTÔNIO LISBOA FERREIRA NETO ODONTOLOGIA – TURMAS ODO1AT-BOD E ODO1AT-BOE ANA JÚLIA SILVA DA CUNHA ISABELA MARIA DA SILVA JÉSSICA BÁRBARA GONÇALVES JOYCE EMÍLIA LEMOS DA SILVA JÚLIA MARIA COSTA BALTAZAR MARIA LUIZA OLIVEIRA MARTINS MARINA APARECIDA DUARTE MAYSA LAURA AMARAL VITOR GABRIEL MARTINS SILVA LEISHMANIOSE VISCERAL E TEGUMENTAR BOM DESPACHO 2020 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA BOM DESPACHO ANA JÚLIA SILVA DA CUNHA ISABELA MARIA DA SILVA JÉSSICA BÁRBARA GONÇALVES JOYCE EMÍLIA LEMOS DA SILVA JÚLIA MARIA COSTA BALTAZAR MARIA LUIZA OLIVEIRA MARTINS MARINA APARECIDA DUARTE MAYSA LAURA AMARAL VITOR GABRIEL MARTINS SILVA LEISHMANIOSE VISCERAL E TEGUMENTAR Trabalho de Graduação em Mecanismos de Agressão e Defesa, apresentado a Universidade UNA Bom Despacho, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Odontologia. Orientadoras: Prof.ª Dra. Aline Aparecida Saldanha Rafante e Prof.ª Dra. Camila Gontijo de Morais Bom despacho, 30 de novembro de 2020. BOM DESPACHO 3 Sumário 1. Agente etiológico ................................................................................................... 4 2. Vetor e formas de transmissão ............................................................................... 4 3. Diagnóstico clínico (sintomatologia) ...................................................................... 6 3.1. Diagnóstico clínico leishmaniose visceral ....................................................... 6 3.2. Diagnóstico clínico leishmaniose tegumentar .................................................. 7 4. Diagnóstico laboratorial (exames) ........................................................................ 13 4.1. Diagnóstico laboratorial da leishmaniose visceral ......................................... 13 4.2. Diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar .................................... 14 5. Tratamento........................................................................................................... 15 5.1. Tratamento da leishmaniose visceral ............................................................. 15 5.2. Tratamento da leishmaniose tegumentar ........................................................ 17 6. Dados epidemiológicos ........................................................................................ 18 6.1. Dados sobre a leishmaniose visceral ............................................................. 18 6.2. Dados sobre a leishmaniose tegumentar ........................................................ 20 7. Profilaxia ............................................................................................................. 22 8. Conclusão ............................................................................................................ 23 Referências ................................................................................................................. 24 4 1. Agente etiológico Para a leishmaniose visceral temos como agente etiológico principal a Leishmania chagasi e para a leishmaniose tegumentar Leishmania Viannia (L. V.) braziliensis, L. V guyanensis, Leishmania Leishmania (L. L.) amazonensis L. V lainsoni, L. V naiffi, L. V. lindenberg e L. V.shawi (BRASIL, 2014 e BRASIL, 2017). As Leishmanias são protozoários parasitas intracelulares obrigatórios de fagócitos mononucleares, possuindo uma forma flagelada, ou promastigota, e uma forma sem flagelo, ou amastigota. A forma promastigota fica nos vetores e as formas amastigotas nos organismos vertebrados (BRASIL, 2017). Fonte: https://ibapcursos.com.br/leishmaniase-leishmaniose-cutanea-tegumentar-visceral-calazar-e-tudo- mais-sobre-leishmania/ 2. Vetor e formas de transmissão Os vetores tanto da leishmaninose tegumentar quanto da visceral são insetos flebotomíneos, pertencentes ao gênero Lutzomyia, conhecidos também como mosquito- palha, tatuquira e birigui. Lutzomyia flaviscutellata, Lu. whitmani, Lu. umbratilis, Lu. intermedia, Lu. wellcomei e Lu. migonei são as principais espécies transmissoras de leishmaniose tegumentar. Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi são as principais https://ibapcursos.com.br/leishmaniase-leishmaniose-cutanea-tegumentar-visceral-calazar-e-tudo-mais-sobre-leishmania/ https://ibapcursos.com.br/leishmaniase-leishmaniose-cutanea-tegumentar-visceral-calazar-e-tudo-mais-sobre-leishmania/ 5 espécies transmissoras da leishmaniose visceral (BRASIL, 2014; BRASIL, 2017 e NEVES, 2013). O vetor se contamina sugando macrófagos com Leishmanias amastigotas (sem flagelo). Os macrófagos se rompem no trato digestivo anterior das fêmeas e liberam as formas amastigotas, que se transformam em promastigotas (flageladas). Agora flageladas, a leishmania se prende ao epitélio. Essa forma promastigota é liberada quando