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Mecanismos neurais de sono e vigília 1 Mecanismos neurais de sono e vigília Os ritmos da vida O sono é um estado facilmente reversível de reduzida responsividade e interação com o meio ambiente. É universal e altamente conservado em animais. A privação do sono é devastadora para um funcionamento adequado do organismo, sendo essencial para a vida. O sono é cíclico, a cada 24h dormimos ao menos 1 vez. RITMO CIRCADIANO → sequência de eventos temporais (fisiológicos) que ocorrem em um período de cerca de 24h (ciclo). É sincronizado pelos ciclo claro-escuro e ciclo sono-vígila. RITMOS INFRADIANOS → variações de periodicidade mensal. RITMOS ULTRADIANOS → variações em ciclos de algumas horas Experimentos indicam que possuímos um relógio interno (biológico), que gera uma oscilação funcional automática e é sincronizado com um ciclo natural (como a alternância dia-noite). Nosso relógio biológico é acoplado à células que detectam variações ambientais (células sensoriais e vias aferentes - neurônios), tornando-se sincronizados com os ciclos naturais. Isso permite previsões e consequentemente modificações comportamentais. Sistemas temporizadores SISTEMAS TEMPORIZADORES → eferentes, marca-passos (centro que aumenta ou diminui as autodespolarizações - está sempre disparando) e eferentes Incluem certas funções e comportamentos a operar em ritmos bem sincronizados com os ciclos naturais. A luz efetivamente sincroniza o marca-passo. A luz é o estímulo sincronizador ou temporizador principal dos ritmos circadianos (ciclo claro-escuro). obs.: a alimentação e o horário das refeições também influencia Exemplo de ritmo infradiano - ciclo menstrual Exemplo de ritmo ultradiano - hormônio luteinizante Mecanismos neurais de sono e vigília 2 Há uma sincronização entre o relógio biológico e a natureza. O relógio hipotalâmico e os ritmos do dia a dia O núcleo supraquiasmático (NSQ) é o nosso marca-passo, presente no hipotalámo, comunica-se com a retina, via trato retino- hipotalâmico, a qual transmite informações da entrada de luz no organismo (principal temporizador, que regula os disparos do NSQ) AFERÊNCIA → trato retinotalâmico MARCA-PASSO → núcleo supraquiasmático (relógio biológico) EFERÊNCIA → hipotálamo (viscerais) e prosencéfalo basal e tálamo (comportamentos motivados) Núcleo supraquiasmático (NSQ) Relógio hipotalâmico circadiano ou oscilador circadiano. O relógio hipotalâmico e os ritmos do dia-a-dia: núcleo supraquiasmático é quem gera o ritmo acoplado ao ciclo noite-dia. A luz é o principal temporizador dos ritmos circadianos e influencia o marca-passo (NSQ) através das fibras retino- hipotalâmicas. Neurônios do NSQ são osciladores naturais, cujo potencial de repouso varia ciclicamente. A cada ciclo o potencial de repouso oscila e atinge o limiar, surgindo potenciais de ação, que se conduzem através dos axônios. Então, o potencial de repouso é restaurado e seu valor volta de despolarizar lentamente. Quando há lesões no NSQ, o animal perde a ritmicidade e os momentos de atividade tornam-se completamente aleatórios. O NSQ confere periodicidade (sincronismo) às funções normais. Mecanismos neurais de sono e vigília 3 O NSQ veicula comando para que algumas funções autonômicas, neuroendócrinas, comportamentais e ciclo sono-vigília possam ser reguladas de acordo com o período de 24h. A luz influencia o NSQ através das fibras retino-hipotalâmicas. Fotorreceptores peculiares na retina contém um fotopigmento chamado melanopsina - detectam comprimentos de onda (gene de expressão cicardiana). Efeitos da luz no NSQ e fotopigmento melanopsina A luz promove despolarizações no NSQ e a ausência de luz promove hiperpolarizações. FOTOPIGMENTO MELANOPSINA → encontrado em células ganglionares fotossensíveis da retina, que estão envolvidas na regulação do ritmo circadiano. Tem o pico de sensibilidade espectral na faixa ~480 nm (azul) da luz visível; distinta dos cones e bastonetes. obs.: rodopsina → pigmento relacionado com o processamento de informações visuais A luz é detectada por fotorreceptores da retina. Quando determinado comprimento de onda consegue ativar as células retinais que contém a melanopsina, essas células ativadas liberam neurotransmissores, glutamato e PACAP (peptídeo