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sistema locomotor de Grandes Animais Prof. Erica Roier ● ● Semiologia de Grandes Animais ● Marya Eduarda de Souza SISTEMA LOCOMOTOR BOVINOS Nos bovinos, caprinos e ovinos, os problemas de cascos são mais incidentes. Obs: Ovinos e caprinos (principalmente) são ótimos animais para criação, porque são extremamente resistentes. As fragilidades dessas espécies estão nos helmintos gastrointestinais, pois gera grandes problemas nesses animais podendo levar ao óbito e nos problemas de casco. INTRODUÇÃO ● Componentes ● Função ● Osso: tecido conjuntivo especializado, formado por células (osteoblastos - céls. responsáveis pela construção e reparação óssea), osteoclastos (céls. responsáveis por retirar cálcio da matriz óssea) e osteócitos (céls. precursoras). ● Cartilagem: constituída por células (condroblastos, condrócitos e condroblastos) imersas em uma substância amorfa e gelatinosa. ● Articulação: maneira pela qual dois ou mais ossos se juntam. Tem como funções a sustentação de peso, locomoção e estabilidade. ● Ligamentos: são bandas flexíveis e resistentes de tecido fibroso que unem os ossos. ● Tendões: compostos por tecido conjuntivo denso modelado, liga os músculos aos seus pontos de inserção. Está entre os três mais importantes problemas da pecuária leiteira, juntamente com os problemas reprodutivos e mastites. Melhoramento genético de nossos rebanhos leiteiros (buscando produtividade) + (associado) cruzamentos com raças européias + modificações introduzidas nos sistemas de produção ↓ Que são responsáveis pela grande quantidade de problemas locomotores em bovinos. ➔ Rebanhos leiteiros: 25 a 30% das vacas são acometidas por claudicação a cada ano. • Perdas econômicas devido a: ➔ Queda na produção leiteira; ➔ Aumento do IEP (intervalo entre partos) e concepção; ➔ Aumento da taxa de descarte; ➔ Redução da capacidade reprodutiva de touros; ➔ Causas mais comuns: ➔ Anormalidades ósseas, musculares, articulares, tendinosas e dos cascos. Os bovinos, caprinos e ovinos são biungulados, tem dois dígitos. - O espaço interdigital é sede de grande número de problemas. A região da sola é correspondente a unha humana. Dentro das lâminas do casco existe a 3° falange. Secção Sagital do Membro Pélvico a – Metatarso b – Falange proximal c – Falange média d – Falange distal e – Sesamóide proximal f – Sesamóide distal (navicular) SECÇÃO SAGITAL DE MEMBRO DE BOVINO A – Falange distal B – Sesamóide distal (navicular) - o osso mais sofrido do corpo por sofrer pressão constante. C – Falange média vista plantar do membro pélvico 1 - Ligamento interdigital distal 2 - Tendão flexor digital profundo 3 - Ligamentos suspensórios dos dígitos acessórios 4 - Ligamento anular digital 5 - Ligamento anular plantar 6 - Tendão flexor digital superficial DISTÚRBIOS CONGênitos Polimelia - Bem conhecida Esse caso ocorre quando o animal nasce com um membro a mais do que o normal. Pode se localizar em qualquer parte do corpo. EXAME CLÍNICO OBS: - As vacas de produção leiteira não podem andar muito, por conta da perda de energia, que acarreta em menor produção leiteira, porém a produção de forma intensiva gera problemas, quando se tem bovinos em um aglomerado, o ambiente se torna úmido (fezes, xixi, água no cocho), o que pode gerar problemas no casco. - Quanto mais produtiva for uma vaca, mais ela pesa, tem uma genética de alta produção, alimentação baseada em concentrado, com grande quantidade de carboidrato fermentável, o casco não é um membro que recebe irrigação - TODAS essas ocorrências ocasionam predisposição. sistema de produção utilizado na propriedade Confinamento associado a pisos úmidos e abrasivos: maior incidência de enfermidades podais. Produtos utilizados para higienização das instalações: soluções a base de formol são lesivas para as feridas podais, além de promoverem irritação no trato respiratório e olhos das pessoas envolvidas no manejo dos animais. obs: uso contínuo do formol faz mal, já que ele enrijece demais o casco. Regime de semiconfinamento ou piquetes: avaliar o tipo de piso ao redor dos cochos - acúmulo de lama e água atua como fonte de infecção e produz enfraquecimento do casco em consequência da umidade elevada. + leite + concentrado ela come + maior alteração da microbiota + maior produção de exo endotoxina e outras substâncias, que atuam diretamente na vascularização e na qualidade do casco Produção diária de leite do animal: Vacas de alta produção são pesadas, recebem uma superalimentação e sofrem estresse causado pelo manejo intensivo. Ocorrência de doenças infecciosas: mamites, pneumonias, diarreias e conjuntivites frequentes são indicativo de condições de higiene e sanidade precárias. Duração da claudicação: inícios súbitos indicam inflamação aguda; início lento e gradual pode