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Jenneph Félix - @med_por_opção Medicina UFPE CAA Podem estar associadas a doenças sistêmicas e neurológicas, representando apenas um sintoma dentre outros. Possuem pelo menos um sinal de alarme. Sinais de Alarme 1. Início após os 55 anos 2. Intensa, de início súbito (em geral se tem início gradual da dor). 3. Com característica progressiva (intensidade, frequência e duração). 4. Que piora significativamente com decúbito, tosse, espirro, esforço (manobra de Valsalva). 5. De início recente em pacientes com neoplasia, HIV ou gestante. 6. Em paciente com história de queda ou TCE recente. 7. Com achados sistêmicos (febre, rigidez de nuca, rash cutâneo) 8. Com sinais neurológicos focais, alterações da consciência, convulsão. 9. Associada a edema de papila 10. Vômito precedendo a cefaléia 11. Que atrapalha o sono ou aparece imediatamente após ao acordar. 12. Acompanhada por hipersensibilidade local (ex.: região da artéria temporal) Considerar: 1. Sempre considerar arterite temporal ou lesão à estrutura do SNC. 2. Ruptura de aneurisma ou malformação arteriovenosa causando hemorragia subaracnóide ou AVE hemorrágico intraparenquimatoso. 3. Hipertensão intracraniana, efeito de massa, como tumor ou abscesso. 4. Hipertensão intracraniana 5. Metástases para o SNC. Em pacientes com HIV considerar neurotoxoplasmose, abscesso cerebral ou meningite. 6. Instalação de um hematoma subdural ou epidural. 7. Infecções sistêmicas, meningite. 8. Hipertensão intracraniana (pode ser secundária à hemorragia). 9. 10. 11. Hipertensão Intracraniana 12. Arterite temporal Sinais de alarme = Cefaleia Sec. = Exames complementares Principal exame de escolha: TC Principais cefaléias ➥Doenças cerebrovasculares: AVE hemorrágico, Hematoma subdural e epidural, HAS, Trombose do seio venoso. ➥Doenças não vasculares: Infecciosas (meningites e abscessos), Tumores do SNC. ➥Doenças sistêmicas: infecções diversas, uso de drogas e abstinência, distúrbios metabólicos, arterite temporal. ➥Outras causas de cefaléia e dor facial: Crise aguda de glaucoma, rinossinusite, neuralgia do trigêmeo, disfunção da ATM e alterações orais/dentárias. A cefaleia é causada por tração, deslocamento, inflamação, espasmos vasculares ou distensão de estruturas sensíveis à dor na cabeça ou no pescoço. Pode-se classificar em: ➥Agudas: de início recente ou diferente de outras experiências, como a “pior dor de cabeça”, o que indica gravidade e avaliação imediata. Ex: cefaléia com rigidez difusa de pescoço (meningite), cefaleia centrada em um dos olhos (crise de glaucoma). ➥Subagudas: de semanas a meses. Quando a dor é progressiva pode indicar distúrbios clínicos, principalmente em idosos. ➥Crônica e dor facial: duram anos e costumam ser benignas. Atenção especial deve ser dada a mudança no padrão da dor. Fatores precipitantes: ➥Cirurgia oftálmica ou dentária, crise de sinusite, infecção viral, estresse emocional, menstruação, consumo de alimentos que contêm nitritos (maioria dos embutidos ou salsichas), claudicação mandibular (arterite de células gigantes). Características da dor ➥ Enxaqueca: pulsátil ou latejante ➥Tensional: também pode ser pulsátil ou latejante ou ainda em aperto/pressão. ➥Lesões intracranianas de massa: dor surda e constantes. ➥ Neuralgia do trigêmio: aguda e lancinante. Obs.: Quaisquer características podem acometer pacientes com enxaqueca ou com tumores cerebrais. Logo, a característica não identifica etiologia. Localização da dor: ➥ Unilateral: cefaleia em salvas ou enxaqueca ➥ Bilateral: tensional ➥ Ocular ou retro-orbitária: enxaqueca, salvas ou distúrbio oftálmico primário (ex: glaucoma) ➥ Paranasal: infecção sinusal ➥ Cefaleia focal: lesões intracranianas que com o aumento da pressão pode ser substituída por dor occipital ou bifrontal. ➥Desconforto em faixa ou occipital: tensional ou irritação meníngea, distúrbios articulares da coluna. ➥Segunda ou terceira divisão do trigêmeo: Neuralgia do trigêmeo. Padrão de Cefaleias Sintomas associados: ➥ Perda de peso recente (câncer, depressão), febre ou calafrios (infecção sistêmica como meningite), dispneia, distúrbios visuais, náuseas e vômitos, fotofobia, mialgias (cefaleia tensional), rinorreia ipsilateral e lacrimejamento (cefaleia em salvas), perda transitória da consciência. Outras características: Padrão temporal ➥ Decorrente de lesão de massa a dor é mais intensa ao acordar (aumentam a gravidade com o tempo); cefaleia em salvas acorda o paciente e acontecem quase sempre no mesmo horário; cefaleia tensional pode surgir depois de um dia de trabalho; enxaquecas são episódicas e podem piorar no período menstrual. Condições que aliviam ➥ Enxaqueca pode aliviar com escuridão, silêncio, vômitos, sono. As lesões de massa podem aliviar com o paciente em pé (posição ortostática). ➥ Também deve-se avaliar os fatores que pioram a cefaleia. Além de tudo, é importante comparar as características encontradas com outras cefaleias prévias: características diferentes indicam investigação cuidadosa. Exame Físico Sinais vitais ➥Temperatura (infecções sistêmicas), pulso (taquicardia pode acontecer em paciente ansioso), pressão arterial (fator de risco para avc - hemorragia subaracnóide costuma ser seguida de aumento agudo e acentuado da PA ), respiração (hipercapnia pode causar aumento