a fêmea pica o hospedeiro vertebrado e é fagocitada por fagócitos mononucleares na epiderme, recomeçando o ciclo ao voltar para a forma amastigota. Assim, o ciclo é heteroxênico (BRASIL, 2014 e NEVES, 2013). Fonte: https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-leishmaniose-sanarflix A transmissão de leishmaniose visceral é através da picada da fêmea de L. longipalpis, infectada pela Leishmania chagasi. O compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, durante o uso de drogas injetáveis, foi considerado por alguns autores como mecanismo capaz de propagar a doença. Não há transmissão de pessoa para pessoa (NEVES, 2005 e BRASIL, 2006). A hipótese de que o vírus é transmitido pela população canina mediante a ingestão de carrapatos infectados, e até mesmo por picadas, cópula, ingestão de vísceras contaminadas, é considerada por alguns autores, entretanto, não há alguma evidência de https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-leishmaniose-sanarflix 6 significância epidemiológica sobre esses mecanismos de transmissão para humanos ou na manutenção da doença (BRASIL, 2006). No Brasil, as espécies que mais provocam leishmaniose tegumentar no homem são: Leishmania (Viannia) braziliensis; L. (Eannia) guyanensis; L. (Viunnia) lainsoni; L. (Ilannia) shawi; L. (Eannia) naiffi e L. (Viunnia) amazonenses. As transmissões ocorrem e variam de acordo com a região geográfica, contendo uma grande variedade de espécies de parasitos, vetores, reservatórios e hospedeiros. Entre os hospedeiros estão roedores, marsupiais, edentados, canídeos silvestres e animais domésticos como cães e gatos (BRASIL, 2010 e NEVES, 2005). Em humanos, o período de incubação da doença é de dois a três meses, em média, podendo variar de duas semanas a dois anos. Pode-se dizer atualmente, que no Brasil, a leishmaniose tegumentar se apresenta com três padrões epidemiológicos (BRASIL, 2010): ocupacional e de lazer (relacionado a exploração e desmatamento de florestas), silvestre (zoonótica e presente em áreas de vegetação primária) e rural e periurbano (associado a migração, ocupação de encostas e aglomeração próxima a florestas). 3. Diagnóstico clínico (sintomatologia) 3.1.Diagnóstico clínico leishmaniose visceral O diagnóstico clínico para a leishmaniose visceral é complexo, pois os sinais e sintomas no homem são manifestações comuns a outras patologias (SOUZA et al, 2010). A infecção por leishmaniose visceral apresenta um amplo espectro clínico que varia de manifestações discretas a quadros graves que podem levar à morte (BRASIL, 2012). Sintomas como febre e esplenomegalia associados ou não a hepatomegalia são sinais que devem levantar suspeitas para o diagnóstico clínico. A leishmaniose pode ser dividida em três etapas: período inicial, período de estado e período final (BRASIL, 2012). O sintoma inicial que indica a leishmaniose visceral é uma febre baixa contínua com alguns picos diários,geralmente três, que no curso da infecção apresenta períodos de atenuação. Devido à característica irregular da febre, ela é um sintoma bastante associável à leishmaniose. O segundo sintoma de maior ocorrência a ser levado em consideração para o diagnóstico clínico é a esplenomegalia, que se caracteriza pelo aumento do volume do baço, em meio às manifestações da leishmaniose visceral a esplenomegalia é o sintoma 7 de maior destaque. Seguido da esplenomegalia a hepatomegalia é um sintoma recorrente para a patologia e consiste no aumento do tamanho do fígado. Na maioria dos casos ocorre um aumento generalizado dos linfonodos (micropoliadenia) e à medida que outros órgãos são acometidos, ocorre um desencadeamento de alterações fisiológicas e histopatológicas que se acentuam com o decorrer da doença (SOUZA et al, 2010). Alguns indivíduos podem ser assintomáticos à leishmaniose visceral, desenvolvendo sintomas inespecíficos como febre frequente, diarreia, tosse seca, sudorese e prostração, nesses casos, podem apresentar cura espontânea ou manter o parasito sem nenhuma evolução por toda a vida. Em áreas endêmicas é a principal forma de manifestação. A manifestação assintomática, no entanto, é rompida em casos de pessoas imunossuprimidas, que apresentam alguns tipos de infecção ou utilizam determinados fármacos imunossupressores (NEVES, 2016). A forma aguda corresponde ao período inicial da doença. As manifestações relevantes para o diagnóstico clínico são febre alta, palidez nas mucosas, hepatoesplenomegalia branda. O indivíduo, por vezes, pode apresentar tosse e diarreia. Os sintomas na forma aguda são frequentemente confundidos com outras patologias (NEVES, 2016). Em sua forma sintomática crônica a leishmaniose visceral apresenta uma prolongada evolução, febre irregular está conjunta ao constante agravamento dos sintomas. O paciente apresenta desnutrição proteico-calórica e caquexia (perda de massa corporal e gordura), por isso o emagrecimento é um sintoma evidente nesses casos. Em decorrência da hepatomegalia e ascite o abdome sofre aumento. Edema generalizado, cefaleia, dores musculares e transtornos digestivos são sintomas comuns a esse quadro (NEVES, 2016). 