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IV_Teorico (1)

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Legislação Aplicada 
à Gestão Pública
Teoria dos Contratos
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Tercius Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Ato Jurídico, Fato Jurídico e Contratos;
• Princípios Gerais dos Contratos;
• Elementos Essenciais a um Contrato;
• Contratos em Espécie;
• Extinção dos Contratos;
• Arbitragem.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Entender o que são os contratos e a importância deles para o mundo jurídico, onde a 
vontade das partes torna-se negócio jurídico, demandando direitos e deveres;
• Apreciar os princípios gerais dos contratos, importantes para localizar o intérprete do 
negócio jurídico, de como se aplicam as normas pertinentes a esse “pacto de vontades”;
• Conhecer algumas espécies de contratos e as peculiaridades de cada uma delas;
• Ver como se encerram os contratos;
• Estudar o instituto da arbitragem, como a possibilidade de recorrer a um terceiro, que, de ma-
neira mais célere, resolva eventuais conflitos de interesse, oriundos de determinado contrato.
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Teoria dos Contratos
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
Contextualização
Para iniciarmos o nosso estudo sobre os aspectos elementares relacionados aos 
contratos, sendo esse um dos instrumentos mais antigos atinentes a formalizar re-
lações importantes para a sociedade e para o próprio Direito, para conhecermos os 
“contratos”, é imprescindível termos a exata noção do que eles pretendem retratar e 
certificar, bem como propiciar certa segurança jurídica às relações sociais.
Para tanto, é fundamental, como qualquer instituto do Direito, conhecer o alcance e 
os requisitos de validade dos negócios jurídicos sedimentados pelo instituto dos “contra-
tos”. O estudo de contratos deve mostrar quais são os requisitos e as formas previstas 
em lei para que a harmonia e a segurança jurídica possam prosperar nas relações de 
interesse privado.
Em vários momentos de nossa vida, estamos diante da celebração de contratos sem 
nos darmos conta. Por exemplo, quando você aciona um aplicativo em seu smartphone 
para compra de um determinado utensílio doméstico em um site de vendas, ao pagá-lo e 
ter a confirmação e o número de registro do negócio, você acaba de celebrar um contra-
to de compra e venda, no qual as partes estão vinculadas ao cumprimento da obrigação, 
ou seja, uma encarrega-se de entregar o bem e a outra, oferece o pagamento do bem.
No exemplo que estamos tratando, aborda-se um negócio jurídico rotineiro pelo qual 
as partes têm interesses e obrigações contrárias, ou seja, uma quer vender o bem en-
quanto deve remunerar a esse negócio.
Para ressaltar o que vem ser um contrato, vejamos o vídeo que aborda o tema sobre contra-
tos bilaterais acessando o seguinte link: https://youtu.be/KmgukPjM0zo 
6
7
A to Jurídico, Fato Jurídico e Contratos
Nossa vida é recheada de acontecimentos, podemos denominar esses acontecimen-
tos como “fatos”.
Os fatos podem ter como origem a natureza, ou podem ter sido provocados pelo 
ser humano.
Um fato natural é o que tem uma origem na qual o ser humano não tem nenhum 
controle. Por exemplo: um terremoto, um tsunami, a erupção de um vulcão etc.
Figura 1
Fonte: Pixabay
O fato humano é aquele que decorre da vontade e da ação do ser humano, como, por 
exemplo, fazer uma caminhada, plantar uma árvore, brincar com os filhos etc.
Mas os fatos naturais ou os humanos podem se tornar relevantes para o direito. 
Nesse caso, estaremos diante de um fato jurídico, por exemplo, uma chuva de granizo 
que venha a provocar danos na lataria de um veículo, para o qual o proprietário, possua 
seguro que cubra essa espécie de dano.
