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Samara Pires- MED25 Histologia Sistema Visual 1. Olho ● Complexidade irredutível : cada estrutura do olho é interdependente e trabalha juntamente com as outras para proporcionar a visão; ● O olho apresenta dois eixos: um anatômico, que coincide no disco óptico e outro visual que coincide na fóvea; ● Esclera : formada por tecido conjuntivo denso parcialmente modelado; ● Córnea : formada por um epitélio anterior e por um epitélio posterior, sendo que entre eles há uma camada de tecido conjuntivo denso altamente modelada (estroma ou substância própria), responsável pela transparência da córnea. Não há vasos sanguíneos na córnea, apenas a passagem de alguns nutrientes pelo epitélio posterior provenientes do humor aquoso e do líquido lacrimal. - O estroma é rico em queratan-sulfato e em outros glicosaminoglicanos. - A cada 7 dias, o epitélio externo da córnea se renova. Ele é rico em hemidesmossomos, filamentos intermediários e apresenta alta aderência para evitar a entrada de corpos estranhos. - Membrana de Bowman : rica em fibras de colágeno dos tipos I, III, V e VI, distribuídos de forma aleatória. A taxa de renovação da membrana de Bowman é menor que a do epitélio. É uma camada altamente inervada com fibras aferentes. A membrana de Bowman termina na junção esclerocorneal (limbo). Samara Pires- MED25 - Estroma : importância dos glicosaminoglicanos para garantir a distância das fibras e para garantir a presença de água. As fibras são organizadas em um padrão ortogonal. - Membrana de Descemet : membrana basal altamente desenvolvida. É regenerada numa taxa maior que a membrana de Bowman e apresenta colágeno do tipo IV, V, VIII, IX e glicosaminoglicanos. É uma membrana que continua na esclera e que contribui para formar a curvatura da córnea e do canal de Schlemm. - Epitélio posterior: possui um complexo altamente desenvolvido de junções de oclusão e de adesão, bem como apresentam canais de sódio de potássio, que tem participação no controle hídrico da córnea. ● Esclera : as fibras estão dispostas em direção praticamente paralela. Dividida em três camadas: - Episclera (cápsula de Tenon): local de fixação dos músculos extrínsecos do olho. Possui fibras elásticas, glicosaminoglicanos e tecido conjuntivo frouxo. → Espaço de Tenon: apresenta um líquido semelhante ao líquido sinovial que possibilita o movimento do bulbo do olho. ● Humor aquoso : precisa ser constantemente drenado pelas trabéculas de Fontana em direção ao canal de Schlemm, de onde passam pelas veias aquosas. Os músculos ciliares possuem fibras longitudinais que tracionam a córnea e abrem o ângulo iridocorneal (entre a córnea e a íris), a fim de aumentar a drenagem do líquido. Na imagem abaixo, há músculos ciliares que tracionam os ligamentos pectíneos da esclera, contínuos com a membrana de Descemet da córnea. Isso é importante para abrir o canal de Schlemm e para manter a curvatura da córnea. Samara Pires- MED25 Obs.: são os ligamentos pectíneos que sustentam a lente. ● Membrana coroidea (da úvea) : é constituída por tecido conjuntivo frouxo. - 1ª camada (externa, mais próxima da esclera): há vasos sanguíneos maiores, de maior calibre. - Coreoideocapilar: próxima à retina → apresenta capilares bem desenvolvidos (leito capilar mais fino, cuja pulsação não afeta a retina); - Membrana de Bruch: duas lâminas basais com fibras elásticas ● Íris : possui duas camadas de células, uma em cada extremidade. No estroma ou substância própria, tecido conjuntivo frouxo bem vascularizado, mas na parte anterior não apresenta epitélio (em contato com o humor aquoso). - Músculo dilatador da pupila (fibras meridionais): é um epitélio que se transformou em músculo liso (mioepitelial). Apresenta um arranjo radial; - Músculo constritor da pupila (fibras circulares): arranjo circular. ● Corpo ciliar: apresenta uma musculatura lisa radial que é responsável pela acomodação da lente. As fibras da zônula do olho que fazem a acomodação se inserem na lâmina basal dos corpos ciliares de um lado, compostos por Samara Pires- MED25 duas