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Análise de questões de literatura

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15/06/2021 Ilumno
ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6256758/05da1850-7de3-11eb-ab18-06a26b40c79b/ 1/7
Local: Sala 1 - Sala de Aula / Andar / Polo Madureira / POLO MADUREIRA - RJ 
Acadêmico: EAD-IL80016-20211A
Aluno: JOYCE MATTOS 
Avaliação: A3
Matrícula: 20211301554 
Data: 16 de Abril de 2021 - 08:00 Finalizado
Correto Incorreto Anulada  Discursiva  Objetiva Total: 7,50/10,00
1  Código: 26862 - Enunciado: A estética contemporânea é insólita e rica em possibilidades, em
que o "eu" confunde-se entre o mundo e a linguagem. Está para além da crítica – seja para além
do teor crítico do discurso, seja para além da própria crítica literária. Diante do exposto,
identifique a alternativa que corresponde de modo emblemático à poética contemporânea:
 a) O tropo natureza.
 b) O surrealismo.
 c) A subjetividade dissolvida.
 d) O cinema poesia.
 e) O primitivismo.
Alternativa marcada:
c) A subjetividade dissolvida.
Justificativa: Resposta correta:A subjetividade dissolvida. É na lírica contemporânea que o
fenômeno da criação literária se quer independente e liberto, isto é, com força formal interior e
exterior, indiferente a perturbações que pode evocar. A realidade concreta e natural é abstrata e
dissolvida no mundo externo. Muitas vezes, a subjetividade é até debatida e rejeitada em
detrimento da imagem.  Distratores:O cinema poesia. Errada, pois está no campo ampliado do
poético, é poesia, mas não um traço representativo da poética contemporânea.O
primitivismo. Errada, pois é um movimento da arte moderna que procurou valorizar o simples
em oposição ao academicismo e à erudição, inspirando-se em povos primitivos.O tropo
natureza. Errada, pois é uma constante na arte, mas não demarca especificamente a poesia
contemporânea.O surrealismo. Errada, pois surge concomitantemente às descobertas
freudianas, principalmente a do inconsciente –  e isso se dá em expressões modernistas. A poesia
contemporânea pode abarcá-lo, mas a tendência não é emblemática da produção
contemporânea. 
0,50/ 0,50
2  Código: 26854 - Enunciado: Em Lettre sur les aveugles à l'usage de ceux qui voient, 1749, Denis
Diderot alega que a poesia é um hieróglifo, e essa noção traz subsídio para a estética romântica,
bem como para nossa compreensão desta. Por que a poesia é hieroglífica para o autor?
Identifique quais asserções, a seguir, podem responder a essa pergunta, confluindo com ideias
do romantismo: I. O hieróglifo expressa um conjunto de ideias. 
II. O hieróglifo condiz com o pensamento humano. 
III. O hieróglifo permite uma comoção doutrinatória. 
IV. O hieróglifo representa o interno, e não o externo. É correto o que se afirma em:
 a) I, II, IV.
 b) I e II, apenas.
 c) Somente a III.
 d) Somente a II.
 e) II e III, apenas.
Alternativa marcada:
a) I, II, IV.
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15/06/2021 Ilumno
ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6256758/05da1850-7de3-11eb-ab18-06a26b40c79b/ 2/7
Justificativa: Resposta correta: I, II, IV.A afirmativa I está correta porque um hieróglifo expressa
mais de uma ideia ou conceito; seria mais preciso e plurivalente.A afirmativa II está correta
porque, segundo o teórico, a expressão hieroglífica está o mais próxima possível da unidade
original de pensamento, já que as sensações e sentidos permitem que a alma tenha diversas
percepções simultaneamente, e não necessariamente de maneira linear, e o discurso sucessivo
fere essa impressão ou clareza de noção.A afirmativa IV está correta porque o hieróglifo é único,
assim como nosso pensamento: não somos afetados pela mesma ordem de ideias. Para
ele, portanto, nossa natureza não deve ser corrompida por algo externo, seja a sociedade ou a
língua. Distrator:A afirmação “III” é incorreta porque, por mais que a poesia hieroglífica promova
comoção, essa comoção servirá para autoanálise. Em nada a poesia que se propõe tem função
ipsis litteris pedagógica, ou doutrinatória.  
