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Terapia da hiperlipidemia - Farmacologia

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Isabelle Laguilio Fialho 
 
Terapêutica da hiperlipidemia I 
 
Lipídeos: 
✓ São moléculas orgânicas formadas a 
partir da associação entre ácidos 
graxos e álcool, tais como óleos e 
gorduras. E são insolúveis em água. 
✓ Possuem função energética, 
termogênese, estruturas de 
membranas, hormonal, proliferação 
e diferenciação celular. 
Lipoproteínas: 
✓ São estruturas que permitem o 
transporte dos lipídeos e a 
solubilização, uma vez que os 
lipídeos são hidrofóbicos no meio 
aquoso plasmático. 
✓ As lipoproteínas são compostas por 
lipídeos e proteínas chamadas 
apolipoproteínas (apo). 
✓ Essas lipoproteínas podem ser ricas 
em triglicerídeos ou colesterol. 
✓ Ricas em TG: 
▪ Quilomícrons: maiores e 
menos densas; origem 
intestinal. Principal forma de 
transporte dos triglicerídeos 
da dieta até os tecidos. 
▪ VLDL: origem hepática; 
densidade muito baixa. 
Transportam triglicerídeos 
endógeno desde o fígado 
para os tecidos. 
✓ Ricas em colesterol: 
▪ LDL: lipoproteína de baixa 
densidade (60% do 
colesterol). Consideradas 
como as maiores carreadoras 
de colesterol no SANGUE, 
transportando colesterol 
para o organismo. Em 
excesso deposita-se nos 
tecidos periféricos. 
▪ ILD: lipoproteína de 
densidade intermediária 
▪ HDL: lipoproteína de alta 
densidade; composta por 
proteínas (mais por 
proteínas) e colesterol. 
Possui a capacidade de 
remover o colesterol do 
sangue, levando até o fígado 
onde é catabolizado e 
eliminado, evitando seu 
depósito nas artérias. 
✓ Por densidade: HDL > LDL > IDL 
> VLDL 
✓ Por volume: ao contrário. 
✓ Portanto: HDL → bom colesterol. 
LDL (logo Deus leva) → ruim 
colesterol. 
Metabolismo lipídico: 
Lipídeos da dieta → absorvidos pelo 
enterócito (intestino) → incorporação para 
o quilomícron (primeira lipoproteína) → 
quilomícron possui B48 que reconhece os 
lipídeos da dieta → recebe ajuda do HDL 
(doa APO-E e APO-C2 para o quilomícron 
se tornar maduro) → quilomícron consegue 
ir para o sangue → APO-C2 ativa lipase 
lipoproteica que está no endotélio vascular 
→ quebra dos triglicerídeos → liberação de 
ácidos graxos → absorção dos ác. graxos 
pelos músculos (energia) e armazenamento 
no tecido adiposo → quilomícron 
remanescente vai para o fígado e se torna 
VLDL. 
 
VLDL → sofre ação da APO-C2 → ativa 
lipase lipoproteica → ácidos graxos → 
músculos e tecido adiposo → IDL. 
 
IDL (possui APO-E e APO-B100) → a 
APO-E permite que a IDL possa voltar para 
o fígado e apenas com a APO-B100 se torna 
LDL → APO-B100 permite que o LDL se 
ligue a receptores extra-hepaticos → LDL 
pode ir para tecidos extra-hepaticos. 
 
HDL → possui APO-A1 (faz esterificação 
do colesterol, transporte reverso do 
colesterol, tira do sangue e leva para o 
fígado). Por que ela é a boa proteína? Por ter 
muitas proteínas em sua constituição, doa 
proteínas para que o metabolismo lipídico 
Isabelle Laguilio Fialho 
 
aconteça e faz o transporte reverso do 
colesterol. 
 
Colesterol: 
✓ Pode ser obtida por via endógena 
(70%) e via exógena (dieta - 30%) 
✓ Acetil-CoA é substrato que se 
transforma em HMG-CoA (é 
quebrada pela HMG-CoA redutase) 
e em seguida precursores do 
colesterol, que acabam se 
transformando em Acetil-CoA. 
Dislipidemias 
✓ Alterações metabólicas no 
metabolismo de lipídeos que 
repercutem nos níveis séricos de 
lipoproteínas 
✓ Deve ser tratada pois é um fator de 
risco para aterosclerose que pode 
levar ao desenvolvimento de 
doenças cardiovasculares e 
encefálicas. 
Distúrbios no metabolismo das 
lipoproteínas 
✓ Hiperlipidemias: distúrbios 
metabólicos que envolvem 
elevações em qualquer espécie de 
lipoproteína. 
▪ Causas genéticas 
▪ Causas secundárias: 
▪ Alimentação rica em ácidos 
graxos saturados 
▪ Sedentarismo 
▪ Tabagismo 
✓ Hiperlipemia ou 
hipertrigliceridemia: níveis 
elevados de triglicerídeos (aumento 
de LDL e/ou TG). 
✓ Hipercolesterolemia: níveis 
elevados de colesterol (aumento de 
LDL) 
✓ Hiperlipidemia mista: níveis 
elevados de TG e colesterol 
(aumento de LDL, VLDL e TG). 
 
 
Fatores de risco para doenças 
cardiovasculares: 
✓ HAS 
✓ Diabetes 
✓ Sedentarismo 
✓ Obesidade 
✓ Tabagismo 
✓ Dislipidemia 
✓ Aterosclerose 
 
A incidência de doença cardíaca 
coronariana está relacionada a níveis alto de 
LDL colesterol e TG e com níveis baixos de 
HDL colesterol. 
 
