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Bioquímica da cavidade oral

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BIOQUÍMICA DA CAVIDADE ORAL
SALIVA
· É um líquido heterogêneo que umedece a cavidade oral.
· É um misto de proteínas.
· Secretada por três pares de glândulas maiores (parótidas, submandibulares e sublinguais) e pelas glândulas menores, que são células.
· As maiores porcentagens são das glândulas maiores. 
· A parótida é uma glândula serosa e secreta muita água. Logo, a maior parte da água presente na saliva vem dali. Também secreta muita amilase salivar (ptialina). 
· A lipase salivar inicia a digestão dos lipídeos. Atuam na ligação éster sn-3 do triacilglicerol e libera um dicacilglicerol e ácido graxo livre.
· Também temos a amilase e a lipase pancreática, utilizada para terminar a digestão de carboidrato e lipídeos no intestino.
· A lipase pancreática é mais específica para casos de problemas pancreáticos, apesar de serem secretadas as duas. 
· As outras glândulas são mais mucosas do que serosas. Secretam uma glicoproteína chamada de mucina, que confere a viscosidade da saliva. 
· Alguns autores falam sobre a lipase lingual, que é secretada pela língua, e atua no processo de lise lipídica. 
· Para a lipase funcionar, o pH tem que ser alcalino. 
· Atua degradando o triacilglicerol em propanotriol e ácido graxo. 
· O processo de degradação do triacilglicerol pela lipase salivar envolve hidrolise do triacilglicerol. Isso resulta no glicerol e em 3 compostos de ácido graxo.
· Dependendo da situação, ela pode ser hipotônica em relação ao plasma.
· Não temos flora na cavidade oral, o correto é microbiota. 
· OBS: bicarbonato é o principal tampão biológico.
AS GLÂNDULAS MAIORES
· Parótidas (25% secreção salivar)
· Submandibulares (70% mucosserosas)
· Sublinguais + as glândulas menores (5% mucosserosas)
AS GLÂNDULAS MENORES
· Labiais
· Genianas: localizada perto dos molares
· Palatinas: localizada no palato, que é onde coça em casos de alergia.
· Linguais: anteriores e posteriores
CLASSIFICAÇÃO DA SALIVA
· É classificada de acordo com a secreção de cada glândula.
· Podem ser:
· Total ou mista: somatório de todo líquido que cai na cavidade oral (fluidos das glândulas maiores + menores)
· Parótidas
· Submandibulares
· Sublinguais
FUNÇÃO DA SALIVA
· Manutenção da saúde oral
· Remineralização dos dentes
· Neutralização dos ácidos bucais (bicarbonato)
· Percepção gustativa dos alimentos
· Excreção de toxinas
· A saliva possui na sua composição taxas de ureia e amônia. A amônia vai para a via da ureia no fígado, pois é tóxica, pois pode causar alcalose metabólica. Assim, é convertida em ureia – composto menos tóxico para excreção.
· Balanço hídrico sistêmico
· Digestão do amido
· Ação antimicrobiana
· Secreta IgA, lisozima e lactoferrina e faz aglutinação rápida de células bacterianas
· Proteção da arcada dentária
· Película adquirida – barreira de proteção no esmalte a partir de proteínas presentes na saliva.
· Obs.: o elevado metabolismo bacteriano por produção de ácido lático na via glicolítica reduz o pH até 5,5. Essa acidez favorece o desgaste da película adquirida, logo, é indicado o uso de flúor
· Na manutenção da integridade dos tecidos moles (gengiva, mucosa) e dentes.
· Tem poder de enxaguar
· Composição, concentração e fluxo salivar são fatores determinantes no processo da cárie.
· O idoso apresenta diminuição do fluxo salivar, perda do paladar (as papilas gustativas vão sendo perdidas e diminuídas de tamanho). Devido á isso, é importante oferecer a essa população uma comida que seja visualmente colorida. 
· Lubrificante: isso ocorre pela presença de mucina. Lubrificação da mucosa e dos dentes; facilita a deglutição dos alimentos.
