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Hiago Manoel Araujo Medicina-P3 HIPOLIPEMIANTES · COLESTEROL -Pode ser originado a partir de produção endógena (fígado) ou consumo exógeno (alimentos de origem animal) -SÍNTESE ENDÓGENA: Fígado é o principal órgão -Todos os tecidos podem produzir (intestino e gônadas) -Retículo endoplasmático e citoplasma das células -Maior proporção que exógena (≠TG que tem + proporção exógena) -Biossíntese: -Função: Composição de membranas lipídicas, síntese de sais biliares, lipoproteínas sanguíneas e hormônios esteroidais · LIPÍDIOS -Macronutriente com função importante no organismo Colesterol é uma molécula lipídica -Função energética, termogênese, transdução de sinal, surfactante, hormonal, antioxidante, proliferação e diferenciação celular, isolamento térmico, metabolismo do cálcio e coagulação sanguínea -Transportados no plasma por proteínas carreadoras (polaridade diferente do sangue) -TRIGLICERÍDEOS: principais moléculas lipídicas representantes das gorduras no corpo -LIPOPROTEÍNAS: Moléculas responsáveis pelo transporte de lipídios no plasma sanguíneo (colesterol e triglicerídeos) -Quilomícro: transportador de triglicerídeos, principalmente, os da dieta (transporta dos capilares intestinais ao fígado) -Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL): transportadora de triglicerídeos endógenos -Lipoproteína de densidade intermediária (IDL): formada na transição entre VLDL e LDL (tecidos não absorvem) -Lipoproteína de baixa densidade (LDL): composta principalmente de lipídios (pouca proteína) – principal transportadora de colesterol -Lipoproteínas de alta densidade (HDL): composta por poucos lipídeos e mais proteínas – atua tirando colesterol da circulação OBS: Densidade proporcional à quantidade de proteínas (inversamente proporcional à quantidade de lipídios) -As lipoproteínas são compostas, principalmente, pelas moléculas que elas transportam (LDL- Colesterol) -APOLIPOPROTEÍNAS: Proteínas das lipoproteínas -Sinalizadoras do metabolismo lipídico · METABOLISMO LIPÍDICO -VIA EXÓGENA (gorduras absorvidas no TGI): gorduras da dieta + ácidos biliares + colesterol liberado no lúmen -Absorvidos no TGI e transportados no sangue pelos QUILOMÍCRONS -Caem no sistema porta -Sofrem ação da enzima Lipase Lipoproteica (LPL) que transforma em ácidos graxos livres -AGLs serão armazenados por tecidos (adiposo, muscular) -Colesterol que não foi metabolizado pela LPL continuam no sistema porta – QUILOMICRONS REMANESCENTES -Quilomícrons remanescentes vão para o fígado, onde sofrem metabolização/armazenamento -VIA ENDÓGENA -Após ser metabolizado/armazenado/digerido no fígado, colesterol volta à circulação sistêmica como VLDL (presença de apolipoproteínas diferentes dos quilomícrons) -VLDL sofre ação da LPL que libera AGL que serão armazenados em tecido adiposo e músculo e libera também IDL -IDL (intermediário entre VLDL e LDL), ainda no plasma, vira LDL -LDL pode ser absorvido pelo fígado para metabolizar o colesterol ou pode ser armazenado em tecidos extra-hepáticos em forma de gordura -Essa gordura armazenada em tecidos extra- hepáticos pode ser liberada em forma de HDL que transportará o colesterol de volta ao fígado · DISLIPIDEMIAS -Alterações metabólicas lipídicas causadas por distúrbios em quaisquer fases do metabolismo de lipídios, podendo ocasionar alterações no nível sérico de lipoproteínas ou triglicérides -Sinônimo de dislipoproteinemias e hiperlipidemias -CAUSAS: aumento de produção, deficiência em metabolização e na captura celular ou remoção inadequada -Secundárias: sedentarismo, doença hepática, insuficiência renal, diabetes e hipotireoidismo · TRATAMENTO 1. MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA (MEV) -Primeira estratégia de tratamento -Quando não suficientes, início de tratamento farmacológico -Pode haver diferenças de acordo com paciente (presença de fatores de risco) -Importante analisar níveis séricos de lipoproteínas (diferenciar colesterol total, colesterol em frações) -CT: Soma do colesterol em todas as lipoproteínas, inclusive HDL (benéfica) -Há direcionamento para diferentes tipos de dislipidemias -Terapia nutricional (dieta para hipercolesterolemia e dieta para hipertrigliceridemia) -Exercício físico -Tabagismo 2. