Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GIOVANA SANTA MARIA 1 FPM V Obstetrícia Termo geral para síndromes hipertensivas que se desenvolvem a partir da 20ª semana de gestação. CLASSIFICAÇÃO: • Pré-eclâmpsia • Hipertensão arterial gestacional (HAS a partir de 20 semanas) • Pré-eclâmpsia superajuntada (paciente já teria HAS, mas apresenta pioras na gestação) • Eclampsia (pré-eclâpsia + convulsão) • Hipertensão crônica TEORIA: invasão trofoblástica inadequada, mediada por fatores imunogenéticos ➔ Aumento da resistência vascular ➔ Aumento da permeabilidade capilar ➔ Ativação do sistema de coagulação IVASÃO TROFOBLÁSTICA NORMAL: artérias do endométrio que nutrem a placenta são as espiraladas; durante a gestação, elas são transformadas em vasos complacentes, de baixa resistência, para aumentar o fluxo sanguíneo; é função do trofoblasto destruir a musculatura vascular e membrana elástica do vaso, aumentando seu diâmetro; depois disso o trofoblasto endovascular chega para a segunda onda, onde tem a invasão da camada muscular media das artérias espiradaladas → placenta extremamente vascularizada. DEFICIÊNCIA NA INVASÃO TROFOBLÁSTICA: poucas artérias espiraladas fazem a transformação completa, não perdendo seu revestimento endotelial e muscular, sendo que essa falha na invasão pode estar associada a fatores genéticos, imunológicos, etc. → lesão endotelial → exacerbação da resposta do SRAA, em resultado à implantação da gravides → aumento de angiotensina AII, sem seus antagonistas circulantes + aumento da lesão endotelial... Doença endotelial que surge de um fenômeno de má placentação, fatores imunológicos, stress oxidativo e fatores genéticos. Lesão endotelial → espasmo arteriolar e CIVD (coagulação intravascular disseminada) PORQUE ACONTECE A FALHA NA 2ª ONDA TROFOBLÁSTICA? Fatores imunológicos: • Primiparidade • Troca de parceiro • Nova gravidez • Longo intervalo interpartal • Extremos da vida reprodutiva GIOVANA SANTA MARIA 2 FPM V Obstetrícia Fatores genéticos: • História familiar de DHEG • Pré-eclâmpsia em gestação anterior • Raça negra Fatores de oxidação: • Gravidez múltipla • Doença vascular hipertensiva crônica; • Diabetes mellitus. • Doença renal crônica; • Doenças do colágeno • Trombofilias • Obesidade • Gestação molar • Hidropsia fetal • Síndrome antifosfolipídeo. FATORES RELACIONADOS À GESTANTE Nuliparidade Idade Historia familiar Passado de pré-eclâmpsia Doença renal/ tireoideopatias HAS Resistência à insulina/ diabetes/ obesidade Trombofilias Doenças autoimunes FATORES RELACIONADOS AO CASAL Primipaternidade Exposição limitada ao esperma Inseminação artificial Fertilização in vitro com doação de oócitos Parceiro com mulheres anteriores com pré-eclâmpsia FATORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ Gestação múltipla Hidropisia fetal Cromossomopatias Mola hidatiforme ➔ HIPERTENSÃO ➔ MANIFESTAÇÃO RENAL: proteinúria e insuficiência renal aguda ➔ MANIFESTAÇÕES HEPÁTICA: elevação de transaminases e bilirrubina ➔ NEUROLÓGICAS: convulsão ➔ HEMATOLÓGICAS: plaquetopenia ➔ PLACENTÁRIAS: infartos; crescimento intrauterino restrito PA >= 140x90 mmHG – intervalo entre as medidas= de 4h até 7 dias Proteinúria >= 300mg/24h – ou proteinúria de fita maior ou igual a 1 cruz – ou relação proteína/creatinina > ou igual a 0,3 ATENÇÃO: edema não é mais critério de diagnóstico! SINAIS DE GRAVIDADE= lesão de órgão alvo Pré-eclâmpsia + disfunção orgânica • PA > ou igual a 160x110 • Creatinina > 1,1 ou DU < 400 ml/24h • Edema agudo de pulmão • Trombocitopenia <100.000 • Elevação de transaminases • Sinais de eminência de eclampsia • CIUR • Eclampsia ATENÇÃO: no diagnóstico de pré-eclâmpsia grave, proteinúria NÃO é critério de gravidade e NÃOÉ NECESSÁRIA PARA O DIAGNÓSTICO. OUTRA FORMA DE PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE ➔ H = hemólise (LDH> 600 ou BT> ou igual 1,2 ou esquizócitos) ➔ EL = elevação de transaminases TGO> 70 ➔ LP – “Low Plaquets” <100.000 Hipertensão crônica + proteinúria (>20 sem) ou surgimento de lesão de órgão alvo ➔ Ácido úrico: não se eleva em casos de hipertensão arterial crônica e se eleva em casos de pré-eclâmpsia ➔ Doppler: se tiver disfunção placentária, provavelmente é uma superajuntada ➔ Edema: piora de edema ➔ Piora ou novas disfunções ➔ Piora da PA PA > ou igual 140x90 mmHg – com intervalo de medição de 4h até 7 dias - AUSÊNCIA DE PROTEINÚRIA E AUSENCIA DE LESÃO DE ÓRGÃO ALVO! Iminência de eclampsia: GIOVANA SANTA MARIA 3 FPM V Obstetrícia • Manifestações visuais e/ou cerebrais persistentes: amaurose, turvação visual, estocomas, diplopia, cefaleia, turpor, obnubilação • Dor em hipocôndrio direito e/ou epigástrica • Oligúria/cilindrúria • Exaltação dos reflexos tendinosos Pré-eclâmpsia + convulsões tônicoclocnicas (curta duração e indistinguíveis) Convulsões podem ocorrer: • Na gravidez (50%) • No parto (25%) • No puerpério (25%) Sofrimento fetal durante as contrações Parto é tratamento definitivo! Pré-eclâmpsia e HAG: ➔ Seguimento ambulatorial (interromper a gestação em torno de 37 semanas, antes somente se comprometimento da vitalidade fetal) → NÃO SE FAZ USO DE ANTI- HIPERTENSIVOS ➔ CTG semanal a partir de 30s ➔ USG com Doppler mensalmente ➔ Corticoides em todas as gestantes com < 34 semanas ➔ Avaliação laboratorial: o Proteinúria de 24h o Creatinina o Hematócrito o Contagem de plaquetas o Uréia o Ácido úrico o Proteínas totais e frações Pré-eclâmpsia grave e superajuntada: ➔ Parto até 34 semanas ➔ Internamento – estabilização ➔ anti-hipertensivos (manter PA entre 140- 155x100-90 mmHg); ATAQUE monitorizar a cada 20min, auscultar BCF, manter PAD maior ou igual a 90mmHg – não fazer antes da raqui o nifedipina: 5-20mg VO • evitar via sublingual • risco de hipotensão severa • maior risco de hipotensão de rebote o hidralazina (IV e VO) • ataque: 5mg EV, em boulos, lentamente, durante 2 minutos, repetida a cada 15-20 min o nitroprussiato de sódio (emergência hipertensiva): ataque com 0,25mcg/kg/min • risco de intoxicação fetal • efeito rebote • ideal ser infundida em ambiente de terapia intensiva MANUTENÇÃO o Metildopa • 500 a 3000 mg/dia (250mg de 12/12h até 750mg de 6/6h) o pindolol • 10 a 30mg/dia (5mg de 12/12h ate 10mg de 8/8h) o Nifedipina: 20 a 60 mg/dia (10mg de 12/12h ate 20mg de 8/8h) o Anlodipino: 5 a 20mg/dia (5mg 1xdia ate 10 mg 12/12h) ➔ corticoide em gestantes <34 semanas ➔ MgSO4 o Paciente deve estar com sonda vesical, monitorizada (DU deve ser maior ou igual a 25ml/h, FR > ou igual a 12 irpm e reflexos patelares presentes) o Deixar gluconato de cálcio diluído já pronto (para intoxicação por Mg) – não usar concomitante com nifedipina (risco de parada respiratória) o Cessar quando: o FR < 14/ min o Ausência de reflexos patelares o Diurese <25ml/h o Suspender 24-48h após o parto GIOVANA SANTA MARIA 4 FPM V Obstetrícia Manejo do MgSO4 • PRITCHARD: - menos recidiva o Ataque: 4g IV (lentamente – em 20min) o Manutenção: ▪ 10 g IM (5g em cada nádega) – MgSO4 a 50% ▪ A seguir: 5g IM 4/4h • ZUSPAN: o Ataque: 4g IV (lentamente) – MgSO4 a 10% o Manutenção: 1g/h (24h) • SIBAI o Ataque: 6g IV (lentamente) o Manutenção: 2g/h (24h) ➔ CTG diária a partir de 30 s ➔ USG com doppler semanal Eclampsia e SD HELLP: ➔ Estabilizar -SBV: o A – assegurar a permeabilidade das vias aéreas – proteção da língua, aspiração de secreções, intubação traqueal (se necessário) o B – oxigenioterapia suplementar – 2 a 5litros/ min (cateter ou mascara); ventilação mecânica (se necessário) o C – acesso venoso periférico ➔ MgSo4 (anticonvulsivante) ➔ Parto após estabilização AAS e CÁLCIO: servem como prevenção de pré-eclâmpsiadurante o pré-natal • AAS 100mg/dia • Carbonato de cálcio: 1,2-2g/dia Ácido fólico? Ainda são necessários mais estudos para comprovar a relação com a pré-eclâmpsia Principal causa de morte: AVCh Pré-eclâmpsia: mortalidade rara, exceção HELLP Quanto mais precoce iniciar o quadro de pré-eclâmpsia, o prognóstico é pior. EMERGENCIA HIPERTENSIVA: caso não reduza a pressão, pode ter consequências como AVCh, edema agudo de pulmão... Tratamento por via parenteral = hidralazina – indicação em PA > ou igual a 160x110mmHg, dose de 5mg EV 15/15min ate controle da PA (max de 30mg) • Nitroprussiato de sódio (quando não responde à hidralazina): 0,25 a 10 micrograma/ min ate o controle da PA
Compartilhar