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Artigo Psicopedagogia TDAH Silvia Suarez

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INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
EM CRIANÇAS COM TDAH
 
RODRIGUES, Silvia Maria Suarez[footnoteRef:1] [1: Aluna. Licenciada em Pedagogia, cursando Graduação em Letras e Pós-graduação em Alfabetização e Letramento e Psicopedagogia Institucional. silviamariasuarez@hotmail.com.br] 
WARSZAWIAK, Ana Cristina Zadra Valadares[footnoteRef:2] [2: Orientadora. Na Fael] 
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo apresentar maneira clara e objetiva, descrevendo o significado, quais os sintomas, tratamentos e acompanhamento psicopedagógico do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade comumente conhecido como TDAH. O TDAH é um transtorno que ocorre no cérebro provocando a falta de atenção, de concentração, dificuldade de relacionamentos, dentre vários sintomas que estão apresentados no decorrer do trabalho. Quando a hiperatividade ocorre juntamente ao déficit de atenção a criança apresenta comportamento exageradamente agitado, inquieto, impaciente e supostamente incansável. A desatenção e hiperatividade normalmente dificultam o processo de aprendizagem, pois afeta a concentração do aluno, e gera uma dificuldade em compreender o que lhe é ensinado.  Para que haja uma melhora e a aprendizagem seja mais significativa é necessário um trabalho diferenciado, com estratégias que o envolva nas atividades e motivando sua atenção. O psicopedagogo atua com essas estratégias, orientações e intervenções na aprendizagem do aluno com TDAH. A escola também deve considerar e remodelar a metodologia que propõe ao aluno hiperativo e o elo com a família. Deve manter diariamente ou semanalmente um diálogo com os pais. A família quando presente na escola desempenha papel fundamental no desenvolvimento educacional e social da criança.
Palavras-Chaves: TDAH. Dificuldades. Psicopedagogo. Aprendizagem. 
1 INTRODUÇÃO 
	O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade conhecido como TDAH tem preocupado muito os profissionais da educação que estão presentes nas escolas, principalmente em sala de aula. Pois o TDAH é um dos fatores de defasagem nas escolas provocando um déficit na aprendizagem e provoca muitas discussões a respeito da qualificação dos profissionais nas escolas. O número de alunos com TDAH nas escolas é grande e tende a aumentar, por isso pesquisadores de múltiplas áreas do conhecimento humano: educação, medicina e psicologia, psiquiatria, neurologia, pediatria tiveram seus interesses despertos para esse assunto. 
Em pleno século XXI é muito frequente ouvirmos perguntas sobre como lidar com crianças com TDAH dentro do ambiente escolar e do familiar. Quando surgem estes questionamentos desatentos e inquietos representam um grande desafio para a educação, pois necessitam de um tratamento voltado para a construção do conhecimento que por alguma razão não consegue adquirir, e é a partir daí momento que o psicopedagogo é essencial.
O psicopedagogo tem informações fundamentais para orientar pais e professores, devido a seus estudos mais aprofundados sobre a origem da dificuldade de aprender, e partindo do princípio da dificuldade ajudar no desenvolvimento de estímulos que despertem as funções cognitivas que não estão ativas.
O problema apresentado foi: Pessoas portadoras desta dificuldade de aprendizagem são capazes de aprender? Existe alguma forma de intervir? Todo desatento é diagnosticado como TDAH?
Como justificativa o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma das grandes dificuldades no processo de ensino-aprendizagem enfrentadas pelas escolas, considerando-se há uma busca pelo conhecimento de conceitos e aperfeiçoamentos por parte dos docentes. 
O TDAH aparece geralmente na primeira infância, sendo mais percebidos em meninos do que em meninas. É preciso observá-los atentamente, pois há uma série de componentes sociais que também levam uma criança a manifestar-se de modo não convencional.
