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Noções gerais: É pela contestação que o réu 
apresenta a sua defesa, não formula pedidos 
propriamente ditos, apenas resiste a pretensão 
formulada pelo autor na petição inicial, os pedido que 
são admitidos pelo réu na contestação são pedidos 
atípicos, como pedido de improcedência do pedido do 
autor, o requerimento de produção de provas, o pedido 
de assistência judiciária gratuita etc... Aqui o autor 
apenas resiste ás acusações. A contestação está para o 
réu no mesmo nível de importância que a petição inicial 
está para o autor, a petição inicial veicula o direito de 
ação, a contestação é a que se contrapõe a ela, o 
conteúdo da petição inicial elaborada pelo autor é a 
demanda, já a contestação feita pelo réu é onde ele 
apresenta toda sua defesa, além disso o réu tem o ônus 
de ter que se defender sob pena dos fatos alegados 
serem considerados verdadeiros, por isso, via de regra 
geral, toda a defesa deve estar concentrada na 
contestação. 
Ao apresentar a contestação, o réu formula a pretensão 
de ver o pedido inicial desacolhido, no todo ou em parte, 
apresentando argumentos e fundamentos que servirão 
para convencer o juiz. Daí que a pretensão contida na 
contestação é sempre declaratória negativa, de que o 
juiz declare que o autor não tem razão, desacolhendo o 
pedido. 
A contestação não serve para ampliar os limites 
objetivos da lide, que é aquilo que o juiz irá decidir na 
sentença. Nem para identificar a ação, pois o pedido e a 
causa de pedir já estão definidos na PI. Porém a 
contestação amplia a cognição do juiz, visto que, na 
sentença, ele terá que examinar não apenas os 
fundamentos da pretensão inicial, mas também os da 
defesa. 
A regra é que na contestação o réu não pode formular 
novos pedidos contra o autor, apenas pedir que suas 
pretensões sejam desacolhidas. Se o réu quiser 
apresentar pedidos de outra natureza, usará a 
reconvenção. Porém há ações, que são chamadas de 
dúplices, em que o réu pode utilizar a contestação para, 
além de se defender, formular pretensões em face do 
autor, sem que haja necessidade da reconvenção. 
Forma da contestação: No procedimento comum, a 
contestação é escrita e deve ser apresentada por quem 
tenha capacidade postulatória. Então, via de regra, a 
forma da contestação é a forma escrita. A capacidade 
postulatória geralmente pertence ao advogado ou ao 
ministério público, porém existem exceções, em que o 
jus postulandi é entregue à própria parte, como por 
exemplo no juizado especial (lei 9.099/99), onde a 
contestação pode ser feita verbalmente no 
procedimento sumaríssimo do juizado especial cível, o 
que vale também para o juizado especial federal (lei 
10.259/2001) e para o juizado especial da fazenda 
pública (lei 12.153/2009). No procedimento dos juizados 
especiais a contestação pode ser feita dentro da própria 
audiência de instrução e julgamento e pode ser feita 
verbalmente, se ela for feita verbalmente ela será 
reduzida á termo, ou seja, ela será documentada na ata 
da audiência. Também no juizado especial a parte pode 
abrir mão da assistência por um advogado, no juizado 
cível e em causas de até 40 salários mínimos. Já no 
juizado especial federal e no juizado especial da fazenda 
pública, qualquer que seja o valor da causa, desde que 
se respeite o limite de alçada dos juizados especiais, que 
no juizado especial federal e da fazenda pública é de 60 
salários mínimos também é possível que o réu ingresse 
sem a presença de um advogado no processo. Portanto, 
podemos observar que a forma obrigatória escrita se 
aplica no procedimento comum, porém nos juizados 
especiais, onde o procedimento é sumaríssimo, a forma 
pode ser escrita ou verbal e também assinada ou não 
por quem detém a capacidade postulatória (MP ou 
advogado) como citado nos casos anteriores, podendo 
assim ser assinada pela própria parte. 
Prazo para contestar: O prazo para a apresentação 
da contestação, via de regra geral é um prazo de 15 dias, 
como está previsto no caput do artigo 335: 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, 
por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo 
inicial será a data: 
I - da audiência de conciliação ou de 
mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento 
da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese 
do art. 334, § 4º, inciso I ; 
III - prevista no art. 231 , de acordo com o 
modo como foi feita a citação, nos demais casos. 
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, 
ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º , o termo 
inicial previsto no inciso II será, para cada um dos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231
réus, a data de apresentação de seu respectivo 
pedido de cancelamento da audiência. 
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 
4º, inciso II , havendo litisconsórcio passivo e o autor 
desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o 
prazo para resposta correrá da data de intimação da 
decisão que homologar a desistência. 
 
Obs: Se o réu for o Ministério Público (art. 180 do CPC), 
ente público (art. 183 do CPC) ou representado por 
defensor público (art. 186 do CPC), a justificativa para 
esse fato é o excesso de trabalho que essas pessoas 
enfrentam, bem como litisconsortes com advogados 
diferentes (art. 229 do CPC, não se aplica à processos 
eletrônicos) o prazo para contestar é de 30 dias. A 
doutrina vem colocando que esse fator não viola o 
princípio da igualdade processual, visto que, pessoas 
diferentes estão sendo tratadas de maneiras diferentes, 
a partir da igualdade material. 
A partir de quando se inicia a contagem do prazo? Estão 
descritos nos incisos I, II e III do artigo 335. Sendo eles: 
• Da audiência de conciliação ou de mediação, ou da 
última sessão de conciliação, quando qualquer parte 
não comparecer ou, comparecendo, não houver 
autocomposição: No procedimento comum do novo 
CPC/2015, antes do réu oferecer contestação será 
designada uma audiência preliminar de mediação e 
conciliação, caso assim as partes desejem. Após a PI ser 
aceita pelo juiz, o réu será citado e no mesmo ato (se o 
autor consentiu ou se calou sobre a audiência de 
conciliação e mediação) será intimado a comparecer 
nessa audiência. Até 10 dias antes da audiência de 
conciliação ou mediação o réu pode protocolar uma 
petição nos autos do processo recusando-se a 
comparecer à esta audiência, porém se não o fizer, 
deverá comparecer à audiência. O não comparecimento 
injustificado, tanto pelo réu quanto pelo autor gerará 
uma multa, visto que se trata de um dever processual. 
Se comparecerem à audiência e não houver acordo, 
finda a audiência (pode ter mais de uma sessão), inicia-
se o prazo para que o réu apresente a sua contestação. 
Se não comparecer alguma das partes 
injustificadamente a audiência também se inicia a 
contagem do prazo. A contagem sempre se inicia um dia 
após a sessão/não comparecimento à sessão e inclui o 
último dia. Importante lembrar que prazo processual 
não se inicia e nem termina em dia não útil, portanto se 
cair em um destes, se esperará o próximo dia útil. 
Resumindo: houve a audiência de mediação ou 
conciliação, ou as partes aceitaram-na e uma das partes 
não compareceu. 
• Do protocolo do pedido de cancelamento da 
audiência de conciliação ou de mediação, apresentado 
pelo réu, quando ocorrerá a hipótese do artigo 334, 
§4º, inciso I: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os 
requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz 
designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 
(trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo 
menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
(...) 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, 
expressamente,desinteresse na composição 
consensual; 
 