Figura 2
Fonte: Getty Images
7
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
Quando o ser humano pratica um ato que se torne importante para o direito, ele 
produz um ato jurídico, como, por exemplo, um acidente de automóvel, que venha a 
provocar dano ao veículo de outro condutor – nesse caso, o fato jurídico que surge de-
corre da participação do ser humano.
Diante dessas explicações, podemos deduzir que os fatos interessantes para o direito, ou 
seja, os fatos jurídicos podem ser provenientes de um fato natural ou de um fato humano.
Quando o ato jurídico tem por objetivo realizar a satisfação de interesses diversos e 
antagônicos entre pessoas, estaremos diante de um fato jurídico, mas, como ele deverá ter 
um ajuste de vontades com as partes envolvidas, será denominado de “negócio jurídico”.
Figura 3
Pode mos dizer que o negócio jurídico trata-se da manifestação de vontade que tende 
a criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica.
Esse regramento dará forma ao que denominamos de contrato.
Um conceito objetivo do que vem a ser um contrato é muito bem descrito por Álvaro 
Azevedo Vilaça:
Posso, assim duas ou mais vontades, objetivando criar, regulamentar, 
alterar e extinguir uma relação jurídica (direitos e obrigações) de cará-
ter patrimonial. (AZEVEDO, 2009, p. 9)
Princípios Gerais dos Contratos
Com relação aos princípios, podemos considerá-los uma importante fonte do direito, 
são verdadeiros direcionamentos interpretativos que conduzem os operadores do direito 
a terem a mais correta interpretação do sistema jurídico.
Assim, os ramos do direito, ou determinados institutos desses mesmos ramos, pos-
suem princípios que lhe dão peculiaridades e compreensão específica.
8
9
Veremos, a seguir, vários princípios dos contratos, reconhecidos pela doutrina 
e jurisprudência.
Princípio da Autonomia da Vontade
A vontade de contratar faz parte de uma liberalidade do ser humano, tendo este o 
livre arbítrio na satisfação de seus interesses.
Sobre esse princípio, Álvaro Vilaça Azevedo destaca:
Todos são livres para realizar física e materialmente os contratos, 
desde que preenchidos os requisitos de validade dos atos jurídicos. 
(AZEVEDO, 2009, p.12)
Princípio da Prevalência da Ordem Pública
Mesmo havendo a autonomia das partes em firmar um contrato, o Estado pode editar 
determinadas deliberações que atinjam os contratos, devendo ser respeitadas pelas partes.
Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóvel deverá ser feito por escritura 
pública, registrada no cartório de registro de imóveis, o que se dá após o pagamento dos 
tributos inerentes a essa transação, o Imposto sobre Transação de Bens Imóveis – ITCMD.
Com relação a esse princípio, é importante destacar o que trata o parágrafo único do 
artigo 2035 do atual Código Civil Brasileiro:
Art. 2035 [...]
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar pre-
ceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código 
para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Princípio da Boa-fé
Pelo princípio da boa-fé, as partes contratantes devem agir durante a vigência do 
contrato, com o objetivo de concretizar suas obrigações, em relação ao pactuado, agindo 
com lealdade e honestidade.
Podemos dizer que os desejosde boa-fé devem estar presentes, desde a discussão 
sobre a formação do contrato, sua execução, bem como sobre o seu findar.
Observemos o que delibera o atual Código Civil Brasileiro, sobre a boa-fé, em seu 
artigo 113:
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
9
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
Princípio da Função Social dos Contratos
 O princípio da função social dos contratos tem por escopo reconhecer que, muito 
embora os contratos devam ser fruto da liberalidade entre as pessoas, devem respeitar 
os interesses sociais sobre eles.
Esse princípio tem por escopo consignar que os negócios jurídicos firmados em um 
ajuste reproduzam a vontade das pessoas de maneira negocial, cada uma satisfazendo a 
seus interesses, sem imposição, mas sempre respeitando as normas e a vontade absoluta 
das partes.