Aterosclerose 
✓ Atherosis: acúmulo de gordura + 
macrófagos 
✓ Sclerosis: fibrose + leucócitos 
✓ É uma doença multifatorial, lenta e 
progressiva 
✓ Resultado de respostas celulares e 
moleculares altamente específicas 
✓ Camada íntima de artérias de médio 
e grande calibre 
✓ Processos cardiovasculares ligados 
ao envelhecimento 
✓ Alterações nos níveis sanguíneos 
dos lipídeos circulantes → aumento 
de LDL, diminuição de HDL → 
aumento de LDL → condição 
inflamatória → ruptura da placa → 
formação do trombo → evento 
clínico 
✓ Fatores de risco: 
▪ Modificáveis: 
▪ Dislipidemia 
▪ HAS 
▪ Obesidade 
Isabelle Laguilio Fialho 
 
▪ Sedentarismo 
▪ Tabagismo 
▪ Não modificáveis: 
▪ Idade 
▪ Histórico familiar 
✓ Eventos iniciais para a formação da 
lesão aterosclerótica: 
✓ Fisiopatologia: Excesso de LDL 
(tecidos extrahepaticos), se difunde 
nas artérias, consegue atravessar o 
endotélio, sofre ação de oxidação e 
a partir dessas moléculas oxidativas, 
a LDL é modificada (oxidada). 
✓ A oxidação de LDL permite a 
ativação de mediadores 
inflamatórios (IL-6) isso leva a 
ativação de moléculas de adesão, 
promovendo um estímulo para que 
seja recrutado monócitos e 
macrófagos nos tecidos. 
✓ Os macrófagos começam a fazer a 
fagocitose da LDL oxidada e ele se 
transforma numa célula espumosa e 
essas células começam a se juntar e 
há uma remodelação do vaso e a 
formação da placa trombótica. 
 
Diagnóstico laboratorial das 
dislipidemias 
✓ Identificar dislipidemias; 
✓ Prevenir aterosclerose 
✓ Estabelecer risco coronariano 
✓ Fazer: dosagens de colesterol e 
frações de colesterol (HDL, LDL e 
VLDL); triglicerídeos e lipidograma 
completo. 
✓ USOM Doppler 
✓ Angiotomografia 
✓ Arteriografia 
Tratamento clínico - Aterosclerose 
✓ Terapia padrão ouro: 
▪ Antiagregante (AAS) + 
hipolipemiantes + controle 
dos fatores de risco. 
✓ Fármacos hipolipemiantes: 
▪ Estatinas, niacina, fibratos, 
resinas ligadoras de ácidos 
biliares, inibidor da absorção 
de colesterol e ácidos graxos 
ômega 3. 
▪ Esses fármacos podem ser 
usados isoladamente ou em 
associação. O tratamento 
farmacológico deve ser 
sempre acompanhado de 
modificações no estilo de 
vida, com exercícios e dieta 
pobre em gorduras 
saturadas. 
Fármacos hipolipemiantes 
✓ Inibidores da HMG-CoA redutase 
(estatinas) 
▪ Reduzem os níveis elevados 
da fração LDL e em uma 
menor proporção, o TG, 
reduzindo eventos 
coronarianos e de mortes por 
DCC. 
▪ Inibem o 1º passo da síntese 
de colesterol 
▪ Etapa limitante na síntese de 
colesterol 
▪ Redução do colesterol 
intracelular 
▪ Aumento de receptores LDL 
▪ Captação de partículas de 
LDL 
▪ Diminuição das 
concentrações de LDL no 
plasma 
▪ Tratamento de escolha para 
pacientes com LDL elevado. 
▪ Lovastatina 
Isabelle Laguilio Fialho 
 
▪ Pravastatina 
▪ Sinvastatina 
▪ Luvastatina 
▪ Atorvastatina 
▪ Rosuvastatina (+ potentes; 
última geração) 
▪ Eficazes na redução dos 
níveis plasmáticos de 
colesterol em todos os tipos 
de hiperlipidemias (de causa 
genética não tem tanta 
eficácia sozinhos) 
▪ Reduzem as concentrações 
de colesterol LDL em 25 a 
55% 
▪ Aumentam as concentrações 
de colesterol HDL em 5% e 
reduzem as concentrações 
de TG em 10 a 35%. 
 
 
Obs.: 
Rosuvastatina: mais potente 
Artovastatina: diminuição da TG 
(porcentagens) 
Tempo de meia vida curto → tomar ao 
deitar pois a síntese de colesterol é maior a 
noite, para inibir a produção de colesterol 
quando está no pico. 
✓ São os primeiros fármacos de 
escolha. 
✓ Efeitosadversos: 
▪ Miopatia: disfunção do 
musculo esquelético, 
resultando em fraqueza, 
fadiga e câimbras, possui 
amplo espectro clínico, 
variando desde mialgia com 
ou sem elevação da 
creatinoquinase, enzima nos 
músculos esqueléticos até a 
rabdomiólise. 
▪ Em estudos, a 
incidência de miopatia é 
muito baixa. 
▪ Pode ocorrer 
aumento das enzimas 
hepáticas no tratamento com 
estatinas. Por isso, a função 
hepática deve ser avaliada 
antes de iniciar o tratamento 
e quando o paciente tem 
sintomas consistentes com 
disfunção hepática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isabelle Laguilio Fialho

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