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Os autoanticorpos podem resultar na destruição das hemácias por três mecanismos: via fagocitose por macrófagos, por citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC) e ativação do sistema complemento. No primeiro, os autoanticorpos fazem a opsonização das hemácias, levando à ligação das mesmas aos macrófagos por meio de receptores para a porção Fc dos anticorpos. Os sinais do receptor Fc ativam os macrófagos, que fazem então a fagocitose das hemácias. Na ADCC, o mecanismo é semelhante, envolvendo, no entanto, células Natural Killer (NK) e linfócitos T CD8+. Geralmente, o sistema complemento não é completamente ativado, deixando produtos de degradação como traços nos glóbulos vermelhos. De acordo com a temperatura de reat iv idade dos ant icorpos aos er i t róci tos: - AHAI por ant icorpos “quentes”: nesse t ipo de AIHA os autoant icorpos (em sua maior ia do t ipo IgG) reagem mais faci lmente em temperatura corporal (37ºC). É responsável por cerca de 70% a 80% de todos os casos de AHAI. Nesse caso, a destru ição das hemácias ocorre for fagoci tose. - AHAI por ant icorpos “f r ios”: nesse t ipo de AIHA os autoant icorpos se l igam aos er i t róci tos em temperaturas entre 4º e 18ºC. Podem levar à aglut inação de er i t róci tos na circulação sanguínea, e, ao ser at ivado o sis tema complemento, ocorre a hemól ise ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE De acordo com sua etiologia: Primária: A anemia hemolítica é o único achado clínico e não se identifica doença sistêmica de base para explicar a presença de autoanticorpos. Secundária: Uso de medicamento, a existência de outras doenças autoimunes, infecções, desordens linfoproliferativas, neoplasias. CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA INTRODUÇÃO A anemia hemolítica autoimune (AIHA - Autoimmune Hemolytic Anemia) é uma condição clínica incomum na qual autoanticorpos se ligam à antígenos localizados na superfície eritrocitária. Seu pico de incidência ocorre entre os pré-escolares. A doença pode ser classificada de acordo com a temperatura de reatividade dos anticorpos (nos tipos quente, fria e mista) e de acordo com sua etiologia (primária ou secundária ao uso de medicamento. Material produzido por Caio Bismarck Silva de Oliveira; Deivid Júnior Santos do nascimento; Fernanda Félix de Araújo Varela e Gerlane Eduarda Ribeiro Gomes, graduandos do curso de enfermagem na Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educação e Saúde - CES, campus Cuité/PB Hemograma com contagem de plaquetas: Deve evidenciar anemia caracterizada por hemoglobina abaixo de 13 g/dL em homens e abaixo de 12 g/dL em mulheres; Teste de Coombs direto: Deve ser positivo, caracterizando anticorpos ligados à superfície das hemácias; Teste para comprovação de hemólise: Caracteriza-se por aumento de reticulócitos e desidrogenase láctica (DHL), além de redução dos níveis séricos de haptoglobina. A bilirrubina indireta pode estar elevada nos pacientes com hemólise grave; Identificação do anticorpo ligado à superfície das hemácias (realizada no teste de Coombs): Na AHAI a quente, o exame usualmente revela IgG ligada às hemácias; na AHAI das aglutininas a frio, em geral revela C3 ligado às hemácias, sugerindo a presença de anticorpo da classe IgM Na AHAI a frio, a maioria dos pacientes apresenta anemia leve representada clinicamente por palidez e fadiga. Nos meses de inverno, no entanto, pode haver piora da anemia e hemólise aguda, ocasionando hemoglobinemia,hemoglobinúria e icterícia. Na AHAI a quente, a maioria dos pacientes apresentam anemia moderada a grave. Ao exame físico, encontram-se variados graus de palidez e icterícia, e o baço geralmente está aumentado. O tratamento tem por objetivo reduzir o grau de hemólise, acarretando elevação dos níveis de hemoglobina e melhora dos sintomas; A correta identificação do tipo de AHAI é fundamental, já que o tratamento e o curso da doença são distintos; Nos casos de AHAI secundária, é importante realizar também o tratamento da causa-base, seja pela suspensão de fármacos que possam estar desencadeando o processo seja pelo tratamento de doenças linfoproliferativas ou autoimunes associadas; Suplementação com ácido fólico, uma vez que o consumo medular dessa vitamina aumenta em razão da maior eritropoese que ocorre nos pacientes; AHAI POR ANTICORPOS “QUENTES”: Glicocorticoides (prednisona, metilprednisolona); Esplenectomia (remoção cirúrgica, completa ou parcial, do baço - O princípio desta terapia é a remoção do principal sítio de hemólise extravascular); Imunossupressores/imunomoduladores (ciclofosfamida, ciclosporina, imunoglobulina humana). AHAI POR ANTICORPOS “FRIOS”: O tratamento para esta doença consiste em proteger o paciente do frio, sendo altamente recomendada a proteção das extremidades (cabeça, pés e mãos); Agentes citotóxicos (ciclofosfamida); Plasmaferese (máquina para remover elementos do plasma sanguíneo, utilizada para remover anticorpos IgM da circulação, levando a uma redução da hemólise). TRATAMENTO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
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