3.2. Diagnóstico clínico leishmaniose tegumentar Embora haja correspondência entre as distintas manifestações clínicas e os diferentes parasitos, a apresentação clínica da doença possui diferentes formas e gravidade variável dos sinais e sintomas. De maneira geral, a doença manifesta-se de duas formas: leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa, as quais podem apresentar discrepância nas manifestações clínicas (BRASIL, 2017). 8 O diagnóstico clínico é determinado com base nas características das lesões apresentadas pelo paciente em associação a anamnese. Devido à similaridade das apresentações clínicas a outras patologias, esse tipo de diagnóstico pode tornar-se difícil (COSTA et al, 2009). Leishmaniose cutânea O período de incubação pode variar de duas semanas a dois meses. A lesão ulcerada é antecedida por uma mancha que permanece de um a dois dias depois da picada. A mancha evolui formando uma protuberância, que à medida que aumenta origina uma úlcera. A úlcera frequente à leishmaniose cutânea geralmente é indolor e localiza-se em regiões expostas da pele, apresenta forma ovalada ou arredondada e seu tamanho pode variar de milímetros a centímetros, sua base é avermelhada, infiltrada e possui uma consistência firme. As bordas da lesão são elevadas e bem delimitadas e possuem granulações grosseiras (BRASIL, 2017). Algumas lesões cutâneas são menos frequentes, mas podem manifestar-se. Inicialmente as lesões tendem a ser nodulares e se localizam profundamente na hipoderme, ou pequenas protuberâncias que vão aumentando em profundidade e tamanho e ulceram-se no vértice. Lesões vegetantes têm um aspecto papular, mole e úmido. Lesões com aspecto verrucoso são secas, ásperas e descamam (BRASIL, 2017). Se não forem tratadas, as lesões podem curar-se espontaneamente dentro de alguns meses ou poucos anos, ou podem permanecer ativas e coexistir com lesões mucosas que surgem posteriormente (BRASIL, 2017). A leishmaniose cutânea pode ser localizada, que se caracteriza pelo acometimento primário da pele. Normalmente, a lesão é do tipo úlcera e possui tendência a curar-se espontaneamente. Apresenta resposta positiva ao tratamento e pode ser única ou múltipla. Todas as espécies de leishmania que se associam ao envolvimento tegumentar podem apresentar a forma cutânea localizada. A forma localizada pode estar acompanhada de linfadenopatia regional (dilatação de linfonodos) e de linfangite nodular (inflamação nos canais linfáticos) (COSTA et al, 2009). 9 Figura 26, 30 e 32. 26 - LT – Lesão ulcerada franca, única, arredondada, com bordas elevadas, infiltradas e fundo granuloso. 30 - LT – Lesões cutâneas múltiplas, ulceradas, com bordas elevadas, infiltradas e fundo granuloso com crosta a nível central. 32 - LT – Lesão cutânea com aspecto ectimoide, localizada no punho. Notar hiperemia e infiltração nas bordas. Fonte: BRASIL, 2017. A forma cutânea disseminada não é comum, visto que representa cerca de 2% dos casos. Caracteriza-se pelo aparecimento de muitas lesões elevadas de aspecto acneiforme e costumam manifestar-se principalmente na face e no tronco, apresentando de dezenas a centenas de lesões. Essas lesões iniciam-se com características clássicas da úlcera, como fundo granulado e bordas elevadas, posteriormente, devido a propagação do parasito, surgem lesões distantes do local da picada. Além disso, a forma clínica pode apresentar também aspectos como: febre, dor muscular, emagrecimento, anorexia e comprometimento da mucosa (COSTA et al, 2009). 10 Figuras 33 A e 34 B - LT – Forma cutânea disseminada: Lesões primárias ulceradas, com bordas elevadas e fundo granuloso e LT – Forma cutânea disseminada – Paciente com acometimento mucoso, envolvendo nariz e mucosa oral. Observar lesão na língua, que raramente é acometida na forma clínica da leishmaniose mucosa. Fonte: BRASIL, 2017. A forma recidiva cútis ocorre por meio da ativação da lesão nas bordas, posteriormente, a cicatrização da lesão, e o fundo permanece com aspecto cicatrizado (BRASIL, 2017). Figura 37 – LT – Forma recidiva cútis – Lesão apresentando cicatrização central com bordas infiltradas em algumas áreas e lesões satélites ao redor. Fonte: BRASIL, 2017. Constituindo uma forma clínica rara, a forma cutânea difusa ocorre em pacientes com deficiência imune celular para antígenos de leishmania. Inicia-se com aspecto benigno com uma lesão única, e progride lentamente com aparecimento de placas e nódulos não ulcerados (BRASIL, 2017). 