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LINDB: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

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I. LINDB
1. Lei de introdução às normas do direito brasileiro (L.I.N.D.B)
a) Vigência das normas
· A lei, salvo disposição contrária, começa a vigorar no país 45 dias após a sua publicação.
· Tal contagem para entrada em vigor é incluída a data da publicação e do ultimo dia do prazo, ou seja, o prazo a começa a ser contado na data da publicação.
· A obrigatoriedade da norma brasileira passa a vigorar no estrangeiro, quando aceita, após 3 meses de sua publicação oficial. 
· Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo começará a correr da nova publicação.
· As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
· Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
· A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
· Lei nova que estabelece disposições gerais ou especiais a par das existentes não revoga nem modifica a lei.
· O meio mais comum para tirar a eficácia de uma norma é a sua revogação, ela acontece de duas formas: revogação total ou ab-rogação quando a revoga totalmente ou revogação parcial/derrogação quando torna sem efeito apenas uma parte da lei.
· A revogação ainda pode ser expressa quando é declarada expressamente no texto da nova lei ou tácita quando a lei posterior é incompatível com a anterior, mas não há previsão expressa de revogação em seu texto.
· A repristinação ocorre quando uma lei é revogada por outra e posteriormente a própria norma revogadora é revogada por uma terceira lei, que irá fazer com que a primeira tenha sua vigência reestabelecida caso assim determine em seu texto legal. No Brasil isso só é possível com disposição expressa ou ainda quando for declarada a inconstitucionalidade da lei revogada e também quando for concedida suspensão cautelar da eficácia da norma impugnada.
b) Características da norma jurídica
· Generalidade, porque se dirige a todos os cidadãos.
· Imperatividade, porque impõe deveres e condutas.
· Permanente, porque perdura até que seja revogada ou perca eficácia.
· Competência, porque deve emanar de autoridade competente.
· Autorizante, porque autoriza ou não uma conduta.
Pelo Principio da obrigatoriedade da norma, pelo qual ninguém deixa de cumprir a lei alegando não a conhece existem três teorias.
· Ficção legal, eis que a obrigatoriedade foi instituída pelo ordenamento para dar segurança jurídica.
· Presunção absoluta, pela qual haveria uma dedução iure et de iure (com presunção absoluta) de que todos conhecem as leis.
· Necessidade social, as normas devem ser conhecidas para que melhor sejam observadas (é a mais aceita).
c) Formas de integração da norma
· Lacuna normativa: ausência total de norma prevista para o caso concreto
· Lacuna Ontológica: Presença de norma para o caso concreto, mas que não tem eficácia social.
· Lacuna axiológica: Presença de norma, mas suja aplicação é insatisfatória ou injusta.
· Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou mais normas validas, pendente de solução no caso concreto.
· O LINDB diz que quando a lei for omissa o juiz decide o caso de acordo com analogia, costumes e princípios gerais do direito. Essa ordem em regra deve ser obedecida, mas há casos em que não precisa-se observar ela diante da força normativa e coercitiva dos princípios.
· Analogia é a aplicação de uma norma próxima ou de conjunto de normas próximas não havendo norma prevista para determinado caso. Analogia legal se aplica somente uma norma e na jurídica se aplica um conjunto de normas para se extrair elementos.
· Costumes são práticas e usos reiterados com conteúdo licitam e relevância jurídica.
· Equidade é o uso do bom-senso, a justiça do caso particular, mediante a adaptação razoável da lei ao caso concreto, na equidade legal a aplicação está prevista na lei na judicial a lei ordena ao juiz que se aplique a equidade.
d) Aplicação da norma jurídica no tempo
· A norma jurídica é criada para valer no futuro não no passado, a irretroatividade da lei é a regra que, contudo comporta exceções.
· A nova lei terá efeito imediato e geral, respeitando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
· Direito adquirido são os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.          
· Ato jurídico perfeito é uma manifestação de vontade licita e consumado de acordo com a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
· Coisa julgada é a decisão que não admite mais recurso
· O direito adquirido e o ato jurídico perfeito não prevalecerão se contrariar os preceitos de ordem pública. 
· Se tratando de matéria de ordem pública poderá ocorrer a retroatividade motivada para garantir a função social do contrato.
· Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
e) Aplicação da norma jurídica no espaço
· O principio da territorialidade no Brasil não é absoluto, há hipóteses em que vigora a extraterritorialidade, quando a lei estrangeira tem eficácia em território brasileiro.
· A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
· Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
· O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
· Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
· Ao regime de bens, legal ou convencional, se aplica a lei dos domicílios do cônjuge, havendo divergência, prevalece o primeiro domicilio conjugal.
· O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
· O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
· Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
· Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
· Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
· Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
· O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
· Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
· Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, a lei brasileira será observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
· A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.
· A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país emque domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
· A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
· A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
· As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
· As organizações não poderão ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
· Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
· Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
· É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
· Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
· A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
· A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
· Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
· Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: (i) haver sido proferida por juiz competente; (ii) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; (iii) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; (iv) estar traduzida por intérprete autorizado; (v) ter sido homologada pelo STF (hoje considera-se que é o STJ).
· Quando se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
· As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
· Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
· As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. 
· No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. 
· Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
· A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. 
· A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas Essa decisão deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
· Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. 
· Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.
· Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
· As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. 
· A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento)
· A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. 