sugerir a ocorrência de doença degenerativa. Tratamentos realizados Resultados obtidos com os tratamentos GRAU DE CLAUDICAÇÃO Identificação do animal • Raça: fatores hereditários ou características raciais que predispõe a determinadas doenças; • Sexo ✓ Machos - membros pélvicos – esforço monta (POR ISSO É NECESSÁRIO UM MAIOR CUIDADO) ✓ Fêmeas leite: as adversidades dos pisos levam a enfermidades localizadas nos dígitos. • Idade - mais velho, casco com menor qualidade e animal mais susceptível a doenças. • Animais jovens em crescimento e supernutridos (doenças ortopédicas do desenvolvimento – osteocondrose); • Vacas de alta produção, alimentadas com altos níveis de carboidratos e fibra de baixa digestibilidade, podem apresentar alterações estruturais nas diversas camadas que constituem o casco. - RELAÇÃO PRODUÇÃO X LOCAL X NUTRIÇÃO EXAME FÍSICO ESPECÍFICO - Inspeção em posição quadrupedal: desvios nos eixos ósseos dos membros, alterações das angulações articulares, deformações nos cascos decorrentes de crescimento exagerado da região apical ou bulbar, lesões no espaço interdigital, edemas, feridas, fístulas e atrofias musculares, especialmente dos músculos glúteos. - Inspeção do animal em movimento: respeitar o temperamento do animal. O objetivo do exame é tentar localizar a origem da lesão e determinar a intensidade da claudicaçãO (de acordo com a escala). Localizar o membro + a localização, já que o exame de raio x se paga por posição, por isso a determinação tem que ser exata. CONTENÇÃO PARA O EXAME DO MEMBRO AFETADO • Contenção: varia de acordo com o temperamento do animal - depende do temperamento e estado do animal. Limpeza, Exame e Casqueamento EXAME DO DÍGITO • Limpeza com água e sabão; • Pinçamento dos cacos - para ver se o animal sente dor • Casqueamento corretivo; • Remoção de uma fina camada para inspeção da sola ➔ Espaço interdigital: inspeção e palpação ➔ Articulação interfalângica distal: movimentos de flexão, extensão e rotação. (avaliação depende da articulação) ➔ Palpação do membro afetado e observação de contração muscular, retração do membro, mugidos e coices. Observar também edemas, crepitações, calor e a presença de feridas. OBS: Normalmente em avaliações de locomotor o animal em caso de dor ele retrai o membro. PALPAÇÃO imagem de equino exames complementares • Exame Radiográfico - estruturas ósseas • Exame Ultra-sonográfico - partes moles • Análise do líquido sinovial - fornece muita informação, o normal do líquido sinovial é uma consistência viscosa e não tão amarelada, a avaliação da coleta é macroscópica e microscópica. • Objetivo: diferenciar artrites sépticas de assépticas ou degenerativas. • Normal: coloração amarelo-pálida, claro e desprovido de flocos ou debris. • Sangue no líquido aspirado • Cultura e antibiograma SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS introdução ● Maioria das claudicações nos MAS (membros anteriores, porque é onde se encontra a maior parte do peso). ● 95% localizadas no carpo (joelho zootécnico) ou abaixo dele. - Avaliação do membro sempre começa distal - proximal, pelo fato dessa estatística. ● Nos MPS 80% das claudicações tem origem nos jarretes. ● Fatores a serem considerados como causas de claudicação: - Ferrageamentoinadequado, - Tipo de piso e de trabalho; - Fadiga muscular. DEFEITOS DE APRUMOS Esses defeitos normalmente são congênitos, ou seja, o bicho nasce assim. CLAUDICAÇÃO É uma indicação de um distúrbio estrutural ou funcional em um ou mais membros, manifestada durante a progressão ou em estação. - Tipos de Claudicação: • Claudicação do membros de apoio • Claudicação do membro em suspensão • Claudicação Mista • Claudicação Complementar Claudicação do membro de apoio → É evidente quando o animal está suportando o peso no membro afetado ou quando ele toca o solo durante o movimento; → Principais causas: lesões nos ossos, articulações, ligamentos colaterais, nervos motores e sola. Normalmente é estrutural, na sustentação. Claudicação do membro em suspensão → É evidente quando o membro está em movimento (suspenso). → Principais causas: alterações que envolvem cápsula articular, músculos, tendões e bainhas tendíneas. Dói quando dobra, geralmente ligado às partes moles. Claudicação Mista → É evidente tanto quando o membro está em movimento (suspenso) como quando está suportando o peso. Dói quando pisa e quando dobra, osso e partes moles junto. Claudicação Complementar → Ocorre quando a dor em um dos membros causa uma distribuição de peso desigual em outro(s) membro(s), podendo provocar claudicação em um membro previamente sadio. Quando o animal tem um problema grave em um dos membros e esse sobrepeso no membro sadio é afetado pelo outro. Uma das formas de identificar o membro que está afetado é pela observação do movimento de cabeça. 