Importante fazer menção a esse princípio à ordem contratual mencionando o artigo 
421 do Código Civil:
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limi-
tes da função social do contrato.
Figura 4 
Fonte: Getty Images
P rincípio da Obrigatoriedade da Convenção
A pós firmado o contrato, depois de sua formulação, quando as partes concordam 
com a convenção por elas estabelecida, as obrigações que nele constam formalizadas 
devem ser cumpridas, ou seja, tornam-se obrigatórias para os contratantes. 
Nesse sentido, os contratantes firmam uma verdadeira “lei” entre eles, devendo cum-
prir o que fora pactuado. Essa situação inerente ao contrato é conhecida no mundo do 
direito, como p acta sunt servanda (os pactos devem ser cumpridos).
S omente será permitida a alteração dos contratos diante da ocorrência das deno-
minadas “cláusula rebus sic stantibus” (permanecendo as coisas como estavam antes). 
Nessa hipótese, será permitida a revisão das cláusulas, sendo reestabelecidas situações 
anteriores, ou seja, antes de ser firmado o ajuste de vontades entre as partes.
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O atual Código Civil filiou-se a esse princípio associando-lhe à teoria da imprevisão, 
conforme podemos observar na leitura do seu artigo 478:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a pres-
tação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extre-
ma vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordiná-
rios e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. 
 Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Embora exista entendimento diverso, são citados pelos doutrinadores fatos como 
crises econômicas, ou fatos sociais, tais como revoluções ou guerras, os quais, por 
reflexo, dão causa a desequilíbrios relevantes nos negócios jurídicos, como ocorre com 
relação aos contratos, podendo dar causa à aplicação da teoria da imprevisão e serem 
convencionados contratos, bem como restabelecer a situação dos contratantes antes da 
formação do ajuste.
Figura 5
Fonte: Pixabay
P rincípio da Onerosidade Excessiva
Podemos dizer que esse princípio se norteia por um desequilíbrio que surge no con-
trato, pelo qual o ganho de uma das partes é desproporcional com relação à sua parti-
cipação no pactuado.
Sobre esse princípio, conheçamos o que pensa Caio Mário da Silva Pereira:
[...] na desproporção evidente e anormal das prestações, quando um 
dos contratantes aufere ou tem possibilidade de auferir do contrato 
um lucro desabusadamente maior do que a contraprestação a que se 
obrigou. (PEREIRA, 1993, p. 187)
11
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
Com relação a esse princípio, mencionemos nosso Código Civil em seu artigo 480:
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das 
partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alte-
rado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
 Elementos Essenciais a um Contrato
Para formação de um negócio jurídico, por intermédio de um contrato, é fundamen-
tal que exista um ajuste de vontades entre as partes contratantes.
Mas, além dessa condição, a norma jurídica que disciplina os contratos, ou seja, o atual 
Código Civil, em seu artigo 104, prevê que são elementos indispensáveis a um contrato:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Com relação ao primeiro elemento, “agente capaz”, ele se refere à capacidade da 
pessoa em celebrar um negócio jurídico, ou seja, existe um reconhecimento legal de 
que ela pode firmar um contrato, pois tem condições legais de expressar suas vontades.
Nosso Código Civil prevê quais são as condições de uma pessoa ser considerada 
dotada de uma incapacidade absoluta, bem como os requisitos legais que a enquadrem 
na denominada incapacidade civil relativa.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos 
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os 
exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por le-
gislação especial.
No tocante a ser o “objeto do contrato lícito”, esse elemento está envolto à questão de 
que o objeto a ser pactuado em um contrato não seja a realização de ato ilícito.
Por exemplo: um contrato de compra e venda de substância, reconhecida pela norma 
jurídica brasileira, como entorpecente.
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O “objeto do contrato deve ser possível” com relação ao seu cumprimento, ou seja, 
não pode estar ligado a questões que, de fato ou de direito, seriam impossíveis de ocorrer.