3  Código: 27295 - Enunciado: Manuel Bandeira, no poema Pensão Familiar, escreve:Os girassóis 
amarelo! 
resistem.(Fonte: BANDEIRA, M. Pensão familiar. In: NOVAES, A. (Org.) Anos 70: ainda sob a
tempestade. Rio de Janeiro: Aeroplano; Senac Rio, 2005. p. 193-194.) 
Considerando as características da lírica, pode-se afirmar que, com a supressão do marcador de
plural "s" em "amarelo", o poeta:
 a) Suprime um “s”, esperado pela gramática, para dar novo sentido e força nesse espaço.
 b) Pretende dar sentido cinematográfico ao poema, baseando-se em uma construção
cênica.
 c) Comete um erro gramatical, inadmissível na produção lírica e, portanto, equivocado.
 d) Constrói um protesto contra a gramática normativa formal e o preconceito linguístico.
 e) Sugere que os girassóis resistem, como o sol, que brilha apesar das falhas humanas.
Alternativa marcada:
d) Constrói um protesto contra a gramática normativa formal e o preconceito linguístico.
Justificativa: Resposta correta: Suprime um “s”, esperado pela gramática, para dar novo sentido
e força nesse espaço. A quebra da linearidade não deixa de ter sentido e de produzir novos
significados.
Distratores:Pretende dar sentido cinematográfico ao poema, baseando-se em uma construção
cênica. Errada, pois não há indicações de trabalho com o cinematográfico nesse poema
associadas à supressão da letra "s".Constrói um protesto contra a gramática normativa formal e o
preconceito linguístico. Errada, pois a supressão da letra "s", bem como outras rupturas
sintáticos-lexicais, é um recurso comum à lírica modernista, que não se baseia em padrões da
norma culta.Comete um erro gramatical, inadmissível na produção lírica e, portanto,
equivocado. Errada, pois a lírica não trabalha com os conceitos de "certo" e "errado" propostos
pela norma culta. Ao contrário, muitas vezes, busca rompê-los.Sugere que os girassóis resistem,
como o sol, que brilha apesar das falhas humanas. Errada, pois é tão somente uma interpretação
e não está associada à supressão da letra "s".
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4  Código: 26846 - Enunciado: Quando traduzimos ou produzimos versões de um poema, criamos
obras inteiramente novas. Ainda que sejamos capazes de reconhecer, nessas obras, traços do
poema original, sempre serão manifestações inerentemente distintas, já que um poema é
produto da linguagem e particular à língua. Por isso, considera-se a poesia a forma de arte
menos universal — enquanto qualquer um pode apreciar uma pintura ou uma sinfonia, nem
todos terão acesso ao poema original. Há relações de interdependência entre os diversos
elementos que o compõem e, delas, o lirismo não pode se esquivar.Considerando as
características definidoras do texto lírico, assinale a alternativa que avalia corretamente a frase:
"Traduções e versões de poemas são obras inteiramente novas."
 a) A afirmativa é falsa, pois o texto lírico, segundo Platão, parte de uma estética manipulada
em prol da sociedade, o que torna sua tradução/adaptação bem-vinda a cada época.
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 b) A afirmativa é verdadeira, pois o texto lírico apresenta unicidade entre sentido, forma e
sonoridade, o que o torna dependente da língua e do modo em que se constrói.
 c) A afirmativa é verdadeira, pois o texto lírico tem como característica principal a
objetividade, diferenciando-o do gênero narrativo, cujo escopo é mais fácil de traduzir.
 d) A afirmativa é falsa, pois o texto lírico constrói a significação da palavra a partir da
postura dos narradores e da narração, facilitando processos de tradução e adaptação.
 e) A afirmativa é falsa, pois o texto lírico sempre se manifesta na voz de personagens
interpretados por atores em um palco, significando que sempre haverá influência do ator.
Alternativa marcada:
b) A afirmativa é verdadeira, pois o texto lírico apresenta unicidade entre sentido, forma e
sonoridade, o que o torna dependente da língua e do modo em que se constrói.Justificativa: Resposta correta: A afirmativa é verdadeira, pois o texto lírico apresenta unicidade
entre sentido, forma e sonoridade, o que o torna dependente da língua e do modo em que se
constrói.O texto lírico é construído a partir da relação de interdependência estabelecida entre
sentido, forma e sonoridade, ou seja, trata-se de um produto específico da língua em que se
constrói e qualquer tradução/versão realizada a partir dele terá de romper tal unicidade em
maior ou menor grau. 