ativador de adenilato ciclase hipofisária). Estes interagem com receptores da membrana do NSQ, ativando uma casacata de sinalização (com enzimas e fatores de transcrição) e levando à expressão e transcrição de proteínas relacionadas com o ciclo sono-vigília. Logo, a melanopsina é o fator limitante que permite que a luz determine o grau de atividade dos neurônios do NSQ. Mecanismos neurais de sono e vigília 4 Mecanismo molecular circadiano O mecanismo molecular circadiano se dá pela transcrição, no NSQ, dos genes circadianos Period (Per1 e Per2) e Cryptochrome (Cry1-2), que são ativados pelo complexo regulatório E-box. Essa transcrição é regulada pela presença de luz, através da captação pela melanopsina. O complexo heterodímero (proteínas CLOCK and BMAL1) ativa a sequência regulatória E-box que controla a transcrição de genes circadianos. Como resultado, os níveis de mRNA e proteínas relacionados aos genes circadianos oscilam com período ~24h. Logo, o CLOCK-BMAL1 regula (via E-box) a transcrição de muitas proteínas CCGs que influenciam funções fisiológicas externas ao mecanismo oscilatório. Alterações no relógio circadiano É importante que o relógio circadiano seja regulado para adaptação do indivíduo ao ambiente e bom funcionamento de sistemas (humor, memória e sono). Esse relógio biológico pode ser comprometido com a idade e processos degenerativos, o que compromete diretamente tais sistemas. Glândula pineal Além do NSQ e da melanopsina, a glândula pineal também tem papel fundamental na modulação do relógio biológico. A gl. pineal, presente no SNC, é tipicamente endócrina, constituída de pinealócitos e não possui fotorreceptores. É um sensor de duração do fotoperíodo, sendo um relógio epitalâmico infradiano circanual. Libera melatonina (hormônio derivado do aa. triptofano), importante indutor do sono (modula o grau de atividade neuronal), liberada em função da luz. Mecanismos neurais de sono e vigília 5 Ativação da gl. pineal A luz estimula células fotorreceptoras, que contém melanopsina, e promove a liberação de neurotransmissores (glutamato e PACAP), os quais atuam nos neurônios do NSQ (expressão e transcrição de genes). Durante a noite, na ausência de luz, o NSQ ativado libera o neurotransmissor excitatório glutamato, que estimulam os neurônios do núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN), que estimula neurônios da coluna intermédio lateral (ILCC), que estimula o gânglio cervical superior (SGC), que estimula a síntese de melatonina no pinealócito, via liberação de noradrenalina-proteína Gs. Durante o dia, na presença de luz, o NSQ ativado libera o neurotransmissor inibitório GABA, que inibem neurônios do PVN, inibindo o ILCC, o SGC e inibem a síntese de melatonina pelo pinealócito. Então, a melatonina é secretada pela gl. pineal na circulação sanguínea, por onde atinge e modula o NSQ (receptores MT1 e MT2). Melatonina Sintetizada a partir do triptofano (aa. essencial). É imediatamente liberada (por difusão) dentro dos capilares sanguíneos que irrigam a gl. pineal após sua formação. A secreção de melatonina depende de sua síntese, que é catalisada por 4 enzimas: triptofano hidroxilase (TPH), descarboxilase de L-aminoácidos, N-acetiltransferase (NAT) e hidroxi-indolol-O-metiltransferase (HIOMT). A serotonina é precursora da melatonina, pela ação da NAT e HIOMT de resposta imediata a mudanças da luz ambiental. TRIPTOFANO → 5-HIDROXITRIPTOFANO → SEROTONINA (dia) Ritmo circadiano da melatonina plasmática Liberada em ciclos, durante à noite, de acordo com a gl. pineal (sensor de fotoperíodo). Logo, a secreção da melatonina é influencia pelo intensidade de luz. Onde a melatonina age Age nos receptores MT1 e MT2, no NSQ, ativando-ose aumentando a transcrição dos genes circadianos. A densidade dos receptores de melatonina também apresentam ritmo circadiano (aumentam durante a noite e diminuem durante o dia). Presentes especialmente, além do hipotálamo (NSQ), no TE. Ações da melatonina Mecanismos neurais de sono e vigília 6 Ainda atua na regulação endócrina da reprodução e sistema imunológico. É um antioxidante e atua na recuperação de células epiteliais expostas à radição UV. obs.: administração suplementar de melatonina ajuda na recuperação de neurônios afetados pela doença de