Se o réu após ser intimado para a audiência de 
conciliação ou mediação, nos 10 dias que a antecedem, 
protocola uma petição junto aos autos do processo para 
que não seja realizada, o prazo começa a correr a partir 
daí, excluindo o dia do início e incluindo o dia do 
término. 
Resumindo: O autor aceitou, porém o réu peticionou 
pedindo o cancelamento da audiência de mediação e 
conciliação. 
• Prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi 
feita a citação, nos demais casos: O art. 231 traz a regra 
geral de início da contagem de prazo, a depender da 
modalidade da citação: 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, 
considera-se dia do começo do prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de 
recebimento, quando a citação ou a intimação for 
pelo correio; 
II - a data de juntada aos autos do mandado 
cumprido, quando a citação ou a intimação for por 
oficial de justiça; 
III - a data de ocorrência da citação ou da 
intimação, quando ela se der por ato do escrivão 
ou do chefe de secretaria; 
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada 
pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por 
edital; 
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação 
ou da intimação ou ao término do prazo para que 
a consulta se dê, quando a citação ou a intimação 
for eletrônica; 
VI - a data de juntada do comunicado de que trata 
o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada 
da carta aos autos de origem devidamente 
cumprida, quando a citação ou a intimação se 
realizar em cumprimento de carta; 
VII - a data de publicação, quando a intimação se 
der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; 
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por 
meio da retirada dos autos, em carga, do cartório 
ou da secretaria. 
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do 
começo do prazo para contestar corresponderá à 
última das datas a que se referem os incisos I a VI 
do caput. 
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para 
cada um é contado individualmente. 
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado 
diretamente pela parte ou por quem, de qualquer 
forma, participe do processo, sem a intermediação 
de representante judicial, o dia do começo do prazo 
para cumprimento da determinação judicial 
corresponderá à data em que se der a 
comunicação. 
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à 
citação com hora certa. 
 
Se o autor expressa na PI que não tem interesse na 
audiência de mediação e conciliação, esta não ocorrerá, 
visto que o CPC respeita a autonomia da vontade das 
partes, portanto, após acolhida a PI o juiz ordenará a 
citação do réu e o prazo se iniciará nos termos do artigo 
acima, geralmente da juntada aos autos do documento 
pelo qual se deu a citação. 
Resumindo: O próprio autor se recusou a participar da 
audiência de mediação e conciliação, razão pela qual o 
prazo para o réu contestar começa a correr nos termos 
do art. 231. 
O §1º do supracitado artigo 335 trata do caso de 
litisconsórcio passivo, onde ocorrer a hipótese do art. 
334, §6º, que diz: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos 
essenciais e não for o caso de improcedência 
liminar do pedido, o juiz designará audiência de 
conciliação ou de mediação com antecedência 
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu 
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
(...) 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na 
realização da audiência deve ser manifestado por 
todos os litisconsortes. 
 
Nesse caso, o termo inicial da contagem do prazo 
previsto no inciso II do art. 335 será, para cada um dos 
réus, a data da apresentação de seu respectivo pedido 
de cancelamento de audiência, ou seja, para cada 
litisconsorte correrá um prazo diferente. Lembrando 
que se o litisconsórcio for passivo simples, os réus 
podem participar separadamente de audiências de 
mediação e conciliação, porém se for passivo unitário, 
todos devem comparecer na mesma audiência, visto 
que, a decisão terá de ser, obrigatoriamente a mesma 
para todos. 
O §2º do supracitado art. 335 fala sobre a hipótese do 
art. 334, §4º: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos 
essenciais e não for o caso de improcedência 
liminar do pedido, o juiz designará audiência de 
conciliação ou de mediação com antecedência 
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu 
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
(...) 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - Se ambas as partes manifestarem, 
expressamente, desinteresse na composição 
consensual; 
II - Quando não se admitir a autocomposição. 
 
Havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação 
em relação ao réu ainda não citado, o prazo para 
resposta correrá da data de intimação da decisão que 
homologar a desistência. 
Aqui são tratados os casos em que o direito litigado não 
admite a realização de audiência de mediação e 
conciliação, como por exemplo os direitos tutelados 
pela fazenda pública. 
Nesse caso, existe mais de um réu no polo passivo da 
demando e o autor resolve desistir da ação em relação 
a um destes réus, este réu que ainda não foi citado, 
portanto após protocolar essa desistência, o juiz a 
homologará por meio de decisão interlocutória, visto 
que o processo continuará em razão dos outros réus, 
portanto, para esses réus remanescentes, o prazo 
começará a fluir a partir da intimação a decisão que 
homologar a desistência. 
Requisitos: Os requisitos da contestação são 
semelhantes aos da petição inicial: 
• Nome e prenome das partes (qualificação não é 
necessária, se corretamente feita na inicial); 
• Endereçamento ao juízo da causa (o juízo para qual foi 
distribuída a petição inicial); 
• Documentos indispensáveis (a prova das suas 
alegações); 
• Requerimento de provas (que o réu pretende produzir, 
caso contrário esse direito preclui); 
• Dedução dos fatos e fundamentos jurídicos da defesa, 
ou seja, qual o objeto litigioso que será apreciado pelo 
juiz na prolação da sua sentença; 
Pedidos do réu: O réu pode formular pedidos bem 
peculiares em sua defesa, já que via de regra o réu não 
formula pretensão na contestação, tais como: 
A) A extinção do processo sem exame de mérito: Se o 
réu verificar a existência de vícios processuais, 
irregularidades, que impeçam o prosseguimento do 
feito ele pode em preliminar de mérito arguir esses 
vícios processuais e requerer a extinção do processo 
sem resolução de mérito, nos termos do art. 485 do CPC. 
B) A remessa dos autos ao juízo competente, ao juízo 
prevento: irá acontecer, por exemplo, quando o réu 
alegar uma incompetência absoluta, relativa, nesse caso 
ele irá requerer o envio ao juízo competente ou no caso 
de o réu alegar uma conexão, continência, o réu irá 
requerer o envio dos autos ao juízo prevento (aquele 
que primeiro conheceu a causa). 
C) Devolução do prazo de defesa: Irá ocorrer, regra 
geral, quando o réu vem aos autos alegando as 
nulidades ou a inexistência da citação, aí ele poderá 
pedir a devolução do prazo, para aí sim oferecer a 
contestação. 
D) A improcedência do pedido do autor: Ou seja, que 
não seja reconhecida a pretensão formulada pelo autor, 
que o seu pedido seja julgado improcedente. 
E) A condenação do autor ás verbas de sucumbência e 
litigância de má-fé: Verbas essas que são as custas 
processuais e os honorários advocatícios, e se for o caso, 
pedir a aplicação de uma pena por litigância de má fé, se 
verificar que o autor da ação está atuando fora dos 
limites da lealdade e da boa-fé processual nos termos do 
artigo 80 do CPC. 
Regra da eventualidade ou da concentração 
da defesa: 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, 
toda a matéria de defesa, expondo as razões de 
fato e de direito com que impugna o pedido do 
autor e especificando as provas que pretende 
produzir. 
Por essa regra, toda matéria de defesa do réu deve ser 
apresentada na contestação,sob pena de preclusão, 
que é a perda da capacidade de praticar determinados 
atos pelo decurso do tempo (preclusão temporal), o réu 
também tem de pedir as provas que ele deseja produzir 
na peça de contestação. 
O réu pode cumular defesas, propriamente ou 
impropriamente: 
A) Cumulação própria de defesa: Quando o réu 
apresentar defesas contra vários pedidos, que foram 
apresentados também em cumulação própria. A 
cumulação própria de pedidos formulada pelo autor na 
inicial consiste no fato do autor formular dois ou mais 
pedidos, com a intenção de que todos sejam deferidos, 
então, o autor tem a expectativa de obter todos eles. A 
cumulação própria pode ser simples, quando o 
deferimento de um pedido independe do deferimento 
do outro, como por exemplo uma indenização por dano 
moral e uma por dano material, também pode ser 
sucessiva, que ocorre quando o segundo depender do 
deferimento do primeiro, como por exemplo, numa 
ação de investigação de paternidade, cominada com 
uma ação de alimentos. Nas hipóteses de cumulação 
própria de pedidos, também haverá cumulação própria 
de defesas, ou seja, o réu deverá fazer a sua defesa 
quanto á todos os pedidos formulados pelo autor na 
inicial. 
B) Cumulação imprópria/eventual de defesas: Quando 
o réu alega uma defesa para a hipótese de a outra, 
anteriormente formulada, não ser acolhida (ex: defesa 
processual e defesa de mérito). A defesa processual 
pode ser oferecida quando o réu verificar que a petição 
inicial oferecida pelo autor contém alguma 
irregularidade ou algum vício processual que seja capaz 
de causar a extinção do processo sem resolução de 
mérito ou capaz de dilatar o tempo da ação, via de regra 
geral, as defesas processuais são feitas antes da defesa 
do mérito, visto que se de fato ficar contatada que a 
defesa processual é procedente, o mérito nem chegará 
a ser analisado. Na hipótese da defesa processual não 
ser acolhida, o réu vem e formula sua defesa de mérito, 
rebatendo os fundamentos de fato e jurídicos trazidos 
pelo autor na petição inicial, negando os fatos e as 
consequências jurídicas, ou trazer fatos impeditivos, 
modificativos ou extintivos do direito do autor. Portanto 
nesse caso, diferentemente da cumulação própria, onde 
o réu vai rebater todos os fatos alegados pelo autor, aqui 
ele irá elaborar primeiro uma defesa, e se essa não for 
acolhida, elaborará outra. 
Exceções à regra da eventualidade: 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao 
réu deduzir novas alegações quando: 
I - relativas a direito ou a fato superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III - por expressa autorização legal, puderem 
ser formuladas em qualquer tempo e grau de 
jurisdição. 
 