· O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. 
f) Antinomias
A  antinomia  é  a  presença  de  duas  normas  conflitantes,  válidas  e emanadas  de  autoridade  competente,  sem  que  se  possa  dizer  qual  delas merecerá  aplicação  em determinado caso concreto (lacunas de colisão). Para a solução dos choques entre as normas jurídicas, a saber:
· Critério cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;
· Critério da especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;
· Critério hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior
Superada  essa  análise,  parte­se  para  a  classificação  das  antinomias,  quanto  aos  metacritérios envolvidos, conforme esquema a seguir:
· Antinomia de 1.º grau: conflito de normas que envolvem apenas um dos 
critérios anteriormente expostos.
· Antinomia de 2.º grau: choque de normas válidas que envolvem dois dos critérios analisados
Em havendo a possibilidade ou não de solução, conforme os metacritérios de solução de conflito, é pertinente a seguinte visualização:
· Antinomia  aparente:  situação  que  pode  ser  resolvida  de  acordo  com  oos  metacritérios  antes expostos.
· Antinomia  real:  situação  que  não  pode  ser  resolvida  de  acordo  com  oos  metacritérios  antes expostos.
II. Parte Geral
1. Da Pessoa Natural
1.1. Personalidade Jurídica.
· Todo aquele que nasce com vida se torna uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. A personalidade genérica é a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres.
1.2. Capacidade jurídica e legitimação.
· Capacidade é a medida da personalidade, pois ela pode ser plena ou limitada. Quem tem a capacidade adquire ao nascer sendoesta a capacidade de direito ou de aquisição de direitos, todavia, nem todas as pessoas possuem a capacidade de fato que é a aptidão para exercer pessoalmente esses direitos sendo necessária sempre a participação de outra pessoa que as representa ou assiste.
· Quem possui as duas espécies de capacidade tem capacidade plena, quem só ostenta a de direito tem capacidade limitada e necessidade de outra pessoa que complemente sua vontade.
· Capacidade não se confunde com legitimação, pois a legitimação é a aptidão para praticar alguns atos jurídicos.
1.3. Começo da personalidade natural
· A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
· Três teorias procuram explicar isso, a natalista afirma que a personalidade civil só se inicia com o nascimento com vida; a da personalidade condicional sustenta que o nascituro é pessoa condicional, pois a aquisição da personalidade acha-se sob dependência de condição suspensiva, o nascimento com vida. A concepcionista admite que se adquire personalidade, desde a concepção, ressalvados os direitos patrimoniais decorrentes de herança, legado, doação que ficam condicionados ao nascimento com vida.
· STF não tem posição definida, STJ adota a concepcionista.
· Lei dos alimentos dá legitimidade a mãe para propor ação de investigação de paternidade com pedido de alimentos, representando o nascituro
1.4. Incapacidades
· Quem tem capacidade de direito, mas não tem capacidade de fato é chamada de incapaz.
· No Brasil não existe incapacidade de direito, pois todos se tornam - ao nascer - capaz de adquirir direito.
1.4.1 Incapacidade Absoluta
· Incapacidade absoluta acarreta proibição total do exercício do direito, o ato só pode ser prático pelo representante legal sob pena de nulidade do ato. 
a) Menores de 16 anos
1.4.2 Incapacidade relativa
· Incapacidade relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil desde que assistido por seu representante legal, sob pena de anulabilidade. 
· Certos atos, porém pode praticar sem assistência, tais como: aceitar mandato, fazer testamento, exercer emprego público, casar, ser eleitor, etc...
a) Maiores de 16 e menores de 18 anos
b) Os ébrios Habituais e viciados em tóxicos
· São os alcoólatras e os toxicômanos, viciados em substancias ilícitas, os usuários eventuais que, por efeito transitório dessas substâncias, ficarem impedidor de exprimir plenamente sua vontade se enquadram nos que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade
c) Os que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.
· São apenas aquelas que não poderem exprimir sua vontade plenamente por meio de uma patologia.
· Não estão incluídos os deficientes e surdo-mudo se estiverem impedidos de exprimir sua vontade por sua deficiência precisa ser por uma patologia
d) Os pródigos
· É aquele que dissipa seu patrimônio, se torna relativamente incapaz depois de declarado tal em sentença de interdição
· A interdição do pródigo só se interfere em atos de disposição e oneração do seu patrimônio, podendo inclusive administra-lo, mas ficando privado de praticar atos que possam desfalca-lo como emprestar, transigir, quitar, alienar, hipotecar, demandar e ser demandado.
1.4.3 Indios.
· Índio não é mais incapaz, é regulado pelo Estatuto do índio.
· Ficará sujeitos a tutela da União, até se adaptarem a civilização.
· São nulos os negócios jurídicos celebrados entre índio e pessoa estranha a comunidade indígena sem a participação da FUNAI, enquadrando-o como absolutamente incapaz, todavia, é valido o negócio se o índio revelar consciência e conhecimento do ato praticado e este não o prejudicarem.
· Idade mínima nesse estatuto é de 21 anos.
· Presidente da República pode emancipar comunidade indígena
1.4. Cessação da incapacidade
1.4.1 Maioridade
· Cessa a menoridade no primeiro momento do dia que o individuo faz 18 anos
· MP não intervém mais nas ações que envolvam interesses de menores de 21 que completaram 18 anos.
1.4.2 Emancipação
· É o ato jurídico que antecipada os efeitos da aquisição da maioridade e consequente capacidade civil plena.
· A emancipação por si só não afasta a incidência do ECA ou do CP.
· É definitiva e irrevogável.
· Pode ser por concessão dos pais ou por sentença judicial e esta sujeita a desconstituição por vicio de vontade.
· É ato formal e solene e exige instrumento público
a) Voluntária
· Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial.
