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Sono e vigília Ciclo circadiano Ritmo de antecipação e sincronia das atividades (comportamentos, alterações fisiológicas) de acordo com fatores ambientais. ● Relógio interno com sinalizador temporal → Núcleo supraquiasmático: no diencéfalo, logo acima do quiasma óptico. ● Núcleo supraquiasmático (SCN): hipotálamo ant. → As células são osciladoras naturais (marca-passo); → Nos neurônios em geral o potencial de repouso é estático, mas nessas há potencial de repouso dinâmico, que flutua durante o dia; → Propriedades da membrana se alteram pelo ciclo de transcrição de proteínas: alternância de qual proteína está em maior quantidade no citosol (aumento de clock e Bmal e aumento de cry e per. Ambos se estimulam e esse ciclo dura aproximadamente 24h) → Sem pistas ambientais, os ciclos são menos definidos mas continuam acontecendo; → Mais próximo do limiar, mais disparos e vice-versa. ● Estímulos temporizadores → Trato retino-hipotalâmico Células ganglionares, que contém melanopsina, na retina, disparam potencial de ação excitatório glutamatérgico para o núcleo supra-quiasmático. Por isso, durante o dia ele vai ser mais excitado. Além das aferências visuais, o SCN também recebe aferências do tálamo. → Relógio epitalâmico A melatonina (hormônio derivado da serotonina) é mais produzida pela glândula pineal durante a fase escura do dia. Esse controle é feito pela informação que chega pelo trato retino-hipotalâmico. O SCN lança sinapses inibitórias para o núcleo paraventricular. Quando essa inibição deixa de acontecer (escuro) e o núcleo paraventricular lança axônios para as células pré-ganglionares simpáticas da zona intermediolateral. Potencial de ação simpático é disparado para a glândula pineal, estimulando a síntese de melatonina. Melatonina: regula funções metabólicas, gônadas (em animais sazonais), SCN. → Eferências do SCN: núcleos hipotalâmicos (controle visceral), prosencéfalo basal (comportamentos motivados e regulação do ciclo sono-vigília). Ex: regulação hormonal do hipotálamo e hipófise. Sono e vigília Comportamentos periódicos nítidos: oscilação da atividade ● Sono → Descanso (restauração de energia), secreção de somatotrofinas (GH e IGFs), restauração do sistema imune e consolidação de memória (propagação de expressão do hipocampo para o córtex no sono REM). ● Tipos de sono → De ondas lentas: sono leve, ainda há movimentação, poucos ou raros sonhos; → Sono REM: profundo, praticamente completa atonia (há movimento rápido dos olhos), sonhos frequentes, ilógicos e emocionais. ● Eletroencefalograma → Ondas geradas pela atividade sináptica das células piramidais corticais; → Toda vez que um neurônio piramidal recebe uma sinapse excitatória, ele despolariza (influxo de cátions), o que deixa o meio externo mais negativo. O vazamento dos cátions para fora quando ocorre a difusão pelo dendrito gera uma diferença de potencial entre as duas áreas (sinapse eletronegativa e após, eletropositiva. Essa diferença vai ser observada pelo exame; → Os neurônios da área podem estar sincronizados (sendo excitados mais ou menos ao mesmo tempo) ou irregulares. Vigília: ritmo Beta (irregular e frequÊncia alta); Com o avanço do sono, a frequência cai e o ritmo tende a ser sincronizado. Isso acontece porque o tálamo deixa de fazer a transmissão dos estímulos sensoriais de forma automática e passa a disparar em modos de salvas (mais sincronizado); ● Padrões de sono → Sono de ondas lentas: ~1h, estágios 3 e 4 alternados; → Sono REM: 20-30min; → Repetição do ciclo ondas lentas-REM a cada 90min com aumento gradual da duração de cada estágio. → Humanos adultos: sono monofásico, 20% do tempo REM; → Bebês: sono polifásico, 18h, sem ritmo até os 4 meses, 80% REM; → Crianças e idosos: sono bifásico. Quanto mais velha a pessoa, já menos sono de ondas leves estágio 3 e 4 e sono REM ● Sono de ondas lentas → + atividade do parassimpático e - simpático; → MENOS FC, PA, FR, T, taxa metabólica, motilidade gastrointestinal, atividade motora, reflexos musculares, tônus muscular; → Sonhos raros e lógicos. ● Sono REM → Funções irregulares: FR, PA, FC e motilidade gastrointestinal são irregulares; → Temperatura corporal tende a temperatura ambiente, taxa metabólica mais baixa, atonia muscular, atividade neural localizada. Controle do ciclo: sistemas de projeção difusa → Sistemas moduladores com projeções difusas: controlam SNC em conjunto; → Neurônios difusos de formação reticular do tronco ou núcleos bulbares e pontinos, que lançam axônios finos para várias áreas do SNC; → Quanto ativado ou não, provoca alterações de microclimas neuroquímicos de amplas regiões inervadas. ● Vias histaminérgicas (E de histamina e o número → Nascem no hipotálamo e se projetam para o córtex, excitando o córtex na vigília e silenciada no sono REM; → Por isso os anti-histamínicos causam sono. ● Sistema noradrenérgico → Vias ativadoras ascendentes: locus ceruleus (A4 e A6 pontinos). Ativa na vigília, sobe pro tálamo e córtex; → A5 e A7 pontinos (formação reticular): descendem e reduzem o tônus muscular durante o sono; → A1 (núcleo ambíguo) e A3 (formação reticular do bulbo): sobe para regiões hipotalâmicas (controle cardiovascular e endócrino do ritmo sono-vigília) Obs: A4 e A6 são altamente difusas, por todo o SNC, modulando a excitabilidade global. ● Sistema serotoninérgico → Vias ativadoras ascendentes: núcleos da rafe, B5 a B9. Ativos na vigília, vão ao tálamo, cerebelo e córtex; Altamente difusos. ● Sistemas colinérgicos → Ativos na vigília e no sono REM Controle do ciclo: neurônios-relés tálamo-corticais Modo de transmissão e modo de disparo em salvas; ● Modo de transmissão → Fibras aferentes sensoriais e corticais ativam constantemente as vias tálamo-corticais, neurônios altamente excitados, garantindo a constante transmissão das informações. Potencial de membrana próximo do limiar para facilitar esse mecanismo durante a vigília. Eletroencefalograma irregular. → Bloqueio do núcleo reticular talâmico pelos sistemas moduladores colinérgicos e aminérgicos, que bloqueiam o núcleo reticular talâmico. ● Disparo em salvas → Núcleo reticular talâmico GABAérgico inibe os outros núcleos do tálamo. Isso leva a uma hiperpolarização. Nesses neurônios, existem canais de Ca++ que são ativados pela hiperpolarização que vão se abrir, gerando a despolarização. Alguns potenciais de ação ocorrem e isso fecha os canais de cálcio, a célula repolariza e hiperpolariza pois continua recebendo a sinapse GABAérgica. Isso gera um ciclo, que são as salvas. → Sono de ondas lentas. Indução do sono e vigília ● Vigília, indução do sono e o processo de acordar. → Estímulos intensos sensoriais; temporizador circadiano, orexinas (n. tuberolaminar do hipotálamo) promovem a vigília (ceruleus e rafe); → Ao longo do dia, adenosina se acumula no espaço intracelular, causando efeito inibitório nos sistemas ascendentes difusos; → Durante os sonos os níveis de adenosina diminuem, aumentando a atividade dos sistemas ascendentes difusos até acordarmos: Locus ceruleus aumentam a atividade, junto com os núcleos da rafe e vias colinérgicas. Manutenção da vigília Sistemas ativadores de projeção difusa estão todos ativos na vigília: tronco (colinérgicos, noradrenérgicos, serotoninérgicos) e hipotálamo posterior (histamina). Esses sistemas inibem o núcleo reticular talâmico. Sono de ondas lentas Sistema de projeção difusa histaminérgico é silenciado pela ativação do hipotálamo anterior, que lança neurônios GABAérgicos ao hipotálamo posterior, que é parte do sistema histaminérgico; Acúmulo de adenosina no encéfalo e; Redução da atividade dos outros sistemas de projeção difusa, causando ativação do N. reticular do tálamo (- colinérgico e aminérgico) Acontece da vigília para o sono de ondas leves e do REM para o de ondas leves. Sono REM Núcleos colinérgicos pontinos ativados e sistemas de projeção difusas noradrenérgicos e serotoninérgicos; Tálamo reativado ao modo de transmissão→ Dessincronização do córtex e amígdala ativada: Complexo pontigenículos-occipitais (PGO) Sonhosvisuais e emocionais (amígdala). ● Atonia muscular → Vias colinérgicas estimulam neurônios glutamatérgicos, que fazem no bulbo sinapse com neurônios de glicina (inibitório). Isso inibe neurônios motores inferiores; → Também ocorre inibição na coluna dorsal, o que reduz a resposta aos estímulos somatossensoriais. ● REM → Sinais endógenos pontinos são transmitidos à região motora do colículo superior, que se projetam para a formação reticular paramedialpontina para o núcleo intersticial rostral, que controla o movimento dos olhos.
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