As matérias elencadas no supracitado artigo podem ser 
arguidas pelo réu após o prazo para contestação, ou 
seja, ainda que o réu não argua esses fatos na 
contestação, não há que se falar em preclusão. 
São elas: 
• Relativas a direito ou a fato superveniente: Aqui, o 
fato ocorreu ou o direito surgiu após o oferecimento da 
contestação, não podendo o réu fazer a sua defesa na 
peça de contestação, por uma questão temporal. 
• Competir ao juiz conhecer delas de ofício: Quando o 
juiz pode apreciar a matéria, sem que haja tido um 
requerimento das partes, portanto, não há empecilho 
para que o próprio réu requeira a apreciação dessa 
matéria mesmo após a contestação. 
• Por expressa autorização legal, puderem ser 
formuladas em qualquer tempo ou grau de jurisdição: 
Existem algumas matérias específicas que podem ser 
analisadas a qualquer tempo ou grau de jurisdição, 
como matérias de ordem pública, os pressupostos 
processuais. É diferente do item anterior visto que há 
matérias que podem ser conhecidas a qualquer tempo 
ou grau de jurisdição, por expressa determinação legal, 
porém não podem ser conhecidas de ofício pelo juiz 
como por exemplo a decadência convencional, que não 
pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, porém a 
requerimento da parte ela pode ser arguida a qualquer 
tempo ou grau de jurisdição. 
 
 
Ônus da impugnação especificada: 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se 
precisamente sobre as alegações de fato 
constantes da petição inicial, presumindo-se 
verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de 
instrumento que a lei considerar da substância do 
ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, 
considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação 
especificada dos fatos não se aplica ao defensor 
público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
 
A regra vem prevista no caput e as exceções nos seus 
incisos. Esse princípio diz que o réu tem que impugnar 
todos os fatos arguidos na petição inicial, sob pena dos 
fatos não impugnados serem considerados verdadeiros. 
A exceções vem previstas em seus incisos: 
• Não for admissível, a seu respeito, a confissão: 
Quando o réu não impugna um fato trazido pelo autor 
na petição inicial, esse fato será considerado verdadeiro, 
tendo assim uma confissão ficta (ou fictícia, presumida), 
visto que o réu não confessou diretamente, apenas não 
os negou. Porém, existem fatos pelos quais não se 
admite a confissão, portanto, portanto, não será 
considerado verdadeiro o fato não impugnado pelo réu 
se aquele for um fato pelo qual não se admite a 
confissão, como por exemplo, um processo de 
interdição e curatela, o réu não poderá abrir mão do seu 
direito personalíssimo, e poderá ser constatada a 
debilidade mental do réu. 
• A petição inicial não estiver acompanhada de 
instrumento que a lei considerar da substancia do ato: 
A própria lei determina que alguns fatos só se provam 
por meio de documentos ou instrumentos, como por 
exemplo, a certidão de nascimento para provar a 
situação de filiação, o registro imobiliário, numa ação de 
dissolução de condomínio. 
• Se os fatos estiverem em contradição com a defesa, 
considerada em conjunto: Não haverá necessidade de o 
réu impugnar todos os fatos, se aqueles fatos já 
impugnados, em seu conjunto, trouxerem uma 
incompatibilidade lógica com os fatos não impugnados. 
Por exemplo, numa ação de danos morais, o réu alega 
que esse ato ilícito não existiu, não haverá necessidade 
de ele provar que não há nexo de causalidade entre o 
ato ilícito e o dano, visto que ele já está negando a 
ocorrência do próprio ato ilícito ou dano. 
O parágrafo único do referido artigo traz as pessoas as 
quais o ônus da impugnação especificada não se aplica, 
que são elas: o defensor público, o advogado dativo e ao 
curador especial. Essas pessoas podem contestar pela 
chamada negativa geral, ou seja, poderá dizer que 
aqueles fatos não ocorreram de maneira geral, sem 
necessidade de impugnar cada um dos fatos. Á essas 
pessoas não se aplica a regra da impugnação 
especificada devido ao fato dessas pessoas não 
conhecerem o réu e os fatos pelos quais estão o 
defendendo. Ao defensor público essa regra só se aplica 
se este não tiver acesso ao réu, pois via de regra o 
defensor irá conhecer o réu e estudar seu caso, tendo 
conhecimento dos fatos alegados pelo autor na inicial. 
Defesas de admissibilidade (Processual): 
Também chamadas de preliminar de mérito, pois devem 
ser feitas antes da discussão deste. Podem ser dilatórias 
ou peremptórias: 
• Dilatória: Quando o réu argui na contestação algum 
vício processual que a princípio não é apto a gerar a 
extinção do processo sem resolução de mérito, trata-se 
de um vício sanável, que pode ser corrigido e a demanda 
prosseguirá. 
• Peremptória: São aqueles vícios processuais que uma 
vez arguidos vão gerar a extinção do processo sem 
resolução de mérito, portanto, a defesa peremptória é 
aquela que fulmina a pretensão do autor, que impede 
que a pretensão do autor seja exercida, ao menos 
naquele processo,o invalidando, como por exemplo a 
alegação de coisa julgada, que extinguirá o processo 
sem resolução de mérito, visto que aqui, a pretensão do 
autor já foi analisada em outro processo. 
A defesa pode ser em um primeiro momento dilatória e 
depois se transformar em peremptória, como por 
exemplo, se o réu arguir a incapacidade postulatória do 
autor, o juiz determinará que este corrija essa falha 
(dilatória), se o mesmo não o fizer, o processo será 
extinto sem resolução de mérito (peremptória). 
Crítica do professor Fredie Didier Jr: O artigo 337 do CPC 
obriga que o réu argua primeiro as defesas de 
admissibilidade, porém poderia haver o caso em que o 
réu preferisse que fosse julgada a improcedência do 
pedido do que a extinção do processo, porém isso não é 
possível com este artigo. E caso o pedido do autor fosse 
julgado procedente (que seria o risco corrido pelo réu) o 
réu teria direito a repropositura da ação. 
1. Inexistência ou nulidade de citação: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
 