Podemos mencionar como exemplo desse elemento um contrato de transporte que 
preveja conduzir o contratante para um final de semana no planeta Marte.
Figura 6
Fonte: Getty Images
Diz o artigo 107, do atual Código Civil Brasileiro:
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de for-
ma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Esse dispositivo de nosso Código nos informa como deve ser encarado o último ele-
mento de um contrato referente à “forma prescrita ou não defesa em lei”.
Quando se fala em forma prescrita, ela se relaciona ao formalismo exigido por lei 
para que o contrato possa ser firmado, assim a lei pode estabelecer requisitos essenciais 
para a formalização de um contrato.
Ao tratar da expressão “não defesa em lei”, o texto se refere a que, além da observân-
cia da determinação legal para se formalizar um contrato, deve-se levar em consideração 
que não existe proibição em celebrá-lo, já que o termo “defesa”, aqui, é empregado 
como “proibido”.
Podemos tratar quanto à forma prescrita em lei de um contrato a deliberação encon-
trada no artigo 108 do Código Civil:
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essen-
cial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transfe-
rência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
13
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
 Contratos em Espécie
Quando classificamos algo, nós o fazemos separando por quantidade ou por qualidade.
Com relação à classificação que faremos no tocante aos contratos, levaremos em 
consideração certas peculiaridades que eles podem possuir.
No caso dos contratos, a classificação nos permitirá melhor conhecê-los e aplicarmos 
em nossa vida particular ou profissional.
 Os Pré-Contratos e os Contratos Definitivos
 Os pré-contratos, também nominados de contratos preliminares, tratam de ajustes que 
preparam as partes para um contrato definitivo futuro. Aqui, as partes contratantes po-
dem convencionar como o negócio futuro será celebrado, inclusive com a estipulação de 
determinadas cláusulas, que serão indispensáveis para o contrato definitivo ser firmado.
Um exemplo sãoos contratos de compromisso de compra e venda de imóvel. Neles, 
as partes firmam um contrato prévio, em que uma se obriga a celebrar um contrato defi-
nitivo de compra e venda de um imóvel, mediante o cumprimento pelo outro contratante 
do pagamento de uma parte do valor desse imóvel.
Esse exemplo de contrato é muito comum nas negociações de imóveis denominados 
“na planta”, onde a construtora se compromete com o compromissário em firmar a venda 
do imóvel, quando ele estiver preenchido as condições físicas e materiais para sua entrega.
Figura 7
Fonte: Getty Image
14
15
Com relação ao pré-contrato ou contrato preliminar, deixamos aqui as palavras de 
José Bushatsky quanto ao tema:
[...] 
objeto do contrato preliminar é a celebração de um futuro contrato que 
será solutório, uma vez que dá cumprimento às obrigações assumidas 
no contrato anterior, e ao mesmo tempo, constitutivo, pelas novas 
relações que dele resultarão em caráter definitivo [...] (BUSHATSKY, 
1974, v. 2, p146-147)
Co ntratos Típicos, Atípicos e Mistos
Podemos nominar como “Contratos Típicos” aqueles que possuem especificação 
descrita no atual Código Civil, que em seu Título VI, a partir do artigo 481, trata em 
denominar várias espécies de contratos:
• Contrato de compra e venda;
• Contrato de troca;
• Contrato de doação;
• Contrato de locação;
• Contrato de empréstimo;
• Contrato de depósito.
Na hipótese de os contratos não terem determinação legal, eles são intitulados de 
atípicos, como ocorre, por exemplo:
• Contrato de trato de animal (estabulagem);
• Contratos de publicidade;
• Contrato de mediação;
• Contrato de cessão de clientela;
• Con trato de joint venture (união de esforços de duas ou mais empresas para obje-
tivos comuns).