11 Figura 40, 42 44 - 40 – LT – Forma cutânea difusa – Lesão infiltrada com áreas descamativas na orelha (Tempo de doença: 12 anos). 42 – LT – Forma cutânea difusa: polimorfismo lesional (lesões em placa infiltrada, exulceração, tubérculos, nódulos deformidades nas extremidades. Tempo de doença: 11 anos). 44 – LT – Forma cutânea difusa: lesão vegetante extensa no nariz e nódulo infiltrativo na face. (Tempo de doença: oito anos). Fonte: BRASIL, 2017. Leishmaniose mucosa A leishmaniose mucosa se caracteriza por lesões destrutivas nas vias aéreas superiores e surge posteriormente à lesão cutânea (BRASIL, 2017). Possui aspectos crônicos e latentes e pode originar metástases que levam à desfiguração (COSTA et al, 2009). A forma mucosa tardia é a mais recorrente e pode surgir até vários anos após a cicatrização da mucosa cutânea. Relaciona-se a múltiplas lesões cutâneas de longa duração, à cura espontânea de lesões ou ainda a tratamentos que não foram devidamente eficazes (BRASIL, 2017). Figura 55 e 57 – LT – Forma mucosa tardia – Edema nasal com infiltração em asa e base do nariz e LT – Forma mucosa tardia – Lesãoulcerada do palato mole, com bordas infiltradas recoberta por exsudato. Fonte: BRASIL, 2017. 12 A formas mucosas que não apresentam lesão cutânea prévia são aquelas as quais não se observa nenhuma lesão cutânea prévia aparente, associa-se a pequenas lesões não ulceradas que não foram percebidas e não deixaram cicatrizes (BRASIL, 2017). A forma mucosa concomitante não é comumente observada, por isso pode estar relacionada a imunodeficiências, ela ocorre distante, mas ao mesmo tempo em que uma lesão cutânea (BRASIL, 2017). Pode manifestar-se na forma mucosa contígua, onde ocorre uma disseminação direta a partir de uma lesão cutânea localizada próxima de aberturas naturais (BRASIL, 2017). Por fim, a forma mucosa primária se desenvolve a partir da picada do vetor nas mucosas ou semimucosas genitais (BRASIL, 2017). Segundo Costa et al (2009), baseado em sua apresentação clínica a leishmaniose tegumentar mucosa recebe as seguintes classificações: Infiltrativa: na fase inicial da doença apresenta-se como hiperemia (vermelhidão) da mucosa septal, com o epitélio íntegro. O processo inicia-se, na maioria das vezes, na área de Little, no septo ou nas conchas nasais inferiores. Esta fase da doença pode não ser percebida, o que dificulta o diagnóstico devido à semelhança com outras doenças. Atrófico-crostosa: forma crostas na região septal e conchas nasais médias e inferiores, comumente associada a uma infecção secundária local. Úlcero-vegetante: processo granuloso, caracterizado por crostas e exsudato (líquido orgânico) amarelado. Inicia-se no septo nasal, e dissemina-se para o vestíbulo nasal e conchas nasais inferiores e médias. Úlcero-destrutiva: O processo infiltrativo aumenta gradativamente tornando a mucosa nasal mais enrijecida e inicia o aspecto granuloso, que, posteriormente, origina o aspecto ulcerado e são recobertas por exsudato e crostas. Obstrução nasal, secreção, dor no local e epistaxe são sintomas que podem se manifestar. O vestíbulo nasal e lábio superior podem ser afetados por ulcerações e adquirem edema e deformação. Nestes casos, a cartilagem do septo expõe-se e pode ocorrer necrose com perfuração, que pode atingir toda porção cartilaginosa. Mutilante: A evolução das lesões pode resultar na destruição parcial ou total da pirâmide nasal. O desenvolvimento da lesão pode ocasionar a destruição do septo 13 anterior e das porções laterais do vestíbulo nasal, o que leva a queda da ponta do nariz. Nesta fase a evolução das lesões pode levar à destruição parcial ou total da pirâmide nasal, os tegumentos podem sofrer um comprometimento tão sério que acabam sendo destruídos junto com as cartilagens alares e triangulares, respeitando a porção óssea, reduzindo o nariz às aberturas piriformes. Forma poliposa: O processo infiltrativo torna-se maior. Geralmente ocorre de um único lado podendo surgir na região de mucosa septal ou em seu ponto de transição, ou nas bordas de perfurações, pode também projetar-se para fora. Leishmaniose da cavidade oral: Pode ou não ser concomitante a lesão em mucosa nasal. As manifestações mais frequentes ao exame físico são: lesões infiltrativas com aspecto granuloso que acometem os lábios, mucosas gengivais, língua, úvula, amigdalas palato, faringe e laringe. Sintomas como, rouquidão e tosse podem ocorrer, e na cavidade oral percebem-se lesões que não cicatrizam. 