Trata-se de defesa dilatória, pois o máximo que o réu vai 
conseguir com o acolhimento de sua alegação é a 
renovação do prazo para a apresentação da resposta. 
Nesse caso, o réu toma conhecimento do processo 
mesmo sem ter sido citado ou sendo citado 
invalidamente (por exemplo, nas ações de estado, a 
citação deve ser feita sempre por oficial de justiça, 
então, se o réu for citado nessa ação via correio, a 
citação se torna inválida) e apresenta sua contestação 
alegando esse problema, nesse caso, o juiz irá conceder 
novo prazo de citação para sanar esse vício. O a 
contestação sobre isso que o réu apresentar será válida, 
pois o próprio CPC prevê que o comparecimento 
espontâneo do réu supre a ausência ou invalidade da 
citação. Caso o réu venha ao processo apenas alegando 
a inexistência ou invalidade da citação e o juiz acolha, 
será renovado o prazo da citação e o réu terá novos 15 
dias para contestar, agora, se o juiz não acolher o 
pedido, o réu terá perdido o prazo de citação e será 
considerado revel (art. 239, §2º), para isso o réu pode 
contestar alegando a inexistência ou inadmissibilidade 
da citação e juntamente na mesma peça formular sua 
defesa de mérito, formando assim uma cumulação 
imprópria/eventual de pedidos. 
2. Incompetência do juízo: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
II - incompetência absoluta e relativa; 
 
A competência absoluta (matéria, pessoa e funcional) é 
imposta como garantia de interesses públicos, por isso é 
improrrogável, podendo ser alegada na preliminar de 
mérito e também em outros momentos do processo, e 
pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, é um fato grave, 
que pode ser alvo de ação rescisória até dois anos após 
o transito em julgado do mérito. Já a incompetência 
relativa (valor da causa e territorial) visa resguardar 
apenas interesses particulares, é prorrogável, portanto, 
se o réu não a arguir em preliminar de mérito o direito 
preclui o juiz se torna competente para julgar o caso, ela 
também não pode ser reconhecida de ofício, tendo que 
se aguardar a arguição dela pelo próprio réu na 
contestação, se ele não o fizer, a competência se 
prorroga para o resto do processo. 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência 
relativa ou absoluta, a contestação poderá ser 
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que 
será imediatamente comunicado ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. 
§ 1º A contestação será submetida a livre 
distribuição ou, se o réu houver sido citado por 
meio de carta precatória, juntada aos autos dessa 
carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o 
juízo da causa. 
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado 
pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a 
contestação ou a carta precatória será 
considerado prevento. 
§ 3º Alegada a incompetência nos termos 
do caput , será suspensa a realização da audiência 
de conciliação ou de mediação, se tiver sido 
designada. 
 
§ 4º Definida a competência, o juízo competente 
designará nova data para a audiência de 
conciliação ou de mediação. 
 
Segundo a regra desse artigo, é permitido ao réu que ele 
argua as incompetências, sejam absolutas ou relativas, 
no foro do seu domicílio, juntamente com toda a sua 
contestação, não se restringindo a fazer a defesa de 
admissibilidade relativa a competência. Esse fato deverá 
ser imediatamente comunicado ao juiz da causa, no 
juízo onde a causa foi distribuída, preferencialmente por 
meio eletrônico para que haja mais agilidade nessa 
comunicação. O objetivo desse instituto é facilitar o 
direito de defesa do réu, visto que, por exemplo, pode 
ocorrer de o autor, de má-fé, promover a ação em lugar 
muito distante, dificultando o direito de defesa do réu. 
O §1º explica que, caso o réu opte por oferecer a sua 
contestação no foro do seu domicílio, onde ele alegará 
a incompetência absoluta ou relativa e fará também sua 
defesa de mérito, a contestação ficará submetida à livre 
distribuição dentre os juízos competentes para aquele 
tipo de demanda. Se o réu foi citado por carta 
precatória, o juízo que cumpriu este se tornou prevento 
para também, conhecer da contestação do réu. 
O §2º reforça que o juízo para o qual foi distribuída a 
contestação do réu (no seu domicílio) ou o que foi 
distribuída e cumprida a carpa precatória, será 
considerado prevento. Esse juízo então, comunicará 
imediatamente o juízo originário da causa, caso o juiz da 
causa originária reconheça sua incompetência absoluta 
ou relativa, o processo será julgado nesse novo juízo, 
onde foi protocolada a contestação ou carta precatória. 
Os §§3º e 4º tratam do tema da audiência preliminar de 
mediação ou conciliação nesses casos, quando o réu 
ingressa em juízo no foro do seu domicílio alegando a 
incompetência absoluta ou relativa do juízo para julgar 
aquela causa essa audiência será adiada e então haverá 
a decisão do juízo da causa acerca da arguição da 
incompetência, se o juiz reconhecer sua incompetência, 
ele remeterá os autos ao juízo competente, onde será 
designada nova audiência de mediação ou conciliação. 
Portanto a audiência será em um primeiro momento 
adiada e depois remarcada perante o juízo competente. 
É uma defesa de admissibilidade dilatória, pois com ela 
o processo não será extinto sem resolução de mérito. 
3. Incorreção do valor da causa: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
III - incorreção do valor da causa; 
 
A impugnação ao valor da causa pode se basear em dois 
fundamentos: 
A) O autor atribui valor a causa em desconformidade 
com o art. 292 do CPC, que estabelece critérios legais 
para a fixação do valor da causa: Toda causa deve ter á 
ela atribuído um valor, que é de suma importância para 
atos como fixação dos honorários advocatícios, multa 
por litigância de má-fé, dentre outros. O valor da causa 
será estimativo quando a causa não tiver valor 
econômico aferível, como por exemplo uma ação de 
investigação e reconhecimento de paternidade. Já o 
valor legal é o valor previsto em lei, já que em 
determinados casos a própria lei determina o valor a ser 
dado a causa, como no art. 292 do CPC, a lei do 
inquilinato, dentre outras legislações extravagantes... 
B) Nas hipóteses não regulamentadas pelo art. 292, cabe 
ao autor atribuir valor estimado a causa, nesse caso, 
caberá impugnação pelo réu se o valor não for razoável: 
Nesse caso, entram os valores de causa estimativos, 
portanto se o autor a ela atribuir um valor não 
compatível, que prejudique o cálculo das custas iniciais, 
dos honorários advocatícios, a escolha do procedimento 
etc.. Nesses casos pode o autor, em preliminar de mérito 
impugnar o valor atribuído a causa. 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da 
contestação, o valor atribuídoà causa pelo autor, 
sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, 
impondo, se for o caso, a complementação das 
custas. 
A complementação das custas se dá por que na 
contestação, as custas iniciais já terão sido pagas pelo 
autor, portanto se o juiz acolher o pedido do réu, além 
de modificar o valor da causa, terá de ser pago o que 
faltou nas custas iniciais. 
A decisão do magistrado sobre a incorreção do valor da 
causa é impugnável apenas por ocasião da apelação ou 
das contrarrazões (art. 1009, §1º). Quando o juiz de 1ª 
instância proferir sentença, contra ela caberá o recurso 
de apelação, a parte que interpõe o recurso é chamada 
de apelante ou recorrente e a parte contrária é chamada 
de apelado ou recorrido, o apelante irá apresentar as 
suas razões recursais e o apelado se defende no recurso 
através das suas contrarrazões de apelação, então nesse 
momento a decisão interlocutória do juiz da primeira 
instância, que não é passível de agravo de instrumento 
(pois a incorreção do valor da causa não está elencada 
no art. 1015 que prevê as hipóteses de agravo de 
instrumento) será impugnada, se pelo apelante, nas 
razões de apelação, se pelo apelado, nas contrarrazões 
de apelação. 
É uma defesa de admissibilidade dilatória, pois com ela 
o processo não será extinto sem resolução de mérito. 
4. Inépcia da petição inicial: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
IV - inépcia da petição inicial; 
 
A hipóteses em que a petição inicial é inepta estão 
previstas no §1º do art. 330: 
Art. 330. A petição inicial será indeferida 
quando: 
I - for inepta; 
(...) 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial 
quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as 
hipóteses legais em que se permite o pedido 
genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer 
logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
Inicialmente, a função de aferir a inépcia da petição 
inicial é do juiz, porém algo pode passar despercebido e 
mesmo assim o juiz acolher a PI e ordenar a citação do 
réu. Nesse caso não se fala mais em indeferimento da 
PI, visto que o juiz já a acolheu, apenas em inépcia 
solicitando a extinção do processo sem resolução de 
mérito. É uma defesa de admissibilidade peremptória, 
pois fulmina a pretensão do autor, gerando a extinção 
do processo sem resolução de mérito 
5. Preempção, litispendência e coisa julgada: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
 
O conceito de perempção está previsto no art. 486, §3º 
do CPC: 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não 
resolve o mérito não obsta a que a parte proponha 
de novo a ação. 
(...) 
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a 
sentença fundada em abandono da causa, não 
poderá propor nova ação contra o réu com o 
mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, 
a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. 
 