· Precisa de escritura e ser registrada no registro de pessoas naturais sob pena de não surtir efeitos
b) Judicial
· Sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
c) Legal
· Pelo casamento, idade núbil de 16 anos, sendo possível o casamento de menor se houver autorização dos pais. O divórcio, viuvez, e a anulação não implica retorno a incapacidade, salvo se realizado de ma fé. A anulação tem efeitos retroativos
· Por exercício de emprego público efetivo, deve ser nomeado de forma definitivo afastando-se cargo comissionado e temporário.
· Colação de grau em curso de ensino superior.
· Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
· Menor militar que tenha 17 anos e esteja prestando tal serviço
1.5. Nome
· É a designação pelo qual a pessoa se identifica.
· Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
· O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
· Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
· O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
1.5.1 Elementos do nome
· Prenome e sobrenome são os dois elementos do nome e as vezes agnome (filho, sobrinho, neto, primo)
a) Prenome 
· É o nome próprio da pessoa
· Poder ser escolhido livremente pelos pais desde que não exponha o filho ao ridículo
b) Sobrenome
· Sinal que identifica a procedência da pessoa, sua filiação, etc. Também conhecido como patronímico.
· As pessoas ja nascem com sobrenome, não se escolhe.
c) Imutabilidade do nome
· É possível a mudança em caso de erro gráfico e nomes que expõem ao ridículo os seus portadores.
· É admitido também em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com apuração de crime
· Apelidos notórios podem substituir o prenome
d) Adições intermediarias
· Além da inclusão de apelido notório é possível o acréscimo de mais um prenome ou de sobrenome materno para solucionar problemas de hominimia
f) Mudança no sobrenome
· Só pode ser alterado em casos excepcionais
g) outras hipóteses
· Nome completo pode sofrer alteração no casamento, separação judicial, divórcio, adoção, reconhecido de filho, união estável e transexualíssimo.
1.6 Outros direitos da personalidade.
· Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
· Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
· Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer danos morais o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
· Salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
· A disposição do próprio corpo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
· É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, todavia, esse ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
· Ninguém pode ser constrangidoa submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
· Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
· A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
1.7. Estado
· Soma das qualificações da pessoa na sociedade, habeis a produzir efeitos jurídicos
1.7.1 Aspectos
· Estado individual: Diz respeito as particularidades de sua constituição são a idade, sexo, cor, altura, genero, etc.
· Estado Familiar: Indica a situação na familia em relação ao matrimonio, p.ex, Solteiro, casado, viuvo, etc e ao parentesco, p.ex, pai, filho, sobrinho, etc.)
· Estado Politico: Qualidade que advem da posição do individuo na sociedade, podendo ser brasileiro ou estrangeiro
1.7.2 Caracteristicas
· Indivisível: Não é possível ter mais de um estado, ele é uno e indivisível
· Indisponibilidade: É inalienável, irrenunciável.
· Imprescritibilidade: Não se perde nem se adquire pela prescrição, nasce e morre com a pessoa.
1.8. Domicílio
· O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
· A residência é o elemento objetivo já a vontade de se estabelecer em um local determinado é o elemento subjetivo.
· Se, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
· É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Já se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
· Ter-se-á domicilio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
· Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de mudar. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
· Perde-se o domicilio não só pela mudança, mas por determinação da lei e ainda pela vontade das partes (nos contratos)
· Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: (i) da União, o Distrito Federal; (ii) dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; (iii) do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; (iv) das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
· Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
· Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
· Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
· O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; 
· O domicilio do servidor público, é o lugar em que exercer permanentemente suas funções; 
· O domicilio do militar, é onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; 
· O Domicilio do marítimo, é onde o navio estiver matriculado; 
· O domicilio do preso é o lugar em que cumprir a sentença.
· O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
1.8.1 Espécies
a) voluntário: 
· É aquele fixado pela vontade da pessoa.
b) legal:
· É o imposto pela lei, e não exclui o domicilio voluntário.
c) contratual ou convencional 
· Nos contratos escritos poderão os contratantes especificar onde se exercitem e cumprem os direitos e obrigações resultantes do contrato
· STJ considera ineficaz clausula de eleição de fora em contrato de adesão, quando: constitui obstáculo a parte aderente, é abusiva
1.9 Modos de extinção
· A extinção da pessoa natural se dá com a morte
a) morte real
· A morte real é apontada como responsável pelo termino da existência da pessoal natural. Sua prova se faz pelo atestado de óbito ou por ação declaratória presumida, sem decretação de ausência.
b) Morte simultânea ou comoriência
· Se dá quando dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião (não precisa ser no mesmo lugar), não se podendo averiguar qual deles morreu primeiro, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
· O principal efeito da ocorrência é que, se não houve tempo para que o bem fosse transferido entre os comorientes, um não herda o outro.
c) Morte Presumida
· Pode se dá com ou sem declaração de ausência. 
· A morte presumida sem declaração de ausência se dá quando: (i) for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; (ii) se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
· A declaração da morte presumida sem declaração de ausência somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
· Presume-se a morte com declaração de ausência quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autorização a abertura de sucessão definitiva.
· A declaração de ausência, ou seja, de que o ausente desapareceu de seu domicílio sem dar noticia de seu paradeiro e sem deixar representante, produz efeitos patrimoniais, permitindo a abertura da sucessão provisória e depois a definitiva.
· Se o cônjuge sobrevive se casar de novo e o ausente dado como morto retornar, o novo casamento do cônjuge se mantem.
