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Evolução do melhoramento genético de suínos no Brasil Introdução Em 1958, foi criada a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), que marca o início do controle genealógico dos suínos e importação de raças exóticas. O objetivo era melhorar a produtividade e aumentar a produção de carne, já que a banha, principal produto das raças nativas, começava a perder espaço para os óleos vegetais. Duroc Jersey, Wessex, Hampshire e Montana foram algumas das raças que entraram nesse primeiro momento. “Nesse ponto, o sistema de monitoramento era importar reprodutores dos Estados Unidos e Europa e cruzar com os mestiços”, conta Elsio Antonio Pereira de Figueiredo, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves. 1532 – os porcos foram introduzido no brasil. 1958 – inicio do controle genealógico dos suínos e a importação de raças exóticas melhorar a produtividade de criação Aumentar a produção de carne A banha principal do produto começou a perder espaço para óleos vegetais Dessa forma, os produtores passaram a contar com as raças Duroc Jersey, Wessex Saddleback, Hampshire, Berkshire, Poland China, Large Black, Montana e Tamworth. Década de 60 chegaram as raças brancas landrace e large White Introdução de material genético Evolução da genética de suínos no brasil 1970- teste de progênie (TP) Controlada pela associação Foram enormes as transformações experimentadas pela suinocultura brasileira desde os anos 70 até os dias atuais. Talvez o principal marco dos anos 70 tenha sido a consolidação da mudança do uso de um suíno tipo banha para o tipo carne. Contribuiu para essa mudança a entrada, nesta década, de empresas de melhoramento genético de suínos, como foi o caso da Agroceres PIC, a Semesa e a Seghers. Além de introduzir no Brasil animais com alta capacidade de carne magra, também foi disseminado o conceito do uso de suíno híbrido, objetivando, principalmente, a melhoria da eficiência reprodutiva em relação ao tradicional uso das raças puras. A produção nacional de suínos esteve praticamente estagnada nos anos 80, mas foi neste período que se consolidaram importantes fundamentos que se constituíram na base para o que hoje é a suinocultura brasileira: - foram disseminados os conceitos adequados de instalações, exigências nutricionais e manejo dos suínos geneticamente melhorados, que já tinham se tornado uma realidade nas melhores granjas; - consolidou-se o uso de matrizes suínas cruzadas em praticamente toda a suinocultura tecnificada brasileira, proporcionando grandes ganhos de produtividade. Para ter-se uma idéia da situação daquela época, uma matriz cruzada sequer era passível de receber registro genealógico (pela ABCS e Ministério da Agricultura) e, portanto, segundo as normas vigentes, não era um produto reconhecido para reprodução. Foi neste período que este paradigma foi quebrado; - ocorreu uma verdadeira revolução nos fundamentos da biossegurança que deve reger os sistemas de produção, partindo-se de conceitos predominantemente clínicos e curativos para os conceitos de prevenção, a grande maioria deles ainda hoje perfeitamente válidos; - as empresas especializadas em nutrição passaram a detectar com mais clareza as necessidades diferenciadas destes suínos melhorados e viram nisto uma oportunidade para seus negócios. E, como decorrência, houve neste período o aparecimento de um grande número de empresas especializadas no fornecimento de suplementos vitamínicos e minerais, bem como de serviços associados a este tipo de negócio; - já no final dos anos 80, a Agroceres PIC inovou lançando as primeiras linhas de machos cruzados especializados, obtidos de linhas distintas das linhas maternas e selecionados para alta eficiência de crescimento em carne magra e conformação. Esta foi outra quebra de paradigma no mercado, visto que até então os machos terminadores eram de linhas genética puras e geralmente oriundos das mesmas linhas destinadas à produção das matrizes comerciais". Suíno light Com a mudança de perfil dos suínos no país, a Embrapa decidiu começar a trabalhar com linhagens, buscando reduzir a espessura do toucinho. Em 1996, lançou a primeira: a MS58, que, quando cruzada, resultava em um carcaça com 55% de carne. A linhagem ficou por volta de quatro anos no mercado. A segunda geração do chamado ‘suíno light’ (MS60) já veio sem o gene halotano, responsável pelo estresse dos animais terminados. Tanto o MS58 quanto o MS60 eram abatidos com 90 quilos. “A espessura do toucinho era grande e se passasse de 90 quilos ficava muita gordura”, ressalta o pesquisador. objetivo Do porco "banha" ao suíno light – essa é a trajetória que a pesquisa da Embrapa ajudou a construir, na cadeia suinícola do Brasil, em busca de maior rentabilidade aos produtores e da melhoria da carne para o consumidor. Desde o lançamento do primeiro suíno light, o MS58, há 18 anos, até a recente apresentação da fêmea suína Embrapa MO25C, a aposta é em uma carne diferenciada, com baixo teor de gordura, e com valor agregado, para que produtores possam atuar de maneira competitiva no mercado. Genes maiores de importância para a suinocultura Os genes maiores têm sido identificados por meio de análises de segregação. Um gene é