1- movimento normal, movimento de báscula 2- quando há problema em algum dos membros anteriores, ele apoia o membro que está com problema no chão e eleva a cabeça acima da linha normal, então para observar alteração em MA se vê o movimento de cabeça erguida. 3- quando se trata de membro posterior, a observação é da garupa sobre essa linha. Quando ele apoia o membro afetado no chão, ele eleva a garupa acima da linha normal. Alterações no arco do movimento da pata em suspensão causadas por má conformação dos cascos ou ferrageamento incorreto - Arco de passada se observa com o animal passando na nossa frente. A- arco da passada normal B- arco da passada com alteração na segunda parte, ângulo é menor C- arco de passada com alteração na primeira parte, ângulo é menor Dependendo do tipo de alteração que ele faz no arco da passada e no tempo que ele demora para tirar um membro do chão e colocar o outro, ele pode se alcançar, isso é quando o membro posterior (a pinça) alcança o membro anterior, isso gera lesão. como a pata toca o solo • No passo normal, quando o membro avança, o primeiro que se eleva são os talões, e quando o membro é apoiado os talões são colocados no chão antes da pinça. • Quando há uma lesão dolorosa o animal indica o local doloroso apoiando seu peso no lado oposto. • Lesão nos talões, apóia na pinça; lesão na pinça apóia nos talões; lesão medial apóia lateral e vice-versa. RESUMINDO: O QUE SE OBSERVA EM UM ANIMAL EM MOVIMENTO? - MOVIMENTO DE CABEÇA - ARCO DA PASSADA - MOVIMENTO DE GARUPA - COMO A PATA TOCA NO SOLO Simetria e duração da elevação dos glúteos • Vista por trás; e as vezes para facilitar a observação se cola uma fita para melhor visualização. • Comparar a simetria e a duração da elevação dos glúteos EXAME VISUAL • Em repouso - Observar por todos os ângulos; - Alterações posturais, distribuição do peso e posicionamento dos membros; - Comparar com o membro oposto; - Inspecionar e palpar sola, cascos, tendões e articulações; - Avaliar temperatura, presença de edema, sensibilidade, usar pinça na sola. • Em movimento - Identificar o(s) membro(s) afetado(s); - Identificar o grau de claudicação (escala Obel - 1 a 5); - Observar ao passo, ao trote e galope (raro); - Observar: balanço de cabeça, alterações no arco de suspensão da pata, fases do passo, ângulo de flexão das articulações, colocação das patas e simetria na duração e elevação dos glúteos. • Condução do animal: Cabeça bem solta com o cabo do cabresto fazendo uma curva. Para que o movimento não seja limitado e o movimento de cabeça poder ser avaliado. exame visual - Seleção das superfícies • O ideal são superfícies duras – aumento da concussão, escutar a simetria das passadas. Os pisos macios são melhores para avaliar a claudicação de dobra, por ter que fazer mais esforço. PALPAÇÃO E MANIPULAÇÃO - Cascos: assimetrias no tamanho, desgaste anormal, anéis, contração de bulbos, atrofia de ranilha, fendas e inchaços. • Palpação - em busca de dor, calor, anormalidades • Flexão, extensão • Flexão com rotação - com a observação que cada articulação tem um nível • Teste de flexão - flexiono uma articulação durante 30s-60s e boto o cavalo para trotar, essa flexão acerba a dor (se houver), repito esse teste em todas as articulações. Caso o cavalo demonstre dor depois do teste se diz ́ ́ cavalo testou positivo no teste da articulação tal` Obs: separar reflexo X de dor - Por isso é necessário avaliar os dois lados e prestar a atenção nos reflexos, porque existe dor, reflexo e o fato do animal não gostar de ser manipulado. - Região da Ranilha, que tem o sulco lateral e o sulco central, essa ranilha tem um papel muito importante no bombeamento na circulação de retorno do animal, por isso o cavalo TEM QUE TER RANILHA. - Outra área que sofre muito com claudicação é a região da quartela, o cavalo tem uns pelinhos no boleto, esses que chamam machinho é a função dele é de fazer com que a água escoe e não aglomere na região da quartela; isso gera lesão e dor no animal; forma uma assadura que pode rachar a pele. - Avaliar a qualidade do casco. No casco existem as linhas de crescimento, elas indicam que o casco sofreu um trauma, podendo ser interno ou externo. Um trauma interno pode ser uma redução no fluxo de sangue, redução do fluxo de oxigênio, redução do fluxo de nutrientes, pode causar isso. A linha da coroa é extremamente importante, pois é onde o casco começa a crescer. Qualquer lesão nessa área vai interferir diretamente na qualidade do casco. Um casco normal de um cavalo saudável cresce em média 1cm por mês!!! o casco demora até crescer, um mês não é parametro. testes auxiliares • Radiografias e Ultrassonografia (os mais comuns) • Ressonância • Termografia • Bloqueios perineurais - identificação do membro
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