camadas, uma com pigmento e outra sem. Do outro lado, se inserem no cristalino. - As células não pigmentadas do processo ciliar possuem junções oclusivas, formando uma barreira hematoneural/hemato-ocular. - Quando chega na íris, o corpo ciliar torna-se um epitélio totalmente pigmentado (ainda com duas camadas) → ver imagem deste resumo. ● Corpo vítreo : principal função é a de manter a retina em seu local. Apresenta um canal hialoide, resquício embrionário responsável por nutrir a região no período embrionário. ● Lente ou cristalino: os polos apresentam uma zona germinativa, a partir de onde podem se tornar células epiteliais e se diferenciar nas fibras do cristalino → células anucleadas e sem organelas, principalmente no centro do cristalino. Na imagem abaixo à direita, um corte transversal do núcleo do cristalino revela que as suas fibras não têm mais núcleos. ● Retina : apresenta 10 camadas (do externo para interno): - Membrana de Bruch: é uma lâmina basal com duas camadas, sendo a primeira delas formada pelo endotélio dos capilares da corioide e a outra, formada pela lâmina do epitélio pigmentar. Entre ambas, há fibras colágenas e elásticas; - Segmento externo de cones e bastonetes; - Membrana limitante externa: local onde terminam as células de Müller (células da glia da retina) - Camada nuclear externa: local onde estão os núcleos de cones e bastonetes; - Camada plexiforme externa: apresenta as células amácrinas, células horizontais (fazem sinapse com todas as células), células interplexiformes; Samara Pires- MED25 - Camada nuclear interna: presença de células horizontais, núcleos de células de Müller, núcleo de células horizontais e de células amácrinas. A camada nuclear interna é o limite dos capilares; - Camada plexiforme interna; - Camada de células ganglionares; - Camada de fibras do nervo óptico; - Membrana limitante interna. Obs.: a retina é mais espessa quando está próxima da fóvea. Quanto mais próxima dessa região, mais células ganglionares existem. - Cones: recebem sinapses no seu pedículo; - Bastonetes: recebem sinapses na lamela sináptica. Na imagem a seguir, MLI é a membrana limitante interna, CFN é camada de fibras nervosas, CCG é camada de células ganglionares, CPI é camada plexiforme interna, CNI é camada nuclear interna (com núcleos de células bipolares, horizontais, amácrinas e de Müller), CPE é camada plexiforme externa, CNE é camada nuclear externa (núcleos de cones e bastonetes), MLE é membrana limitante externa, C&B são os cones e bastonetes, EPR é o epitéliopigmentar da retina e LV é a membrana de Bruch (lâmina vítrea). Samara Pires- MED25 ● Cones e bastonetes - Segmento interno: apresenta as organelas, como mitocôndrias; - Segmento externo: apresenta a pilha de membranas com pigmentos fotossensíveis. Obs.: entre ambos os segmentos, há um cílio comunicante. - Nos bastonetes: o pigmento pode ser produzido e inserido na membrana em qualquer momento; - Nos cones, os pigmentos são inseridos sempre na base. ● Nervo óptico : formado por axônios das células ganglionares. Inicialmente amielínico no ponto cego (papila óptica), torna-se mielínico na túnica externa e média, pois é mielinizado pelos oligodendrócitos (não possui perineuro, endoneuro etc). ● Glândula lacrimal : tipo serosa. ● Glândula tarsal (de Meibomio): tipo sebácea. ● Glândulas sudoríparas palpebrais (de Moli) . 2. Formação do olho ● Começa no 22º dia: brotamento do prosencéfalo forma a vesícula óptica e o cálice óptico; ● A saliência da vesícula óptica influencia o mesoderma e o ectoderma, que sofrem uma invaginação para originar o esboço da lente; Samara Pires- MED25 ● Na 6ª semana: o ectoderma forma a lente, o epitélio da córnea, a conjuntiva, a pálpebra (epitélio), o aparelho lacrimal, cílios e glândulas; - O ectoderma neural forma a vesícula óptica, a retina, o epitélio posterior e os elementos do nervo óptico e vítreo; - O mesoderma forma o estroma da córnea, a corioide, a esclera, o músculo ciliar, a íris, os vasos sanguíneos, os ossos da órbita e os tecidos conjuntivos.
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