considerado maior quando a média dos animais homozigotos, para a característica influenciada, é igual ou superior a um desvio padrão fenotípico em relação à média dos animais que não possuem o gene. Gene halotano Gene da carne ácida Gene IMF Gene halotano O gene halotano tem sido explorado para condicionar aumento de carne na carcaça cruzandose machos terminais heterozigotos (HalNn) com fêmeas homozigotas livres do alelo recessivo (HalNN). Esse procedimento objetiva chegar a uma progênie 50% HalNn e 50% HalNN, com um aumento de 1 a 2% no conteúdo de carne nas carcaças e, supostamente, sem prejuízo para a qualidade da mesma. Gene da carne ácida É um gene dominante que se caracteriza por causar um decréscimo no rendimento industrial durante o processamento de produtos curados e cozidos, graças ao baixo conteúdo de proteína na carne e a um pH último reduzido, provocado pelo alto conteúdo de glicogênio nas fibras brancas dos músculos. Foi denominado de RN- pelo fato de ter sido estudado pela primeira vez em avaliações do Rendimento Nápoles de presuntos. De Vries et al. (1998) referemse a uma perda de 5 a 6% no processamento de presunto cozido derivado de genótipos portadores do gene RN- , além de uma perda significativa durante o fatiamento. A frequência desse gene é alta na raça Hampshire Esses achados caracterizam o grau de influência negativa do gene da carne ácida sobre a qualidade da carne. Acreditava-se até bem pouco tempo, tratar-se de um problema restrito a populações de Hampshire, porém um trabalho conduzido por Meadus et al. (2000) no Canadá, mostrou a presença do gene RN- em populações comerciais de suínos brancos, provavelmente em decorrência do intenso uso de machos terminais da raça Hampshire. A partir do trabalho de Milan et al. (2000) foi desenvolvido um teste de DNA que permite identificar os animais portadores do gene RN- , o que permite eliminá-lo nos plantéis de seleção. Gene IMF A gordura intramuscular (IMF) é considerada muito importante para a qualidade da carne de suínos, principalmente quando destinada ao consumo “in natura”. Estudos de Janss et al. (1997) com suínos F2, cruzados a partir das raças Europeias com a raça Meishan (de origem Chinesa), permitiram identificar um gene maior recessivo para IMF originário desta última. O efeito desse gene manifesta- se com mais intensidade em animais com os dois alelos recessivos, nos quaisfoi observada média de 3,9% de IMF. Em contrapartida, nos animais heterozigotos e homozigotos negativos (sem nenhum alelo do gene) a IMF situou-se em 1,8%. Cruzamento simples Fêmeas de uma raça ou linhagem (B) são acasaladas com machos de uma raça ou linhagem (A). É utilizado nos rebanhos multiplicadores para produção de machos e fêmeas F1 ou híbridos. Cruzamento alternado Cruzamento entre duas ou três raças ou linhagens, alternando a raça ou linhagem do pai, a cada geração. As fêmeas são acasaladas em cada geração, de forma alternada, com machos de uma das raças puras ou linhagens sintéticas. É um sistema que funciona bem para o criador independente, porque ele faz a reposição de fêmeas com leitoas do próprio plantel. Cruzamento triplo Acasalamento de fêmeas F1 ou híbridas com machos de uma terceira raça pura linhagem sintética. Nesse sistema, aproveitam-se as heteroses materna e individual. Cruzamento duplo entre quatro raças Acasalamento de fêmeas F1 ou híbridas com machos F1 ou híbridos. Nesse sistema, aproveitam-se as heteroses paterna, materna e individual. Objetivos gerais: 1) Elevar a disponibilidade de produtos derivados de suínos para a população brasileira e para a exportação, mediante a utilização racional dos recursos genéticos e ambientais; 2) Melhorar a qualidade da carne de suínos ofertada ao consumidor; 3) Contribuir para a permanência de pequenos e médios rebanhos no mercado de carne de suínos de qualidade; 4) Consolidar a inserção definitiva do país no mercado internacional de carne de suínos; 5) Criar postos de trabalho em todos os segmentos da cadeia produtiva de suínos; 6) Viabilizar a transferência de conhecimentos e soluções tecnológicas para os diferentes segmentos da cadeia produtiva de suínos. Objetivos específicos: 1) Desenvolver conhecimentos que permitam melhor aproveitamento dos recursos genéticos de suínos; 2) Desenvolver estratégias de alimentação e manejo de suínos; 3) Delinear estratégias de prevenção e controle das principais doenças de suínos; 4) Elevar a qualidade da carne de suínos produzida, com vistas na maior segurança alimentar da população, visando maior rentabilidade da cadeia produtiva, em geral, e do produtor em particular; 5) Desenvolver modelos de sistemas de produção, visando ao aumento da eficiência bioeconômica, respeitando as boas práticas de produção e de bemestar animal e a conservação do ambiente e promovendo, ainda, a equidade social; 6) Elevar a eficiência dos segmentos da cadeia produtiva de suínos, especialmente do sistema de produção, da indústria de processamento e da distribuição; 7) Diversificar a oferta de cortes de carne de suínos in natura e de produtos semiprontos; 8) Buscar alternativas para o desenvolvimento de sistemas de rastreamento, com vistas na certificação da carne de suínos
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