· Articulação da língua (ajuda na fala)
· Limpeza (autóclise): auxilia na limpeza dos alimentos
· Ligada á deglutição e ao fluxo salivar
IMPORTÂNCIA DA SALIVA
· Com xerostomia (diminuição da quantidade de saliva, “sensação de boca seca”)
· Pode ser decorrente de radioterapia da região crânio-cervical, cálculo na glândula salivar, uso de determinados medicamentos, anorexia nervosa, desnutrição, jejum frequente, menopause, diabetes (devido à desidratação) ou Síndrome Sjgien.
· Síndrome de Sjgien – é uma doença autoimune que vai destruindo as glândulas lacrimais e salivares, tendo tendência á diminuição de líquido nessas regiões. Já existe saliva artificial para casos assim.
· Proliferação bacteriana (a diminuição de saliva aumenta a proliferação)
· Aumento da frequência de lesões de cárie 
· Ulceras e infecções dos tecidos orais
· Dificuldades para mastigar, deglutir e falar.
· OBS: língua saburrosa – a não higienização leva ao acúmulo de grande quantidade de proteínas, que possuem aminoácidos sulfurados (cisteína e cistina). O enxofre que está nessas proteínas é liberado, gerando mau hálito. 
· O mau hálito pode ocorrer por cárie, diminuição da produção de saliva, gengivite, periodontite (gengivite que se estende às estruturas de suporte do dente, como o ligamento periodontal e alvéolos ósseos), má higiene, saburra (placa bacteriana na língua), etc. 
TEORIA ACIDOGÊNIA
· A cárie é multifatorial, e é porta de entrada para microorganismos, tendo como significado “material putrefato”.
· O ácido que vai ser produzido por essa teoria é o ácido lático.
· Os microorganismos que participam do processo são os que dependem de sacarose, que é o grupo Streptococcus mutans. 
· Esse grupo é acidogênico. Quando eles recebem sacarose, eles a convertem em glicose. A glicose, por sua vez, é quebrada em ácido lático. 
· O mecanismo que essas bactérias fazem é o mecanismo glicolítico, no qual a glicose é quebrada em ácido lático.
· O ácido lático, em elevada concentração de oxigênio, vai abaixar o pH para 5.5. Com isso, ocorre uma difusão para a superfície dentária e para o esmalte do dente, ocorrendo a dissolução do esmalte dentário e a corrosão.
· A cárie na raiz é chamada de cárie rampante.
· Microorganismos + glicose = ácido lático difusão para a superfície dentária menor pH dissolução do esmalte dentário
REMINERALIZAÇÃO
· Nós temos a capacidade de desmineralizar o dente e também de remineralizar.
· No dente, temos uma substância chamada fluorapatita.
· Quando tá desmineralizado, as substâncias perdidas se encontram na saliva (CA, PO4, OH). O fluoreto inibe uma das enzimas da via glicolítica (sacarose), e assim, não ocorre a produção de ácido lático, que é o produto principal da via. Com isso, o pH aumenta, ficando alcalino, facilitando a passagem das substâncias pela placa bacteriana, que são colocadas na superfície da dentina, possibilitando a formação de hidroxiapatita, que ajuda na remineralização. 
· Aumenta a quantidade de hidroxiapatita com a remineralização do dente.
· O ácido lático produzido pela via glicolítica nas bactérias modifica o pH para 5,5, degradando a hidroxiapatita e desmineralizando. 
DESMINERALIZAÇÃO 
· A presença de muito ácido lático deixa o pH menor que 5.5, ou seja, muito ácido.
· Sacarose + glicose +frutose entram na placa bacteriana, que tem S. Mutans. Ocorre a via glicolítica, culminando na produção de ácido lático.
· Esse ácido em contato com o esmalte do dente, solubiliza a hidroxiapatita em cálcio, fosfato e hidroxila, que se difundem pela placa e caem na saliva. 
COMPOSIÇÃO GERAL DA SALIVA
· Minerais e eletrólitos
· Tampões (neutralizam o pH, prevenindo a desmineralização dos dentes. Os aminoácidos atuam como tampões biológicos. O aminoácido tem amina (NH2) e ácido carboxílico (COOH). Nos fluidos os aminoácidos são modificados).
· Enzimas e inibidores enzimáticos.
· Proteínas não enzimáticas.
· Fatores de crescimento de citocinas.
· Hormônios. 
· Vitaminas.
· Lipídios.
· Complexo multiproteico.