Os professores que têm alunos com hiperatividade necessitam de paciência e disponibilidade e principalmente conhecimento sobre TDAH, pois esses alunos exigem tratamento diferenciado, mais atenção e uma rotina especialmente propícia para estimular e desenvolver a capacidade de atenção dos alunos, prestigiando assim seu potencial. O presente artigo tem como objetivo principal reconhecer a hiperatividade, desatenção e impulsividade como sintomas de um transtorno, sendo que o professor obtenha conhecimentos básicos através dos profissionais de saúde mental acerca do Tdah para melhor orientar quanto ao ensino aprendizagem. E os objetivos específicos foram: Investigar a maneira como os docentes resolvem situações interpessoais na sala de aula; Esclarecer as características comportamentais dos estudantes que mais preocupam os docentes; Refletir sobre a metodologia dos profissionais e a maneira como lidar com a criança hiperativa, apresentar sugestões e orientações com recursos técnicos e materiais.
Buscou-se também informar da importância do psicopedagogo para auxiliar na aprendizagem, relações sociais e afetividade do portador de TDAH, o que necessita da ajuda de um profissional, pois não ocorre tão facilmente.
Este artigo está dividido em seis tópicos: introdução, onde consta a apresentação, justificativa e objetivo da pesquisa; tópico desenvolvimento, no qual está apresentado uma breve revisão da literatura e os principais conceitos abordados; tópico procedimentos metodológicos, onde estão explicitadas as técnicas e instrumentos utilizados na pesquisa; e os tópicos de considerações finais e referências. 
2 TDAH – DIAGNÓSTICO, SINTOMAS QUE SE DESTACAM E TRATAMENTO
Nos dias de hoje, é comum escutar professores e pais queixarem-se da bagunça feita por uma criança, correlacionando-a a um turbilhão e até expressando um aparente cansaço e falta de paciência mediante a excessiva energia que ela demonstra ter.
Na maior parte das vezes, essas crianças são tidas como preguiçosas, mal-educadas, imaturas, entre outras denominações. São sim crianças impulsivas, extremamente ativas e com reais dificuldades de seguir normas preestabelecidas. Em muitos casos, também são crianças que aparentam pouca tolerância à frustração e a autoestima baixa. Além dessas características, podem apresentar agressividade, problemas na aprendizagem escolar e no convívio social.
Por certo, frente ao que foi destacado, não é de se estranhar que pais, professores e outras pessoas que convivem com essas crianças apresentem um alto nível de estresse e sintam-se perdidos, não tendo clareza de como lidar com elas.
 De acordo com o DSM–IV. (2000), há uma gama de características que expressam as alterações típicas do quadro de hiperatividade. É comum que a criança com sintomas de desatenção não se atenha em detalhes, aparente não escutar quando lhe dirigem a palavra e não consiga dar continuidade numa conversa, uma vez que muda com frequência de assunto, mesmo sem ter finalizado o assunto anterior. Também é possível encontrar as que não se fixam em propostas que envolvam esforço mental e articulação das ideias, distraindo-se com muita frequência diante de estímulos variados. Geralmente, não conseguem copiar integralmente o que está escrito no quadro, não colocam acentos, bem como não conseguem ler até o final o enunciado de uma atividade, antes de começá-la. Mostram-se desorganizadas, perdem ou danificam os materiais constantemente e demonstram bastante dificuldade de percorrer uma atividade, ultrapassando os obstáculos encontrados.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, ou TDAH, é um problema em que o indivíduo afetado por ele deixa de estar atento por um longo período de tempo. Inquietação motora e comportamento impulsivo são outras indicações do transtorno. Relatórios sugerem que aproximadamente 4,4% de todas as crianças possuem algum grau de TDA.
TDA é entendido como um distúrbio do tipo neurobiológico causado no cérebro por uma falha nos sistemas de neurotransmissores de dopamina. Os genes desempenham um papel enorme nesses casos. Há 30% de chance de uma criança ter TDA se um dos pais ou parentes próximos tiverem o distúrbio.Nos casos de gêmeos, se um deles tiver TDA, as chances do outro ser atingido pela doença aumentam em 50%. Houve uma época em que se acreditava que o TDA poderia ser causado por má nutrição, mas agora isso foi descartado como um mito. Da mesma forma, alergias, drogas ou maus pais podem ser excluídos da lista. Traumatismo craniano profundo, síndrome alcoólica fetal, intoxicação por chumbo e irregularidades da tireoide, são algumas das outras condições médicas que apresentam sintomas como TDA. Por isso, é aconselhável que as outras possibilidades sejam descartadas completamente antes que se possa dizer que a pessoa tenha TDA com certeza.