No tocante aos contratos mistos, como tinham que ser, eles reúnem características 
dos dois que o antecedem, pois podem comportar cláusulas contratuais, existentes em 
um contrato típico, e, ao mesmo tempo, possuir deliberações que se enquadram em um 
contrato atípico.
Como, por exemplo, em um contrato de locação de um imóvel que delibere sobre a 
manutenção de placa publicitária em sua fachada.
15
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
Con tratos Unilaterais e Bilaterais
Os contratos bilaterais surgem da formação da vontade das partes contratantes, como 
é o caso de um contrato de compra e venda, por exemplo, de um automóvel.
Figura 8
Fonte: Getty Images
Já nos contratos unilaterais a manifestação de vontade é de apenas uma das partes, 
como acontece nos contratos de doação.
Cont ratos Gratuitos e Onerosos
Na hipótese dos contratos gratuitos, somente uma das partes possui uma obrigação, 
sendo ela resolvida, extingue-se o contrato.
Um exemplo de contrato gratuito é o caso da doação pura sem ônus, onde o doador 
entrega o bem ao donatário, sem qualquer ônus para este último.
Quanto ao contrato oneroso, ao inverso, há demanda de obrigação para as 
partes contratantes.
No tocante ao contrato oneroso, podemos mencionar o ajuste nominado de locação 
de um imóvel, onde o locador sede a posse do imóvel a um locatário, mediante o paga-
mento mensal de aluguel.
Cont ratos de Adesão
A própria expressão pode nos revelar o que vem a ser um contrato de adesão, visto 
que a palavra aderir, que forma o ajuste, tem o significado de aceitar.
16
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Em u m contrato de adesão, somente uma das partes formula as condições do pacto, 
ou seja, redige e determina as cláusulas contratuais, cabendo para a outra parte mani-
festar sua vontade pelo aceite das cláusulas “impostas”.
Um exemplo é o contrato de “cheque-especial”, onde um correntista de um determi-
nado Banco assina um contrato de empréstimo com a instituição financeira.
O correntista não discute as cláusulas do contrato, somente firma sua vontade me-
diante a aceitação ou não do que se propõe pactuar.
Figura 9
Fonte: Getty Images
Contr atos Consensuais e Reais
Quanto aos contratos consensuais, eles se resolvem com o simples consentimento 
das partes em entregarem o objeto pactuado.
Esse consenso decorre da manifestação de vontade das pessoas, como ocorre no 
contrato de compra e venda de um automóvel.
Nos contratos reais, existe a necessidade de entrega da coisa (tradição) para que o 
contrato seja cumprido, como ocorre, por exemplo, nos contratos de comodato, no qual 
o cumprimento da obrigação se dá com a entrega do bem a uma das partes contratantes.
Contr atos Principais e Acessórios
Os contratos principais são denominados de independentes, pois o cumprimento das obri-
gações das partes contratantes não depende de qualquer condição acessória a ser cumprida.
17
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
Diferentemente, ocorre nos contratos acessórios, nos quais acabam acompanhando a 
“sorte do principal”, ou seja, mantém uma relação de dependência com o contrato principal.
Podemos mencionar, como exemplo de contrato acessório, o contrato de fiança, no 
qual o não cumprimento do contrato principal por uma das partes faz com que aquele 
que afiançou o cumprimento dessa obrigação a cumpra.
Extin ção dos Contratos
A simples expressão “extinção do contrato” pode-nos levar à conclusão de que ele 
tenha sido resolvido pelo cumprimento das obrigações nele delimitadas.
Mas pode ser que tal fato não ocorra, podendo ser o contrato extinto por outras 
regras do direito.
Podemos mencionar a hipótese de a obrigação contratual não ser satisfeita no todo 
ou em parte por um dos contratantes, sendo esta não exigida pelo outro contratante.
Decorrido determinado período de tempo, a obrigação da parte que descumpriu o 
pactuado estará prescrita (perda do direito), ou seja, não poderá mais ser exigida pela 
parte contrária.