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO -Empregados sempre que MEV não fizer efeito ou quando há riscos que não permitam aguardar efeitos da MEV -A escolha do medicamento depende do tipo de dislipidemia HIPERCOLESTEROLEMIA -Tratamento, principalmente, com ESTATINAS que pode associar-se com EZETIMIBAS ou COLESTIRAMINA -Podem ser associados com hipotrigliceridemiantes (fibratos e ácido nicotínico) -ESTATINAS (INIBIDORES DA HMG-CoA REDUTASE): -Agem sobre enzima HMG-CoA Redutase (enzima importante na síntese de colesterol) -Administradas ao deitar-se (momento que ocorre pico de síntese de colesterol endógeno) -Inibe a síntese intracelular de colesterol Aumento dos receptores de LDL nos hepatócitos para compensar queda de colesterol intracelular Mais ligação de LDL e absorção nos hepatócitos Remoção de VLDL, IDL e LDL da circulação para repor colesterol intracelular -Baixa concentração de colesterol intracelular diminui síntese e liberação de VLDL -Em resumo, inibem síntese endógena de colesterol e induzem retirada de colesterol do sangue OBS: A prática de exercícios físicos induz a expressam de receptores de LDL nas células, induzindo a captação do colesterol do plasma -EXEMPLOS: MEVASTATINA, LOVASTATINA, SINVASTATINA, PRAVASTATINA, ATORVASTATINA -Analisar eficácia, interações medicamentosas, custo, presença de efeitos adversos, presença de comorbidades ou fatores de riscos -Sinvastatina é fornecida pela SUS -Estatinas no geral tendem a reduzir LDL-C de 15 a 55% em adultos, TG de 7 a 28% e elevar HDL-C de 2 a 10% -Relação DOSE-EFEITO bem definida: 1ª dose (10mg de uma estatina qualquer) redução de até 35% e a cada vez que dobra a dose reduz +6% -Lovastatina e Sinvastatina são pro-fármacos -EFEITOS ADVERSOS: Insuficiência hepática, miopatia (há relatos de rabdomiólise) e má formação fetal -EZETIMIBA -Inibidor de absorção de colesterol -Atua na borda em escova dos enterócitos, inibindo a ação de proteínas transportadoras do colesterol (NPC1L1) -Se liga à proteína transmembrana NPCL1 que permite a entrada de colesterol na célula e bloqueia a passagem desse colesterol -Proteína é específica para colesterol -Reduz até 20% do LDL-C (quando usada sozinha) -Empregado em associação com estatinas, geralmente -Pois isolado possui porcentagem de redução baixa -Reduz síntese por estatina e reduz absorção por ezetimiba Potencializa redução -Pode ser administrada em qualquer hora do dia (com ou sem alimentação) – bloqueio da proteína é forte – não é desfeito facilmente -Não interfere absorção de outras gorduras (especificidade da proteína) e nem de vitaminas lipossolúveis -COLESTIRAMINA (RESINAS DE TROCA IÔNICA): -Fisiologicamente, sais biliares são produzidos no fígado a partir do colesterol exógeno e endógeno -Liberado no TGI para atuar na emulsificação de gorduras (digestão de alimentos) -Maior parte é reabsorvida e cai na circulação êntero-hepática Volta para o fígado e é reciclada -Interagem quimicamente com sais biliares, dificultando sua reabsorção no TGI -Formam complexo insolúvel com ácidos e sais biliares que não são reabsorvidos e são eliminados nas fezes -Redução da absorção, interrompe circulação êntero-hepática de sais biliares Não há reciclagem de sais biliares Necessidade de produção de mais sais Necessidade de consumo de mais colesterol Reduz