Ter TDA significa que um indivíduo que está tendo não está recebendo os neuroquímicos suficientes. Dito em termos mais simples, significa que a estimulação adequada do cérebro está faltando, como resultado do qual o cérebro tenta encontrar métodos pelos quais a liberação das substâncias químicas pode ser aumentada.
As pessoas com TDA tentam estimular seus cérebros com atividades físicas, movimentos e sempre fazendo coisas que estimulam. Esta não é uma decisão consciente sobre as partes das pessoas com TDA. Eles realmente não podem se ajudar e eles agem de uma maneira hiperativa.
Segundo Deena Kotlewski existem três tipos diferentes de TDAH; cada um com sintomas diferentes. 
Há o predominantemente desatento, o predominante- mente hiperativo/impulsivo e o tipo combinado. E para diagnosticar o TDAH, um indivíduo deve exibir pelo me- nos seis sintomas de listas muito específicas do DSM-4 e os sintomas devem ter começado antes dos sete anos de idade para diagnosticar uma criança. Portanto, eles também precisam ter uma deficiência clara em pelo me- nos dois ambientes, como em casa e na escola ou na es- cola e no trabalho, e deve haver evidências claras de um prejuízo clínico significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. (Kotlewski, entrevista, 2018),
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, provém de uma condição médica que é carregada nos genes, resultando em certas desordens no sistema nervoso.
 O TDAH pode apresentar-se de três maneiras: TDAH com destaque na desatenção; TDAH com destaque na hiperatividade; TDAH combinado.
 Crianças com dificuldades em prestar atenção, controlar emoções, dirigir a atividade psíquica e que, constantemente agem sem pensar, são consideradas fora dos padrões normais.
O ambiente escolar é onde muitos distúrbios são percebidos e o mesmo ocorre com o TDAH. Muitas famílias desconhecem que a agitação demasiada de uma criança venha a ser um distúrbio, então ele somente é reconhecido no momento em que a criança entra na escola e começa a apresentar comportamentos exagerados, sem atenção e motivação durante as aulas, pois os principais sintomas do TDAH afeta a aprendizagem que fica defasada pela falta de atenção.
A atenção é o mais importante na aprendizagem. A aprendizagem não acontece quando não se tem atenção, pois o aluno necessita estar envolvido com o que lhe é ofertado para se desenvolver no processo de aprendizagem. Com a falta de atenção, o indivíduo que possui TDAH não consegue obter sucesso em sua aprendizagem, por isso se faz necessário mudar a didática dos conteúdos e das atividades para que possam ser trabalhados fazendo com que entretenha esse aluno motivando seus interesses, fazendo com que assim possa haver uma participação espontânea no seu processo de desenvolvimento cognitivo.
O psicopedagogo é quem orienta os professores, lhes mostrando estratégias pedagógicas a infância e satisfazendo as necessidades do aluno hiperativo e também se envolvendo nos obstáculos de sua aprendizagem.
O TDAH é visto como um transtorno do comportamento humano, que interfere na capacidade de autocontrole e de organização do indivíduo sendo mais intenso na infância e adolescência (FERREIRA, 2008). Segundo estudos científicos, revelam que os portadores do TDAH têm alterações na região frontal orbital que é responsável pela inibição do comportamento, pela capacidade de prestar atenção, pela memória, pelo autocontrole, pela organização e planejamento, e também, em conexões com o restante do cérebro (ABDA, 2017).
Segundo estudos:
O TDAH, é um problema em que o indivíduo afetado por ele deixa de estar atento por um longo período de tempo. Inquietação motora e comportamento impulsivo são outras indicações do transtorno. Relatórios sugerem que aproximadamente 4,4% de todas as crianças possuem algum grau de TDA. (TDAH sem barreiras, 2019, p.7)
“TDA é entendido como um distúrbio do tipo neurobiológico causado no cérebro por uma falha nos sistemas de neurotransmissores de dopamina” (TDAH sem barreiras, 2019, p.7). Forster e Fernández (2003) apud Stroh (2010) apresentam uma definição que incorporam vários pontos de vista teóricos, para compreender e relatar o transtorno: neurológico, psicopedagógico e escolar. Estes autores defendem que o transtorno não existe por uma única causa ou que afeta um grupo heterogêneo de pessoas. Os portadores de TDAH são pessoas com inteligência normal, que apresentam dificuldades significativas de concentração que adéque seu comportamento para que haja uma aprendizagem que normalmente é esperada para sua idade.