MUCINA 
· Glicoproteína
· Gel hidrofílico
· Viscosidade (deslizamento do bolo alimentar – facilita a deglutição)
· Recobre os tecidos duros e moles
· Controla a permeabilidade da superfície da mucosa
· Protege as membranas celulares das proteases das bactérias da placa bacteriana
LACTOFERRINA
· Glicoproteína ligadora de ferro
· Possui atividade antimicrobiana (capacidade de ligar e sequestrar o ferro do ambiente, privando o patógeno desteferro)
· Atividade antioxidante
ESTATERINAS
· Ligação a hidroxiapatita
· Inibição da precipitação específica do fosfato de cálcio
· Promove aderência de algumas bactérias orais a película
· Regula processos de remineralização
· Retarda a formação do cálculo dental
GUSTATINAS (GUSTINAS)
· Paladar (acuidade gustativa)
· Transporta zinco nas papilas gustativas (sem ele, o paladar diminui).
IMUNOGLOBULINAS
· Inibem a aderência e colonização bacteriana.
· Importantes na prevenção á cárie.
· Promovem a aglutinação e neutralização dos sítios tóxicos dos antígenos.
· Proporcionam a primeira barreira contra infecções e colonização de bactérias no meio bucal.
· Responsáveis pela reposta imune na cavidade bucal – protegem as mucosas contra ação de MO.
TAMPÕES
· H2PO4-/ HPO4 2- (fosfato) constituem o tampão fosfato importante no tamponamento da saliva não estimulada (não mexe, não fala, não mastiga)
· Fluoreto inibe a via glicolítica. É o único elemento químico de eficiência preventiva e terapêutica. 
· O bicarbonato (H2CO3/ HCO3 -) constitui o principal tampão de saliva estimulada.
AMILASE SALIVAR 
· Digestão de amido e glicogênio (ver aula de biomoléculas módulo 1).
· Hidrolisar as ligações alfa 1,4 do amido e glicogênio produzindo glicose, maltose (dissacarídeo – glicose + glicose) e dextrina (composto com 4 moléculas de glicose).
· A amilase não quebra a ligação alfa 1,6.
· Atua principalmente sobre os resíduos de alimentos que permanecem na boca.
· É uma enzima secretada pela parótida, cujo pH ideal varia entre 6,8 a 6,9
· Aumento do fluxo salivar, especialmente da parótida, elevando a produção dessa enzima. 
· O aumento do fluxo salivar por secreção da glândula parótida aumenta a secreção de amilase salivar.
IMPORTÂNCIA
· Processo digestório (amilase)
· Quando a cadeia é linear, as ligações glicosídicas são alfa 1,4. Quando a cadeia é ramificada, as ligações glicosídicas são alfa 1,6.
· Essa ligação glicosídica quebra 3 moléculas, formando a maltotriose. Depois, quebra 4 moléculas, formando a dextrina alfa-limite. Logo após, quebra mais 2 moléculas, formando a maltose. Por fim, quebra a molécula restante, formando a glicose.
· No intestino, a glicose é digerida diretamente, enquanto as outras moléculas ainda vão ser quebradas.
HALITOSE
· Cessação do fluxo salivar = ao acordar pela manhã
· Putrefação das proteínas de células epiteliais descamadas (queratina)
· Redução do fluxo salivar = quantidade de mucina (+) na saliva com uma quantidade menor de saliva.
· A mucina vai funcionar como uma cola, juntando as substâncias e formando a placa saburrosa. 
· Aumento da aderência de mucina sobre o dorso da língua + células, e microorganismos anaeróbicos proteolíticos
· Existem 2 tipos de halitose oral:
· Proteínas da própria saliva
· Proteínas das células epiteliais descamadas
· Essa halitose resulta na formação de uma camada esbranquiçada denominada bacteriana lingual ou saburra lingual.
· A principal halitose metabólica é o hálito cetônico. 
· Predomínio de microorganismos anaeróbicos proteolíticos que realizam proteólise e mantém essa região levemente alcalina devido a produção de amônia e uréia.
· OBS: o cheiro de cadáver ocorre devido a descarboxilase.
· As células epiteliais são constituídas de proteínas ricas em aminoácidos sulfurados (cistina e cisteína).
· Durante a proteólise por redução ocorre a liberação de três tipos de compostos:
· Sulfidreto (H2S)
· Metilmercaptana (CH3SH)
· Dimetilsulfeto (CH3SCH3)

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