A perempção é uma sanção aplicada ao autor da ação 
pelo seu abuso do direito de ação. Isso se dá quando o 
autor abandona a causa, sem praticar os atos e 
diligências que lhe incumbir num prazo de 30 dias, o juiz 
verificando que o autor não movimentou o processo por 
30 dias, irá ordenar a citação pessoal deste, dando prazo 
de cinco dias para que o autor dê prosseguimento ao 
feito cumprindo aquele ato ou diligência que lhe 
incumbia praticar, se o autor nada fizer, o juiz extinguirá 
o processo sem resolução de mérito. A ação que é 
extinta sem resolução de mérito pode ser proposta 
novamente, porém no caso do abandono da causa só 
poderá ser proposta por três vezes. Se o autor tentar 
propor a mesma ação pela quarta vez, ela deve ser 
inadmitida pelo juiz, mas como no caso anterior, isso 
pode passar aos olhos do juiz, que pode não saber que 
está diante de um caso de perempção, não 
vislumbrando que o autor já propôs aquela ação 
anteriormente por três vezes e que as mesmas se 
extinguiram por abandono da causa por parte do autor. 
Nesse caso, uma vez citado, cabe ao réu arguir a 
perempção na preliminar de mérito. É uma defesa de 
admissibilidade peremptória, pois fulmina a pretensão 
do autor, gerando a extinção do processo sem resolução 
de mérito 
A litispendência e coisa julgada vem descritas no 
próprio art. 337, §§1º, 2º, 3º e 4º: 
Art. 337 (...) 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa 
julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando 
possui as mesmas partes, a mesma causa de 
pedir e o mesmo pedido. 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação 
que está em curso. 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação 
que já foi decidida por decisão transitada em 
julgado. 
 
Duas ações são idênticas quanto possuírem as mesmas: 
partes, pedidos e causa de pedir. Quando há duas ações 
idênticas tramitando ao mesmo tempo temos a 
chamada litispendência, nesse caso, a segunda ação que 
foi proposta deverá ser extinta sem resolução de mérito, 
se o juiz não verificar a litispendência de plano, cabe ao 
réu uma vez citado, em preliminar de mérito na 
contestação alegar a litispendência, dizendo que aquela 
ação é idêntica a uma ação anteriormente proposta que 
também está tramitando em juízo e que, portanto, 
aquela ação deve ser extinta sem resolução de mérito. A 
coisa julgada ocorre quando é reproduzida uma ação 
idêntica à outra ação anteriormente ajuizada, sendo que 
a ação anteriormente ajuizada já tem sentença 
transitada em julgado, portanto o réu na sua 
contestação deve alegar que já houve uma ação idêntica 
à aquela e que já foi proferida uma sentença que 
inclusive já transitou em julgado. Ambas são defesas de 
admissibilidade peremptórias, pois fulminam a 
pretensão do autor, gerando a extinção do processo sem 
resolução de mérito. 
6. Conexão e continência: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
VIII - conexão; 
 
O art. 55 do CPC traz o conceito de conexão: 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais 
ações quando lhes for comum o pedido ou a causa 
de pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos 
para decisão conjunta, salvo se um deles já houver 
sido sentenciado. 
(...) 
 
Regra geral, a consequência da conexão é a reunião dos 
processos na mão do juízo prevento para evitar decisões 
contraditórias, salvo se uma das decisões já teve sua 
sentença proferida (não necessariamente trânsito em 
julgado, pode estar aguardando recurso), nem sempre a 
conexão resultará na reunião dos processos, visto que 
para ela ocorrer é necessário apenas que dois ou mais 
processos tenham o mesmo pedido e causa de pedir, a 
reunião é apenas uma consequência. 
Já a continência vem descrita no art. 56 do CPC: 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais 
ações quando houver identidade quanto às partes 
e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser 
mais amplo, abrange o das demais. 
A continência é uma espécie da conexão, ela existe 
quando em duas ou mais ações houverem as mesmas 
partes, a mesma causa de pedir, mas o pedido de uma é 
mais amplo e abrange as demais. 
Art. 57. Quando houver continência e a ação 
continente tiver sido proposta anteriormente, no 
processo relativo à ação contida será proferida 
sentença sem resolução de mérito, caso contrário, 
as ações serão necessariamente reunidas. 
Cabe ao réu em preliminar de mérito, na contestação, 
arguir a existência da conexão ou continência, regra 
geral, se o réu as argui na contestação, as ações serão 
reunidas na mão do juízo prevento, sendo assim defesas 
preliminares dilatórias, visto que não fulminam a 
pretensão do autor, a extinguindo sem resolução de 
mérito, apenas ampliando o procedimento. Porém, no 
art. 57 temos a possibilidade de ser uma defesa de 
admissibilidadeperemptória, dizendo que se a ação 
continente (a mais ampla, que abrange todos os 
pedidos) tiver sido proposta antes da ação contida (a 
que tem menos pedidos e que se encaixam na ação 
continente) deverá ser proferida sentença na ação 
contida sem resolução de mérito, ao invés de serem 
reunidas, já que tudo que está sendo pedido na ação 
contida, também está sendo pleiteado na ação 
continente, então não há necessidade da ação contida 
prosseguir. Do contrário, se a ação contida tiver sido 
proposta antes da ação continente, não há como se 
aplicar essa regra, as ações serão reunidas para evitar 
decisões contraditórias, não é possível extinguir sem 
resolução de mérito a ação continente que foi proposta 
depois, pois nela está incluído o pedido que não foi 
abrangido pela ação contida. 
 
O art. 58 complementa a norma: 
Art. 58. A reunião das ações propostas em 
separado far-se-á no juízo prevento, onde serão 
decididas simultaneamente. 
As duas razões reunidas no juízo prevento serão 
resolvidas simultaneamente, ou seja, deve ser proferida 
uma única sentença na qual se decide ambas as ações 
conexas, ou a ação continente e a contida. 
Quem é o juízo prevento? Isso é esclarecido no art. 59 
do CPC: 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição 
inicial torna prevento o juízo. 
O juízo prevento é aquele que julgará as ações conexas 
que forem reunidas, e será aquele onde a primeira ação 
foi distribuída, observando a data da distribuição das 
ações. 
7. Incapacidade da parte, defeito de representação ou 
falta de autorização: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
IX - incapacidade da parte, defeito de 
representação ou falta de autorização; 
Esses são todos defeitos ligados à capacidade 
processual, que é conferida ás pessoas maiores e 
capazes de praticar em nome próprio os atos 
processuais, independentemente de estar assistido 
(relativamente incapazes) ou representado 
(absolutamente incapazes). 
• Incapacidade da parte: Se o autor da ação não possuir 
capacidade processual e não estiver devidamente 
assistido ou representado, e na falta de representante 
legal não tiver sido nomeado um curador especial para 
representar seus interesses, cabe ao réu, em preliminar 
de mérito na contestação arguir a incapacidade 
processual do autor. 
• Defeito de representação: Caso em que a pessoa que 
vem representando o autor não é propriamente o seu 
representante legal, seu tutor, curador ou a pessoa que, 
nos termos da lei, tem a função de representar o 
incapaz. 
• Falta de autorização: Em determinadas hipóteses 
exige-se a autorização para que o autor possa litigar, 
como por exemplo no art. 73 do CPC, que diz que para o 
autor poder litigar em uma ação fundada em direitos 
reais sobre bens imóveis e esse autor for casado, é 
necessária a autorização do outro cônjuge, salvo se for 
casado em regime de separação absoluta de bens, essa 
obrigação também é estendida ao companheiros que 
vivem em regime de união estável que não seja em 
regime de separação absoluta de bens, falamos aqui da 
outorga uxória (quando o marido é autor da ação e 
necessita da autorização da esposa) e a outorga marital 
(quando a esposa é autora da ação e necessita da 
autorização do marido). Sem a devida autorização, o 
cônjuge não obtém capacidade processual plena para 
litigar sobre direitos reais sobre imóveis. Porém caso o 
marido ou a esposa se recusem a conferir a outorga 
uxória ou marital o juiz pode suprir sua falta. Então, caso 
o autor não junte aos autos a respectiva autorização do 
cônjuge ou o juiz não conceda a autorização, caberá ao 
réu argui-la em preliminar de mérito. 
8. Alegação de convenção de arbitragem: 
 Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
X - convenção de arbitragem; 
(...) 
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a 
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício 
das matérias enumeradas neste artigo. 
§ 6º A ausência de alegação da existência de 
convenção de arbitragem, na forma prevista neste 
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e 
renúncia ao juízo arbitral. 
 