Alzheimer e por episódios de isquemia. Níveis no sangue Diminui com a idade. Registro eletroencefálico (EEG) O EEG mede a diferença de correntes que fluem durante a excitação sináptica dos dendritos de muitos neurônios piramidais no córtex cerebral. São necessário milhares de neurônios subjacentes ativados em conjunto para gerar um sinal de EEG. A amplitude do sinal do EEG depende de quão sincrônica é a atividade dos neurônios subjacentes. MECANISMO DE EXCITAÇÃO NEURONAL → liberação de GLU, abertura de canais catiônicos, influxo de corrente +, negatividade no líquido extracelular, difusão da correntes das proximidades do soma, fluido torna-se levemente - Geração de ritmos sincronizados As oscilações sincronizadas podem ser geradas de 2 maneiras: 1. Neurônios podem receber informação de um marca-passo (ex.: NSQ); nunca há inatividade, a atividade aumenta ou diminui 2. Neurônios podem compartilhar ou distribui a função de marcador de tempo entre si, excitando ou inibindo um ao outro (mecanismo coletivo) No encéfalo, a atividade rítmica sincrônica é coordenada por combinação de marcapasso e método coletivo. Ritmos do EEG Observam-se ritmos, frequências, amplitude e grau de sincronismos. Utilizadas para distinguir as fases do sono. Mecanismos neurais de sono e vigília 7 Nível de atenção O nível de atividade cortical máxima ocorre na vigília e a mínima, no sono. Nível de atividade cortical maior do que o máximo, leva à euforia, e menor que o mínimo, leva ao coma. O desempenho corportamental é o maior no nível máximo de atividade cortical, variações para mais e menos dessa atividade diminuem o desempenho. Por que dormimos Pessoas cansadas não dormem mais por conta disto e podem descansar sem dormir; pessoas descansadas não dormem menos do que as cansadas. FUNÇÃO DO SONO: CONSERVAÇÃO DE ENERGIA→ reposição de estoques energéticos do encéfalo, os quais diminuem durante as horas de vigília SOBREVIVÊNCIA → falta de sono leva à prejuízos de memória, redução de capacidades cognitivas, alteração de humor e até alucinações se persistir, isolamento e proteção de predadores Evolução do sono ao longo dos anos Quanto mais velho o indivíduo, há diminuição dos estados de sono REM e NREM e aumento da vigília. Mecanismos neurais de sono e vigília 8 Ciclo sono-vigília Estados do sono - sono REM e NREM Durante o sono, transitamos entre sono REM, NREM e vigília. Sono NREM O sono NREM (sono de ondas lentas) apresenta 4 estágios, durante os quais as ondas se tornam cada vez mais lentas e aumentam a amplitude. O EEG se torna sincronizado e a profundidade do sono aumenta. ESTÁGIO 1 (SONOLÊNCIA) → ritmo acelerado e dessincronizado ESTÁGIO 2 (SONO LEVE) → ondas começam a lentificar ESTÁGIO 3 → ondas mais lentas e com maior amplitude ESTÁGIO 4 (SONO PROFUNDO) → ondas a maior lentidão e com a maior amplitude e mais sincronia CARACTERÍSTICAS → tensão muscular em todo o corpo, movimento do corpo para ajustes de posição corporal, oscilação em sincronia dos neurônios corticais, aferências sensoriais não alcançam o córtex, sistema de controle dominados pelo parassimpático Mecanismos neurais de sono e vigília 9 Na vigília, há dessincronização (ritmo beta), com baixa voltagem e alta frequência e alta atividade muscular. Nos estágios do sono NREM, há sono sincronizado (ritmo alfa e teta), com maior voltagem e menor frequência e diminuição da atividade muscular geral e ocular; até chegar no sono profundo (estágio 4 NREM) (ritmo delta), com alta voltagem e baixa frequência, sem atividade muscular e ocular. No sono paradoxal ou REM, há ritmo dessincronizado, com baixa voltagem e alta frequência, pouca atividade muscular geral e muita ocular. Sono REM O sono REM é um tipo de sono onde o EEG fica dessincronizado e ocorre movimentos rápidos dos olhos (rapid eyes movements). SONO REM → ondas rápidas, dessincronizadas como quando está acordado CARACTERÍSTICAS → EEG se parece com estado acordado, corpo imobilizado (atonia) exceto mm. dos olhos, respiração e coração, evocações de ilusões detalhadas e vívidas chamadas sonhos, sono paradoxal (consumo de O2 é mais elevado que quando acordado), sistema de controle dominados pelo simpático Ciclo do sono Composto por fases → estágio de vegília, 4 estágio de sono NREM e sono REM. Um ciclo do sono leva 70-90 