Os sintomas que mais se destacam são a desatenção, impulsividade e hiperatividade. Comumente esses sintomas se apresentam desde cedo na vida da criança, no entanto são mais evidentes na idade escolar, pois prejudicam diretamente a aprendizagem. Tais sintomas também podem afetar a autoestima, o convívio em família e em sociedade (STROH, 2010). O TDAH indica um distúrbio neuropsiquiátrico muito comum na infância e na adolescência (MATTOS, 2001). 
O distúrbio também engloba sintomas que são comuns em não portadores tais como: dificuldade de concentração, falha na finalização de tarefas ou inconsistência na realização de um objetivo definido (BARKLEY, 2002). Sendo assim, fica difícil de ser diagnosticada sem uma avaliação especializada em cada caso. Por isso, o diagnóstico e o tratamento de crianças com TDAH exige o trabalho de uma equipe de profissionais de diferentes áreas (médica, saúde mental e pedagógica), somando ao envolvimento e participação dos pais ou responsáveis (GOLDSTEIN, 1994). 
 Segundo o Manual Estatístico Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM – IV), o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade caracteriza-se essencialmente pelo padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento (ABDA, 2017; AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2002).
O TDAH também é muito comum apresentar-se em comorbidade com outro transtorno associado. De acordo com pesquisas, o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é o mais comum entre os casos apresentados em consultórios. O TOD é caracterizado como um transtorno de conduta, em que a criança demonstra “comportamento provocador, desobediente ou perturbador e não acompanhado de comportamentos delituosos ou de condutas agressivas ou dissociais graves” (CID 10 – F.91.3 – Classificação Internacional de Doenças).
O TOD é um transtorno que abrange aproximadamente 1/3 das pessoas com TDAH. Quando a criança não manifesta o TOD, ela pode, então, apresentar outras comorbidades como a depressão, tiques, ansiedade e até a Síndrome de Tourette. (NEUROSABER, 2016) 
O tratamento para o TDAH envolve uma série de intervenções que são denominada intervenção multidisciplinar, como medicamentos, terapias, orientações para que tanto o indivíduo quanto a família conscientizem-se da importância de um tratamento de qualidade para amenizar os sintomas. O quanto antes se inicia o tratamento, mais rápido serão amenizados os sintomas facilitando assim, a vida tanto do portador do transtorno quanto as pessoas envolvidas no cotidiano deste indivíduo, como pais, familiares e professores. 
De acordo com Goldstein (1994), o tratamento de crianças com TDAH, exige um esforço coordenado entre os profissionais demedicina, saúde mental e pedagógica, juntamente com os pais.
Na escola é preciso um programa pedagógico voltado às necessidades do hiperativo. A terapia de aconselhamento ao portador de TDAH, que pode ser individual e coletiva com os pais também é muito eficaz em muitos dos casos. 
O uso de medicamentos mostrou-se ser muito eficaz no tratamento de crianças com TDAH que apresentam uma melhora positiva com o uso de psicoestimulantes, diminuindo o comportamento agitado extravasado, aumentando o nível de atenção, mas essa avaliação cabe ao Neuropediatra ou Psiquiatra indicar se caso necessário.
2.1 COMO O PSICOPEDAGOGO AUXILIA A ESCOLA FRENTE AO TDAH
A escola é o ambiente em que a criança passa a ter outros contatos, além de seu ambiente familiar, e começa a adaptar-se com algumas normas encontrando muitas vezes algumas dificuldades, o que é muito comum, pois essa criança passa a ter contato com pessoas que são estranhas para ela, diferentes das que está acostumada no seu cotidiano. Com essa mudança pode que haja resistência e até mesmo dificuldades no processo de aprendizagem. 