1.10 Da Ausência
a) da curadoria dos bens do ausente
· Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
· Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
· Cabe ao cônjuge do ausente a condição de curador legitima, desde que não esteja separado judicialmente ou de fato há mais de dois anos.
· Na ausência do cônjuge serão chamados os pais do ausente e na falta dos pais serão chamados os descendentes. 
· Na falta de cônjuge, pais e descendentes serão nomeado um curador dativo.
· STJ entende que a (o) companheira (o) em união estável se equipara ao cônjuge nesse caso.
· Depois de nomeado o curador o juiz determinará a publicação de edital (que permanecerá por 1 ano) para que o ausente apareça.
b) da Sucessão provisória
· Um ano após o prazo do edital e nomeação do curador, a sucessão provisória pode ser aberta mediante pedido formulado pelos interessados.
· Se o ausente deixar um representant o prazo para requerer a abertura da sucessão provisória será de três anos.
· É considerado interessado: (i) o cônjuge/companheiro (se não separado judicialmente); (ii) os herdeiros legítimos, presumidos ou testamentários; (iii) os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; (iv) os credores de obrigações vencidas e não pagas.
· O interessado ao pedir a abertura da sucessão provisória pedirá a citação pessoal dos herdeiros, e do curador.
· A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito 180 dias depois de publicada pela imprensa;mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
· Findo o prazo de um ano ou de três anos e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
· Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela herança jacente.
· Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
· Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
· Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
· Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
· Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
· Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
· O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
· Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
· O excluído da posse provisória, por não prestar garantia, poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
· Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
· Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
c) Sucessão definitiva
· Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
· Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
· Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
· Se, nos dez anos seguintes a abertura da sucessão definitiva o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
1.11 Registro Público
· Serão registrados em registro público: (i) os nascimentos, casamentos e óbitos; (ii) a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; (iii) a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; (iv) a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
· Far-se-á averbação em registro público: (i) das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; (ii) dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
2. Pessoa Jurídica
· Pessoa Jurídica é o conjunto de pessoas ou de bem arrecadados, que adquirem personalidade jurídica própria por uma ficção legal. A pessoa juridica não se confunde com seus membros, principalmente em relação ao patrimônio, contudo, uma exceção a isso se dá na desconsideração da personalidade jurídica.
· Segundo STJ pessoa jurídica pode sofrer dano moral que atinge sua honra objetiva (reputação social), mas nunca sua honra objetiva, eis que a pessoa jurídica não tem autoestima.
· Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se pela legislação do código civil (legislação privada)
· As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
· São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
· São pessoas jurídicas de direito privado: (i) as associações; (ii) as sociedades; (iii) as fundações; (iv) as organizações religiosas; (v) partidos políticos; (vi) EIRELI.
3.1 Classificação
a) Quanto à nacionalidade
· Nacional: Organizada conforme lei brasileira e possui sede no Brasil.
· Estrangeira: Se originou em outro país e não pode funcionar no Brasil sem autorização do executivo
b) Quanto à estrutura interna
· Corporação: Conjunto de pessoas que atuam com fins e objetivos próprios, ex: Corporações, sociedades, associações, partidos políticos, e entidades religiosas.
· Fundação: Conjunto de bens arrecadados com finalidade e interesse social.
c) Quanto às funções e capacidade
· Pessoa jurídica de direito publico: Conjunto de pessoas ou bens que visam atender interesses públicos
· Pessoa Jurídica de direito privado: instituída pela vontade dos particulares, visando atender os seus interesses. São as fundações, associações, sociedades (simples ou empresárias), partidos políticos, entidades religiosas e EIRELI
3.2 Pessoa Jurídica de direito privado
· Partido Politico, sindicato e associação religiosa possuem natureza associativa se aplicando o código civil.
· As pessoas juridicas dispostas no CC constituem um rol exemplificativo.
· EIRELI não é sociedade é um novo ente personificado.
· O "nascimento" da pessoa juridica se inicia com a inscrição do seu ato constitutivo no respectivo registro, sendo eventualmente necessária aprovação do executivo (teoria da realidade técnica)
· O Ato constitutivo deve contar com a denominação da PJ, seus fins, sua sede, seu tempo de duração, seu nome e individualização dos fundadores, instituidores e diretores. Além disso, ainda precisa demonstrar o modo de administração, previsão de reforma do ato constitutivo, condições de extinção e destino do patrimônio em tal caso, e previsão se há ou não responsabilidade subsidiaria dos membros da pessoa jurídica.
· A PJ precisa ter um representante para se manifestar nos atos judicias ou extrajudiciais, na omissão serão os diretores.
· Família, espólio, Herança jacente e vacante, massa falida, sociedade de fato (sociedade sem estatuto ou contrato social), sociedade irregular (sociedade que não registrou estatuto ou contrato social), condomínio (não confundir com condomínio edílico) não entes ou grupos despersonalizado não possuem personalidade própria ou distinta, não são PJ
· São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.· Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica
· Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
· Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
· O registro da pessoa jurídica declarará: (i) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; (ii) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; (iii) o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; (iv) se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; (v) se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; (vi) as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
· Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
· Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
· Decai em três anos o direito de anular as decisões coletivas quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
· Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
· Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
· Desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
· Confusão patrimonial é a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: (i) cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; (ii) transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante; (iii) outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
· A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica
· Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.
· Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
· Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
· Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
· Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
3.3 Modalidades de Pessoas Jurídicas
a) associações
· Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
· A associação pode desenvolver atividade econômica, mas que não tenha finalidade lucrativa.
· Não há entre associados direitos e obrigações recíprocos.
· Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: (i) a denominação, os fins e a sede da associação; (ii) os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; (iii) os direitos e deveres dos associados; (iv) as fontes de recursos para sua manutenção; (v) o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (vi) as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução; (vii) a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
· Os associados têm direitos iguais, mas o estatuto pode prever categorias especiais. 
· A qualidade de associado é intransmissível, podendo havendo disposição em sentido contrário no estatuto sendo tal norma de ordem privada.
· Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência da quota não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
· A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
· Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
· Compete privativamente à assembleia geral: (i) destituir os administradores; (ii) alterar o estatuto.
· Para destituir administradores e alterar estatuto é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
· A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o direito de promovê-la. 
· Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
· Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
· Não existindo entidades sem fins econômicos no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
b) fundações
· Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
· A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (i) assistência social; (ii) cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (iii) educação; (iv) saúde; (v) segurança alimentar e nutricional; (vi) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (vii) pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (viii) promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (ix) atividades religiosas.
· Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
· Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
· Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
· Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.  Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
· Para que se possa alterar o estatuto da fundaçãoé mister que a reforma: (i) seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; (ii) não contrarie ou desvirtue o fim desta; (iii) seja aprovada pelo órgão do MP no prazo máximo de 45 dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
· Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
· Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
c) Sociedades
· As sociedades se diferem da associação porque possuem finalidade lucrativa
· Sociedades empresárias são as que visam uma finalidade lucrativa mediante atividade empresarial
· Sociedade simples também visa um fim econômico, mas praticam atividade não empresária.
· As sociedades podem assumir todas formas previstas em lei, com exceção da sociedade anônima que não pode ser adotada pela sociedade simples.
d) Partido Politico e organizações religiosas
· São corporações autônomas, especiais ou sui generis
· As organizações religiosas são livres para criar, se organizar e estruturar internamente, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos ao seu funcionamento.
· Partidos políticos são organizados e funcionam mediante lei especifica.
3.4 Domicílio da Pessoa Jurídica
· PJ tem domicilio no lugar onde funcionam as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegeram domicilio especial nos seus estatutos.
· É admissível que PJ tenha vários domicilios porém precisa ter diversos estabelecimentos
3.5 Extinção da Pessoa Jurídica
· A PJ se extingue: (i) quando for determinado em lei; (ii) em decorrência de ato governamental; (iii) no caso de termo extintivo ou decurso de prazo; (iv) por dissolução judicial; (v) pela dissolução deliberada dos seus membros por unanimidade e distrato; (vi) por dissolução parcial por falta de pluralidade de sócios.
3.6 Desconsideração da personalidade jurídica
· Regra é a responsabilidade dos sócios em relação às dividas sociais seja subsidiaria, primeiro se exaure o patrimônio da PJ para depois, e desde que o tipo societário permite, os bens particulares dos sócios sejam executados.
· Visando coibir a fraude efetuada pelos membros de uma sociedade empresária a desconsideração da personalidade jurídica foi criada para alcançar pessoas e bens que se escondem dentro de uma PJ
· O Escudo, no caso a PJ, é retirado para atingir quem está atrás dele, o sócio ou administrador, Bens da empresa também poderão responder por dividas dos sócios, por meio da desconsideração inversa.
· Pela teoria maior (adotada na CC) para ser deferida a desconsideração necessita de dois requisitos: Abuso de personalidade jurídica + Prejuízo ao credor
· Pela Teoria menor (adotada pelo CDC) se exige apenas o prejuízo ao credor para que se proponha a desconsideração da PJ
· É cabível desconsideração da PJ inversa para alcançar bens de sócio que se valeu da PJ para ocultar ou desviar bens pessoais com prejuízo a terceiros.
· Só se aplica desconsideração da PJ quando houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido.
· Com a desconsideração a responsabilização do sócio ou administrador é integral
· Pela teoria da sucessão de empresas ou desconsideração econômica, nos casos de abuso da PJ em que for patente a ocorrência de fraude, poderá o juiz estender as responsabilidades de uma empresa para outra - Denominadas empresa sucedida e sucessora.
· A Desconsideração da PJ será instaurada a pedido da parte ou do MP quando lhe couber intervir no processo, em geral o juiz não conhece a desconsideração da PJ de oficio.
4. Dos Bens
· O bem jurídico em sentido amplo é tudo aquilo que tem valor para o seu humano
· Coisa constitui gênero e bem a espécie, coisas são tudo que não é humano e bens são coisas com interesse econômico e/ou jurídico.
4.1 Espécies de Bens
a) Quanto à tangibilidade
· Corpóreos, materiais ou tangíveis: Bens que possuem existência corpórea.
· Incorpóreos, imateriais ou intangíveis: Tem existência abstrata, ex: propriedade industrial, penhor, anticrese.
b) Quanto à mobilidade
(i) Imóveis: Aqueles que não podem ser removidos ou transportados sem sua deterioração ou destruição.:
· São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
· Bens Imóveis por natureza: formados pelo solo, subsolo, espaço aéreo e tudo que lhes incorpora de forma natural.
· Bens imóveis por acessão física industrial ou artificial: formados por tudo que o homem incorpora permanente ao solo, não podendo removê-lo sem sua destruição ou deterioração.
· Bens imóveis por disposição legal: bens considerados imóveis para receber melhor proteção jurídica.
· Consideram-se imóveis: (i) os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; (ii) o direito à sucessão aberta.
· Não perdem o caráter de imóveis: (i) as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; (ii) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
(ii) Móveis: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
· Bens móveis por natureza: Bens móveis que podem ser transportados, sem qualquer dano, por força própria ou alheia. Quando o bem móvel se mover por força própria são chamados de semoventes, como é o caso dos animais. 