Arbit ragem
Ao f alarmos de arbitragem, estamos tratando da possibilidade de os contratantes, em 
caso de eventuais conflitos de interesse, ao invés de buscarem a via judicial, procurarem 
esse instituto.
As regras sobre o emprego da arbitragem estão definidas na Lei nº 9307,de 23 de 
setembro de 1996, a qual prevê em seu artigo 1º:
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitra-
gem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
A escolha pelas partes da arbitragem poderá ser prevista no próprio contrato e, nesse 
caso, ela se denomina de cláusula arbitral ou compromissória.
Na hipótese de não existir no contrato a cláusula sobre a arbitragem, as partes po-
dem firmar um “compromisso arbitral” com o objetivo de solucionar conflito existente, 
quando do cumprimento de determinado contrato que trate de direitos patrimoniais 
disponíveis.
O árbitro, nos termos da Lei de Arbitragem, é juiz de fato e de direito, equiparando-se 
nos termos da lei a servidor público, quando do exercício dessa função.
Poderá ser árbitro qualquer pessoa capaz e de confiança das partes.
18
19
A solução arbitral pode se dar por um único árbitro, ou conforme deliberação das 
partes, por um colégio arbitral.
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a con-
fiança das partes.
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número 
ímpar, podendo nomear, também os respectivos suplentes.
A decisão do conflito com o emprego da arbitragem decorre de uma “sentença arbitral”.
Quanto à decisão proferida por essa sentença, ela valerá como um título executivo, 
ou seja, obrigam as partes, bem como seus sucessores.
No tocante à sentença arbitral, trata o artigo 31 da Lei de Arbitragem:
Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, 
os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judi-
ciário e, sendo condenatória, constitui título executivo.
19
UNIDADE 
Teoria dos Contratos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
A autonomia da vontade
https://bit.ly/2mYzZqk
A Arbitragem e seus pontos principais
https://bit.ly/2oE4Ngp
Constituição Federal de 1988
https://bit.ly/1dFiRrW
Lei nº nº 9307, de 23 de setembro de 1996
https://bit.ly/L5LzqR
20
21
Referências
ARAUJO,L. A. D.; NUNES JUNIOR, V. S. Curso de Direito Constitucional. 9. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2005.
AZEVEDO, A. V. Teoria Geral dos Contratos Típicos e Atípicos: Curso de Direito 
Civil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. E-book: ISBN 9788522481743.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 out. 1988. Senado 
Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>
BRASIL, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>
BRASIL, Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996. Lei da Arbitragem. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm>
 BUSHATSKY, J. Lições de Direito Civil: Direito das Obrigações. vol. 2. São Paulo:1974.
CAHALI, F. J. Curso de Arbitragem. 5. ed. São Paulo: Revista do Tribunais. E-Book: 
ISBN 978520372555.
CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
CRETELLA JUNIOR, J. Comentários à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: 
Forense Universitária, 1993. vol. IX.
GUSMÃO, P. D. Introdução ao Estudo do Direito. 49. ed. rev. e atual. Rio de Janei-
ro: Forense, 2018. E-book: ISBN 978853097975.
LÔBO, P. Direito Civil: Contratos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
MACHADO, H. de B. Uma Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Dialética, 2000.
MONNERAT, F. V. da F. Introdução ao Estudo do Direito Processual Civil. 3. ed. 
São Paulo: Saraiva Educação, 2018. E-book: ISBN 9788553600847.
NADER, P. Introdução ao Estudo do Direito. 16. ed. Rio de Janeiro 1998.
 NUNES JUNIOR, F. M. A. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2017. E-book: ISBN 9788520372326.
PEREIRA, C. M. da S. Lesão dos Contratos. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1993.
REALE, M. Lições Preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva. 2002.
SILVA, D. P. e. Vocabulário jurídico. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991.
TARTUCE, F. Direito Civil: Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. 14. 
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