Distratores:A afirmativa é falsa, pois o texto lírico sempre se manifesta na voz de personagens
interpretados por atores em um palco, significando que sempre haverá influência do ator. Errada,
pois o texto lírico nem sempre se apresenta na voz de personagens interpretados por atores e,
portanto, o acesso a poemas não é sempre mediado pela versão do ator.A afirmativa é falsa, pois
o texto lírico constrói a significação da palavra a partir da postura dos narradores e da narração,
facilitando processos de tradução e adaptação. Errada, pois o texto lírico não é construído a
partir de elementos como a narração e os narradores, característica do texto narrativo.A
afirmativa é falsa, pois o texto lírico, segundo Platão, parte de uma estética manipulada em prol
da sociedade, o que torna sua tradução/adaptação bem-vinda a cada época. Errada, pois a
dificuldade de tradução/versão de um texto lírico não está baseada em sua estética social, mas
na relação de interdependência estabelecida pelos elementos que constituem o poema, que terá
de se romper em maior ou menor grau quando ele for traduzido ou transcriado.A afirmativa é
verdadeira, pois o texto lírico tem como característica principal a objetividade, diferenciando-o
do gênero narrativo, cujo escopo é mais fácil de traduzir. Errada, pois a objetividade é uma das
características principais do texto narrativo, e não do lírico, que se abre à subjetividade para
reconstruir uma unicidade de elementos em relação de interdependência. Por isso, torna-se tão
difícil de traduzir ou transcriar.
5  Código: 26851 - Enunciado: Os efeitos da revolução francesa, que, num primeiro momento,
desencadeou um grande progresso social, produziram novos problemas, novas indagações. No
momento em que a burguesia alcança mais campo de atuação política, renovadas exigências
irrompem no horizonte do indivíduo — o que se reflete na lírica romântica.  Diante disso, analise
que aspectos, a seguir, contribuem fortemente para o individualismo romântico: I. A emoção em
detrimento da razão. 
II. A noção de grotesco de Victor Hugo. 
III. A noção de hieróglifo de Denis Diderot. 
IV. As buscas por liberdade e identidade. É correto o que se afirma em:
 a) Somente a III.
 b) I, III e IV, apenas.
 c) I e II, apenas.
 d) I e IV, apenas.
 e) Somente a II.
Alternativa marcada:
a) Somente a III.
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15/06/2021 Ilumno
ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6256758/05da1850-7de3-11eb-ab18-06a26b40c79b/ 4/7
Justificativa: Resposta correta: I, III e IV, apenas.A afirmativa I está correta, pois a valorização
da emoção em reação a um contexto em que impera o pensamento lógico-científico faz com que
artistas busquem-na na subjetividade, começando por si mesmos.  A afirmativa III está
correta, pois o hieróglifo é a síntese singular e original de concomitância de sentidos, tal qual
o pensamento, trazendo a ideia de que se é único em seu modo de pensar e representar, em
sua individualidade. A afirmativa IV está correta, pois os ideais de liberdade passam pela noção
de identidade, por uma busca pela afirmação da identidade. Pensa-se no povo livre e com poder
de decisão, bem como nas liberdades individuais. Em outras palavras mais ilustrativas, a questão
da identidade perpassa a reflexão 'quem sou eu?' individualista.    Distratores:A assertiva II é a
única equivocada, uma vez que a noção de grotesco aponta para um paradoxo que culmina em
melancolia e permite novas representações, principalmente aquelas antes vistas como opostas à
beleza, como de sentimentos de horror, lascívia e tristeza. Contudo, por mais que Hugo defenda
sua própria escrita no prefácio, o grotesco não está diretamente relacionado ao individualismo
ou à expressão individual.
6  Código: 26853 - Enunciado: Leia o soneto Pálida à luz da lâmpada sombria (1853), de Álvares de
Azevedo, atentando para a figura feminina. "Pálida à luz da lâmpada sombria, 
Sobre o leito de flores reclinada, 
Como a lua por noite embalsamada, 
Entre as nuvens do amor ela dormia! 
Era a virgem do mar, na escuma fria 
Pela maré das águas embalada! 
Era um anjo entre nuvens d’alvorada 
Que em sonhos se banhava e se esquecia! 
Era mais bela! O seio palpitando... 