· Bens móveis por antecipação legal: bens q eram imóveis e se tornaram móveis por atividade humana. Ex: colheita de plantação
· Bens móveis por determinação legal: Quando a lei determina que o bem é móvel. Ex: energia com valor econômico, direito pessoal de caráter patrimonial, direito autoral, etc.
· Consideram-se móveis para os efeitos legais: (i) as energias que tenham valor econômico; (ii) os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; (iii) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
· Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
· Navios e aeronaves são considerados bens móveis sui generis. São móveis, mas tratados pela lei como imóveis.
c) Quanto à fungibilidade: 
· Infungíveis: não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, são chamados também de personalizado ou individualizados.
· Fungíveis: São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
d) Quanto à consuntibilidade
· Consumíveis: São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
· Inconsumíveis: proporciona reiteradas utilizações, duram mais, são inalienáveis.
e) Quanto à divisibilidade
· Divisíveis: São os que podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável do valor ou prejuízo do uso a que se destinam. Podem se tornar indivisíveis, a qualquer momento, por vontade das partes ou imposição legal.
· Indivisíveis: Bens que não podem ser partilhados, pois sua divisão desvaloriza a coisa ou ela perda a qualidade essencial. A indivisibilidade pode ocorrer da natureza do bem, da lei ou da vontade do proprietário.
f) Quanto à individualidade: 
(i) Bens singulares ou individuais: 
· São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. 
· Podem ser simples quando suas partes são ligadas naturalmente ou compostos quandoa coesão decorre do engenho humano.
(ii) Bens coletivos ou universais: 
· São bens que se encontram agregados em um todo, constituídos de várias coisas singulares e formando um todo individualizado. Podem decorrer de união fática ou jurídica.
· Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
· Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
g) Bens reciprocamente considerados:
· Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;
· Acessório, é o bem cuja existência supõe a do principal.
São bens acessórios:
a) Pertenças
· São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
· Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
b) Frutos e Produtos
· Frutos: Tem origem no bem principal sem diminuir a sua substância ou quantidade. 
· Os frutos são classificados em frutos naturais, decorrentes da essência da coisa principal; frutos industrializados, decorrente de uma atividade humana; frutos civis são os rendimentos da coisa principal.
· Produtos são bens acessórios que saem da coisa principal e que diminuem sua quantidade e substância.
· Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
c) Benfeitorias: 
· São Bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando sua conservação ou melhora de sua utilidade.
· As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
· São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
· São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
· São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
· Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
4.2 Bem de Família
· Bem de família é o imóvel utilizado como residência da entidade familiar.
a) Bem de família voluntário ou convencional
· Pode ser instituído pelos cônjuges, entidade familiar ou terceiro mediante escritura pública ou testamento, não podendo ultrapassar essa reserva de 1/3 do patrimônio líquido das pessoas que a instituem.
· Para que haja proteção legal, é necessário que o bem seja imóvel residencial rural ou urbano, incluindo a proteção a todos os bens acessórios. Pode ainda abranger valos mobiliários, cuja renda seja aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família não podendo, no entanto, exceder o valor do prédio instituido por sua natureza acessória.
· Deve ser efetuada por escrito e registrada no cartório de registro de imóveis sendo necessária escritura pública ou testamento
· Com a instituição do bem de família convencional ou voluntário, o prédio se torna inalienável e impenhorável.
· Tal proteção não valerá nos casos de: dividas anteriores a sua constituição, de qualquer natureza; dividas posteriores relacionadas a tributos relativo ao prédio; despesas de condomínio, sendo tais exceções relativas ao bem de família convencional.
b) bem de família legal
· A lei que estabelece o bem de família legal retroage atingindo penhoras construídas antes da sua entrada em vigor.
· Impenhorabilidade do bem de família legal pode ser conhecida de ofício.
· O imóvel deve ser utilizado para residência ou moradia de entidade familiar, não se admite simples domicilio.
· Em caso de locação em sendo à renda utilizada para mantença de entidade família ou locação de outro imóvel, a proteção permanece como um bem de família indireto.
· O único imóvel residencial do devedor em que resida seu familiar é impenhorável, ainda que o proprietário nele não habite.
· Terreno desocupado ou não edificado não obsta a qualificação do imóvel bem de família, devendo ser perquirida, caso a finalidade a este atribuída.
5. Teoria geral do negócio jurídico
· FATO JURÍDICO – Uma ocorrência que interessa ao Direito, ou seja, que tenha relevância jurídica.
· ATO JURÍDICO – Trata-se de um fato jurídico com elemento volitivo e conteúdo lícito
· NEGÓCIO JURÍDICO – Ato jurídico em que há uma composição de interesses das partes com uma finalidade específica
· ATO JURÍDICO STRICTO SENSU – configura-se quando houver objetivo de mera realização da vontade do titular de um determinado direito, não havendo a criação de instituto jurídico próprio para regular direitos e deveres, muito menos a composição de vontade entre as partes envolvidas. No ato jurídico stricto sensu os efeitos da manifestação de vontade estão predeterminados pela lei
5.1 Classificação dos negócios jurídicos
· Negócios jurídicos causais ou materiais – o motivo consta expressamente do seu conteúdo como ocorre, por exemplo, em um termo de divórcio. 
· Negócios jurídicos abstratos ou formais – aqueles cuja razão não se encontra inserida no conteúdo, decorrendo dele naturalmente. Exemplo: termo de transmissão de propriedade
· Negócios jurídicos consensuais – geram efeitos a partir do momento em que há o acordo de vontades entre as partes, como ocorre na compra e venda pura (art. 482 do CC). 