 A convenção arbitral é gênero, de qual são espécies: 
compromisso arbitral e a cláusula compromissária. 
• Cláusula compromissária: É estabelecida através de 
um contrato, antes mesmo do conflito ocorrer, no 
momento em que as partes vão celebrar o contrato, 
negócio jurídico, elas estabelecem em uma das cláusulas 
deste que quaisquer conflitos referentes a aquele 
negócio/contrato serão submetidos a um tribunal 
arbitral. 
• Compromisso arbitral: Pressupõe que o conflito já 
tenha sido estabelecido, então surge o conflito e diante 
deste as partes firmam um compromisso arbitral, ou 
seja, determinam que aquele conflito não será 
submetido ao poder judiciário, mas sim à um tribunal 
arbitral, à decisão de um árbitro. 
Ambos as espécies podem ser alvo de alegação do réu 
em preliminar de mérito. Esses casos não podem ser 
conhecidos de ofício pelo magistrado, por isso devem 
ser alegados pelo réu na contestação, como prevê o §5º 
do art. 337, supracitado. É uma defesa peremptória, 
pois o réu pede que o processo seja extinto sem 
resolução de mérito e o conflito seja enviado a um 
tribunal arbitral. 
O §6º diz que o momento oportuno para que o réu 
alegue a existência de uma convenção de arbitragem é 
na contestação, se este não o fizer nesse momento se 
pressupõe que o réu aceitou a jurisdição estatal e 
renunciou o uso da jurisdição estatal. Essa é a 
justificativa para a matéria não poder ser conhecida de 
ofício, visto que o próprio réu pode renunciar 
tacitamente a convenção de arbitragem e se utilizar da 
jurisdição estatal. 
 
9. Ausência de legitimidade ou de interesse processual: 
 Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse 
processual; 
• Legitimidade ad causa: Nesse inciso, estaríamos 
falando da legitimidade extraordinária, onde o autor 
atua em sua pessoa, porém em defesa dos direitos de 
outrem. Visto que para discutir a legitimidade ordinária, 
onde o autor atua em causa própria teria de se adentrar 
no mérito do processo, o que não é feito nas 
preliminares de mérito. 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte 
ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo 
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) 
dias, a alteração da petição inicial para 
substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor 
reembolsará as despesas e pagará os honorários 
ao procurador do réu excluído, que serão fixados 
entre três e cinco por cento do valor da causa ou, 
sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. 
O réu em sua contestação, irá alegar a ilegitimidade 
passiva, ou seja, ele vai alegar que ele, réu, não é 
legitimado para estar no polo passivo da demanda, caso 
o réu alegar isso o juiz irá intimar o autor e, o autor, em 
um prazo de 15 dias, alterar sua petição inicial e 
substituir o réu, excluindo o originário e incluindo um 
novo réu na demanda. O autor não terá a obrigação de 
substituir o réu, apenas poderá fazê-lo, diante da 
intimação do juiz, que dará ao autor essa oportunidade. 
Caso a substituição do réu seja realizada, o autor ficará 
responsável por reembolsar ao réu que foi citado 
equivocadamente as despesas e também pagar os 
honorários sucumbenciais do procurador que 
representou o réu, que serão fixados entre 3% á 5% do 
valor da causa, e caso esse seja irrisório, seguirá os 
termos do art. 85, §8º, que estabelece os critérios para 
a fixação destes. 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, 
incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação 
jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, 
sob pena de arcar com as despesas processuais e 
de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da 
faltade indicação. 
Se o réu alegar a sua ilegitimidade passiva, dizendo que 
ele não é o titular da obrigação correspondente, não é o 
responsável pelos prejuízos invocados pelo autor, ele 
tem o dever, então, de indicar quem é o verdadeiro réu, 
quem deveria ser o sujeito passivo daquela relação 
jurídica que está sendo discutida, caso o direito 
pleiteado pelo autor seja reconhecido pelo juiz ao final. 
Então, cabe ao réu originário, se souber, indicar aos 
autos quem é o novo réu que deve assumir sua posição 
no polo passivo da demanda. 
Se o réu tiver conhecimento de que é o verdadeiro réu e 
ficar inerte em relação a isso, sofrerá também 
consequências processuais, ficando responsável pelo 
pagamento das despesas processuais, que 
originalmente seriam arcadas pelo autor e também se 
torna responsável pelo pagamento de uma indenização 
ao autor pelos prejuízos que ele causou ao não indicar 
quem é o verdadeiro réu. 
Importante ressaltar novamente que este dispositivo só 
se aplica se o réu originário tiver conhecimento de 
quem é o verdadeiro réu, se ele não souber, basta que 
alegue a sua ilegitimidade passiva nos termos do art. 
338. 
Segue o art. 339: 
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no 
prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição 
inicial para a substituição do réu, observando-se, 
ainda, o parágrafo único do art. 338. 
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode 
optar por alterar a petição inicial para incluir, como 
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
Caso o autor concorde com o réu, ele terá um prazo de 
15 dias para alterar a petição inicial e substituir o réu 
original pelo novo réu que foi indicado, nos termos do 
parágrafo único do art. 338. 
O §2º traz uma outra possibilidade, que diz que o autor 
ao concordar com o réu não precisa necessariamente 
excluí-lo do polo passivo, pode decidir apenas por trazer 
o novo réu para o polo passivo da demanda, mas 
permanecer com o réu originário nela também, nesse 
caso teremos um litisconsórcio passivo ulterior (pois 
surgiu no curso da demanda). 
Já se o réu desiste da ação em face do réu originário e 
segue com ela em face do novo réu, estamos diante de 
uma situação peculiar, pois haverá de certa forma uma 
desistência da ação e via de regra geral, depois que o réu 
é citado, o autor precisa da autorização dele para 
desistir da ação, visto que o réu também tem o direito 
de ver a causa julgada, porém, nesse caso, não há 
nenhuma necessidade de se buscar a anuência do réu, 
caso o autor o substitua, visto que o próprio réu veio 
alegando a sua ilegalidade passiva e pedindo sua 
exclusão do processo. 
• Interesse processual: Para que haja interesse 
processual, três requisitos devem ser preenchidos: 
necessidade, adequação e utilidade. A necessidade 
surge do fato de que o autor não conseguiria o resultado 
que ele almeja se não fosse através da propositura da 
ação, visto que extrajudicialmente não logrou êxito. A 
adequação está relacionada à escolha do procedimento, 
não basta que a demanda seja necessária, é preciso que 
se valha do procedimento adequado para buscar o fim 
almejado. A utilidade é basicamente uma consequência 
da necessidade e da adequação, visto que a demanda 
será útil ao autor se lhe for necessária e se este utilizar 
o procedimento adequado. 
10. Falta de caução ou de outra prestação que a lei 
exige como preliminar: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei 
exige como preliminar; 
 
