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Transtornos do Espectro Autista Disciplina: Genética Médica Discentes: Yuri de Almeida Oliveira O que são Transtornos do Espectro Autista (TEA)? Heterogeneidade da etiologia e das manifestações clínicas Termo espectro: graus leves – alta severidade Condições relacionadas ao neurodesenvolvimento Dificuldade do indivíduo em estabelecer comunicação, interações sociais Comportamentos estereotipados e repetitivos Interesses restritos Transtornos do Espectro Autista Os TEA, que englobam o autismo “clássico”, a síndrome de Asperger e o transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação - compartilham características fenotípicas de traços do autismo com outros transtornos, como a Síndrome de Rett e o Transtorno Desintegrativo da Infância São transtornos diagnosticados frequentemente até os 3 anos e persistem até a vida adulta Transtornos do Espectro Autista Origem: Alta suscetibilidade do encéfalo à danos por fatores ambientais, fármacos, drogas de abuso – Período pré-natal e lactacional Amplas e rápidas alterações na organização sináptica – Plasticidade neural Mecanismos bioquímicos responsáveis pelo autismo não foram totalmente esclarecidos Fatores genéticos e ambientais: Centrais na etiologia do autismo Modulação Epigenética nos TEA Autismo Síndrome do X frágil Prader Willi Beckwith- Wiedman Se manifestam durante fases iniciais do desenvolvimento Podem ocorrer devido a anormalidades de genes que sofreram imprinting genético Alteração transcricional dos genes relacionados ao desenvolvimento cerebral devido a modificações epigenéticas ambientais Modulação Epigenética nos TEA – Mecanismo conhecido Metilação do DNA parece ter um papel central no TEA Regulação epigenética do gene da ocitocina (oxytocin receptor gene, OXTR) foi relacionada aos TEA – hipótese do silenciamento do OXTR – Surgimento do autismo Metilação de diferentes lócus do gene OXTR e sua expressão em sangue periférico e córtex cerebral Modulação Epigenética nos TEA – Mecanismo conhecido • Trabalho recente: Relação entre hipermetilação do OXTR com o nascimento precoce Investigação entre o risco de Transtorno do Espectro Autista e o nascimento precoce Polimorfismos OXTR Redução da concentração da Ocitocina Correlação com o autismo: perspectiva de que a Ocitocina e seus receptores são tidos como essenciais para o comportamento social Influência dos miRNA RNAs de cadeia única e não codificantes / Muito curtos / Interferem no controle da expressão gênica / Translação, degradação ou repressão de algum gene Alterações no conteúdo de OXTR devido a hipometilação de alguns microRNAs – miRNA-142 miRNA-21-5p / Translação do OXTR (↓ no cérebro autista) Mir-146a expresso de forma anormal Envolvido em vários distúrbios do neurodesenvolvimento / ↑expressão em todo o córtex, hipocampo e amígdala – estruturas chave para o desenvolvimento cognitivo superior Amígdala cerebelar / grupos de neurônios que, juntos, formam uma massa de substância cinzenta com cerca de três centímetros de diâmetro / comportamento sexual, agressivo, respostas emocionais e a estímulos biológicos Estudo em camundongos / ↓ arborização dendrítica neuronal / Conectividade neural defeituosa típica da ASD Relina Plasticidade sináptica pós-natal / Seu defeito parece possuir relação com a fisiopatologia do autismo / Esquizofrenia / Bipolaridade ↓ em regiões cerebelares ↓ também de seus RNAm / Possível influência de algum outro miRNA defeituoso ↓ viabilidade de acoplamento da maquinaria transcricional / Gene não é expresso corretamente induzir as consequências funcionais relacionadas à expressão do gene relina UBE3A Ubiquitina Proteína Ligase E3 / TEA / Síndrome de Angelman Região cromossômica 15q11 – q13 Função sináptica e plasticidade através da degradação mediada por proteassoma Gene MECP2 Codifica a proteína MeCP2 que liga-se ao DNA metilado Mutações nesse gene induzem mutações nos genes por ela regulados Essencial para o bom funcionamento neurológico Níveis alterados de MeCP2 já foram descritos em TEA Síndrome de Rett Distúrbio neurológico relacionada com mutação no MeCP2 Os lactentes parecem saudáveis durante os primeiros seis meses Inicialmente pode ser confundido com TEA Afeta quase exclusivamente meninas Sintomas: tônus muscular reduzido, capacidade diminuída de expressar sentimentos, tendência a evitar o contato com os olhos, microcefalia e anormalidades na marcha e convulsões. Fatores que podem contribuir para a patofisiologia da TEA • Estresse pré-natal alteram marcas epigenéticas, impactando na expressão de diferentes genes: Estudos com camundongos – comportamento de TEA • Padrão nutricional da mãe durante gestação pode comprometer o neurodesenvolvimento fetal: Mães de crianças TEA consomem menos ácido fólico no período periconcepcional do que as dos casos-controles • Exposição a toxinas ambientais pode alterar os níveis de metilação do DNA TEA é um transtorno geneticamente heterogêneo e complexo, o que torna o processo de aconselhamento genético bastante difícil. Os testes moleculares só fornecem um diagnóstico molecular assertivo em uma minoria dos casos. Para a maioria dos casos de TEA, não existem sinais clínicos que indiquem uma alteração genética específica. Em casos de TEA sem causa identificável, o risco de recorrência baseia-se em observações empíricas: para um casal com um filho acometido (3 a 10%, feminino (~7%) e masculino (~4%). Se dois ou mais filhos forem acometidos, o risco de recorrência aumenta para 33 a 50%. O aconselhamento genético pode trazer muitos benefícios nestes casos, fornecendo às famílias informações apropriadas para orientar decisões reprodutivas Uma avaliação clínica cuidadosa do paciente e o estudo da história familiar, com informações sobre possíveis padrões de herança, podem melhorar a precisão do diagnóstico e a escolha dos testes moleculares apropriados para serem usados em cada caso específico Síndromes monogênicas com sintomas que incluem o TEA merecem atenção especial, devido a uma alta prevalência entre indivíduos com TEA: síndrome do X frágil, síndrome de Rett, síndrome do tumor hamartoma Considerações Finais O aumento na prevalência de casos de autismo, a necessidade de tratamento precoce e os altos custos das intervenções justificam a atenção de equipes multidisciplinares para os TEA. Finalmente, acredita-se que a rápida evolução do conhecimento proporcionada pelas pesquisas genéticas relacionadas ao autismo certamente contribuirá para o desenvolvimento de técnicas diagnósticas mais precisas e, possivelmente, para terapias baseadas em evidências genéticas, tornando a investigação da etiologia genética do TEA em crianças ainda mais importante. Referências ELSNER, Viviane Rostirola; SIQUEIRA, Ionara Rodrigues. Epigenética aplicada à saúde e à doença: princípios fundamentais baseados em evidências atuais. Porto Alegre: Editora Universitária Metodista IPA, 2016. Tonacci, A.; Bagnato, G.; Pandolfo, G.; Billeci, L.; Sansone, F.; Conte, R.; Gangemi, S. MicroRNA Cross-Involvement in Autism Spectrum Disorders and Atopic Dermatitis: A Literature Review. J. Clin. Med. 2019, 8, 88
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