· Negócios jurídicos reais – são aqueles que geram efeitos a partir da entrega do objeto, do objeto jurídico tutelado.
· Negócios jurídicos constitutivos – geram efeitos ex nunc, a partir da sua conclusão, pois constituem positiva ou negativamente determinados direitos. Exemplo: compra e venda. 
· Negócios jurídicos declarativos – geram efeitos ex tunc, a partir do momento do fato que constitui o seu objeto. Exemplo: partilha de bens no inventário
5.2 Elementos estruturais dos negócios jurídicos
a) Plano da existência
· No plano da existência estão os pressupostos para um negócio jurídico, ou seja, os seus elementos mínimos, enquadrados por alguns autores dentro dos elementos essenciais
· Os pressupostos do plano da existência são: partes ou agentes, vontade, objeto, forma. 
· Não existindo qualquer elemento desse o negócio é inexistente.
b) Plano da validade
· A validade do negócio jurídico requer: (i) agente capaz; (ii) objeto lícito, possível, determinado ou determinável; (iii) forma prescrita ou não defesa em lei.
· O negócio jurídico que não se enquadra nesses elementos de validade é, por regra, nulo de pleno direito, ou seja, haverá nulidade absoluta ou nulidade. Eventualmente, o negócio pode ser também anulável (nulidade relativa ou anulabilidade), como no caso daquele celebrado por relativamente incapaz ou acometido por vício do consentimento.
· A capacidade das partes é indispensável para a sua validade.
· A incapacidade relativa de uma parte não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, também não aproveitando aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, foi indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum a todos. 
· A alegação de incapacidade constitui uma exceção pessoal, uma defesa que somente pode ser alegada por determinada pessoa. 
· Além dessa capacidade geral, para determinados negócios, exige-se a capacidade especial para certos atos, denominada legitimação
· A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
· Somente será considerado válido o negócio jurídico que tenha como conteúdo um objeto lícito, nos limites impostos pela lei. Além disso, o objeto deve ser possível no plano fático. Se o negócio implicar em prestações impossíveis, também deverá ser declarado nulo.
· A impossibilidade inicial do objeto não gera a nulidade do negócio se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Somente a impossibilidade absoluta é que tem o condão de nulificar o negócio. Se o negócio ainda puder ser cumprido ou executado,não há que se falar em invalidade.
· Como regra, a validade da declaração de vontade não depende de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
· Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 vezes o salário mínimo.
· No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
· O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
· Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
· Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
· Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
c) Plano de eficácia
· Por fim, no plano da eficácia estão os elementos relacionados com a suspensão e resolução de direitos e deveres das partes envolvidas.
· São efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e em relação a terceiros, ou seja, as suas consequências jurídicas e prática
· São a Condição (evento futuro e incerto); Termo (evento futuro e certo); Encargo ou Modo (ônus introduzido em ato de liberalidade); Regras relativas ao inadimplemento do negócio jurídico (resolução). Juros, cláusula penal (multa) e perdas e danos.
5.3 Representação
· Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
· A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
· Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos. 
· O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
· É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
· É de 180 dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação.
5.4 Elementos acidentais do negócio jurídico: Condição, termo e encargo
· São aqueles “que as partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais”. Os elementos acidentais do negócio jurídico não estão no plano da sua existência ou validade, mas no plano de sua eficácia, sendo a sua presença até dispensável.
a) Condição
· A condição é o elemento acidental do negócio jurídico, que, derivando exclusivamente da vontade das partes, faz o mesmo depender de um evento futuro e incerto.
· São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; 
· Entre as condições defesas (proibidas) se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
· Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: (i) as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; (ii) as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; (iii) as condições incompreensíveis ou contraditórias.
· Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
· Condições causais ou casuais são aquelas que têm origem em eventos naturais, em fatos jurídicos stricto sensu; 
· Condições simplesmente ou meramente potestativas dependem das vontades intercaladas de duas pessoas; 
· Condições puramente potestativas dependem de uma vontade unilateral, sujeitando-se ao puro arbítrio de uma das partes.
· Condições suspensivas são aquelas que, enquanto não se verificarem, impedem que o negócio jurídico gere efeito. 
· Condições resolutivas são aquelas que, enquanto não se verificarem, não trazem qualquer consequência para o negócio jurídica
· Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
· A condição suspensiva suspende o exercício e a aquisição do direito.
· Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
· Quando houver a palavra “se” provavelmente será uma condição.
· Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. 
b) Termo
· O termo é o elemento acidental do negócio jurídico que faz com que a eficácia desse negócio fique subordinada à ocorrência de evento futuro e certo.
· Há o termo inicial (dies a quo), quando se tem o início dos efeitos negociais; e o termo final (dies ad quem), com eficácia resolutiva e que põe fim às consequências derivadas do negócio jurídico
· O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito, o que diferencia o instituto em relação à condição suspensiva. Desse modo, a pessoa já tem o direito, não podendo somente exercê-lo.
· Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. Se o dia do vencimento cair em feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil seguinte.
· O termo legal é fixado pela norma jurídica; O termo convencional é o fixado pelas partes, como o termo inicial e final de um contrato de locação
· Termo certo ou determinado sabe-se que o evento ocorrerá e quando ocorre; 
· Termo incerto e indeterminado sabe-se que o evento ocorrerá, mas não se sabe quando.
· Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
· Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
· Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.