min., sendo um ritmo ultradiano, que passa por todas as fases, inserido no ciclo circadiano. EEG da transição da vigília para o sono de ondas lentas e paradoxal Mecanismos neurais de sono e vigília 10 Mudanças fisiológicas durante os estágios do sono A repetição de ciclos de sono é acompanhado por mudanças fisiológicas homeostáticas. Durante o sono REM, há atividade dos olhos, com atividade muscular. FC e FR altas. Ereção peniana. Durante o sono NREM, não há atividade muscular, nem atividade ocular. FC e FR baixas. Sem ereção peniana. Episódios de sono no jovem e adulto JOVEM → vários episódios de sono REM alternados com estágios de sono de ondas lentas e momentos de vigília ADULTO → desperta mais vezes, não chega a estágios de sono mais profundos do sono de ondas lentas; menos episódios de sono REM; tendência despertar mais Regulação do sono e vigília Modelo de 2 processos de regulação do sono Mecanismos neurais de sono e vigília 11 Processo homeostático de regulação do sono se acumulando ao longo do dia e sendo dissipado durante o sono (cinza). Sol e lua formam a curva que representa o processo circadiano de regulação do sono. Em vermelho, outra curva representando a propensão ao sono consequente da ação dos 2 processos Mecanismos neurais do sono Hoje, sabe-se que o sono é um processo ativo que requer a participação de uma variedade de regiões encefálicas: Modo de operação dos núcleos relés talâmicos → tonicamente ativos (+) ou em estado oscilatório Sistemas de neurotransmissores modulatórios (moduladores difusos) Modulação inibitória dos motoneurônios medulares Núcleos relés talâmicos Última estação antes de chegar ao córtex - fatores limitantes. Importante núcleo relé talâmico = núcleo geniculado lateral. No estado de vigília, os neurônios talâmicos encontra-se em modo tonicamente ativo e, durante o sono, em modo oscilatório (sincronia com o córtex) - oscila entre salvas de potencial e hiperpolarização (núcleo reticular do tálamo faz inibição GABAérgica) Durante o estado de vigília, os neurônios talâmicos são excitados tonicamente (glutamato) por vias aferentes (sensoriais) - a estimulação glutamatérgica nos neurônios talâmicos geram PA em modo contínuo, conforme a atividade da via Mecanismos neurais de sono e vigília 12 aferente = neurônios corticais em fraca atividade arrítmica = EEG dessincronizado. Assim, a ativação das vias sensoriais favorecem o estado de vigília. Tálamo: núcleos relés corticais e núcleo reticular do tálamo O núcleo reticular do tálamo controla o modo de operação dos núcleos relés talâmicos (inibição GABAérgica), inibido na vigília (favorece o estado de sono). Subgrupo colinérgico (ACh) aumenta a frequência de disparo dos neurônios do núcleo reticular do tálamo (favorece o estado de sono). Durante o sono, a inibição GABAérgica do núcleo reticular do tálamo sobre os neurônios dos núcleos relés talâmicos promove salvas de PA = neurônios corticais passam a exibir ritmos sincronizados = EEG sincronizado. Sistemas moduladores do ciclo sono-vigília/ Moduladores difusos/ Sistemas de modulação difusoNeurônios que, simultaneamente e coletivamente, fazem sinapse diretamente em todo o tálamo, córtex cerebral e outras regiões do encéfalo. Efeitos gerais são a despolarização de neurônios, um aumento de sua excitabilidade. CARACTERÍSTICAS DOS NEURÔNIOS: Origem no TE Cada neurônio influencia uma grande quantidade de células pós-sinápticas em diferentes regiões do SNC Aumentam a excitabilidade Inibem ativamente os neurônios espinhais, prevenindo a atividade motora descendente Ritmicidade (frequência constante) Neurônios talâmicos durante vigília e sono Mecanismos neurais de sono e vigília 13 SARA - Sistema ativador reticular ascendente Vias ascendentes do TE ativam neurônios da formação reticular, influenciando áreas talâmicas, hipotâlamicas e corticais. Sistema da ACh Neurônios colinérgicos partem dos núcleos de Meynert, do núcleo septal medial e do complexo ponto-mesencefálico, que projetam para o tálamo e córtex, modulando sua atividade por meio da ACh. Antagonistas colinérgicos diminuem os sinais da ativação cortical e agonistas aumentam esses sinais = ACh aumenta ativação e bloqueio de ACh dimimui. Estimulação de neurônios localizados na ponte e prosencéfalo basal induzem a ativação