Exemplos: não pagamento de honorários advocatícios 
em processo extinto sem resolução de mérito, quando o 
autor intente a mesma ação (art. 486, §2º), não 
realização do depósito obrigatório na ação rescisória, 
para evitar lides temerárias, descabida (art. 968, II) etc... 
11. Indevida concessão do benefício da gratuidade 
concedido ao autor: 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a 
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de 
direito com que impugna o pedido do autor e 
especificando as provas que pretende produzir. 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
(...) 
XIII - indevida concessão do benefício de 
gratuidade de justiça. 
Caso o autor tenha pedido a assistência judiciária 
gratuita na petição inicial e o juiz tenha lhe concedido, 
porém o réu conhece a situação financeira do autor e 
verifica que na verdade o autor possui condições 
financeiras de custear as despesas processuais sem 
sacrifício do seu próprio sustento ou do sustento de sua 
família, então o réu, na contestação poderá arguir a 
revogação desse benefício por meio de preliminar de 
mérito, dizendo que o autor não faz jus a ele. 
Se a gratuidade da justiça foi concedida após petição 
inicial (pois pode ser requerida a qualquer tempo do 
processo), o pedido de revogação será formulado por 
petição simples, no prazo de 15 dias, nos termos do art. 
100, caput, abaixo: 
Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária 
poderá oferecer impugnação na contestação, na 
réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos 
de pedido superveniente ou formulado por 
terceiro, por meio de petição simples, a ser 
apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos 
autos do próprio processo, sem suspensão de seu 
curso. 
A parte que atravessar petição nos autos do processo 
requerendo a revogação da assistência judiciária 
gratuita terá que produzir provas de que de fato a parte 
possui condições financeiras para custear o processo e 
apesar disso ingressou em juízo requerendo a 
assistência judiciária gratuita. É uma defesa dilatória, 
visto que não fulmina a pretensão do autor. 
Defesa substancial ou de mérito: 
Depois de arguir eventuais preliminares, o réu 
apresentará, na mesma peça, a sua defesa de fundo, que 
poderá ser de dois tipos: direta ou indireta. 
• Direta: É aquela defesa que nega os fatos que o autor 
descreve na inicial, ou nos efeitos que dele pretende 
retirar. 
• Indireta: É aquela em que o réu, embora não negando 
os fatos da inicial, apresenta outros que modifiquem, 
extingam ou impeçam os efeitos postulados pelo autor. 
Por exemplo: em uma ação de indenização por acidente 
de trânsito, haverá defesa direta se o réu negar que 
houve acidente ou negar que ele ocorreu da forma 
descrita na petição inicial, já haverá defesa indireta se o 
réu reconhecer que houve o fato na forma narrada, mas 
alegar que já pagou, que houve prescrição da pretensão 
indenizatória, ou que as partes já transigiram sobre a 
questão. 
A alegação de prescrição ou decadência constitui defesa 
substancial indireta, cujo o exame deve preceder os 
demais fatos substanciais, pois, se acolhida, implicará a 
extinção do processo com resolução de mérito, sem 
necessidade de apreciação das demais alegações. Por 
isso, há parte da doutrina que as encaixe nas 
preliminares de mérito. 
Aditamento e indeferimento da contestação: 
• Aditamento da contestação: É a possibilidade de 
acrescentar alguma matéria de defesa a contestação, 
devido à regra da eventualidade e da concentração da 
defesa esse aditamento não é possível, como prevê o 
art. 336 do CPC: 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, 
toda a matéria de defesa, expondo as razões de 
fato e de direito com que impugna o pedido do 
autor e especificando as provas que pretende 
produzir. 
Portanto, via de regra, toda matéria de defesa deve ser 
incluída pelo réu na contestação sob a pena de 
preclusão, ou seja, sob pena de não poder fazê-lo 
posteriormente. 
Entretanto, a contestação poderá ser aditada nas 
hipóteses que excecionam a regra da eventualidade, 
estas que estão previstas no art. 342: 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu 
deduzir novas alegações quando: 
I - relativas a direito ou a fato superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III - por expressaautorização legal, puderem ser 
formuladas em qualquer tempo e grau de 
jurisdição. 
- Relativos a direito ou a fato superveniente: Se o fato 
surgiu após o prazo para constar, é evidente que o réu 
não teria meios de discutir esse fato ou direito quando 
da sua contestação, já que naquele momento ele sequer 
existiam. 
- Matérias que podem ser conhecidas de ofício pelo juiz: 
Existem matérias de ordem pública, que tem por 
objetivo a garantia de interesses públicos, e que, 
portanto, podem ser conhecidas de ofício pelo juiz, 
independente de requerimento das partes. 
- Matérias que possam ser conhecidas em qualquer 
tempo ou grau de jurisdição: A grande maioria das 
matérias de ordem pública podem ser reconhecidas a 
qualquer tempo ou grau de jurisdição, não está junto ao 
caso anterior visto que existem matérias que podem se 
encaixar nesse caso, porém não podem ser conhecidas 
de ofício pelo juiz. 
Então, é possível o aditamento da contestação? Sim, é 
possível, mas somente se disser respeito ás matérias 
que excepcionam a regra da eventualidade, que são 
encontradas no art. 342. 
 
• Indeferimento da contestação: Pode ser indeferida, se 
for intempestiva ou se, por exemplo, não ficar 
comprovada a regularidade da representação 
processual da parte (ex: ausência de documentos que 
comprovem a aptidão do sócio para atuar em nome da 
sociedade). 
A contestação intempestiva é aquela que é apresentada 
fora do prazo, que via de regra geral é de 15 dias, porém 
há casos especiais onde esse prazo se transforma em 30 
dias, como já visto anteriormente. 
O representante processual é aquele que defende 
interesse alheio em nome alheio, participando do 
processo para suprir a ausência de capacidade 
processual, tendo que ser comprovado por meios de 
documentos se aquele é o legítimo representante para 
a causa. Nos casos de pessoas jurídicas, geralmente, no 
contrato social há a designação de algum ou alguns 
sócios específicos para atuarem em nome da pessoa 
jurídica, ativa ou passivamente, judicial ou 
extrajudicialmente, portanto, por exemplo, quem teria 
que conferir procuração ao advogado da pessoa jurídica 
seria esse sócio. 
Regra geral, se houver indeferimento da contestação ela 
deverá ser desentranhada, ou seja, retirada dos autos 
do processo, para que não influencie num futuro 
julgamento de mérito pelo juiz. 
A contestação intempestiva não será desentranhada se 
contiver defesas que podem ser alegadas após o prazo 
para resposta (os previstos no art. 342). 
Embora a peça de defesa possa ser desentranhada, os 
documentos que a acompanham permanecerão nos 
autos, pois o réu revel tem o direito a produção de 
provas. 
Súmula 231 do STF: O revel, em processo cível, pode 
produzir provas, desde que compareça em tempo 
oportuno. 
Resumo 
 
 
 
 
Características 
Peça de defesa por excelência, deve 
veicular toda a defesa do réu. É a 
peça que se contrapõe a petição 
inicial, servindo para que o réu 
resista à pretensão do autor. Pelo 
princípio da eventualidade, todas as 
defesas, ainda que não compatíveis 
entre si, devem figurar na 
contestação. 
 
 
 
Prazo 
No procedimento comum, a 
contestação deve ser apresentada 
no prazo de quinze dias. Se o réu for 
ministério público, Fazenda Pública, 
Defensoria Pública ou litisconsortes 
com advogados de escritórios 
distintos, não sendo o processo 
digital, o prazo será em dobro. 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo 
Deve conter as defesas processuais 
(preliminares, que em regra, 
poderiam ser conhecidas de ofício, 
exceto incompetência relativa e 
compromisso arbitral). E também 
as defesas substanciais ou de 
mérito, que se classificam em 
diretas e indiretas. As diretas são 
aquelas que negam os fatos em que 
se baseia o pedido do autor, e as 
indiretas, aquelas que, conquanto 
não negando os fatos, apresentam 
outros impeditivos, extintivos ou 
modificativos do direito do autor. 
 