Negros olhos as pálpebras abrindo... 
Formas nuas no leito resvalando... 
Não te rias de mim, meu anjo lindo! 
Por ti – as noites eu velei chorando, 
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!" In: Lira dos vinte anos. Cotia: Ateliê, 2009 [1853]. Diante
desse poema e de seu conhecimento da lírica romântica, leia as assertivas que correspondem à
representação feminina no romantismo: I. A representação feminina na lírica romântica tende a
ser bastante complexa, não porque a mulher remete ao sentimentalismo e às paixões, mas
porque é complexa como todo ser humano. II. Na lírica romântica, a mulher costuma ser
reduzida a uma imagem ou figura de linguagem. III. A poesia social, principalmente a brasileira,
está preocupada com o lugar da mulher na sociedade. É correto o que se afirma em:
 a) II e III, apenas.
 b) Somente a II.
 c) I e III, apenas.
 d) Somente a I.
 e) I e II, apenas.
Alternativa marcada:
b) Somente a II.
Justificativa: Resposta correta: Somente a II.A afirmativa II está correta porque, como se pode
verificar lendo o poema, além da distância e das dicotomias envolvendo a representação da
mulher na lírica romântica, a mulher se reduz a uma forma segundo as descrições; a uma
imagem de mulher-anjo idealizada. Ela dorme, não tem voz; apresenta tão somente a beleza que
provoca dor e desejo. Distratores:A afirmativa I está errada porque a representação feminina no
romantismo não tende a ser complexa, apesar de a figura da mulher ser relacionada à emoção. A
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15/06/2021 Ilumno
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mulher é tida como um objeto de desejo misterioso, seja ela pura ou devassa – geralmente, não
há um meio-termo, e por isso mesmo a imagem da mulher se resume à de uma santa inatingível
ou ao que seria oposto a isso: uma prostituta imoral.A afirmativa III está errada porque, ao
contrário do que possamos considerar nos dias de hoje, a posição social da mulher não estava
em pauta (como a questão abolicionista estava, por exemplo).
7  Código: 27287 - Enunciado:  A peça O Marinheiro, de Fernando Pessoa, é considerada por muitos
um poema dramático e, por outros, um drama poético. Os maiores exemplos de dramas poéticos
na literatura ocidental são as notórias obras teatrais de William Shakespeare. Diante do exposto,
explique como um drama pode ser lírico.
Resposta:
Observa-se o lirismo no texto dramático , por meio da utilização de elementos do gênero lírico
em sua disposição. Tomando os textos das peças de Shakespeare como referência, o
sentimentalismo é completamente notório, como também há a presença de rimas, ritmo e
cadência.
O Teatro Épico, que é um drama lírico, do ponto de vista de Anatol Rosenfeld, é “mais” dramático
que lírico, particularmente na organização da obra e na conduta do autor diante da
autenticidade artística, porém também contém observáveis elementos líricos, tais como
subjetividade, ritmo e imagem. Nesse caso, o drama acusa as características predominantes na
obra, e o “lírico” amplia as particularidades da caracterização do texto.
Justificativa: Expectativa de resposta:De acordo com Anatol Rosenfeld, em O Teatro Épico, um
drama lírico, por exemplo, seria “mais” dramático do que lírico – especialmente na estrutura da
obra ena postura do autor perante a realidade artística –, porém apresentando inegáveis
elementos líricos, tais como ritmo, imagem e subjetividade. O substantivo “drama”, nesse caso,
portanto, denota as características predominantes na obra, e o adjetivo “lírico” serve para
informar maior especificidade de caracterização do texto. 
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8  Código: 26922 - Enunciado: João Cabral de Melo Neto é nosso poeta-arquiteto pernambucano,
conhecido por sua elaboração formal e cerebral e por seu rigor estético. A poesia de Cabral é por
vezes metalinguística, prezando pela economia verbal. O próprio autor considera o livro de
poemas A educação pela pedra (1966) sua obra-prima. Dele, extraímos dois textos, “Uma
educação pela pedra”, na íntegra, e o segundo e último parágrafo de “O sertanejo falando”. Leia-
os: Uma educação pela pedra"Uma educação pela pedra: por lições; 
para aprender da pedra, frequentá-la; 
captar sua voz inenfática, impessoal 
(pela de dicção ela começa as aulas). 