4. Diagnóstico laboratorial (exames) 4.1.Diagnóstico laboratorial da leishmaniose visceral O diagnóstico da leishmaniose visceral pode ser imunológico ou parasitológicos. O teste imunológico mais utilizado no Brasil é a imunofluorescência indireta (RIFI). O ensaio imunoenzimático (ELISA) também pode ser utilizado (BRASIL, 2006). A intradermorreação de Montenegro ou teste de leishmania não é utilizado para diagnosticar este tipo de leishmaniose, pois resulta em negativo enquanto a doença se manifesta e em positivo apenas após a cura (BRASIL, 2006). O método parasitológico mais sensível para demonstrar a presença de Leishmania é a punção aspirativa esplênica, onde retira-se material do baço com uma agulha para análise em laboratório. Aspirado de medula óssea, biópsia hepática e aspiração de linfonodos também podem ser utilizados, sendo o primeiro mais indicado, por ser mais seguro. Depois de aspirado, o material vai ser examinado por exame direto e isolamento em meio de cultura (pode ser feito em ágar sangue modificado Neal, Novy e Nicolle - NNN - e Liver Infusion Triptose – LIT) e em animais susceptíveis, respectivamente. Nos 14 aspirados do baço e da medula geralmente são encontradas formas amastigotas do parasito (BRASIL, 2004; BRASIL, 2004 e BRASIL, 2017). O isolamento em animais é feito através da inoculação intradérmica de material obtido por biópsia ou raspagem da lesão no focinho ou nas patas de hamsters. As lesões devem manifestar-se em um mês, mas o animal é observado por três a seis meses. Este método possui alta sensibilidade, mas é complexo e caro, sendo pouco utilizado. Assim como no isolamento em meio de cultura, este método também vale para o diagnóstico de leishmaniose tegumentar (BRASIL, 2017). 4.2.Diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar O diagnóstico da leishmaniose tegumentar (LT) é epidemiológico, clínico e laboratorial. O diagnóstico clínico-epidemiológico é determinado quando há lesões de leishmaniose presentes e o paciente esteve em local endêmico ou que possui casos da doença, além de sua resposta terapêutica. Exames laboratoriais complementam esse diagnóstico e um dos exames realizáveis é o diagnóstico parasitológico, onde o parasito é encontrado nas lesões. Entre os exames parasitológicos estão a demonstração direta do parasito, o isolamento em cultivo in vitro e o isolamento in vivo (VASCONCELOS et al., 2018 e BRASIL, 2010). A demonstração direta é a primeira escolha por ser rápida, barata e fácil de executar. Quanto mais recente for a infecção maior será a chance de encontrar o parasito e, além disso, infecções secundárias devem ser previamente tratadas para que a sensibilidade desse método não seja afetada. Escarificação, biópsia e punção aspirativa são as formas de demonstração direta que podem ser feitas (BRASIL, 2010). No diagnóstico laboratorial têm-se ainda a aposição de tecido em lâmina, cultura em meio específico e inoculação em animal susceptível, geralmente hamsters, testes histopatológicos e reação de cadeia em polimerase (PCR). Há também exames imunológicos que ajudam no diagnóstico indireto, como a intradermorreação de Montenegro (IDRM) e imunofluorescência indireta (VASCONCELOS et al., 2018). A IDRM consiste na injeção de antígeno por via intradérmica para observar o grau de resposta cutânea. Delimita-se a enduração com caneta esferográfica, papel e régua 15 milimétrica. Se a enduração tiver diâmetro ≥ 5 mm o resultado é positivo (BRASIL, 2010). Nas primeiras quatro a seis semanas após surgir a lesão cutânea a resposta pode ser negativa. Caso houver mais de seis semanas e o resultado for negativo, novas provas deverão ser feitas para diagnosticar a LT ou fazer o diagnóstico diferencial (BRASIL, 2017). Para diagnosticar leishmaniose cutânea e mucosa, é seguida uma ordem diferente de ações. Deve-se observar que o IDRM é um método comum a ambos os diagnósticos, mas como os dois tipos de LT afetam áreas distintas, podem fazer-se necessários exames diferentes para o diagnóstico (BRASIL, 2017). 5. Tratamento 5.1.Tratamento da leishmaniose visceral São usados compostos antimoniais (derivados do antimônio – Sb) sob a forma de sais trivalentes. Derivados pentavalentes (Sb+5) foram introduzidos na década de 40 e são atualmente o tratamento de primeira escolha para tratar a leishmaniose visceral (LV) (BRASIL, 2006). A formulação de Sb+5 disponível atualmente no Brasil é o antimoniato- N-metilglucamina, distribuída em ampolas de 5ml com 405mg de Sb+5 (BRASIL, 2006). O antimoniato-N-metil glucamina inibe a atividade glicolítica e da oxidação de ácidos graxos nos parasitos amastigotas e tem vida média de ± 2 horas, sendo eliminado na circulação pelos rins. Doses maiores tem sido recomendada graças ao surgimento de resistência primária, sendo no Brasil a aplicação intramuscular ou endovenosa de 20mg de Sb+5 kg/dia, por no mínimo 20 dias e no máximo 40 dias, não ultrapassando o uso de 2 a 3 ampolas por dia. A aplicação intramuscular ocorre na região glútea e a via endovenosa é preferencial para pacientes desnutridos, devendo ser administrada lentamente, em 5 a 7 minutos. Antes de iniciar o tratamento, infecções concomitantes devem ser tratadas e as condições clínicas do paciente devem ser avaliadas e estabilizadas (BRASIL, 2006; BRASIL, 2014 e NEVES, 2013). Em casos de recidiva repete-se o tratamento com a mesma dose, mas com tempo mais prolongado. Há muitas drogas disponíveis para tratar a LV atualmente, então a retirada do baço (esplenectomia) não é mais indicada (BRASIL, 2014). 