Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TUMORES INTESTINAIS Divididos em dois grandes grupos: pólipos (neoplásicos e não neoplásicos) e carcinoma. PÓLIPOS Mais comum na região colon-retal, mas podem acometer esôfago e estômago também (podem estar em todo o TGI) Sequência: sésseis (como se fosse uma verruga, são mais planos) → pedunculados (possuem uma haste e depois um nódulo/lesão) Classificação: - Não neoplásicos: hiperplásicos, inflamatórios, hamartomatosos. - Neoplásicos: adenomas -Pólipo hiperplásico: proliferação epitelial benigna; qualquer idade (mais frequente na 6 e 7ª décadas); isolados ou múltiplos, mais comum no colon esquerdo; pode estar associado à Síndrome dos pólipos hiperplásicos múltiplos (se forem muitos, pode ser câncer). -Microscopicamente: glândulas alongadas e pregueadas (é muito parecida com a mucosa normal, não tem atipia nem nada, simplesmente fica mais alongada), mitoses na base, espessamento de membrana basal -Pólipos inflamatórios: se forma após ciclos de injúria e cura (aqueles pseudopólipos da colite ulcerativa podem ser considerados inflamatórios). Pólipos que se formam como parte da síndrome da úlcera retal solitária, exemplo de lesão puramente inflamatória (DII). -Clínica: sangramento retal, corrimento mucoso, lesão inflamatória da parede retal anterior. Tardiamente pode levar ao prolapso da mucosa retal. -Microscopia: pode encontrar glândulas dilatadas, epitélio proliferativo, erosões superficiais, infiltrado inflamatório, hiperplasia epitelial, proliferação capilar -Pólipos hamartematosos: - Pólipo juvenil - Pólipo de Peutz-Jeghers - Síndrome de Cowden e Síndrome de Bannayan-RuvalcabaRiley - Síndrome de Cronkhite-Canada Esses pólipos hamartematosos muito frequentemente estão associados a causas genéticas, por isso é importante investigar, pois pode ter outras manifestações. -Pólipose juvenil: em crianças e adultos, isolados (retenção) ou polipose juvenil múltipla (quando múltipla, temos que pensar que tem o fator genético); esporádicos ou sindrômicos, gene mutado SMAD4, BMPR1A; risco de adenomas e carcinomas. Macroscopia: hamartomas arredondados, císticos, pedunculados. Microscopia: glândulas císticas dilatadas em cório abundante e edematoso, erosão superficial, infiltrado inflamatório Localização: principalmente no reto (3 a 100 pólipos). -Pólipo de Peutz-Jeghers: 10 a 15 anos; pigmentação melanótica cutâneo-mucosa; associação com câncer (pâncreas, mama, pulmão, ovário, útero, TGI). Microscopia: glândulas desorganizadas, vários tipos celulares, musculatura lisa entra pra dentro da haste do pólipo, cistos Macroscopia: pode ser séssil ou pedunculado -Polipose adenomatosa (neoplásica) -Polipose adenomatosa familiar (PAF): são desordens autossômicas dominantes incomuns. Acomente 10 a 15 anos (clássica) e 40 a 50 (atenuada); é uma síndrome de polipose familiar, com propensão para transformação maligna → 100% desenvolve câncer se não tratado; base molecular do câncer colorretal; gene mutado APC e MUTYH; adenomas múltiplos + de 100 para o diagnóstico. - Etiopatogenia dos pólipos já neoplásicos: adenomas intestinais surgem por alterações displasia no tecido epitelial em resposta a fatores lesivos. A dieta é um fator de risco para pólipos, sendo então o fator mais estudado (há relações com a ingestão de gorduras saturadas). Mais prevalente em países cujas sociedades consomem altas quantidades de gorduras saturadas. TIPOS DE ADENOMAS: -Adenomas tubulares: constituídos por glândulas de arquitetura tubular, o ápice das células está voltado para a luz da glândula, o estroma conjuntivo-vascular forma o interstício entre as glândulas. Alguns estudos dizem que o adenoma tubular tem menos chance de evoluir para câncer. Historinha: tinha um epitélio, ele sofreu uma lesão/alteração provavelmente por algum tipo de alimento. Assim, formou-se um pólipo com estrutura tubular. Se esse epitélio formar vilos no lugar de tubos, temos adenomas vilosos→ -Adenomas vilosos (projeções vilosas): formado por longas hastes em formato de dedos, com células cilíndricas assentadas sobre eixos conjuntivo-vasculares. O ápice da célula está voltado para a superfície da vilosidade. É o que tem mais chance de evoluir para câncer. -Adenomas tubulo-vilosos: possuem os dois tipos acima. O problema do pólipos é: tem um pólipo, com mucosa normal, a lesão é pedunculada ou séssil → alguma dessas células, por mitose, pode acabar se transformando em câncer e invadindo a membrana basal, pode continuar invadindo até chegr nos vasos e disseminar. Epidemiologia (adenoma se transformar em câncer): a incidência aumenta com a idade; a prevalência de adenomas colônicos é de 20 a 30% antes dos 40 anos; homens e mulheres são igualmente afetados. Existe predisposição familiar definida → risco aumentado em 4x em parentes de primeiro grau; Adenomas tubulares são mais comuns, seguido de tubulo-vilosos (5 a 10%) e vilosos (1%). CARCINOMA COLORRETAL -Fatores: fatores ambientais, dietéticos, baixo conteúdo de fibras, alto consumo de gorduras e carboidratos refinados, menor ingestão de micronutrientes protetores, ação da flora, absorção de produtos tóxicos e carcinogênicos. -Transformação maligna segue a sequência: adenoma→ câncer. Aprox. 5% dos adenomas sofrem transformação maligna num período de 10 a 15 anos. -Pólipos com mais de 4cm: muito potencial maligno. -Avaliação: história clínica, exame físico, pesquisa de sangue oculto nas fezes, toque retal, anuscopia, retossigmoidoscopia, colonoscopia ou enema opaco, biópsias. -Investigação diagnóstica: Colonoscopia: para pacientes cuja origem do sangue oculto nas fezes não foi identificada através do toque retal ou retossigmoidoscopia; possibilita a visualização do pólipo e a polipectomia; estudo anátomo patológico (padrão ouro); adenoma X pólipos não adenomatosos (inflamatórios, hiperplásicos, hamartomatosos); adenoma X adenocarcinoma. -Quadro clínico cólon DIREITO: dor ou simples desconforto, fraqueza, perda de peso, diarreia, menos obstrução, massa abdominal palpável, presença de sangue oculto nas fezes. -Quadro clínico cólon ESQUERDO: dor, sinais de obstrução ou de suboclusão, constipação intestinal, presença de fezes em fita, sangue nas fezes, massa abdominal menos palpável. ESTADIAMENTO: Astler-Coller A1- limitado à mucosa B1- até muscular própria, sem penetrar, linfonodo negativo B2- através da muscular própria, linfonodo negativo C1- até muscular própria, linfonodo positivo C2- através da muscular própria, linfonodo positivo D- metástases
Compartilhar