O psicopedagogo é um especialista com seu trabalho voltado para o processo de ensino-aprendizagem. Na escola, desenvolve um trabalho juntamente com o coordenador e o professor, colhendo dados da rotina escolar do aluno, rendimentos, resultados e comportamentos em sala de aula. Desenvolve também orientação e formação continuada com os professores e realizando oficinas com os alunos para que fortaleçam sua aprendizagem. O psicopedagogo objetiva buscar soluções que facilitem a aprendizagem, fazendo com que os alunos consigam ultrapassar suas dificuldades sejam elas biológicas ou influenciadas pelo meio em que se vive.
De acordo com Neves:
A psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando em conta as realidades internas e externas da aprendizagem, tomadas em conjunto. E mais procurando estudar a construção do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe esteio implícitos. (NEVES, 1991, p.12)
A intervenção do psicopedagogo é voltada para auxiliar o aluno a reconstruir suas habilidades, mas se necessário o professor também faz o acompanhamento pedagógico. Quando a dificuldade na aprendizagem é identificada, o psicopedagogo busca diferentes alternativas, auxiliando o aluno a ultrapassar os limites e dificuldades causadas por sintomas decorrentes da hiperatividade.
O psicopedagogo utiliza os jogos como um meio de trabalho com o aluno, em maior destaque aqueles que permitem o exercício sensório-motor: brincadeiras com bolinhas de gude e amarelinhas, como também os jogos de combinações intelectuais, como dominó, xadrez e quebra-cabeças. A leitura também é muito utilizada e pode despertar um prazer, onde se utiliza de vários recursos, como revistas em quadrinhos, livros e sites que abordem assuntos do interesse da criança.
O psicopedagogo deve criar um elo com o professor, para que ao fazer suas intervenções busque hipóteses alcançando a atenção do aluno cada vez mais, para que ele se envolva nas atividades por um período cada vez maior. 
Não são todos os portadores de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade que apresentam dificuldade na aprendizagem, porém apresentam o comportamento incansável. Segundo Topazewski (1999, p.57), “os pacientes que não apresentam dificuldades no aprendizado conseguem executar tarefas de modo rápido e eficiente, mas como terminam antes que os outros, ficam atrapalhando o trabalho dos colegas por conta da hiperatividade”.
Quando o professor observa comportamentos muito acelerados e fora do padrão em sala de aula deve fazer registros desses comportamentos, pois muitos desses comportamentos são vestígios de TDAH, este diagnóstico deve ser desenvolvido em casos estranhos ocorridos, entre outras curiosidades, por um período de seis meses para depois encaminhar este aluno a um tratamento. O professor deve utilizar uma didática diferenciada e estratégias ao lidar com alunos hiperativos para ajudar a melhorar o comportamento. 
Crianças com TDAH devem sentar-se nas primeiras carteiras da sala, de preferência na fila do meio para que fiquem afastadas de portas e janelas, evitando assim eventuais distrações com pessoas e movimentos que os dispersem. 
A aula deve possuir uma rotina diária que deve estar exposta em local visível, permitindo ao aluno a organização do pensamento. Crianças com TDAH têm dificuldade em se adaptarem a mudanças repentinas e inesperadas.
O movimento do hiperativo é essencial para que o mesmo extravase sua agitação. Esse aluno deve auxiliar a professora, buscando e levando materiais, prestando trabalhos para que assim ele possa sair da sala quando estiver agitado e recuperar o autocontrole.
Os métodos de atividades devem ser diversificados e o lúdico é mais apreciado e prazeroso por alunos hiperativos, além de prender por um tempo maior a atenção desse aluno e controlar sua agitação.
Para o aluno portador de TDAH atividades comuns com o uso de lousa, giz, caderno e lápis, durante quatro horas sentado ouvindo as explicações da professora pode causar um descontrole, onde a criança necessita mexer-se e gastar sua energia, pois o aluno fica impaciente.
É muito importante o trabalho do Psicopedagogo na escola, pois esse profissional auxilia o professor na elaboração de atividades que estimulam, prevenindo as dificuldades de aprendizagem, possibilitando meios dentro da escola para que o aluno consiga superar seus desafios e contribuindo para que os problemas anteriores ao seu ingresso na escola não agrave seu desenvolvimento.