16 Os efeitos colaterais do antimoniato-N-metil glucamina são cardiotóxicos, hepatotóxicos e nefrotóxicos, incluindo arritimia, diurese aumentada, insuficiência renal aguda, icterícia, pancreatite aguda e hiperamilasemia (aumento do nível normal de amilase). Artralgia, adinamia e dor no local da aplicação intramuscular também são observados. Após o 20° dia de tratamento devem ser feitos eletrocardiogramas (ECG) semanais e, caso alguma arritimia seja constatada, o tratamento é suspenso. Em pacientes com idade >50 anos o ECG é obrigatório antes, durante e após o tratamento. Contraindicado para cardiopatas, grávidas nos dois primeiros trimestres de gestação (sob risco de síndrome severa de retardo mental) e pacientes com insuficiência renal ou hepática (BRASIL, 2014). Tratamentos alternativos incluem o uso de anfotericina B e suas formas lipossomais (especialmente a anfotericina-B-lipossomal), pentamidinas e imunomoduladores. A anfotericina B é altamente leishmanicida, agindo em amastigotas e promastigotas. É utilizada em doses de 1mg/kg/dia, em dias alternados, com dose máxima de 3g ao todo, podendo ser recomendadas doses maiores em alguns casos. Em crianças a dose total administrada é de 15mg a 25mg/kg em dias alternados. A via de administração é endovenosa em infusão lenta de 4 a 6 horas, limitando se a 50mg/dose/dia (BRASIL, 2014). Os efeitos colaterais da anfotericina B são dose-dependentes e frequentes, incluindo flebite, cefaleia, febre, calafrios, astenia, mialgia, artralgia, vômitos, hipotensão, hiperpotassemia e, às vezes, parada cardíaca. Pode ocorrer desconforto respiratório, dispneia e cianose. A ação nefrotóxica é a mais importante e inclui a diminuição da filtração glomerular. Contudo, as alterações renais são reversíveis se o fármaco for utilizado nas doses recomendadas (BRASIL, 2014). As pentamidas tem eficácia inferior e mais efeitos colaterais que os métodos supracitados. Aplica-se 15 doses de 4mg/kg/dia em dias alternados, não ultrapassando 2g na dose total. Entre os efeitos colaterais incluem-se anorexia, astenia, náusea, dor abdominal, hipoglicemia prolongada, taquicardia e outras arritmias, insuficiência renal e pancreatite (BRASIL, 2014). 17 5.2.Tratamento da leishmaniose tegumentar Todas as formas clínicas de LT podem ser tratadas com antimoniais. Dois antimoniais pentavalentes estão disponíveis no mercado para tratar LT, sendo que apenas o antimoniato de meglumina é comercializado no Brasil. Aplicação endovenosa é preferencial para pacientes com pouca massa muscular e com trompocitopenia e permite aplicar volumes maiores sem gerar dor local como ocorre na via intramuscular. (BRASIL, 2017). Entre os efeitos colaterais do uso de antimoniais em casos de LT incluem-se artralgia, mialgia, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, pancreatite, prurido, febre, fraqueza, cefaleia, tontura, palpitação, insônia, nervosismo, choque pirogênico, edema e insuficiência renal aguda (IRA). Podem haver efeitos cardiotóxicos, devendo o tratamento ser acompanhado com ECG e ausculta diária. Se arritmia for detectada o tratamento deve ser suspenso. É contraindicado para grávidas, pacientes com mais de 50 anos, cardiopatas, nefropatas e hepatopatas (BRASIL, 2017). Em alguns casos pode haver aumento de infiltração, de eritema e de secreções mucosa e faríngea se ocorrer acometimento mucoso. Se a laringe e região se lesionarem nos três primeiros dias de tratamento, o paciente deve ser internado (BRASIL, 2017). A anforitencina B é aplicada em 4 a 6 horas assim como na LV. O uso em grávidas e lactantes é permitido apenas com cuidadosa orientação médica. Seus efeitos colaterais na LT incluem febre, cefaleia, tremores, cianose, hipotensão, hipomagnesemia, distúrbio de comportamento, calafrios, náuseas, vômitos, anorexia, comprometimento da função renal, anemia, leucopenia e alterações cardíacas (BRASIL, 2017). A aplicação de pentamidinas deve preferencialmente feita por infusão intravenosa por 60 minutos. É containdicado para gestantes, lactantes, crianças com menos de 1 ano, pacientes com diabetes mellitus, com insuficiência renal e/ou hepática, intolerantes à glicose ou com doenças cardíacas. Os efeitos colaterais podem incluir dor, náuseas, vômitos, tontura, adinamia, mialgias, cefaleia, hipotensão, lipotímias, síncope, hipoglicemia e hiperglicemia (BRASIL, 