· Por fim, fica fácil também a identificação do termo, pois é comum a utilização da expressão quando.
c) Encargo ou modo
· O encargo ou modo é o elemento acidental do negócio jurídico que traz um ônus relacionado com uma liberalidade. Geralmente, temse o encargo na doação, testamento e legado.
· O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva
· Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
· Identificado pelas conjunções “para que” ou “com o fim de”
5.5 Vícios ou defeitos do negócio jurídico
· São vícios da vontade ou do consentimento: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão.
· A fraude contra credores e o enquadramento ou não da simulação são vícios sociais.
· Vicio do negócio jurídico é diferente de vicio redibitório porque atinge os negócios jurídicos em geral e o redibitório atinge praticamente o objeto de uma disposição patrimonial.
a) Do erro ou da ignorância
· O erro é um engano fático, uma falsa noção, em relação a uma pessoa, ao objeto do negócio ou a um direito, que acomete a vontade de uma das partes.
· São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio
· O erro é substancial quando: (i) interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a algumadas qualidades a ele essenciais; (ii) concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; (iii) sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
· O erro quanto a pessoa se dá quando disser respeito à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante
· O erro acidental não gera a anulabilidade do negócio, não atingindo o plano de sua validade. 
· Ao contrário do erro essencial, no erro acidental o contrato é celebrado mesmo sendo conhecido pelos contratantes. 
· O erro acidental nos casos de erro quanto ao objeto (error in corpore) e de erro quanto à pessoa (error in persona), não se anulará o negócio jurídico quando for possível a identificação dessa coisa ou pessoa posteriormente.
· O falso motivo, por regra, não pode gerar a anulabilidade do negócio, a não ser que seja expresso como razão determinante do negócio.
· A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
· O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
· O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
· O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
· O prazo para anular o negócio jurídico eivado de erro é decadencial de quatro anos, contados da celebração do negócio jurídico
b) Dolo
· O dolo pode ser conceituado como sendo o artifício ardiloso empregado para enganar alguém, com intuito de benefício próprio.
· O negócio praticado com dolo é anulável, no caso de ser este a sua causa.
· O dolo é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo, esse dolo não gera a anulabilidade do negócio só obriga à satisfação das perdas e danos. 
· Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
· Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
· O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante for convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
· Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
c) Da coação
· A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão física ou moral exercida sobre o negociante, visando obrigá-lo a assumir uma obrigação que não lhe interessa.
· Aquele que exerce a coação é denominado coator e o que a sofre, coato, coagido ou paciente.
· A coação, para viciar o negócio jurídico, há de ser relevante, baseada em fundado temor de dano iminente e considerável à pessoa envolvida, à sua família ou aos seus bens. 
· Eventualmente, dizendo respeito o temor à pessoa não pertencente à família do coato, o juiz, com base nas circunstâncias do caso concreto, decidirá se houve coação. 
· A coação moral é vis compulsiva
· No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
· Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
· Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e a quem se aproveitou responderá solidariamente com o terceiro por perdas e danos.
· Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
· A coação exercida por terceiro gera a anulabilidade do negócio, se o negociante beneficiado dela tiver ou devesse ter conhecimento, respondendo ambos solidariamente perante o prejudicado pelas perdas e danos. Por outro lado, o negócio jurídico permanecerá válido se o negociante beneficiado pela coação dela não tiver ou não devesse ter conhecimento.
· A ameaça relacionada com o exercício regular de um direito reconhecido e o mero temor reverencial ou o receio de desagradar pessoa querida ou a quem se deve obediência não constituem coação
d) Do estado de Perigo
· Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
· Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
· No estado de perigo, o negociante temeroso de grave dano ou prejuízo acaba celebrando o negócio, mediante uma prestação exorbitante, presente a onerosidade excessiva (elemento objetivo). Para que tal vício esteja presente, é necessário que a outra parte tenha conhecimento da situação de risco que atinge o primeiro, elemento subjetivo. 
· Prazo decadencial de quatro anos, a contar da data da celebração do ato, para o ingresso da ação anulatória.
e) Da Lesão
· Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
· Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
· Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
f) Da simulação
· Na simulação há um desacordo entre a vontade declarada ou manifestada e a vontade interna
· A simulação pode ser alegada por terceiros que não fazem parte do negócio, mas também por uma parte contra a outra.
· Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante
· Simulação gera nulidade absoluta do negócio jurídico simulado, mas subsiste o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma
· Na simulação relativa, o aproveitamento do negócio jurídico dissimulado não decorre tão somente do afastamento do negócio jurídico simulado, mas do necessário preenchimento de todos os requisitos substanciais e formais de validade daquele.
· De negócios jurídicos que visam a conferir ou a transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem ou transmitem (simulação subjetiva). 
· De negócios que contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira (modalidade de simulação objetiva)
· Simulação absoluta – situação em que na aparência se tem determinado negócio, mas na essência aparte não deseja negócio algum;
· Simulação relativa – situação em que o negociante celebra um negócio na aparência, mas na essência almeja um outro, pode ser objetiva (quando a simulação acontece com uma pessoa); ou objetiva (quando a simulação acontece com o objeto do negócio)
· Entende-se por reserva mental a emissão intencional de uma declaração não querida em seu conteúdo. Se o declarante diz o que não pretende e o destinatário não sabia que o declarante estava blefando, subsiste o ato. Já se a reserva mental ou reticência essencial, quando ilícita e conhecida do destinatário, é vício social similar à simulação absoluta gerando a nulidade do negócio jurídico, em síntese, se a outra parte dela não tem conhecimento, o negócio é válido. Se a outra parte conhece a reserva mental,

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