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Fichamento Sucessão - INDIGNIDADE

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Universidade Católica do Salvador 22/03/2020
Professor(a): Rita de Cassia Simões Moreira Bonelli
Aluno (a): Isa Gabriela da Silva Santos
Tema: Exclusão da Sucessão por Indignidade
A sucessão é um assunto de grande importância para o direito brasileiro. Ele que regulamenta como irá funcionar a transferência do patrimônio de alguém após a sua morte, seja em virtude de lei ou através de testamento. Um dos seus aspectos fundamentais, é que o direito sucessório se dá de forma imediata, desde que possam ser invocados para suceder. Quanto a quem vai receber esse patrimônio, esses são os herdeiros, que podem ser legítimos, necessários, legatários ou testamentários. 
Sob o óbice da legislação brasileira só existem dois casos em que é retirado o sucessor natural de suas condições de herdeiro: por indignidade e/ou deserdação. Os herdeiros podem, no entanto, ser privados do seu direito de recolhimento dos bens hereditários por indignidade, como está disposto no Art. 1.814 do Código Civil:
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Por tanto, no primeiro inciso denota que somente será considerado indigno quem praticar, tentar, ou for coautor de um homicídio doloso contra a pessoa cujo é autor da herança, ou até mesmo de seus familiares mais próximos (cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente), não sendo considerado indigno quem, por exemplo, comete um homicídio doloso (art. 121, §3, ii, CP), induz, instiga ou auxilia a suicídio (art. 122, iii, CP) ou quem pratica o infanticídio (art. 123, CP). Sendo assim, é necessário que haja o dolo, a intenção e tentativa, para que alguém seja legalmente considerado indigno de receber a herança.
Seguindo para o inciso segundo, também são considerados indignos aqueles que ferem a honra do autor da herança, seja por denunciação caluniosa, calúnia, difamação, ou ate mesmo a injúria. E por conseguinte no inciso terceiro, especifica que também serão indignos aqueles que criarem óbices, mediante a coação ou através de meios fraudulentos, à efetivação da vontade testamentária ou de legado deixado pelo autor da sucessão.
Sendo assim, é considerada uma questão ética e moral impedir as pessoas que ferem a honra, a liberdade de testar ou o direito a vida do autor da herança, ou de seus familiares, de modo que ofenda o princípio da solidariedade familiar, sejam aptos a suceder e receber tais benefícios. Mas a grande questão é a amplitude desse adendo jurídico, ou seja, até onde ele consegue se instaurar, isso porque, a grande finalidade da sucessão é manter o patrimônio no núcleo familiar, seja através dos laços conjugais ou parentais, havendo o maior intuito de preservação. 
De acordo com o princípio de saisine (disposto no art. 1.784 do Código Civil), a transmissão da herança ocorre no momento da morte do autor da herança, levando em consideração a presunção do afeto e solidariedade que há dentro do óbice familiar. No entanto, quando o herdeiro perde seu direito à sucessão, ele imediatamente está fora do alcance dos bens. 
Isso porque, não é necessário que haja uma declaração da vontade do autor da herança sobre a exclusão da pessoa indigna, mas sim que haja um ajuizamento de uma “Ação Declaratória de Indignidade” de qualquer um dos herdeiros contra a pessoa que poderá ser excluída do testamento. O prazo para a propositura da ação é decadencial, de quatro anos, contando do momento da morte do autor da herança.
Exemplo disso é o caso de Suzane Von Richthofen, que foi acusada e condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato de seus pais, motivada pelo dinheiro que lhe ia ser deixado como herança, em 2006. Ela foi considerada indigna pela justiça e deixou de receber uma herança de aproximadamente R$5,5 milhões de reais, equivalente a metade do espólio deixado por seus pais.
Dito isso, podemos perceber que esse instituto de exclusão da sucessão por indignidade, nada mais é que uma medida protetiva, para os bens da pessoa falecida, que levando em consideração assuntos muito mais que pessoais, mas que adentram no âmbito da ética e moral, bem como da preservação das memórias, visando a boa-fé, o bom uso e a proteção do seu patrimônio.

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