A escola também deve considerar e remodelar a metodologia que propõe ao aluno hiperativo e o elo com a família. Deve manter diariamente ou semanalmente um diálogo com os pais. A família quando presente na escola desempenha papel fundamental no desenvolvimento educacional e social da criança. As mudanças devem ocorrer em casa também seguindo uma rotina, estabelecendo horário para todas as atividades, como banho, almoço, tarefas de casa, jantar e hora de dormir.
Para Mattos (2006), a criança e a família precisam ser ajudadas no sentido de desenvolverem novas atitudes diante do problema, de se relacionarem entre si da melhor forma, e assim desenvolverem novas habilidades.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O psicopedagogo deve trabalhar junto com a criança portadora de TDAH auxiliando-o em suas dificuldades, (falta de atenção e concentração, impulsividade, hiperatividade) e suas questões emocionais (baixa autoestima, baixa tolerância à frustração, ansiedade, entre outros), podendo utilizar-se de jogos, trabalhos de leitura e escrita, trabalhos manuais e expressões de arte terapia e atividades lúdicas, sem deixar abandonar aquele em relação às posturas e hábitos associados à atenção, organização da rotina, execução e persistências nas tarefas, além de outros fatores já destacados ao longo do presente estudo.
O cuidado para não generalizar e para evitar os abusos medicamentosos deve estar junto com o tratamento correto e os cuidados psicopedagógicos, sendo um tratamento que age diretamente no problema sendo moderado e cuidadoso.
O trabalho deve ser conjunto, tanto familiares, médicas, educacionais ou psíquicas, de forma segura possibilitando uma qualidade de vida melhor para criança, adolescente e adultos aprendizes. Abrir espaço para o diagnóstico e intervenções, tendo em vista a complexidade do ser humano e suas expressões singulares no presente, sem perder de vista as perspectivas futuras, como forma de postura profissional, que sempre se dispõe a ser aprendiz.
Finalizando o presente estudo, foi possível constatar que o TDAH é um transtorno que não tem cura, no entanto, com um tratamento adequado envolvendo especialistas, terapias e se necessário o uso de medicamentos, seus sintomas são minimizados.
Pais e professores devem estar comprometidos para auxiliar o portador do transtorno em casa ou na escola. Deve-se ter conhecimento sobre todas as particularidades do TDAH e de suas dificuldades,como também é preciso saber distinguir comportamentos originados do transtorno e comportamentos causados para algum benefício próprio.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C. Miopia da atenção: problemas de atenção e hiperatividade em sala de aula. São Paulo: Salesiana, 2001.
BARKLEY, Russell A. Transtorno de déficit de Atenção/Hiperatividade. Manual para diagnóstico e Tratamento. Porto Alegre. Artmed. 2008.  
FERNÁNDES, A. Os idiomas do Aprendente. Análise das modalidades ensinantes com famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed. 2003.
FERREIRA, C. TDAH na infância: Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, Orientações e técnicas facilitadoras. Belo Horizonte: Uni Duni Editora, 2008.  
GOLDSTEIN, S., GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: Como desenvolver a capacidade de atenção da criança. Campinas: Papirus Editora, 1994.  
MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS. DSM IV: Miguel R. Jorge. Porto Alegre, 2000.
MATTOS, P.; BOURBON, S.; FIEL, L. Educação Infantil A criança e o TDA/H –Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Viçosa-MG, 2006.
NEUROSABER. Crianças com TDAH podem ter outros transtornos associados. Disponível em: https://neurosaber.com.br/criancas-com-tdah-podem-ter-outros-transtornos-associados/. Acesso em: 20 maio 2020.
STROH, Juliana Bielawski. TDAH: diagnóstico psicopedagógico e suas intervenções através da psicopedagogia e da arteterapia. Construção Psicopedagógica, São Paulo, SP, v. 18, n. 17, p. 83-105, dez. 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542010000200007. Acesso em: 03 maio 2020.
OMS. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID – 10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Tradução de: Dorival Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
TEIXEIRA, Caren. TDAH e intervenção psicopedagógica em crianças e adolescentes. Rev. Cient. Schola. Vol I, Nr 1, 2017. Pág. 52-5

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