o colesterol intracelular no hepatócito Aumenta expressão de receptores de LDL Aumenta retirada de LDL plasmático -Mecanismo final semelhante às estatinas -Não reduz absorção de triglicerídeos -Reduzem em média 20% do LDL -É potencializado pelo uso de estatinas (associados) -Pode promover elevação de HDL -Pode ser utilizado em crianças -Único que pode ser usado por mulheres em período reprodutivo (gestantes) -EXEMPLOS: COLESEVELAM, COLESTIPOL -Usados como alternativaquando estatinas não estão sendo suficientes -Administrada antes das refeições -Momento de maior liberação de sais biliares no intestino -Podem aumentar a síntese de TG, como consequência do aumento da síntese de sais biliares -Não usar em pacientes com hipertrigliceridemia HIPERTRIGLICERIDEMIA -Quando isolada, é indicado uso prioritário de FIBRATOS e depois ÁCIDO NICOTÍNICO (podem ser usados em associação) -Uso de ácido graxo ômega-3 é controverso (pode ser usado isoladamente ou em associação para redução do TG e aumento do HDL) -Quando mista, analisar níveis de TG -Acima 50mg/dL: priorizar tratamento de hipertrigliceridemia Iniciar uso de FIBRATO (se necessário, associar ácido nicotínico e/ou ômega3) -Abaixo de 500mg/dL: priorizar tratamento de hipercolesterolemia – meta de LDL Iniciar uso de ESTATINA (se necessário, associar ezetimiba) -Estatina pode atuar também na redução de TG -FIBRATOS -Fármacos derivados do ácido fíbrico -Age estimulando receptores nucleares – PPAR-alfa (Receptores Alfa Ativados por Proliferação dos Peroxissomas) -Esses receptores localizam-se na membrana e quando ativados são translocados ao núcleo para estimular transcrições -Estímulo de transcrição gênica expressa diversas ações -Aumento da produção e ação da enzima lipase lipoproteica (LPL) Aumento da quebra de TG em AGLs no lúmen dos vasos -Reduz a Apolipoproteína ApoC3 que seria responsável por inibir LPL (induz ação de LPL) -Nos hepatócitos, induz expressão de ApoA1 e ApoA2 Induz síntese de HDL -EXEMPLOS: BEZAFIBRATO, CIPROFIBRATO, ETOFIBRATO, FENOFIBRATO E GENFIBROZIL -Ação no LDL é variável (pode aumentar, reduzir ou não alterar) -ÁCIDO NICOTÍNICO -Reduz ação da lipase tecidual nos adipócitos -Enzima lipase tecidual é responsável por quebrar gordura dos adipócitos em AGL e liberá-los para corrente sanguínea AGL seriam usados para síntese de TG no fígado -Reduz síntese de TG a partir de AGL no fígado -Consequentemente, reduz VLDL LDL Chegada de colesterol nas células extra- hepáticas -Atua também no aumento do HDL -Diminui metabolização de ApoA1 (presente no HDL) Mais ApoA1 Mais formação de HDL -Reduz LDL em 5 a 25% -Aumenta HDL em 15 a 35% (melhor fármaco indicado para isso) -Diminui TG em 35 a 50% (tão efetivo quanto os fibratos) -ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 -Os mais importantes são EPA (eicosapentaenoico) e DHA (docosahexaenoico) -Em doses altas (4 a 10g/dia) reduzem TG -Reduzem a síntese hepática dos TG Redução de VLDL -Há controvérsia -Aumentam HDL de maneira bem discreta -Podem aumentar LDL (malefício) -São derivados de óleos oriundos de peixes de águas frias e profundas (salmão, truta maior concentração desses ácidos graxo) -Possui atividade antitrombótica (maior risco de hemorragia quando usado com anticoagulante) -Inibe agregação plaquetária -Em pacientes hígidos, pode ser benéfico (dificulta tromboses – cardioprotetor) -ORLISTAT -Inibidor das lipases intestinais -Enzimas responsáveis por quebrar gorduras para serem absorvidas -Atua ligando-se aos sítios catalíticos das enzimas lipases gástrica e pancreática -Diminui absorção de até 30% do TG exógeno ingerido -Redução de formação de quilomícrons -Dose recomendada: 360 mg/dia -Não se sabe definitivamente ação na prevenção de aterosclerose
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