PRELIMINARES (CPC, 337) 
São questões que devem ser apreciadas pelo juiz antes 
de passar ao exame do mérito. São as defesas de cunho 
processual, que podem ser de duas espécies: 
a) as de acolhimento que implique a extinção do 
processo: 
• inépcia da petição inicial 
• perempção 
• litispendência 
• coisa julgada 
• convenção de arbitragem 
• carência da ação 
b) as de acolhimento que resulte apenas em sua 
dilação: 
• inexistência ou nulidade de citação (que não implicará 
a extinção do processo, mas a necessidade de fazer ou 
renovar a citação) 
• incompetência absoluta e a relativa 
• conexão 
• incorreção do valor da causa 
• incapacidade da parte 
• defeito de representação ou a falta de autorização 
(que só causarão a extinção do processo se não 
regularizadas no prazo fixado pelo juiz) 
• indevida concessão do benefício da gratuidade da 
justiça 
As preliminares devem ser conhecidas pelo juiz de ofício. 
Por isso, não precluem, ainda que não alegadas na 
contestação. Exceção: incompetência relativa e 
compromisso arbitral. 
Alegada qualquer das preliminares do art. 337 em 
contestação, o autor será ouvido em réplica, no prazo de 
15 dias. 
Questões pertinentes: 
• Caso o réu alegue na contestação ser parte ilegítima 
ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz 
facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da 
petição inicial para substituição do réu. Trata-se, 
portanto, de uma forma de modificação dos elementos 
da demanda mesmo após a citação do réu e sem que 
seja necessário o seu consentimento específico, sendo 
esta uma exceção ao regime de estabilização 
progressiva delimitado pelo art. 329 do CPC. 
• Situação fática: O Ministério Público, pelo Promotor de 
Justiça com atribuição, ajuizou uma demanda cível em 
face de uma empresa particular e do Estado do Rio de 
Janeiro, em litisconsórcio passivo. Sabendo-se que os 
autos são eletrônicos e que cada réu tem o seu próprio 
procurador, é correto afirmar que o prazo da empresa 
particular para oferecer eventual contestação será de: 
15 dias úteis, uma vez que os autos são eletrônicos e o 
prazo é processual. 
• Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção 
para manifestar pretensão própria (e NÃO de 
terceiro), conexa com a ação principal ou com o 
fundamento da defesa. 
• A indevida concessão do benefício de gratuidade de 
justiça deverá ser alegada antes do mérito. 
•O juiz não poderá conhecer de ofício a existência de 
convenção de arbitragem entre as partes litigantes, mas 
poderá corrigir de ofício o valor da causa. Já o réu, de 
acordo com o CPC/2015, alegará a existência de 
convenção de arbitragem e impugnará o valor da causa 
em preliminar de contestação, sob pena de preclusão. 
• Nos termos do Código de Processo Civil, se verificada 
a incompetência relativa do juízo para julgar a demanda 
após o recebimento da inicial, o réu deve: Alegar a 
incompetência em preliminar de contestação. 
• Quando o réu alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu 
indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida 
sempre que tiver conhecimento. 
• Situação fática: Manoel oferece no quinto dia 
contestação em uma ação de cobrança contra ele 
proposta. Posteriormente, ainda dentro dos quinze dias 
para defesa, apresenta petição complementando suas 
razões, com argumentos outros que havia esquecido de 
exteriorizar. Essa conduta não é possível, tendo ocorrido 
preclusão consumativa. 
• Havendo alegação de incompetência absoluta ou 
relativa, a contestação poderá ser protocolada no foro 
de domicílio do réu. 
• O termo inicial do prazo para apresentação da 
contestação será a data do protocolo do pedido de 
cancelamento da audiência de conciliação ou de 
mediação apresentado pelo réu, quando ambas as 
partes manifestarem desinteresse na composição 
consensual. 
• Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria 
de defesa, expondo as razões de fato e de direito com 
que impugna o pedido do autor e especificando as 
provas que pretende produzir.• Havendo alegação de incompetência relativa ou 
absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro 
de domicílio do autor, fato que será comunicado ao juiz 
da causa, em 15 (quinze) dias, preferencialmente por 
meio eletrônico. 
• Não enseja preclusão temporal o fato de o réu deixar 
de alegar a litispendência ou a coisa julgada em 
preliminar de contestação. 
• A compensação pode ser alegada em contestação 
como matéria de defesa, independentemente da 
propositura de reconvenção. 
• Pode reconvir sem contestar, mas se contestar e 
reconvir tem que fazer os dois ao mesmo tempo, sob 
pena de preclusão. 
• Situação fática: Humberto comparece à unidade da 
Defensoria Pública da cidade onde reside, no interior do 
Estado, informando que recebeu citação de uma 
demanda em que se discutem direitos reais sobre bens 
móveis, proposta na capital do mesmo Estado, sendo 
intimado no mesmo ato do prazo para a apresentação 
de resposta. Humberto discorda do pedido do autor e 
deseja apresentar defesa. Diante desta situação, o 
Defensor lotado no interior do Estado deverá: elaborar 
a peça defensiva de contestação, com a alegação de 
incompetência do juízo em preliminar de contestação, 
hipótese em que poderá protocolar a contestação no 
foro de domicílio do réu. 
• Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas 
alegações quando: relativas a direito ou a fato 
superveniente, competir ao juiz conhecer delas de 
ofício, por expressa autorização legal, puderem ser 
formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. 
• O termo inicial para apresentação da contestação será 
o da data da última sessão de conciliação, com ou sem 
comparecimento das partes. 
• Fixada contratualmente a eleição de foro, como 
modificação da competência territorial, incumbe ao réu 
alegar a abusividade da referida cláusula na 
contestação, sob pena de preclusão. 
• Em obediência ao princípio da eventualidade, incumbe 
ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, 
expondo as razões de fato e de direito com que impugna 
o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir. 
• Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu 
indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida 
sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com 
as despesas processuais e de indenizar o autor pelos 
prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
• Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou 
não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz 
facultará ao autor, em quinze dias, a alteração da 
petição inicial para substituição do réu. 
• Citado regularmente, o réu ofereceu contestação no 
quinto dia do prazo de que dispunha para tanto. Mas, 
depois de protocolizada a sua peça de bloqueio, 
lembrou-se ele de outra tese defensiva que lhe seria 
aproveitável, não suscitada em sua contestação e 
tampouco sendo cognoscível ex officio pelo juiz. Assim, 
optou o demandado por ofertar nova contestação, o 
que fez no décimo segundo dia após o da juntada do 
mandado de citação. Nesse cenário, deve o juiz: deixar 
de receber a segunda contestação, em razão da 
preclusão consumativa. 
• A audiência de mediação e conciliação não será 
realizada: se ambas as partes manifestarem, 
expressamente, desinteresse na composição 
consensual, quando não se admitir a autocomposição. 
• Sobre a data correta sobre o termo inicial do prazo 
para contestação nos casos em que a citação seja 
realizada por ato do escrivão ou do chefe de secretaria: 
A data de ocorrência da citação. 
• Na área cível, o princípio da eventualidade impõe ao 
réu o dever de formular, em sua contestação, todas as 
defesas que tiver, sob pena de não poder fazê-lo em 
outro momento processual. 
• Não se presumem verdadeiros os fatos não 
impugnados que estiverem em contradição com a 
defesa, considerada em seu conjunto. 
• Havendo alegação de incompetência relativa ou 
absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro 
de domicílio do réu, com imediata comunicação ao juiz 
da causa, preferencialmente, por meio eletrônico.

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