da pressão intracraniana e produzir cefaléia). Os 4 sinais vitais + dor (considerada 5° sinal vital) Exame Físico Geral ➥Avaliar perda de peso, pele (anormalidades em qualquer local podem indicar câncer, vasculite ou endocardite), couro cabeludo (sensibilidade aumentada para enxaqueca, hematoma subdural, neuralgia pós herpética), face e crânio (doença da articulação temporomandibular), pescoço (pode ocorrer irritação meníngea), coração e pulmões (sopro, cianose). Sinais de Irritação Meníngea A- Sinal de Kernig/ B- Sinal de Brudzinski Exame Neurológico ➥Pessoas com cefaleia aguda podem estar confusas. ➥ Avaliar pares de nervos cranianos: possíveis alterações indicam presença de tumor intracraniano ou lesão de massa. Notar presença de papiledema, hemorragias retinianas cerebrais, paralisia progressiva do nervo oculomotor, redução da reatividade pupilar à luz, paralisia de músculos extraoculares, redução da sensibilidade. Hemorragia retiniana Papiledema ➥ Exame motor: atenção para função motora assimétrica e ataxia de marcha Ataxia de marcha ➥Exame sensorial: comprometimento focal ou segmentar com redução da sensibilidade corneana falam de causas provavelmente não benignas. Cefaleia aguda ➥ Recente e de início súbito sugere doença intracraniana ou sistêmica grave. ➥Hemorragia intracerebral: se apresenta com vômitos, cefaleia, alteração da consciência, déficits neurológicos focais (perda de movimento, sensação ou função em local específico do corpo). ➥Isquemia cerebral: Cefaléias de intensidade leve a moderada, ipsilateral a lesão e não tem caráter latejante. Localização determinada pelos locais de projeção da dor das artérias envolvidas. Ex: dor frontal-lesão da carótida; occipital-lesão na fossa posterior. ➥ Meningite ou encefalite: caráter lancinante, bilateral e de localização occipital ou nucal, com piora quando o paciente está em posição ereta, ao realizar movimentos da cabeça, ao comprimir a veia jugular ou durante a realização de manobras que aumentem transitoriamente a pressão intracraniana (como a tosse), Também é possível encontrar fotofobia importante. A cefaleia raramente se apresenta de modo súbito, se desenvolvendo durante horas ou dias. Outras características importantes, mas que não ocorrem sempre são: febre, letargia e confusão mental. ➥ Convulsão: a cefaléia acontece após convulsões. Não necessita de tratamento específico, porém, deve-se diferenciá-la de uma hemorragia subaracnóidea e meningite. Se houver dúvida diagnóstica, deve-se realizar punção lombar. ➥ Punção lombar: acontece após punção e tem característica de cefaleia postural. Aumento da dor na posição ereta e alívio ao deitar, costuma ser occipital e se instala dentro de 72h apósprocedimento. Pode durar 1-2 dias e náuseas e vômitos podem estar presentes. Punção lombar ➥Encefalopatia hipertensiva: dor devido ao aumento da pressão. Pressões de 250 mmHg/150 mmHg ou mais altas são características de hipertensão maligna, o que acaba produzindo edema cerebral e desloca estruturas sensíveis à dor. Dor grave a lancinante. Sinais de disfunção difusa ou focal podem estar presentes: letargia, hemiparesia ou convulsões focais. No tratamento, deve-se tomar cuidado com a hipotensão. ➥ Coito: cefaleia durante a relação sexual pode ser decorrente de hemorragia subaracnóide decorrente de ruptura aneurismática. ➥ Outros: distúrbios oftálmicos. Glaucoma - também responsável por crises de cefaléia. Cefaleia subaguda ➥ Arterite de células gigantes ou arterite temporal: vasculite sistêmica que se caracteriza por inflamação granulomatosa subaguda. Frequentemente está associada a febre, mal-estar, mialgia, perda de peso, artralgia. Cefaleia pode ser uni ou bilateral e com frequência é bastante grave e desagradável. Localiza-se no couro cabeludo e sobre as artérias temporais. ➥ Massa intracraniana: um início recente de cefaleia na meia-idade ou em uma idade mais avançada sempre deve levantar suspeita de uma lesão de massa, como tumor cerebral, hematoma subdural ou abscesso cerebral. Associada a tumores normalmente tem caráter inespecífico, leve a moderada, do tipo surda, constante, além de intermitente. É bifrontal, piora ipsilateralmente e se agrava com a postura ou com manobras que aumentem a pressão intracraniana. Cefaleia máxima ao despertar pela manhã e está associada com náuseas e vômitos. ➥ Outros: hipertensão intracraniana idiopática, neuralgia do trigêmeo, neuralgia glossofaríngea, neuralgia pós herpética, dor facial idiopática persistente. Cefaléia Crônica ➥Cefaleias primárias: enxaquecas, cefaleia tensional, em salvas. ➥Cefaleia por abuso de medicamentos: a enxaqueca é o problema básico e os pacientes usam analgésicos e triptanos excessivamente. Mais comum em mulheres; Se caracteriza pela presença de cefaléia em pelo menos 15 dias durante o mês, por pelo menos 3 meses. O tratamento envolve a abstinência das medicações causadoras da cefaleia, feita abruptamente, exceto se em casos de analgésicos narcóticos e fármacos sedativos. Corticoesteróides podem ser utilizados nos casos de cefaléia por abstinência. ➥ Outras: sinusite, doença da coluna cervical, doença dentária. Referências GREENBERG, David A., AMINOFF, Michael J,. SIMON, Roger P. Neurologia Clínica. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
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