2017). Pentoxifilina pode ser utilizada como coadjuvante para tratar a LT. Geralmente a dose é de 1 comprimido de 400mg duas ou três vezes ao dia, podendo ser reduzida em 18 pacientes com comprometimento renal. Os efeitos colaterais podem incluir distúrbios gastrointestinais, arritimia cardíaca, vertigem, dor de cabeça, distúrbios do sono, broncospasmo, entre outros. É contraindicada para menores de 12 anos, gestantes, lactantes, imunossuprimidos, portadores de HIV e de insuficiência renal, hepática ou cardíaca e transplantados (BRASIL, 2017). O protocolo terapêutico é dado de acordo com a forma clínica. Critérios clinico- laboratoriais e clinico-epidemiológicos são utilizados para confirmar o diagnóstico antes do tratamento. O medicamento de primeira escola, a forma de administração e o esquema terapêutico variam entre as diferentes formas clínicas, devendo cada caso ser avaliado em sua individualidade (BRASIL, 2017). 6. Dados epidemiológicos 6.1. Dados sobre a leishmaniose visceral A LV é considerada uma doença em expansão no Brasil, pois até 1980 afetava apenas a região Nordeste e, atualmente, todas as regiões registram casos anualmente. No ano de 1984, a região com mais casos de LV era o Nordeste (2.090), seguido pelo Norte (99). Essa relação se manteve até 2002. Os anos entre 1984 e 2002 com mais casos registrados foram: 2000, no Nordeste (4.029), 2001 no Norte e no Centro-Oeste (440 e 167, respectivamente) e 2002 no Sudeste (423). No mesmo período, 1988 foi o ano com menos registros no Brasil, com apenas 816 casos, e 2000 o ano com mais registros, com 4.858 casos. O total de notificações entre 1984 e 2002 foi 48.455 casos (BRASIL, 2014 e BRASIL, 2019). 19 Figura 1 - Número de casos e coeficiente de incidência de leishmaniose visceral, Brasil – 1985 a 2002. Fonte: BRASIL, 2019. De 2003 a 2018 mais de 51 mil casos foram confirmados, sendo a incidência média de 1,7 casos a cada 100 mil habitantes. A região Nordeste teve o maior número de casos, mas a incidência (surgimento de novos casos) predominou na região Norte de 2003 a 2012 e de 2017 a 2018 (BRASIL, 2019). Figura 1 - Número de casos de leishmaniose visceral por região do Brasil, 2003 a 2018. Fonte: BRASIL, 2019. Figura 2 - Coeficiente de incidência por 100 mil habitantes de leishmaniose visceral por região do Brasil, 2003 a 2018. Fonte: BRASIL, 2019.Foi sancionado pelo governo a Lei Federal n°12.604, de 3 de abril de 2012, que determinou que entre 10 e 17 agosto institui-se a “Semana Nacional de Controle e 20 Combate a Leishmaniose”, focada principalmente no combate e prevenção da doença (BRASIL, 2012). 6.2. Dados sobre a leishmaniose tegumentar O número de casos de LT aumentou a partir da década de 80 e entre 1980 e 1995 são observados picos de cinco em cinco anos. Entre 1980 e 2005, 1995 foi o ano com maior registro de casos (35.748). A média anual de casos autóctones entre 1995 e 2005 foi de 28.568. A região Sul, tanto na LT quando na LV, apresenta o menor número de casos registrados, sendo o maior número de registros na década de 1990 o do ano de 1994 (1.361) (BRASIL, 2010). Figura 1 – Casos notificados de leishmaniose tegumentar americana, Brasil – 1980 a 2005. Fonte: BRASIL, 2010. Mais de 300 mil casos de LT foram registrados entre 2003 e 2018 (média anual: 21.158). 7,7% dos casos foram na forma clínica mucosa. O coeficiente médio de detecção no país foi de 11,3 casos por 100 mil habitantes, sendo a região norte a predominante em todo o período considerado. Predominam casos na faixa etária acima dos 10 anos e em indivíduos do sexo masculino (BRASIL, 2019 e BRASIL, 2017). 21 Figura 1 - Número de casos de leishmaniose tegumentar, Brasil e regiões, 2003 – 2018. Fonte: BRASIL, 2019. Figura 2 Coeficiente de detecção de leishmaniose tegumentar, Brasil e regiões, 2003 – 2018. Fonte: BRASIL, 2019. Há para os cães suas vacinas contra leishmaniose, a Leishmune e a Leish-Tec. Para humanos há a leishmanização e já foram feitos testes com vacinas de formas promastigotas mortas e de frações do parasito. O foco atual das pesquisas é usar proteínas recombinantes, parasitas vivos atenuados e vacinas de DNA. Há dificuldades envolvendo os fatos de que a vacina não pode estimular a resposta dos linfócitos Th2, que as proteínas expressadas variam de acordo com a fase de diferenciação do parasito e que a forma amastigota e promastigota não possuem padrão antigênico idêntico (SILVA et al, 2013). 