A lição de moral, sua resistência fria 
ao que flui e a fluir, a ser maleada; 
a de poética, sua carnadura concreta; 
a de economia, seu adensar-se compacta: 
lições da pedra (de fora para dentro, 
cartilha muda), para quem soletrá-la.Outra educação pela pedra: no Sertão 
(de dentro para fora, e pré-didática). 
No Sertão a pedra não sabe lecionar, 
e se lecionasse, não ensinaria nada; 
lá não se aprende a pedra: lá a pedra, 
uma pedra de nascença, entranha a alma." O sertanejo falando"[...] Daí porque o sertanejo fala
pouco: 
as palavras de pedra ulceram a boca 
e no idioma pedra se fala doloroso; 
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o natural desse idioma fala à força. 
Daí também porque ele fala devagar: 
tem de pegar as palavras com cuidado, 
confeitá-las na língua, rebuçá-las; 
pois toma tempo todo esse trabalho." Percebe-se que o ritmo dos poemas é marcado por
aliterações numerosas, fazendo da leitura difícil. Os encontros consonantais de “R” funcionam
como entraves, pedras no caminho da fala. O ritmo, portanto, acompanha o sentido e as
imagens. Fala-se em uma educação que nos parece peculiar: lições, cartilha, do que vem de fora
para dentro, da dificuldade em falar, pedras na boca, na garganta, na alma. A noção de ritmo está
dada. Agora, levando em consideração as tendências modernistas, em especial a fragmentação
do “eu”, elabore uma análise da subjetividade suprimida no poema e indique o que, no texto,
indica tal supressão.
Resposta:
Os poemas consentem a organização contrária do que é esperado de um poema subjetivista,
sentimental ou romântico, externando do  “mundo” para o interior do “eu”. O autor optou por se
expressar de forma racional, mas apesar disso, abriu mão dos componentes da poesia, que são: a
forte presença do ritmo e das imagens. Evidencia-se a crítica social.
A ausência do sentimentalismo e do pronome na primeira pessoa do singular, demonstram que
essa crítica faz parte de uma observação coletiva, demonstrando certo grau de impessoalidade
por parte do autor, caracterizando a estilística adotada na produção do poema. Ele percebe a
realidade ao seu redor e decide relatá-la dessa forma.
A “pedra entranhada na alma”, inevitavelmente, desperta a empatia do leitor. Observa-se que a
tentativa de trazer o leitor para esse lugar de fala foi bem sucedida, uma vez que é possível
imaginar o pauperismo em que vivem.
A subjetividade de João Cabral é representada por essa mesma pedra, que possivelmente são os
seus semelhantes, acompanhados da injustiça da vida imposta a eles.
Justificativa: Expectativa de resposta:Os textos poéticos em questão seguem a ordem inversa do
que se espera de um poema subjetivista, sentimental ou romântico: de fora (mundo) para dentro
(eu). A prerrogativa da poesia é justamente possibilitar a expressão pessoal e emotiva, mas,
nesse caso, João Cabral dá preferência a expressar-se de modo mais racional e tecnicista.
Embora o texto preze pela racionalidade, não deixa de conter elementos fundamentais da
poesia: imagens e ritmo fortes. A crítica social — evidenciada pelo enfoque regional do poema
— já é um indicador de que o poeta percebe seu entorno e procura representá-lo,
confeccionando cuidadosamente e em um só tempo o poema e a crítica. A dureza de vida está
para a dureza do poema. Porém, não se trata de um lamento individual: a ausência do pronome
“eu”, bem como a ausência de sentimentalismo no texto, revelam que essa crítica é uma análise
de indivíduos e seus traços, seus contextos, quase que de modo impessoal. A impessoalidade e a
suposta distância são estilísticas. O que importa é lançar luz sobre a questão, e Cabral sensibiliza
o leitor a ponto de provocar empatia por aqueles que nascem com a “pedra entranhada na alma”
e vivem na dureza. Da mesma forma que o poema parece vir de fora, de uma análise externa
filtrada pela percepção do poeta, e não tão somente de seu “eu”, a subjetividade (alma) encontra
um obstáculo: a pedra. É como se nem ele pudesse imergir-se em si, já que uma pedra atravanca
seu caminho. Essa pedra são os outros, é a dureza da realidade. A subjetividade do poeta e de
quem ele retrata é suprimida pela pedra — pelo que ela representa.  
15/06/2021 Ilumno
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