e dessincronização cortical = vigília Sistema da noradrenalina Neurônios noradrenérgicos partem do locus coeruleus, que projeta para o tálamo e córtex, modulando sua atividade por meio da NA. Ativação dos neurônios do locus coeruleus aumenta a vigília. Redução na frequência de disparo antes e durante o sono e aumento abrupto quando o animal acorda. Sistema da serotonina Neurônios seratoninérgicos partem dos núcleos da rafe, que projetam para o tálamo, hipotálamo, núcleos da base e córtex, modulando sua atividade por meio da serotonina. A frequência de disparo de potenciais no núcleo da rafe diminui durante o sono de ondas lentas (NREM) e quase 0 durante o sono REM = vigília. Mecanismos neurais de sono e vigília 14 Sistema da dopamina Neurônios dopaminérgicos partem da área tegmentar ventral, que projeta para o tálamo, núcleo estriado e córtex, modulando sua atividade por meio da dopamina. Sistema da histamina Neurônios histaminérgicos partem do hipotálamo (núcleo tuberomamilar), que projeta para o tálamo e córtex, modulando sua atividade por meio da histamina (estimulação). Hipotálamo Neurônios hipotalâmicos (hipotálamo anterolateral) liberam hipocretina/orexina para todos os moduladores difusos e sistema recompensa, regulando-os e, indiretamente, participando da regulação do tálamo e córtex e ciclo sono-vigília = estimula vigília. Influenciada pelo horário do dia, fome e saciedade. Além disso, há projeções hipotalâmicas diretas para os núcleos relés talâmicos. HIPOTÁLAMO ANTERIOR (HA) → grupo GABAérgico = inibem os relés talâmicos Destaque para o "núcleo do sono", ÁREA PRÉ-ÓPTICA VENTROLATERAL (POVL) = área promotora do sono→ quando ativada, inibe vigília e induz sono, através da inibição dos moduladores difusos, inclusive a hipocretina. A atividade GABAérgica do hipotálamo anterior inibe o hipotálamo posterior e induz o sono. obs.: lesões da POVL produz insônia. HiIPOTÁLAMO POSTERIOR (HP) → grupo histaminérgicos = estimulam os relés talâmicos Destaque para o núcleo tuberomamilar (TMN) → projeções excitatórias para o tálamo = vigília Fator promotor do sono - adenosina Adenosina atua como neuromodulador nas sinapses por todo encéfalo. A atividade neural no encéfalo acordado aumenta a adenosina - o aumento progressivo da adenosina, gera aumento da supressão dos sistemas que modulam a vigília e aumento da probabilidade do encéfalo entrar em atividade sincrônica de ondas lentas, características do sono. Mecanismos neurais de sono e vigília 15 No sono, diminui a adenosina e aumenta a atividade nos sistemas modulatórios gradativamente até acordarmos. Hipótese de abordagem molecular → adenosina seria um sinal para restauração do encéfalo, devido à depleção do glicogênio encontrado nos astrócitos e usado como fonte de energia durante a vigília. Quando ficamos muito tempo acordados ou temos um alto uso do SNC, há acúmulo de adenosina no SNC, a qual ativa a área promotora do sono (POVL). Modelo da interação recíproca Áreas indutoras da vigília e áreas indutoras do sono interagem e, quando há ativação de uma, há inibição de outra. VIGÍLIA → ativação do TNM, núcleos da rafe, locus coeruleus etc, estimulados pela orexina, e inibição a POVL SONO → POVL ativada, o que inibe HP e moduladores difusos e orexina É um modelo funcional que estabelece que a vigília seria um estado predominantemente aminérgico (NA e serotonina) e o sono REM seria um estado predominantemente colinérgico muscarínico (ACh), com o sono NREM situado em uma posição intermediária. Este modelo propõe 2 tipos de grupos celulares localizados na formação reticular, as células REM-on colinérgicas (sono) e as células REM-off sertoninérgicas-noradrenérgicas (vigília). Vigília Mecanismos neurais de sono e vigília 16 Sono NREM Sono REM SONO REM → aumento da atividade de grupos REM-on Setas brancas não atuam; setas cinzas atuam Setas brancas não atuam; setas cinzas atuam Setas brancas não atuam; setas cinzas atuam Mecanismos neurais de sono e vigília 17 Como despertamos Estimulação das vias sensoriais aferentes com maior intensidade (luz), ativando o SARA e os sistemas moduladores. Atividade aumentada do locus coeruleus durante a transição do sono REM e vigília, dessincronizando ainda mais o EEG.
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