22 7. Profilaxia As seguintes medidas preventivas coletivas e individuais foram as estabelecidas para prevenir a leishmaniose (BRASIL, 2017 e GONTIJO, 2004): Usar repelentes em locais onde os vetores podem ser encontrados; Evitar exposição no crepúsculo e na noite em áreas endêmicas, pois são o principal horário de atuação do vetor; Limpar quintais, praças e terrenos para minimizar as condições que favorecem o desenvolvimento de larvas do vetor; Podar árvores (isso aumenta a insolação local, o que desfavorece as condições de desenvolvimento larval, que são temperatura e umidade); Descartar lixo orgânico adequadamente, pois atrai mamíferos comensais, que são fontes de infecção; Usar telas em portas e janelas e mosquiteiros sobre a cama; No período da noite, manter animais domésticos longe do interior da residência, para diminuir a atração do vetor; Usar telas em canis individuais e coletivos; Usar coleiras impregnadas com deltametrina 4% (a eficácia deste método ainda precisa ser comprovada, mas tem sido eficaz em experimentos); Criar programas de controle da doença e usar inseticidas. Deve-se considerar variações da morbidade e mortalidade no país para a profilaxia, atribuindo medicamentos adequados ao tratamento e prevenção de acordo com tais áreas. As ações devem ser criteriosas para minimizar a letalidade (BENCHIMOL, 2019). Outros parâmetros a se considerar são o controle do vetor e uso da vacina nos cães, evitando a disseminação da doença nos animais. A leishmaniose não pode ser combatida utilizando- se um enfoque único, deve-se observar um conjunto de fatores. A vacina, no entanto, se constitui como uma exceção, visto que sua obtenção pode refrear a disseminação da doença (PINHEIRO, 2020). Há vacinas contra a leishmaniose que são utilizadas em animais, mas não há nenhuma vacina comprovada cientificamente eficaz na prevenção do homem. (GONTIJO 2004). A maneira mais simples e eficaz contra a disseminação da doença é através do 23 controle do vetor e o uso da vacinação nos animais. Vacinas estão sendo testadas em vários países, como em Montenegro, porém, não são totalmente eficazes e, com isso, essa vacina não deve induzir respostas do tipo Th2 que no caso da leishmaniose é deletéria e pode levar a uma patologia severa (PINHEIRO, 2020). 8. Conclusão A leishmaniose tem como agente etiológico protozoários do gênero Leishmania e é transmitida ao homem por vetores do gênero Lutzomyia. Há a leishmaniose visceral, cujo diagnóstico clínico é complexo dada a semelhança da sintomatologia com outras doenças, e a leishmaniose tegumentar, que pode sser cutânea ou mucosa. O tratamento de ambos os tipos de leishmaniose dá-se principalmente através do uso de antimoniais, anforitencina-B e pentamidinas. A forma clínica determina o protocolo terapêutico e a maioria dos efeitos destas drogas são cardiotóxicos, hepatotóxicos e nefrotóxicos. A leishmaniose visceral predomina no Nordeste e a leishmaniose tegumentar no Norte. Para ambos os tipos, a região Sul é a que possui menos casos. Já há vacinas para cães, mas nenhuma efetiva para humanos. As medidas profiláticas resumem-se a usar repelentes e inseticidas, telar portas e janelas de canis e residências e realizar medidas que controlem o vetor, além de vacinar os cães. Assim, é possível concluir que faz-se importante para a formação do profissional de saúde conhecer as formas de leishmaniose e sua caracterização, dada a prevalência nacional e mundial. 24 Referências BASARO, Sergio de Almeida e CAMARGO, Luís Marcelo Aranha. Leishmaniose tegumentar americana: histórico, epidemiologia e perspectivas de controle. Ver. Bras. Epidem., Monte Negro, v. 7, n. 3, p. 328-337. Disponível em: < https://www.scielosp.org/article/rbepid/2004.v7n3/328-337/pt/ >. Acesso em 22 nov. 2020. BENCHIMOL, Jaime Larry et al. Leishmanioses: sua configuração histórica no Brasil com ênfase na doença visceral nos anos 1930 a 1960. Rev. Ciênc. 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Parasitologia Humana. 13 ed. São Paulo: Atheneu, 2016. SOUZA et al. Leishmaniose visceral humana: do diagnóstico ao tratamento. Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança. Nova Esperança, v.10, n. 2, p.62-70, dez/2012. Disponível em: <http://www.facene.com.br/wp-content/uploads/2010/11/Leishmaniose- visceral-humana_com-corre-%E2%94%9C%C2%BA%E2%94%9C%C3%81es-dos- autores_25.10.12-PRONTO.pdf>. Acesso em 20 nov. 2020. VASCONCELOS et al. Leishmaniose tegumentar americana: perfil epidemiológico, diagnóstico e tratamento. Rev. Bras. Anal. Clín., Fortaleza, v. 50, n.3, p. 221-227, nov/2011. Disponível em: < http://www.rbac.org.br/artigos/leishmaniose-tegumentar- americana-perfil-epidemiologico-diagnostico-e-tratamento/>. 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Diagnóstico laboratorial da leishmaniose visceral 4.2. Diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar 5. Tratamento 5.1. Tratamento da leishmaniose visceral 5.2. Tratamento da leishmaniose tegumentar 6. Dados epidemiológicos 6.1. Dados sobre a leishmaniose visceral 6.2. Dados sobre a leishmaniose tegumentar 7. Profilaxia 8. Conclusão Referências
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